PROMOÇÃO BRINCARTE DO
NITOLINO – O projeto Brincarte do Nitolino está efetuando
uma promoção com objetivo de viabilizar pauta de realizações que vão desde
lançamentos de livros, de cds/dvds, como também de apresentação de espetáculos
teatrais. Em uma parceria entre as Edições Nascente e o Projeto MCLAM, o
projeto visa corroborar a venda dos livros já publicados para a realização dos
novos projetos. Essa promoção consiste na disponibilização dos livros infantis Nitolino no Reino Encantado de Todas as
Coisas, O lobisomem zonzo, Turma do Brincarte e Frevo Brincarte, além do brinde do folheto
de cordel Tataritaritatá, por um
preço abaixo da tabela. Participe e confira aqui.
Imagem: Standing Nude, do pintor, escultor, gravurista e artista gráfico surrealista catalão Joan Miró (1893-1983). Veja mais aqui.
Curtindo La sacre du printemps, do compositor e maestro Igor Stravinski (1882-1971) com o coreógrafo alemão Uwe Scholz (1958-2004) & Leipzig Balé, Gewandhaus Orchestra Leipzig, conducting Henrik Schaefer, pianos Wolfgang Manz & Rolf Plagge.
O EU & O MARTÍRIO DO
ARTISTA: VERSOS DE AMOR E O LUPANAR
– O poeta, advogado e professor paraibano do movimento pré-modernista da
literatura brasileira, Augusto dos Anjos
(1884-1914), publicou o seu primeiro livro Eu
(1912), produto, segundo Assis Brasil (Dicionário
Prático de Literatura Brasileira, 1979), do seu pessimismo e da posição
estética contraditória do poeta, com utilização de linguagem grandiloquente
para dizer de sua desilusão do mundo e introduzindo uma terminologia
paracientífica e filosofante, usando a técnica do Parnasianismo e do
Simbolismo, então vigentes. De sua obra destaco primeiro o soneto O martírio do
artista: Arte ingrata! E conquanto, em
desalento, / a órbita elipsoidal dos olhos lhe arda, / busca exteriorizar o
pensamento / que eu suas fronetais células guarda! / Tarda-lhe a ideia! A
inspiração lhe tarda! / E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento, / como o
soldado que rasgou a farda / no desespero do último momento! / Tenta chorar, e
os olhos sente enxutos!... / É como paralitico que, à mingua / da própria voz,
e, na, que ardente o lavra, / febre de, em vão, falar, com os dedos brutos /
para falar, puxa e repuxa a língua, / e não lhe à boca uma palavra! Também
destaco Versos de amor: Parece muito doce
aquela cana. / Descasco-a, provo-a, chupo-a... ilusão treda! / O amor, poeta, é
como a cana azeda, / A toda a boca que o não prova engana. / Quis saber que era
o amor, por experiência, / E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo, / Pudera
eu ter, eu que idolatro o estudo, / Todas as ciências menos esta ciência! / Certo,
este o amor não é que, em ânsias, amo / Mas certo, o egoísta amor este é que
acinte / Amas, oposto a mim. Por conseguinte / Chamas amor aquilo que eu não
chamo. / Oposto ideal ao meu ideal conservas. / Diverso é, pois, o ponto outro
de vista / Consoante o qual, observo o amor, do egoísta / Modo de ver,
consoante o qual, o observas. / Porque o amor, tal como eu o estou amando, / É
espírito, é éter, é substância fluida, / É assim como o ar que a gente pega e
cuida, / Cuida, entretanto, não o estar pegando! / É a transubstanciação de
instintos rudes, / Imponderabilíssima e impalpável, / Que anda acima da carne
miserável / Como anda a garça acima dos açudes! / Para reproduzir tal
sentimento / Daqui por diante, atenta a orelha cauta, / Como Marsias — o
inventor da flauta — / Vou inventar também outro instrumento! / Mas de tal arte
e espécie tal fazê-lo / Ambiciono, que o idioma em que te eu falo / Possam
todas as línguas decliná-lo / Possam todos os homens compreendê-lo! / Para que,
enfim, chegando à última calma / Meu podre coração roto não role, / Integralmente
desfibrado e mole, / Como um saco vazio dentro d’alma! Por fim, destaco O
lupanar: Ah! Por que monstruosíssimo
motivo / Prenderam para sempre, nesta rede, / Dentro do ângulo diedro da
parede, / A alma do homem polígamo e lascivo? / Este lugar, moços do mundo,
vêde: / É o grande bebedouro coletivo, / Onde os bandalhos, como um gado vivo,
/ Todas as noites, vêm matar a sede! / É o afrodístico leito do hetairismo, / A
antecâmara lúbrica do abismo, / Em que é mister que o gênero humano entre, /
Quando a promiscuidade aterradora / Matar a última força geradora / E comer o
último óvulo do ventre! Veja mais aqui e aqui.
