O FECAMEPA DE LUIZ ALBERTO MACHADO, POR MARISTHER MOURA VASCONCELLOS* - Estudar a origem da sociedade brasileira, leva a remontar uma série de estudos já realizados por historiadores brasileiros, portugueses, holandeses, franceses, espanhóis e ingleses, devendo-se considerar todas as narrativas encontradas de cunho histórico, literário e de pesquisa realizadas sobre esse universo temático.
Recentemente foi encontrada uma série de artigos, resenhas e livros publicados pelo escritor, poeta, compositor musical e pesquisador pernambucano, Luiz Alberto Machado, fruto de uma laboriosa pesquisa realizada durante 25 anos, envolvendo uma extensa bibliografia com milhares de referências acerca do universo de Pernambuco antes e depois da colonização portuguesa em 1500. Os estudos começaram a partir do inicio da década de 80, quando o autor passou a realizar pesquisas em bibliotecas, arquivos públicos, fundações e entidades de pesquisa de Pernambuco e Alagoas, bem como acervos de bibliotecas de outros estados, com o objetivo de levantar, histórica e literariamente, como se deu o processo da intervenção portuguesa, espanhola, francesa, alemã e holandesa nas terras de Pernambuco durante o século XV-XVI, quando se deu a ocorrência das grandes navegações européias pelo Atlântico. Nesse contexto, o autor atenta para o fato de que o nome Brasil existe há milênios, notadamente entre os hebreus quando o termo assumia o sentido de paraíso terrestre. Para chegar a isto, o autor discorre sobre os estudos de lingüistas, etimologistas, bibliográfos, pesquisadores e historiadores que assinalam sentidos e raízes diversas para o termo, incluindo-se o de nossa herança primitiva: ameríndia. No caso, tupi-guarani. Tal condução tem articulação nos textos da série Fecamepa, onde o autor faz uma bem humorada narrativa acerca dos primórdios antes da invasão portuguesa até o século XX brasileiros, refletindo de que forma as várias nomeações brasileiras, primeiro Pindorama dada pelos nativos, e as outras nomeações Ilha de Santa Cruz e Terra de Vera Cruz redundaram na nomeação de Brasil, explicitando casos como o da sentença religiosa de que abaixo do Equador não existia pecado, como da ilha Hy-Breazil imaginária no Atlântico fundada pelos irlandeses místicos, e de como a idéia de Eldorado, Éden terrestre e Paraíso já existiam desde milênio anteriores. Tais nomeações são também indicadas no livro infantil Alvoradinha – calango verde do mato bom, quando o autor narra a viagem espacial, geográfica, histórica, lendária e econômica do cururim caeté sobre a região hoje compreendida pelos estados de Pernambuco e Alagoas, onde este curumin chama aa localidades pelos nomes dados pelos primitivos aborigenes. Observa-se com isso, a preocupação do escritor em delinear uma plataforma que implique num contexto de identidade, acompanhando o processo civilizatório que se estabeleceu antes e depois da invasão portuguesa e do tráfico dos negros africanos escravizados. Com isso, o autor vai observando como se deu o processo de miscigenação, observando a questão comportamental de mamelucos, cafuzos e outros mestiços, todos submetidos ao mando branco, inferiorizados e de forma contumaz estigmatizados ao longo dos séculos de colonização e formatação do processo de independência e autonomia cidadão brasileira. Nos textos observa-se de que forma tal processo ocorrido no século XVI marca de forma profundamente as questões da contemporaneidade brasileira, ajudando a efetuar uma interpretação da atualidade do Brasil pela minudência dos fatos ocorridos naquela época, chegando-se à significativa conclusão da influência ainda hoje existente no processo de transformação atual brasileira, tendo em vista que a sociedade em sua grande maioria se comporta ainda da mesma forma como o da época do principio da colonização, apesar dos avanços ocorridos. Luiz Alberto Machado traz de forma simples, bem humorada quando rebusca termos e condições hiperbólicas dos acontecimentos reais, erudita quando empunha uma vasta bibliografia com detalhamento de fatos e minudências de estudos e interpretações, bem como de forma cristalina quando confronta o séc. XVI com os comportamentos do séc. XXI no Brasil.
REFERÊNCIAS
MACHADO, Luiz Alberto. Alvoradinha: calango verde do mato bom. Maceió: Nascente, 2001.
_____. Fecamepa: uma espiadela aprumada no século XVI. Ultra Portal e TV. Edição 01/09/2006. (Consult, 29 de maio de 2008). Dipsonivel em http://www.ultraportal.com.br/modules/news/article.php?storyid=759.
_____. Por que Brasil, hem? In: MAIA-GUEDES, Clarisse, org. – Guardados e contextos. Rio de Janeiro: Guarajás, 2005.
* MARISTHER MOURA VASCONCELLOS é funcionária pública federal exercendo a função de arquivista na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), graduada em História pela UFS, especialista em Arquivologia pela UFBA e em História do Brasil pela Ufal, e mestranda em Gestão de Empresas pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL).
