PARÁBOLA BUDISTA – Uma parábola
budista dá conta das caminhadas de Buda, quando perto de um rio largo,
encontrou um sadhu, um homem de renúncia. Este, tendo reconhecido o mestre,
disse-lhe: - Veja, Gautama, medito aqui
neste local há 50 anos em busca de autodomínio. Consegui grande poder e graças
a este poder, posso fazer grandes coisas, veja. E dizendo isso se levantou e
caminhou sobre as águas do rio, até o outro lado e retornou sobre elas. O Buda
tudo contemplou com enfado e indiferença. Então, quebrando o silêncio, disse: -
Você meditou 50 anos para poder fazer isto? Perplexo e contrariado, o sadhu
desafiou: - Então me diga qual milagre você pode realizar maior que o que eu
demonstrei? Ao que Buda respondeu: Meus milagres são estes: quando tenho fome
como, quando tenho sede, bebo e quando tenho sono, durmo. E seguiu em frente
seu caminho. A respeito do autodomínio, escreveu o autor do livro Nossa herança do antigo Egito, Rodman R.
Clayson: Para a concretização de um ideal
a pessoa deve praticar o autodomínio. Há uma maneira pela qual o domínio do eu
é alcançado: o estudo adequado e sistemático das leis da natureza, das leis que
regem o universo, que regem o homem, e que influenciam a relação do homem para
com tudo que existe. [...] Lembremo-nos
da vida de alguns grandes homens e mulheres da história que alcançaram aquilo
que chamamos de autodomínio. Mark Twian, que era por todos amado, perdeu um a
um os membros de sua família por doença ou acidente. Benjamim Franklin foi
traído por seu próprio filho. Wagner, apesar do banimento e da pobreza,
escreveu milhões de notas para suas operas, e obteve sucesso na direção de
espetáculos. Francis Bacon foi traído por seus inimigos e muito pouco
compreendido [...] Pensemos em Robert
Louis Steven, que escreveu algumas de suas estórias enquanto preso ao leito com
tuberculose. Pensemos em Beethoven que imprimia em seu lar um verdadeiro
reinado de terror para escrever sua música. E pensemos em Mozart, cujo único
estúdio era um barulhento parque com cervejarias e salão de bilhar. Quase todas
as pessoas que consideramos como extremamente bem sucedidas passaram por muito
sofrimento. [...] Spinoza, grande
filósofo e místico, é um desses exemplos. Devido aos seis ideais, foi
excomungado da sinagoga, e não era menos censurável para os cristãos. Tão profunda
era a animosidade contra Spinoza que uma tentativa de assassinato foi contra
ele perpetrado. Hoje, o mundo a ele se refere como uma das mais profundas
mentes de todos os tempos. [...] Talvez
devêssemos cantar louvores por aquilo que temos, em vez de lamentarmos a falta
daquilo que pensamos que deveríamos ter, não nos deixando dominar em qualquer
momento pelas emanações do incenso dos supostos deuses do materialismo. Por meio
das provações é que o homem se torna, até certo ponto, mais espiritualizado e
mais senhor de si mesmo. As provações e os sofrimentos nos harmonizam com as
aflições do mundo e nos tornam mais complacentes, mais tolerantes, e mais
benevolentes em nossa atitude para com os outros. [...] O autodomínio é, em suma, a prestração
altruística de serviço e a capacidade de criar oportunidades para prestar esse
serviço. Isso proporciona os meios para concretizar um ideal digno.(Rodman
R. Clayson, Como concretizar um ideal).
Veja mais aqui.
Imagem: Female nude with corall necklace, do pintor expressionista alemão August Macke (1887-1914).
Ouvindo: Going for the one, oitavo álbum da banda de rock progressivo Yes, 1977.
A AMEAÇA CONTEMPORÂNEA – O
antropólogo e escritor Darcy Ribeiro (1922-1997), em seu livro América Latina: a pátria grande, de
1986, já anunciava a ameaça da contemporaneidade: [...] A maior ameaça que pesa hoje sobre a humanidade – ameaça que,
felizmente, não é fatal nem inevitável – é, pois, a de mergulhar mais ainda na
penúria até a exaustão, numa era de fome e estupidificação. Tido isto apenas
para que os novos ricos fruam a riqueza acumulada e reativem uma civilização
obsoleta, sem causa, sem missão nem apetite senão o de enricar. Sua última
grandeza será a de endurecer os corações e tapar os ouvidos para assistir,
impávida, à humanidade morrer de fome [...]. (Darcy Ribeiro, América Latina: a pátria grande), Veja mais aqui.
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