O CALOR DAS COISAS – O livro O calor das coisas (Record, 1997), da premiadíssima escritora e
imortal da Academia Brasileira de Letras, Nélida
Piñon, reúne treze contos que excepcionalmente magistrais. O livro começa
com o conto Jardim das Oliveiras, depois As quatro penas brancas, O ilustre
Menezes, Finisterre, Tarzan e Beijinho, O revólver da paixão, Coração de ouro,
O sorvete é um palácio, Disse um campônio à sua amada, A sereia Ulisses – no
qual destaco: O amor para mim nunca ultrapassou uma estação; o Calor das coisas, e A sombra da caça. Da
obra destaco o conto I love my husband: [...] O que mais quer, mulher, não lhe basta termos
casado em comunhão de bens? E dizendo que eu era parte do seu futuro, que só
ele porém tinha o direito de construir, percebi que a generosidade do homem
habilitava-me a ser apenas dona de um passado com regras ditadas no convívio
comum. Comecei a ambicionar que maravilha não seria viver apenas no passado,
antes que este tempo pretérito nos tenha sido ditado pelo homem que dizemos
amar. Ele aplaudiu o meu projeto. Dentro de casa, no forno que era o lar, seria
fácil alimentar o passado com ervas e mingau de aveia, para que ele, tranquilo,
gerisse o futuro. Decididamente, não podia ele preocupar-se com a matriz do meu
ventre, que devia pertencer-lhe de modo a não precisar cheirar o meu sexo para
descobrir quem mais, além dele, ali estivera, batera-lhe à porta, arranhara
suas paredes com inscrições e datas. Filho meu tem que ser só meu, confessou
aos amigos no sábado do mês que recebíamos. E mulher tem que ser só minha e nem
mesmo dela. A ideia de que eu não podia pertencer-me, tocar no meu sexo para
expurgar-lhe os excessos, provocou-me o primeiro sobressalto na fantasia do
passado em que até então estivera imersa. Então o homem, além de me haver
naufragado no passado, quando se sentia livre para viver a vida a que ele
apenas tinha acesso, precisava também atar minhas mãos, para minhas mãos não
sentirem a doçura da própria pele, pois talvez esta doçura me ditasse em voz
baixa que havia outras peles igualmente doces e privadas, cobertas de pêlo
felpudo, e com a ajuda da língua podia lamber-se o seu sal? Olhei meus dedos
revoltada com as unhas longas pintadas de roxo. Unhas de tigre que reforçavam a
minha identidade, grunhiam quanto à verdade do meu sexo. Alisei meu corpo,
pensei, acaso sou mulher unicamente pelas garras longas e por revesti-las de
ouro, prata, o ímpeto do sangue de um animal abatido no bosque? Ou porque o
homem adorna-me de modo a que quando tire estas tintas de guerreira do rosto
surpreende-se com uma face que lhe é estranha, que ele cobriu de mistério para
não me ter inteira? De repente, o espelho pareceu-me o símbolo de uma derrota
que o homem trazia para casa e tornava-me bonita. Não é verdade que te amo,
marido? Perguntei-lhe enquanto lia os jornais, para instruir-se, e eu varria as
letras de imprensa cuspidas no chão logo após ele assimilar a notícia. Pediu, deixe-me
progredir, mulher. Como quer que eu fale de amor quando se discutem as
alternativas econômicas de um país em que os homens para sustentarem as
mulheres precisam desdobrar um trabalho de escravo. [...]. Veja
mais aqui.
