O JACARÉ E A PRINCESA – Era uma vez uma moça linda que
ambicionava se tornar princesa. Para tanto, ela tinha que domar um jacaré
terrível que aterrorizava a população. Ela se dispôs a esse propósito e faz com
que uma história de desafios e possibilidades possam realizar sonhos, anseios e
desejos. Confira aqui. LEMBRETE:
Hoje é dia de reprise do programa Brincarte
do Nitolino pras crianças de todas as idades. Horário das reprises: 10hs e
15hs, no projeto MCLAM, com apresentação de Ísis Corrêa Naves. Para conferir
online é só clicar aqui ou aqui.
Imagem: Reclining Nude (female back), do pintor francês Paul Sieffert (1874-1957)
Ouvindo Violinkonzerte nº13 - Concertos pour violons Festival Orchestra (EMI, 1990), do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), com o violinista e maestro estadunidense de origem britânica-suíça Yehudi Menuhin (1916-199)
CATXERÊ, A MULHER ESTRELA (Imagem: ilustração de J. Lanzelotti)– Esta
é a estória de Catxerê, a mulher estrela, que desceu do céu, dormiu com o índio
e ensinou os Craó a plantar e preparar o milho, batata, inhame, mandioca e
amendoim. Foi assim: o último rapaz solteiro da tribo dormia sozinho, sobre a
sua esteira, no pátio da aldeia. Uma estrela o viu lá de cima, e, condoída,
resolveu casar com ele. Para isso, transformou-se num sapo e, pula que pula,
trepou no seu peito. O dorminhoco acordou assustado e, com um tapa, atirou-o no
chão. Mas o sapo virou formosa mulher e dormiu com o jovem. De manhã, a
cunhantã diminuiu de tamanho, ficou assinzinha, e pediu ao noivo que a
guardasse no porongo que estava pendurado no fumeiro. Durante o dia, o índio
tirou o porongo do lugar, destampou-o e sorriu para a moça que lá estava
encerrada. Depois, tampou-o, amarrou a tampa e pendurou-o de novo no fumeiro.
Quando saiu para caçar, recomendou que ninguém mexesse naquilo, mas a irmã
dele, cheia de curiosidade, abriu-o e descobriu lá dentro a minúscula mulher.
Ao voltar, examinou o nó tradicional da sua tribo e compreendeu que alguém
havia violado o seu segredo. Zangado, declarou que viveria com Catxerê, como
marido e mulher. – Não vou dormir mais no pátio, como os solteiros! A irmã
arrumou as suas camas dentro da casa. De noite, ele tirou a moça da cumbuca e
Catxerê cresceu, tornando-se alta e bonita. De manhã, foram banhar-se juntos no
rio, e ela viu uma árvore grande, cheia de espigas, que os periquitos bicavam.
Catxerê ensinou aos Craó como se planta, colhe e prepara o milho, assim como a
mandioca, o inhame e o amendoim, que até então não eram conhecidos, pois os
indígenas alimentavam-se de pau puba. Mandou o rapaz fazer uma roça. Ensinou-o
a derrubar com o facão, a carpir, a plantar. Depois, disse: - Agora, vou ao
céu, onde vivem meus parentes, a fim de trazer mudas de batata, inhame,
mandioca e amendoim, para plantar na roça. Logo depois voltou; a roça foi
plantada e os índios adotaram para sempre as plantas ali cultivadas. Uma noite,
porém, quando o rapaz andar a caçar, apareceram em sua casa cinco homens que, sabendo
da sua ausência, violentaram a mulher-estrela. Depois, foram dormir. Ela
aproveitou o sono e cuspiu na boca de todos eles, um por um, matando-os. Os
Craós ligam grande importância a mágica do cuspo. Quando o marido voltou,
contou-lhe tudo e subiu para o céu. E nunca mais voltou. (Recolhido de
SHULTZ, Harald. Lendas dos índios Craó. Revista do Museu Paulista, Nova Série,
Vol. IV, pp. 83-86, São Paulo, 1950). Veja mais aqui.
FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES – A
obra Fundamentação da metafísica dos costumes (1785, 70LDA, 2007), do filósofo
alemão Immanuel Kant (1724-1804),
aborda com profundidade o problema do imperativo
moral, irredutível a qualquer outro fundamento anterior, trazendo da primeira
parte a transição do conhecimento moral da razão para o conhecimento
filosófico. Na segunda parte aborda a transição da filosofia moral popular para
a metafísica dos costumes e, na terceira e última seção, transição da
metafisica dos costumes para a crítica da razão prática. Da obra destaco o
trecho a seguir: [...] O uso especulativo da razão, com respeito à natureza,
conduz à absoluta necessidade de qualquer causa suprema do mundo; o uso prático
da razão, com respeito à liberdade, conduz também a uma necessidade absoluta,
mas somente das leis das ações de um ser racional como tal. Ora, é um princípio
essencial de todo o uso da nossa razão levar o seu conhecimento até à consciência da sua necessidade (pois sem. ela
não seria nunca conhecimento da razão). Mas também é uma limitação igualmente
essencial da mesma razão não poder ela conhecer a necessidade nem do que existe
ou acontece, nem do que deve acontecer, sem pôr uma condição sob a qual isso
existe ou acontece ou deve acontecer. Desta sorte, porém, pela constante
pesquisa da condição, vai sendo sempre adiada a satisfação da razão. Por isso
ela busca sem descanso o incondicional necessário e vê-se forçada a admiti-lo,
sem meio algum de o tornar concebível a si mesma; feliz bastante quando pode
achar já só o conceito que se compadece com este pressuposto. Não é, pois,
nenhum defeito da nossa dedução do princípio supremo da moralidade, mas é sim
uma censura que teria de dirigir-se à razão humana em geral, o ela não poder
tornar concebível uma lei prática incondicionada (como tem que sê-lo o
imperativo categórico) na sua necessidade absoluta; pois não há que censurá-la
por que ela o não queira fazer por meio de uma condição, quer dizer por meio de
qualquer interesse posto por fundamento, porque então não seria uma lei moral,
isto é, uma lei suprema da liberdade. E assim nós não concebemos, na verdade, a
necessidade prática incondicionada do imperativo moral, mas concebemos, no
entanto, a sua inconcebibilidade, e isto é tudo o que, com justiça, se pode
exigir de uma filosofia que aspira a atingir, nos princípios, os limites da
razão humana. Veja mais aqui.
LOLITA – O romance Lolita é a obra mais célebre do escritor russo Vladimir Nabokov (1899-1977), contando a história da relação
amorosa entre um intelectual de meia idade e uma jovem adolescente. Da obra
destaco o seguinte trecho: [...] Se
comparecesse a julgamento perante mim próprio, aplicaria a Humbert, pelo menos,
trinta e cinco anos de cadeia por violentação e retiraria todas as outras
acusações. Mas, mesmo assim, Dolly Schiller sobreviver-me-á, provavelmente,
muitos anos. Tomei a decisão seguinte, com todo o impacte e toda a validade de
um testamento assinado: desejo que este relato só seja publicado quando Lolita
já não viver. Assim, nenhum de nós estará vivo quando o leitor abrir este
livro. Mas, enquanto o sangue latejar na minha mão que escreve, tu continuarás
a fazer parte da abençoada matéria, tanto como eu, e ainda poderei falar
contigo, daqui para o Alasca. Sê fiel ao teu Dick. Não deixes outros tipos
tocarem-te. Não fales com desconhecidos. Espero que ames o teu bebé, assim como
espero que o teu marido te trate sempre bem, pois de contrário o meu espírito
descerá sobre ele como fumo negro, como gigante dementado, e destrui-lo-á nervo
por nervo. E não lamentes C. Q. Havia que escolher entre ele e H. H. e desejava
que H. H. existisse pelo menos mais uns meses, para que tu vivesses no espírito
de futuras gerações. Penso em auroques e anjos, no segredo dos pigmentos
duráveis, em proféticos sonetos, no refúgio da arte. E essa é a única
imortalidade que tu e eu podemos compartilhar, minha Lolita. Veja mais
aqui.
