UMA
QUESTÃO EMBARAÇOSA – Tratando acerca da Filosofia, Literatura e revolução, o
filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995), em seu livro
A ilha
deserta e outros textos,
considera que: [...] Toda vez que se escreve, a gente faz com que algum outro fale. E em primeiro
lugar, a gente faz com que fale uma certa forma. [...] A espontaneidade de hoje talvez escape ao indivíduo,
assim como à pessoa; não simplesmente por causa de potências anônimas. Mantiveram-nos
durante muito tempo na alternativa: ou sereis indivíduos e pessoas, ou vos reunireis
a um fundo anônimo indiferenciado. Nós descobrimos, todavia, um mundo de singularidades
pré-individuais, impessoais. Elas não se reduzem aos indivíduos e nem às pessoas,
e nem a um fundo sem diferença. São singularidades móveis, ladras e voadoras, que
passam de um a outro, que arrombam, que formam anarquias coroadas, que habitam um
espaço nômade. Há uma grande diferença entre repartir um espaço fixo entre
indivíduos sedentários, segundo demarcações e cercados, e repartir
singularidades num espaço aberto sem cercados e nem propriedade. [...] Não sei, é uma questão embaraçosa. Em
primeiro lugar, há relações de amizade ou de amor que não esperam a revolução,
que não a prefiguram, embora sejam revolucionárias a seu modo: elas têm em si
uma força de contestação própria à vida, como os beatniks. Neste caso, há mais budismo zen do que marxismo, mas
há muitas coisas eficazes e explosivas no zen. Quanto às relações sociais,
supomos que a filosofia, em tal ou qual época, tenha por tarefa fazer com que
fale uma tal instância: o indivíduo no mundo clássico, a pessoa no mundo
romântico, ou então as singularidades no mundo moderno. A filosofia não faz com
que essas instâncias existam, ela faz com que elas falem. Mas elas existem e
são produzidas em uma história, elas próprias dependem de relações sociais. Então,
vamos lá! A revolução seria a transformação dessas relações, correspondendo ao desenvolvimento
de tal ou qual instância (como a do indivíduo burguês na revolução “clássica”
de 1789). O problema atual da revolução, de uma revolução sem burocracia seria
o das novas relações sociais em que entram as singularidades, minorias ativas,
no espaço nômade sem propriedade e nem cercados. Veja mais aqui.
Imagem: Nu, do artista plástico brasileiro Washington Maguetas.
Ouvindo João canta Sade, álbum com a belíssima interpretação do cantoramigo João Pinheiro dos grandes sucessos da cantora e compositora anglo-nigeriana Sade Adu (Helen Folasade Adu, cantora da banda inglesa Sade).
SER OU NÃO CHARLIE? – O Padre Bidião anda no mundo da lua - ele e os seus outros quase nove clones que estão pintando um rolé adoidado por aí, literalmente. Desde a última botada da desgraçada indústria sucroalcooleira que ele não dava as caras. Ontem foi que ele resolveu dar o ar da graça, ao estacionar o seu disco voador invisível no quintal lá de casa e entrar todo vexado a me perguntar sobre algo que o incomodava: - Por que tá todo mundo me perguntando se sou Charlie ou não? Expliquei amiudado do que se tratava e ele com espanto logo sentenciou: - Ah, por isso que o Boff disse que não era Charlie!?! Pois bem, vou dizer a você o que eu sou: se é a favor da liberdade de expressão, sou Charlie; se é a favor do respeito às diferenças e todas as religiões, não sou Charlie; e se não ficar satisfeito, vá você o Charlie para a puta que pariu, entendeu?! Tendi. Veja mais aqui.
A MORTE NA DEFESA DOS GORILAS – Conhecida mundialmente por seu trabalho científico dedicado à conservação dos gorilas das montanhas Virunga, em Ruanda e no Congo, a zoóloga estadunidense Dian Fossey (1932-1985) inspirada nos escritos do naturalista George B. Schaller e levada pelas instruções da especialista Jane Goodall, criou o Centro de Pesquisa Karisoke. Ao ter conhecimento da morte do seu gorila favorito, Digit, que teve suas mãos arrancadas para fazer cinzeiros, com o qual passou a denunciar as atrocidades angariando antipatia dos caçados e dos corruptos do exército de Ruanda. Por conta disso, ela foi assassinada! Em sua memória foi realizado o filme Gorillas in the Mist: The Story de Dian Fossey, em 1988 (no Brasil recebeu o título de Nas Montanhas dos Gorilas), dirigido por Michael Apted, estrelado por Sigourney Weaver e vencedor o Globo de Ouro (1999, EUA), como a melhor atriz de cinema na categoria drama e melhor trilha sonora de Maurice Jarre. Também em sua homenagem foi criada a organização The Dian Fossey Gorilla Fund International. Veja mais aqui.