O ANTITEATRO – O escritor, patafísico e dramaturgo
francês de origem romena, Eugène Ionesco
(1909-1994), um dos grandes nomes do Teatro do Absurdo, desenvolveu a teoria do
Antiteatro - a insólita e iconoclasta análise da tragicidade da linguagem, com
textos que expressam uma crise da consciência do pós-guerras mundiais com
processos experimentais do Dada e do Surrealismo. Aborda temas como o da
incomunicabilidade, o medo da morte, o estrangulamento que as normas sociais
impõem ao homem da atualidade num mundo caótico. Sobre a linguagem teatral
(Estética teatral – Lisboa, 1980), o autor assinala que: [...] Quando se diz que o teatro deve ser apenas
social não se trata na realidade de um teatro político e, certamente, num
determinado ou noutro sentido. Ser social é uma coisa; se socialista ou
marxista ou fascista é outra – é a expressão de uma tomada de consciência
insuficiente; [...] Depois, pode
ser-se social apesar de se querer ou não sê-lo, pois que todos nós, todos,
somos como que possuídos como que por uma espécie de complexo histórico e
pertencemos a um certo momento da história – que, todavia, está longe de nos
absorver inteiramente e que, pelo contrário, não exprime nem contém senão a
parte menos essencial de nós próprios. Falei sobretudo de uma certa técnica, da
linguagem teatral, a linguagem que lhe é própria. A matéria, ou os temas
sociais, podem muito constituir, dentro desta linguagem, assuntos e temas de
teatro. Talvez se seja objetivo por força da subjetividade. O particular
junta-se à generalidade e a sociedade é evidentemente um dado objetivo:
todavia, eu vejo o social, isto é, a expressão histórica do tempo a que
pertencemos, e não seria através da linguagem (e toda linguagem é também
histórica naturalmente circunscrita no seu tempo, é indissociável) que eu vejo
esta expressão histórica naturalmente implicada na obra de arte, quer se queira
quer não se queira, consciente ou não, mas mais viva, mais espontânea, do que
deliberada ou ideológica. Aliás, o temporal não vai contra o temporal e o
universal; pelo contrário, submete-se-lhe. Veja mais aqui.
PAPEL NO VARAL – O projeto Papel no Varal é realizado pelo Instituto Lumeeiro e com curadoria
do poeta e professor universitário Ricardo Cabús, desde 2009, levando a poesia
ao grande público. Num varal de sisal, 100 poemas de autores de todos os tempos
e de todos os cantos são dispostos para que as pessoas escolham e leiam. Este
ano o projeto está comemorando seis anos com uma festa para lá de
extraordinária: comemorar seis anos de poesia pendurada no sisal no próximo dia
29, quarta-feira, no Orákulo Chopperia, em Maceió. Serviço 6°
Aniversário do Papel no Varal Data: 29 de abril, quarta-feira. Horário: 20h
Local: Orákulo Chopperia Ingressos gratuitos antecipados: Farmácias Ao
Pharmacêutico Apresentação e curadoria: Ricardo Cabús Participações musicais:
Músicos que fazem parte da história do Papel no Varal Classificação etária: 14
anos Promoção: Instituto Lumeeiro Informações: (82) 8135-5920 / (82) 8135-5990 contato@lumeeiro.org Veja mais aqui.
EMOÇÕES: MOVIMENTO &
MANIA DE POESIA – A
escritora e advogada Suely Ribella é
autora dos livros Meus Caminhos (2012), Encantos (2012), Outros sonhos (2013),
Sentidos (2013) e Quase Nada (2014), todos publicados pela Editora Delicatta.
Ela edita o blog Emoções, reúne seu trabalho literário no Recanto das Letras e
participa Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande (RJ) e é
presidente da Academia de Letras do Brasil (ALB/Santos), entre participações.
Da sua lavra destaco o poema Louca, eu?: Se
me interessa, de cega me faço, / o sofrimento é uma opção de vida, / se for
preciso, ensurdeço também, / me chamem louca, chamo-me feliz. / Sobram motivos
se eu quiser sofrer, / quero enxergar o lado bom da vida, / eu quero rir,
brincar, dizer tolices, / me chamem louca, chamo-me feliz. / Namoro a vida e
quando ela me trai, / brigo depressa, logo ela me entende, / faço o que quero,
sou dona de mim. / Ninguém no mundo tem autoridade / pra me dizer o que é
errado ou certo, / me chamem louca, chamo-me feliz. Também o seu poema
Movimento: Todo dia, / toda noite, / dia
e noite, / noite e dia, / tempo leve, / tempo breve / é o tempo / com você. /
Todo dia, / toda noite, / dia e noite, / noite e dia, / tempo denso, / tempo
imenso / é o tempo / sem você. Por fim, o seu Mania de Poesia: Eu rimo contigo. / Tu rimas comigo. / A
métrica se ajeita. / O ritmo é sensual. / A poesia é perfeita. Veja mais
aqui.