DITOS & DESDITOS – Não
nos perguntamos qual o propósito últil dos pássaros cantarem, pois o canto é
seu praer, uma vez que foram criados para cantar. Similarmente, não devemos perguntar
por que a mente humana se inquieta com a extensão dos segredos dos céus... a
diversidade dos fenômenos da natureza é tão vasta e os tesouros escondidos nos
céus tão ricos, precisamente para que a mente humana nunca tenha falta de
alimento. Pensamento do matemático e astrônomo Johannes Kepler (1571-1630). Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU - [...] A vida das formas não tem outra finalidade que não ela mesma e sua
renovação. A forma pode-se tornar formula e cânone, isto é, pausa brusca, tipo
exemplar, mas ela é, em primeiro lugar, uma vida móvel em um mundo mutável. As
metamofoses recomeçam infindavelmente. É o principio dos estilos que tende a
coordená-las e a estabilizá-las. [...]. Extraído da obra Vida das formas (Zahar, 1983), do
historiador e teórico francês Henri Focillon (1881-1943). Veja mais
aqui.
SER HUMANO – [...] O ser humano é um atributo de distinção do
hmem em relação ao universo. O homem descobre o homem ao acenar um redondo não
à natureza, partido para o caminho em busca de si mesmo. Oprocesso da afirmação
do ser no mundo acaba por gerar conhecimento e poder. O homem reinventa o
universo, e a história é a medida de sua invenção. [...] Trecho extraído da
obra O desenho da figura humana (Scopione, 2003), da pintora, desenhista,
designer gráfico e escritora Edith
Derdyk.
UM POEMA - Na
primeira noite / eles se aproximam / e colhem uma flor do nosso jardim / e nós
não dizemos nada / Na segunda noite / eles já não se escondem / pisam as
flores, matam nosso cão / e não dizemos nada / Até que um dia / o mais frágil
deles / entra sozinho em nossa casa, / rouba-nos a lua e, / conhecendo nosso medo, / Arranca-nos a voz
da garganta / E, porque não dissemos nada, / Já não podemos dizer nada. Poema do poeta,
dramaturgo e teórico russo Vladimir Maiakovski (1893-1930). Veja mais
aqui.
PSICOLOGIA ESCOLAR – O livro Psicologia escolar: em busca de novos rumos (Casa
do Psicólogo, 2004), organizado por Adriana Marcondes Machado e Marilene Proença,
aborda temas como a queixa escolar e o predomínio de uma visão de mundo, as
crianças excluídas da escola: um alerta para a psicologia, o que toca à
Psicologia Escolar, crianças portadoras de queixa escolar, reflexões sobre o
atendimento psicológico, intervenção psicológica em creche e pré-escola,
professora desesperada, pré-escola terapêutica, grupos de crianças com queixa
escolar, compreensão do fracasso escolar no Brasil, para além dos muros da
escola, as repercussões do fracasso escolar na vida de crianças reprovadas,
mães contemporâneas e a orientação dos filhos para a escola, entre outros
assuntos. Veja mais aqui e aqui.
A FAMÍLIA
MUTANTE – O livro A família mutante: sociologia e direito comparado – inclusive o novo
Código Civil brasileiro (Renovar, 2005), do magistrado e professor Semy
Glanz, aborda sobre mudanças na família, conceitos e espécies, teorias
sociológicas da família, novos enfoques sociológicos, família e globalização,
antigas e novas teorias jurídicas e afins, estudo das causas, a família nas
constituições, novas classificações de família, a Europa ocidental e oriental,
Ásia e Austrália, África, família nas Américas, igualdade dos sexos no Brasil,
novo Código Civil, a união estável e o direito comparado, uniões e parcerias
registradas, uniões e pactos no Brasil, casamento ou matrimonio, requisitos,
impedimentos e vícios do casamento, direitos da criança, igualdade dos filhos e
adoção, dissolução da sociedade, parentesco e filiação, poder-dever parental ou
poder familiar, regime patrimonial do casal, bem de família, alimentos, tutela
e curatela, entre outros assuntos. Veja mais aqui, aqui e aqui.
ELEMENTOS DA SONHOTERAPIA – O livro Elementos da sonhoterapia (Ediouro,
1993), do psicólogo Strephon Kaplan-Williams, aborda temas como a jornada do
sonho, os elementos básicos da sonhotearpia, o ego do sonho, sonhos e
relacionamento, sonhos e cura, os principais métodos e níveis da sonhoterapia,
entre outros assuntos.
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a ruivinha sardenta, Yann Martel, Philippe Blasband, Cristina Braga, Tom
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de Cordel: História da princesa da Pedra Fina, de João Martins de Athayde aqui.
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