sábado, setembro 07, 2013

ANNIE ERNAUX, IRIGARAY, BRAIDOTTI, LAURA MÉNDEZ DE CUENCA & LITERÓTICA


DOIS POEMETOS EM PROSA DE AMOR PRA ELA – I – PUXAVANQUE - Nua e linda, nuvem clara alva dada. Nem se repara, toda minha, lua deitada. Encolhidinha, alma rua tez exaltada. Já jóia rara, deusa flor carne almejada. Quase calada dou-me verso em homenagem. Vem da miragem e dá de bruços e espalmada. Feito a canção que sou do pulso em serenata. Quase tão grata vem sem fuso, fera indomada. Agoniada enquanto ferve a vacilada. Serve de graça, sem saída, encurralada. Dá por vencida e não retira até a gozada. II – TRAQUINAGEM – No mormaço de toda tarde eu fico agarrado no tempo volúvel de nossas mais acentuadas vontades. E mais quero porque tudo em nós arde além da conta. Não é para menos. É a hora da nossa rixa, quando a gente namora e sou seu carrapato e o  inquisidor que acolhe a presa no auto-da-fé de todos os seus sacrifícios imolados para minha real libação. E tudo começa quando ela chega secreta. Atacada até os olhos. Quando meu olhar vira a pá que escava a sua artificial superfície, logo revira os olhos, entreabre os lábios de quem deixa tudo correr e que está pronta para queimar nas funduras de todos os meus infernos. Incendiada, logo rasteja no meu tope, destamaínho com a sua língua de fora, faminta e diabólica, se arrastando feito uma lagartixa insone na minha vigília ardente dos meus quereres abalados. E mais se espicha pra suprir nossa mais tresloucada entrega. É a hora do vamos ver. Somos a caça um do outro, uma avença, um litígio. E, ao mesmo tempo, os caçadores: a presa e o predador, um no outro, dois em um. Vencemos e perdemos, cedemos e nos enfincamos. E é quando ela parte de cabeça, viro seu esgoto, o seu refrigério. E também revertério, tudo bem. Não vacilo e acerto seu Maceió e vou lá na sua Alagoas, ô que mina boa. E ela ronrona leoa, toda fulaninha travessa. Mas logo acende o facho e logo se faz de besoura com ronco sussuarana, toda invocada, cu-doce, que na hora agá é jumenta que arrebita o pau da venta toda não-me-toques, cheia dos fricotes, maior provocação. Ah, não, nada disso, sou eu maior que sua presunção. E com meio safanão, dou-lhe cabo dos pés no litoral, da cabeça em sertão, do seu corpo agreste, perseguindo sua mata, dá licença, e logo tão grata fica de quatro na dispensa. Paga promessa, não deixa por menos e apruma a conversa. Feliz por ser meu sanduíche, vixe! Minha ceia, meu pirão. E no beliche das horas aplico meus golpes. Ela mais me namora de comer o menu, de me fazer seu menir e se estirar nua mesa posta. Meto as catanas e ela é minha rapadura. E do jeito que ela gosta: o meu paladar na sua vulva endemoniada que vai da tarde até alvorada, até a gente se perder no meio da sua chave de pernas. Ah, gostosura eterna de ganhar e perder. Não soou o gongo, tudo longo na prorrogação de gozar até soluçar perturbada e eu encravado na espessura de seu orgasmo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aquiaqui.

 


DITOS & DESDITOS - Cada sexo tem uma relação com a loucura. Todo desejo tem uma relação com a loucura. Mas parece que um desejo foi tomado como sabedoria, moderação, verdade, deixando para o outro sexo o peso de uma loucura que não pode ser reconhecida ou acomodada. A natureza é universal que é compartilhada por todos, machos e fêmeas, homens e mulheres, e pode, portanto, ser útil na mediação entre todos. O mesmo não se aplica a mundos e culturas já construídos. Eles não são universais e nós compartilhamos coisas. Pensamento da filósofa e feminista belga Luce Irigaray. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: A humanidade é recriada como uma categoria reativa, limitada pela vulnerabilidade comum e pelo espectro da extinção, mas também atingida por velhas e novas epidemias, envolvida em novas guerras sem fim, afligida por campos de detenção e êxodo de refugiados. O capitalismo avançado e suas tecnologias biogenéticas geram uma forma perversa do pós-humano. O fundo de tal capitalismo consiste no cerceamento radical de toda intenção humana e animal, a partir do momento em que todas as espécies vivas são capturadas nas engrenagens da economia global. Complexidade é a palavra-chave, porque é evidente que uma única narrativa não é suficiente para dar conta da laicidade como projeto ainda não plenamente cumprido e das suas relações com o humanismo e a luta pela igualdade. Pensamento da filósofa italiana Rosi Braidotti.