FRANCES – O drama estadunidense Frances (1982), dirigido por Graeme
Clifford, roteiro de Nicholas Kazan e música de John Barry, é baseado na vida
da atriz Frances Farmer (1913-1970), que tem uma vida conturbada por suas
posições tidas como comunista e seus desentendimentos com executivos de
Hollywood, que a leva ao internamento num hospital psiquiátrico. Destaque para
a premiada atriz Jessica Lange no
papel principal da película. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz estadunidense Frances Farmer (1913-1970)
Veja mais sobre:
A vida, a terra, o homem & a bioética, Grande sertão: veredas, de João
Guimarães Rosa, A condição humana de Hannah Arendt, A cronologia pernambucana
de Nelson Barbalho, Pau-Brasil de Oswald de Andrade, a poesia de Patativa de Assaré, a música de Elomar Figueira de
Mello, a pintura de Fernand Khnopff, Shere Crossman
& Antonio Cláudio Mass aqui.
E mais:
O sol nasce paratodos aqui.
A lição de casa amanhecer, A lenda da origem do Solimões, a
escultura de Lorenzo Quinn, a música de Anne Schneider, a arte de Alice Soares,
O lobisomem zonzo & Edla Fonseca aqui.
Brincarte do Nitolino, Hino ao Sol de Akhenaton, O fundador de
Nélida Piñon, a música de Kitaro, Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade,
Medeia de Eurípedes, Belfagor: O arquidiabo de Nicolau Maquiavel, a poesia de
Percy Bysse Shelley, O dicionário do Aurélio, o cinema de François Truffaut, a
pintura de Otto Lingner & Nina Kozoriz aqui.
Alvoradinha, o curumim caeté, a literatura de Lygia Fagundes Telles, a poesia de Manuel
Bandeira, o teatro de Qorpo Santo, Psicologia social: infância, imagem e
literatura, a pintura de Fernando Botero, a arte de Marilyn Monroe & Ashley
Judd, Jayne Mansfield, a música de Roberto Carlos & O sabor da fonte de
todos os gozos aqui.
Se um dia o sonho da vez, Expressões enganadoras de Gilbert Ryle,
a poesia de Elizabeth Bishop, Os nascimentos de Eduardo Galeano, a música de
Dandara & Paulo Monarco, a pintura de Carla Shwab & Lavinia Fontana, a
arte de Rosa Esteves & W. G. Collingwood aqui.
A vida se desvela nos meus olhos fechados, Ensaios filosóficos de John Langshaw
Austin, a literatura de Dostoiévski & Georg Eliot, a música de Mísia, a
fotografia de Edward Weston, Rico Lins & Krzyzanowski
Art, a arte de Top Thumvanit & Stephanie Sarley
aqui.
Carta de amor, Espécies naturais de Willard Van Orman
Quine, Madre Teresa de Calcutá, a música de Dori Caymmi, a literatura de Alicia Dujovne Ortiz, a arte de Henry Monnier &
Tanja Ostojić, a fotografia de João Roberto Riper & Luciah Lopez aqui.
A fome e a laranjeira, Princípios da filosofia do direito de
Hegel, O espírito de Romain Rolland, O diário de Frida
Kahlo, a música de Bach & Janine Jansen, a fotografia de Sebastião
Salgado, a xilogravura de Fernando Saiki, a arte de David
Padworny & Tempo de amar de Genésio
Cavalcanti aqui.
Papo de Fabos, Escarafunchando Friederich Perls, O
castelo de Franz Kafka, a literatura de Machado de Assis, a música do Discantus, a pintura de Renato Guttuso & Luba
Lukova, a arte de Carmela Gross & Paulo Ito aqui.
Barulho da miséria, Escritos lógico-linguisticos de Peter
Strawson, a literatura de Baronne de Staal & Mary Shelley, a música de
Shania Twain, a escultura de Ben Weily, a pintura de Anna
Miarczynska, o grafite de Magrão Bz, a arte de Fabio de Brito & a
poesia de Livia De La Rosa aqui.
Repente qualquer jeito para ver como é
que fica, A servidão
humana de Baruch de Espinoza, A tecnologia na arte de Edmond Couchot, A vida
antes do homemd e Margaret Atwood, a música de Jackson do Pandeiro, a escultura
de Antonio Corradini, a fotografia de Nikolai Endegor, a arte de Victoria Selbach & Leonel Mattos aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Art by Ísis Nefelibata
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.