A MINISSAIA
PROVOCANTE DELA - Naquela manhã
ela chegara com o sol na carne. Não fosse aquela minissaia, por certo, nada
teria acontecido fora do normal. Mas aconteceu. Tudo por causa da irradiação
sedutora que exalava daquela candura de gente naquele momento mais encantador
no tope da poesia de sua própria emanação. De fato ela chegara, como de
costume, para alegrar a vida dos que ali se enfurnavam por anos na labuta
intragável. Eu mesmo, desde que ela fora admitida na repartição, que fui
contemplado por uma motivação nunca dantes sentida, para, ali, estar arduamente
todos os dias. Mas naquele dia ela passara da conta. Por certo, não fosse
aquela minissaia o mundo jamais seria o mesmo e eu jamais teria ousado além da
minha timidez. É certo também que não havia quem não lhe dedicasse atenção.
Muito menos quem não lhe acenasse simpatia, não lhe quisesse com afeto e
ternura. Isso porque ela sempre fora a figura encantadora que envolvia as
pessoas com a magnitude de sua gentileza e carinho. Todos, sem exceção alguma,
todos, inclusive os chatos de galocha, os superiores necrófilos, os misóginos
enrustidos, todos adoravam aquele seu jeito doce de ser: uma lindeza fora do
comum. Verdade. E naquele dia, realmente, ela passara da conta. Tudo por causa
de uma minissaia. Se já se flagrava dela uma boniteza acima do usual e que
perfumava o ambiente de trabalho, que coloria as horas mórbidas da rotina,
incendiava os ânimos mais enterrados, iluminava a vontade de viver recôndita na
carestia, tudo isso e ainda mais futucava paixões remotas em seres
embrutecidos. Nossa, era demais mesmo. Réu confesso, eu posso dizer que já era
um dos mais agudos sujeitos afeiçoados por tudo que ela representava de lindo,
de sedutor, de apaixonante, de maravilhoso além do limite de todas
espetacularidades concebidas. A tal ponto de sua mínima aproximação provocar o
mais louco descontrole em mim. Nossa, cada vez que ela chegava ao meu lado,
tudo revolucionava. E reitero que eu mesmo não me continha e logo procurava
esconder a tesão que se insinuava no meu membro, deixando-me atordoado com
tanta sedução ali imantando todo o meu desejo. Tanto é que se há uma palavra
que possa legitimar toda singularidade da sua beleza, confesso que não há como
se definir num único termo, pois o que há de fantástico, o que se der por
extraordinário, o que se mensurar por insuperável, ali, naquela pessoa,
reduzia-se ao simplesmente magnífico jeito de ser próximo da imortalidade
cândida dos contemplados da magnitude dos deuses. Foi tanta sedução que não
resisti cobiçar tudo além daquela blusinha de alça coladinha no tronco,
delineando-lhe os apetitosos seios com ductos salientes acedendo a minha
libido. Com o umbigo exposto no centro da estonteante plataforma corporal que
dava na sugestão de uma mina púbica para lá de farta e coberta por uma
minissaia que guardava apenas o necessário para insinuar a revelação mais
esplendorosa de todas as missões iniciáticas. Ah, tudo estonteantemente muito
devastador, desde os pés de uma delicadeza aconchegante, das pernas torneadas a
convidar passos no mundo de todas as lonjuras, coxas de pele acetinada a dar
com o limite na minissaia junto ao encontro delas para realçar-lhe toda sedução
que começava no olhar querente incendiando todos, nos lábios de Angelina Jolie,
no rosto angelical de Mônica Bellucci, ah quanta loucura prestes a explodir. Foi
quando a tarde veio no meio da loucura e na impossibilidade de conter as
amarras, recorri dela para me acompanhar nos afazeres externos, ao que fiquei
feliz com sua aquiescência. - Que legal, estava precisando de uma carona para
resolver umas coisinhas. E o melhor: vai dar certinho no seu itinerário! Nossa, que coincidência, havia algo de diabólico no ar para dar tão certo, ao
passo que sempre dera tudo errado para minha banda. Pé na taboa, a oportunidade
não se perdera. Ela entrou com jeito top model no assento dianteiro da kombi,
ao meu lado, mostrando logo a pontinha de sua calcinha branca que insinuava
toda gostosura protegida, enquanto eu me denunciava com o boticão de olho
naquela deliciosíssima fonte sob mil e uma peripécia comendo no centro do meu