 

SIMPLES PAIXÃO – […] Naturalmente não me envergonho de escrever estas coisas pelo tempo que separa o momento em que são escritas - quando só eu as posso ver - do momento em que serão lidas por outras pessoas, momento que sinto nunca comer. A essa altura, eu poderia ter sofrido um acidente ou morrido; uma guerra ou uma revolução poderia ter estourado. Esse atraso me permite escrever hoje, da mesma forma que costumava ficar um dia inteiro sob o sol escaldante aos dezesseis anos, ou fazer amor sem anticoncepcionais aos vinte: sem pensar nas consequências [...] Às vezes me pergunto se o propósito da minha escrita é descobrir se outras pessoas fizeram ou sentiram as mesmas coisas ou, se não, para que considerem a experiência dessas coisas como normal. Talvez eu também gostaria que eles vivessem essas mesmas emoções por sua vez, esquecendo que já leram sobre elas em algum lugar. [...] Desde o início, e durante todo o nosso relacionamento, tive o privilégio de saber o que todos descobrimos no final: o homem que amamos é um completo estranho. [...]. Trechos extraídos da obra Simple Passion (Seven Stories Press, 2003), da escritora francesa Annie Ernaux, autora de frases tais como: Existir é beber-se sem sede. Ela me ensina que o mundo foi feito para ser aproveitado e aproveitado, e que não há absolutamente nenhuma razão para se conter. Veja mais aqui e aqui.

 

ADEUS - Adeus: é necessário que eu deixe seu ninho; \ os pássaros do seu jardim, \ suas rosas em botão. \ Adeus: é preciso que o vento do esquecimento arrasta entre suas asas \ o lúgubre gemido que atira, ao separar meu pobre coração. \ Você já vê que é necessário; \ você vê que sorte separe nossas almas com um capuz fúnebre; \ Você vê que a dor de não te ver é infinita; \ vive sempre chorando a angústia de te perder, com a alma apaixonada diante de uma cruz. \ Depois de tantas alegrias e encantos plácidos, \ É a força que me leva para longe de sua casa abençoada. \ Você sabe o quanto eu sofro e quando penso nisso meu coração se parte de amor em excesso, \ e na minha dor suprema não consigo nem chorar. \ E eu vi em meus sonhos o anjo do destino mostrando-me uma estrela de amor na safira; \ embranquecendo as sombras do meu destino; \ de tuberosas e violetas regando meu caminho, \ e abrindo à minha existência a luz do futuro. \ Eu sonhei que em seus braços de felicidade trêmula, \ meus lábios recolheram suas lágrimas de amor; \ de tuberosas e violetas regando meu caminho e abrindo à minha existência a luz do futuro. \ Sonhei que em seus braços, de trêmula felicidade, meus lábios recolheram suas lágrimas de amor; \ que a tua era a minha alma, que a tua era a minha vida, \ doce impossível teu eterno adeus, fantasma quimérico a sombra da dor. \ Sonhei que no santuário onde a alma te adora, \ Sua boca era um ninho de amor para mim \ e no augusto altar da nossa santa calma mudou sorrindo minha palma sangrenta \ Para pássaros e flores e beijos para você. \ Como era belo o delírio da minha alma sonhadora! \ Que lindo o panorama levantado em minha ilusão! \ Um mundo de delícias para desfrutar hora após hora e entre crepes brancos \ e rajadas de madrugada berço do nosso filho como uma bênção. \ As flores da felicidade já rolam sem folhas. \ A taça do prazer já está quebrada. \ Em busca do empreendimento eles buscaram seus olhares \ do livro da minha vida as folhas ignoradas e a sombra de ontem surgiu diante de seus olhos.\ A noite da dúvida estende-se ao longe; \ A laje de um sepulcro foi aberta entre os dois. \ É hora de você enterrar sua esperança sob ela; \ que adore na morte a felicidade que se alcança, \ em nome deste poema de infortúnio. Adeus. Poema da escritora e feminista mexicana Laura Méndez de Cuenca (1853–1928).

 