O SIMBOLISMO DO TEATRO – No texto O simbolismo do teatro (Estética teatral, 1980), o poeta,
dramaturgo, crítico literário inglês e Prêmio Nobel de 1948, Thomas Stearns Eliot (1888-1965),
assinala que: [...] Temos de um lado o
drama poético, imitação do grego, imitação do isabelino ou filosófico-moderno.
Do outro a comédia de ideias de Shaw a Galsworthy, até a comedia social vulgar.
A farsa mais raquítica de Guitry tem no final uma ideia ou comentário mesquinho
sobre a vida posto na boca de uma das personagens. Diz-se que o palco pode ser
usado para uma multiplicidade de objetivos, e que talvez só um deles esteja
unido à arte literária. Um teatro mudo é uma possibilidade (não me refiro ao
cinema); o ballet é uma realidade (embora subíntima); a ópera uma instituição;
mas quando temos o palco, imitações de vida com fala, o único padrão que
podemos permitir é o da obra de arte, tendo como objetivo a mesma intensidade a
que aspira a poesia e outras formas de arte. Nesta perspectiva o drama de Shaw
é tão híbrido como o de Maeterlink e não precisamos nos admirar por pertencerem
á mesma época. Ambas as filosofias são popularizações; no momento em que uma
ideia é transformada do seu estado puro para se tornar compreensível a uma
inteligência inferior, perdeu o contato com a arte. Só se pode manter pura se
for posta simplesmente na forma de verdade geral ou se for transmutada, tal
como a atitude de Flaubert para com o pequeno-burguês se transforma na
Education Sentimentales: identificou-se de tal forma com a realidade que já não
conseguimos dizer qual é a ideia. O essencial não é, evidentemente, que o drama
seja escrito em verso, ou que nós possamos expiar o prazer de uma farsa
ordinária com a assistência esporádica a uma peça de Eurípedes com a tradução
do Prof. Murray à venda na porta do teatro. O essencial é por no palco esta
expressão precisa da vida que é ao mesmo tempo um ponto de vista, um mundo – um
mundo que a mente do autor sujeitou a um processo completo de significação. Não
me parece que qualquer drama que encarne uma filosofia do autor (como Flaust)
ou que ilustre uma teoria social (como a de Shaw) possa preencher os requisitos
– embora possamos deixar um lugar a Shaw, senão a Goethe. Veja mais aqui,
aqui, aqui e aqui.
POEMA A CÉU ABERTO – O poeta pernambucano Natanael Lima Júnior é autor de
diversos livros, editor do blog Domingo com Poesia e membro da Associação de
Blogs Literários do Nordeste (ABLNE), bem como de diversas academias
literárias, tornando-se um divulgador proeminente e um agitador cultural de relevo para a poesia e o fazer poético. Entre os seus poemas destaco Poema a céu aberto: As noites passam ávidas. / Por vezes, /
levianas, desregradas. / Algumas revelam / sombrias angústias / algemadas por
paixões dissolventes. / Noutras se revelam / pálidas, tímidas. / Por vezes as
desejo / obscenas, insanas, / dominadoras, cruéis. / E quando a noite cessa, /
o poema se revela / a céu aberto. Veja mais do poeta aqui e aqui.
LE GENOU DE CLAIRE – O filme francês Le genou de Claire (O joelho
de Claire, 1970), dirigido por Éric Rohmer, conta a história de um
diplomata de carreira que de férias e às vésperas do seu casamento, recebe a
visita de uma ex-namorada, através da qual, conhece uma jovem que possui uma
irmã, Claire, que será cobiçada por ele, com a fantasia de acariciar o seu
joelho. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz estadunidense Mae West (1893-1980)
Veja mais sobre:
A vida, a terra, o homem & a bioética, Grande sertão: veredas, de João
Guimarães Rosa, A condição humana de Hannah Arendt, A cronologia pernambucana
de Nelson Barbalho, Pau-Brasil de Oswald de Andrade, a poesia de Patativa de Assaré, a música de Elomar Figueira de
Mello, a pintura de Fernand Khnopff, Shere Crossman
& Antonio Cláudio Mass aqui.