OS
DIÁRIOS DE SUSAN SONTAG - A premiada Susan Sontag,
pseudônimo da escritora, crítica de arte e ativista estadunidense Susan
Rosenblatt (1933-2004), desenvolveu suas atividades na defesa dos direitos
humanos, denunciando que "a
história recordará a Guerra do Iraque pelas fotografias e vídeos das torturas cometidas
pelos soldados americanos na prisão de Abu Ghraib”. Desde o início da sua
adolescência ele tomou consciência de sua atração por mulheres ao escrever os
seus diários aos quinze anos de idade: “então agora eu sinto que tenho tendências lésbicas (como relutantemente eu escrevo
este)”. Contudo,
casou-se com Philip Rieff, tendo um filho e mantendo o matrimonio por oito
anos. Com o divórcio, a partir da década de 1970 assumiu vários romances com
atrizes, fotógrafas, coreógrafas e escritoras. No seu diário encontramos: “eu acredito: que não
existe nenhum deus pessoal nem vida após a morte; que a coisa mais desejável do
mundo é a liberdade de ser verdadeiro para si mesmo, ou seja, Honestidade; que
a única diferença entre os seres humanos é a inteligência; que o único critério
para uma ação é a felicidade ou a infelicidade individual que em última
instância ela produz; que é errado privar qualquer homem da vida [...]
acredito, além disso, que um Estado ideal
(além do que está em “g”) deveria ser um Estado forte e centralizado, com o
controle governamental dos serviços públicos, bancos, minas, + transporte e
subsídios às artes, um salário mínimo confortável, apoio aos incapacitados e
idosos.Atendimento público para mulheres grávidas, sem distinção de filhos
legítimos e ilegítimos. E mais adiante ela expressa que: ...Poesia tem de ser: exata, intensa, concreta,
relevante, rítmica, formal, complexa... A arte, portanto, está sempre lutando
para ser independente da mera inteligência... A língua não é só um instrumento,
mas um fim em si mesma... Por meio da lucidez imensa e precisamente direcionada
de sua mente, Gerard Hopkins lavrou em palavras um mundo de imagens arrasadas e
exultantes. Graças a sua lucidez implacável, protegendo-se dos excessos de
gordura mediante a rigorosa espiritualização da sua vida e da sua arte, ele
ainda por cima criou uma obra, dentro do seu âmbito limitado, de um frescor sem
paralelo. Sob o problema angustiado da sua alma... Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
O Cravo e a Rosa, Clitemnestra – Oréstia & a trilogia
de Orestes, Antônio Torres, Elis Regina, Bernardo Bertolucci & Maria
Schneider, Clara Redig & Antônio Maria, Antoine-Jean Gros, Pierre-Narcisse
Guérin & Programa Tataritaritatá aqui.
E mais:
Nietzsche & a Música, Luis Soles
& as raízes árabes da tradição poético-musical do sertão nordestino, Otto
Maria Carpeaux & a História da Música, José Ramos Tinhorão, Edigar de
Alencar & O carnaval carioca através da música aqui.
Platão, Albert Sánchez Piñol, Aracaju,
Toninho Horta, Amos Gitai, Cia. Cenica Nau de Ícaros, Paul Helleu, Ricardo
Cabús, Helena Yaralova, Biritoaldo & Cidadania e Direitos Políticos aqui.
Paz & Alberto Enstein, Jiddu
Krishnamurti, Alexander Scriabin & Paul Gauguin aqui.
Gaia – Mãe Terra, Isaac Asimov, Caetano
Veloso, Teresa Filósofa & s Jean Baptiste de
Boyer aqui.
Buda, Darcy Ribeiro, August
Macke & Yes aqui.
Christian Bernard, Isaac Newton, Casimiro
de Abreu, Keith Jarrett, Carlos Saura & Mia Maestro, Julio Hübner & A
lenda da criação no gênese africano aqui.
Umberto Eco, Friedrich Dürrenmatt,
Abelardo da Hora, Humberto Teixeira & Eliane Ferraz aqui.
Litisconsórcio, Tavito, Bruno Vinci &
Teco Seade aqui.
Psicologia na Educação, Eek, Gato Zarolho
& Palhaço Paranoide aqui.
Decameron, João Albrecht & Jiddu
Saldanha aqui.
Riacho Salgadinho, Eliezer Setton, Zé
Barros, Naldinho Freire, Wilson Miranda & Webrádio Maceió aqui.
Hermilo Borba Filho & Sônia van
Dijck, Teoria da Literatura, Solange Palatnik, Constituição, Psicologia,
Dialogicidade & Representações Sociais aqui.
A vontade, Amanda Garruth, Deborah Rosa,
Luciana Soler, Bete Sá, Vanessa Morais & Cantora Sol aqui.
Afetividade, Lília Diniz, Lucinha Guerra,
Thathi, Ezra Mattivi, Juliana Sinimbu & Anna Ratto aqui.
Dos destroços pra solidão criativa, Fabian Dobles, Rosa Passos, André De
Dienes, Joan Fullerton & Clevane Pessoa de Araújo Lopes aqui.
É ela a soberania do mar na foz do meu
rio, Naura
Schneider, Marianna Leporace & Luciah Lopez aqui.
Cenário em ebulição: pra quem vai do lado
de lá ou quem vem do lado cá & vice-versa, Hélène Bernard & As grandes
iniciadas, Willem de Kooning, Arabella Steinbacher & Rubens Gerchman aqui.
Os dois mundos de quem vive de um lado só, Angelo Agostini, Juliette Herlin, Hannah Wilke, Fernando Botero, Nik Helbig, Doro, Robimagaiver & Zé Corninho aqui.
Reflexões de jornada à sombra da
amendoeira, Albert
Einstein, William Byrd, Jeff Kolker& Otgo aqui.
A miséria obscena da avareza & Zinaida
Evgenievna Serebryakova aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.