DOIS POEMAS & DECLARAÇÕES DO AMOR LASCIVOSANTUÁRIO DE AMOR – A minha vida o sol que me esquenta, \ a luz que ilumina minha vida inteira,\ E já sinto meu tesouro inchado e ereto,\ procurando ansioso tua úmida fonte.\ Nada é importante naquele momento,\ porque ali vivo, desejo e me alucino,\ acaricio-te  fremente da cabeça aos pés\ E me ajoelho enquanto acaricio teu corpo\ tudo é vida nesse momento de êxtase,\ Nós dois juntos no extremo do prazer,\ eu penso que não mereço tanto,\ e me deito para viver contigo a paixão.\ E a paixão faz dessa cama um santuário\ sentindo em mim tuas mãos a penetrar-me\ com o imenso sentimento apaixonado,\ e sentindo o gozo em gemidos de prazer.\ Nada pode nos perturbar e só queremos,\ para sempre estarmos sempre juntos,\ vivendo essa paixão que nos transtorna\ E desejando sempre mais a todo instante I - E como ficarei trêmula de desejo para encarar seu pênis - “o que é meu”, amorosa e servil com todas minhas poses e versos, segurando-o como um tesouro microfone para recitar todos os meus arrebatados impulsos de paixão, segurando-o pertinho dos meus lábios e chupá-lo, lambê-lo sorvendo o sêmen apaziguador. E estarei sempre servindo-me deliciosamente a todos os seus caprichos mais que vingadores. Chego a sentir a fúria que extrapola meus mais incríveis desejos. Ah, você me ajeitando do jeito que você quer para me devassar aos mínimos detalhes nas fendas mais escondidas do meu corpo e a entrega total. O pênis - “que é meu “ babento, jorrando em minha boca, Suas mãos na minha “bundinha” e devassando literal, mas carinhosamente o meu ânus. E eu já transformada pela paixão, desarvorada como sua putinha para me entregar o mais profundo de tudo que existe em mim. Sua língua degustando minha vagina e me enlouquecendo e seu pênis cada vez mais inchado, quase explodindo. E você em mim entre orgasmos e gozos sempre mais intensos, só para você, em carne viva. E nós dois mutuamente experimentando o mais alto grau de volúpia incendiando nossos corpos unidos e integrados num só. Eu toda, todinha para você em carne viva. Ah como eu desejo você! - FARTURA DO PRAZER - Minha língua viaja em tua boca,\ Sedenta, apaixonada e sensual,\ Encontra o céu a esperá-la,\ E retrocede para tocar teus lábios.\ Sensação mesclada de doçura acre,\ a se espalhar em sensações agudas,\ Encontra na fonte dos desejos,\ Enseada úmida a te mitigar a sede.\ Percorre teu corpo eriçado e ansioso,\ Em arrepios de convulsões deleitosas,\ Agonia que te convulsiona em gemidos,\ E procura o tesouro ternamente acalmar.\ Tudo esquecido menos o penetrante gozo,\ A espalhar líquido curativo e salutar,\ Fruto da paixão e da fúria no encanto perene,\ E a paz calmante na fartura do prazer. II - E adoro ser para você a deusa das deusas, rainha mais poderosa que todas as rainhas, porque é sua e toda sua santa que se torna pecadora por você e para você, adorei demais. E principalmente a putinha mais linda e maravilhosa que espera ardentemente “o que é meu” entre minhas coxas e você chegando vibrante com seu cajado viril. Isso mais do que adorei. E quero ser violentada, estuprada, agarrada, subjugada e me tornar mais puta que todas para ter “o que é meu” devassando todas as partes do meu corpo, chegando na minha “bundinha” e servindo você como meu rei, senhor, deus e dono absoluto de mim. Ah, meu amor você não imagina como quero tudo isso e para sempre, de manhã, de tarde, de noite, de madrugada e o dia inteiro indefinidamente. E beijá-lo todinho, lambê-lo dos pés à cabeça. E quero te amar tanto e sempre e muito, muito até desmaiar de tanto gozar e sorver o líquido do paraíso, o sêmen que adoro sentir o gosto como se fosse o maná do céu. Tudo seu em mim. Tudo meu em você. E tudo em carne viva. Estou fazendo esta declaração de amor porque você é verdadeiramente tudo em minha vida. E só quero você! Só e exclusivamente você. Quero que saiba disso. Penso o tempo todo em você. O tempo todo! Amo e quero você demais! Poemas e textos da escritora Vânia Moreira Diniz. Veja mais aqui.

 

PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 8 de setembro  traz as comemorações com muitas atrações, confira: Chico Anysio, Robertinho do Recife, Waldir Azevedo, Spok Frevo, Juca Chaves, Edu Lobo, Lenine, Geraldo Vandré, Ney Latorraca, Adriana Calcanhoto, MPB-4, Joyce & Chico Buarque, João Gilberto & Caetano & Gil, Djavan, Milton Nascimento, Ivan Lins, Gal Costa, Leila Pinheiro, Maria Rita, Daniela Mercury, Fafá de Belém. Legião Urbana, Zé Ramalho, Rappa, Titãs, Chico Pedrosa, Jussanam, Aline Calixto, Mauricio Ricardo, Karyme Hass, Consiglia Latorre, Monique Kessous, Rogeria Holtz & Zeca Baleiro, Jucimar Siqueira Mazinho, Ricardo Machado, Tirso Florence de Biasi, Rose Garcia, Roberta Sá, Cantor Pitanga, Jorge Medeiros & muito mais! Participe, comente, curta online & abrilhante a nossa festa neste 8 de setembro, na programação da Cidade FM 87,9, a partir das 10hs. Não deixe de participar para concorrer a diversos prêmios: CDs, DVDs, livros & um tablet. Confira o programa e concorra a prêmios. Veja mais aqui.


SERVIÇO:
O que? Programa Domingo Romântico.
Quando? Neste domingo, 8 de setembro, a partir das 10hs.
Onde? Cidade FM 
Apresentação Meimei Corrêa.

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