E mais:
O sol nasce paratodos aqui.
A lição de casa amanhecer, A lenda da origem do Solimões, a
escultura de Lorenzo Quinn, a música de Anne Schneider, a arte de Alice Soares,
O lobisomem zonzo & Edla Fonseca aqui.
Brincarte do Nitolino, Hino ao Sol de Akhenaton, O fundador de
Nélida Piñon, a música de Kitaro, Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade,
Medeia de Eurípedes, Belfagor: O arquidiabo de Nicolau Maquiavel, a poesia de
Percy Bysse Shelley, O dicionário do Aurélio, o cinema de François Truffaut, a
pintura de Otto Lingner & Nina Kozoriz aqui.
Alvoradinha, o curumim caeté, a literatura de Lygia Fagundes Telles, a poesia de Manuel
Bandeira, o teatro de Qorpo Santo, Psicologia social: infância, imagem e
literatura, a pintura de Fernando Botero, a arte de Marilyn Monroe & Ashley
Judd, Jayne Mansfield, a música de Roberto Carlos & O sabor da fonte de
todos os gozos aqui.
Se um dia o sonho da vez, Expressões enganadoras de Gilbert Ryle,
a poesia de Elizabeth Bishop, Os nascimentos de Eduardo Galeano, a música de
Dandara & Paulo Monarco, a pintura de Carla Shwab & Lavinia Fontana, a
arte de Rosa Esteves & W. G. Collingwood aqui.
A vida se desvela nos meus olhos fechados, Ensaios filosóficos de John Langshaw
Austin, a literatura de Dostoiévski & Georg Eliot, a música de Mísia, a
fotografia de Edward Weston, Rico Lins & Krzyzanowski
Art, a arte de Top Thumvanit & Stephanie Sarley
aqui.
Carta de amor, Espécies naturais de Willard Van Orman
Quine, Madre Teresa de Calcutá, a música de Dori Caymmi, a literatura de Alicia Dujovne Ortiz, a arte de Henry Monnier &
Tanja Ostojić, a fotografia de João Roberto Riper & Luciah Lopez aqui.
A fome e a laranjeira, Princípios da filosofia do direito de
Hegel, O espírito de Romain Rolland, O diário de Frida
Kahlo, a música de Bach & Janine Jansen, a fotografia de Sebastião
Salgado, a xilogravura de Fernando Saiki, a arte de David
Padworny & Tempo de amar de Genésio
Cavalcanti aqui.
Papo de Fabos, Escarafunchando Friederich Perls, O
castelo de Franz Kafka, a literatura de Machado de Assis, a música do Discantus, a pintura de Renato Guttuso & Luba
Lukova, a arte de Carmela Gross & Paulo Ito aqui.
Barulho da miséria, Escritos lógico-linguisticos de Peter
Strawson, a literatura de Baronne de Staal & Mary Shelley, a música de
Shania Twain, a escultura de Ben Weily, a pintura de Anna
Miarczynska, o grafite de Magrão Bz, a arte de Fabio de Brito & a
poesia de Livia De La Rosa aqui.
Repente qualquer jeito para ver como é
que fica, A servidão
humana de Baruch de Espinoza, A tecnologia na arte de Edmond Couchot, A vida
antes do homemd e Margaret Atwood, a música de Jackson do Pandeiro, a escultura
de Antonio Corradini, a fotografia de Nikolai Endegor, a arte de Victoria Selbach & Leonel Mattos aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.
PARTICIPE DA PROMOÇÃO
BRINCARTE DO NITOLINO
Confira os detalhes aqui.