cérebro enlouquecido com o cenário mais altissonante de todas as cenas
luxuriosas que se possam existir. Evidentemente que ela percebera a minha
fixação no seu tufo desejoso como se ali residisse todo segredo da botija de
seu corpo. E esse flagra surtiu efeito e ela parece que mais desleixava um
jeito para lá de conivente com a minha volúpia, gesticulando mais que sempre,
ajeitando o decote da blusa, apertando mais a minissaia já colada, minúscula e
rente a tudo que houvesse de maravilhoso no mundo. Ah. E sorria um riso largo
com tudo que eu inventasse dizer naquela hora para que eu me deliciasse com ela
cada vez mais linda e acessível, combinação perfeita. Mãos bobas, lábios
errantes cruzando o triz, perna roçando perna, tudo timidamente insinuando
entregas de carícias aqui e ali, descompromissados dos afazeres, ela indo e
vindo no turbilhão de ânsias, tudo se confundindo de vitalidade, luxúria e
estertor. No meio desse bombardeamento, respiramos molhando o íntimo de nossos
quereres enquanto uma cerveja apaziguava os queimores instantâneos na garganta,
ao passo que nos revelava efusivos, largados, despojados e eu levitando no
close da sua intimidade cada vez mais exposta para o meu regalo exploratório. Sei
que nos aboletamos nalgum lugar em uma das mesas mais afastada dali e ficamos
bebericando enquanto eu mergulhava no seu olhar e nadava nas ondas mais
movediças dos maremotos mais ruidosos. Eu viajava no som da sua fala como que
embalado pela ária mais etérea de encantamento humano. Eu bordejava pelas
curvas do seu rosto e me despencava na geografia do seu corpo como o cosmonauta
mais insone de todas as galáxias. Ao perceber todo meu encantamento, ela
passou-me as mãos pelos olhos e me disse: - Acorda! Tomei um susto. Evidente
que ela havia percebido que eu estava enfeitiçado. Não se fez de rogada,
trouxe-me seu copo à boca, bebi e senti-lhe a primeira ponta do sabor. -
Gostou? -, perguntou-me. - Adorei seu sabor. - Ah, é? Então ali os seus lábios enleavam a dança na
rotação do meus sentidos que se seguravam na translação iridescente da sua
nudez que suguei como quem apetece o mel de sua alma de abelha-mestra. E
percorri seus seios à beça com a minha boca sedenta que baldeou sua imensidão
despudoradamente com todas as carícias do meu ser rijo a transgredir sua saia e
correndo o risco de alcançar o interior da calcinha que vai escondendo a
diáfana gruta de veludo que me captava com bruscos movimentos de suas pernas
errantes e quadris indomáveis a me lambuzar com a vontade gigantesca do seu
prazer no que há de mais alvino e saboroso para o apetite nas encostas da
caverna mais deliciosamente abocanhada para me fartar domador de feras na rota
austral do encontro piaçabuçu de sua íntima rede potâmica, quando vou pistão
lubrificado pelo carter da sua cambota, imergindo na sua câmara de combustão
até o escape com toda força de tração para o apogeu de nossas almas
incendiadas. Ali nos agarramos um ao outro com beliscões ousados, mordiscantes
gestos, todos os puxavanques carinhosos de remexidos cambaleantes e
agarramentos famintos a nos esfregar na sacada do prédio, a nos desnudar na
penumbra do quarto e a nos curtir com a loucura do trânsito que é onda de mar
onde surfamos traquinos até que vençamos a última instância do nosso gozo
irrefreável a quedarmos vencidos um na premência do outro. O mundo rodou com a
nossa querência. Era bom demais para ser desastroso. Não conseguia largar de
mim nem dela naquela loucura de redemoinho delicioso. Éramos retirados dos
escombros ainda enlevados por tudo e levados para observação médica. Nosso olhar se cruzou e ela, delirantemente,
me sussurrou: - Não dá para perceber nada na vida além... - Não dá mesmo -,
concordei. A kombi fora dada com perda total. Nós dois incólumes do acidente
estávamos mais que levados pela luxúria da nossa entrega. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui.

SERVIÇO:
O que? Programa Domingo Romântico.
Quando? Neste domingo, 22 de setembro ,
a partir das 10hs.
Onde? Cidade FM
Apresentação
Meimei Corrêa.
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Terra:
Recital
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