quinta-feira, março 07, 2013

FRANCES COBBE, LEWIS NKOSI, JUHAN LIIV, ZUBIRI, EDITH CAVELL, CEYX & ALCYONE

 

Ceyx & Alcyone, Skulptur im Barockgarten Grosssednitz (Doppelfiguren zu 8 Liebespaaren der Mythologie, die dem Bildhauer Johann Benjamin Thomaes zugeschrieben werden), Bernd Gross.

 

DIAS DE ALCIONE - Não chore, Alcíone, lembre-se de minhas mãos pedintes afagando a sua face de deusa. Lembre-se do meu aconchego em seus seios maternos que sempre me deram paz e ventura. Lembre-se das noites frias em que pude me agasalhar no seu ventre quente. Oh, não se esqueça, Alcíone, da paixão que nos move e nos restaura a cada dia. A viagem é longa pelos mares, preciso de um refúgio no oráculo para dar cabo às minhas perturbações. Você, Alcíone, conhece como ninguém o poder dos ventos marítimos e, com certeza, nenhuma nuvem negra, nem a fúria de nenhum raio poderá me alcançar, porque estarei sempre ao seu lado cheio de amor. Fique tranquila como a radiante alegria na face do meu pai ao ver-me e eu à procura da filha do rei dos Ventos, Éolo. Lembre-se sempre dos nossos passeios na praia, ajuntando restos despedaçados de navios destroçados pelos naufrágios e arrastados para areia. Lembre-se das tardes em que passamos inteiramentes entregues às nossas mútuas juras amorosas. Lembre-se das noites em que confundimos nossos corpos sob os lençois mais esvoaçantes das nossas querências. Não me peças para que eu não vá, nem vem comigo, estaremos juntos, mesmo distantes, com a força para suportar todas as adversidades. Nunca chore por mim, Alcíone, porque sou seu Cêix, o seu rei da Tessália e filho de Lúcifer, o portador da luz e a estrela que anuncia o raiar do dia. Não chore porque a chuva cai e parto profundamente comovido, vou sozinho porque não quero para você os perigos que enfrentarei. Guarda no seu coração pesaroso todas as nossas lembranças e não permita que a tempestade bravia chegue ao entechoque com todos os ventos em louco furacão, para que as ondas não atinjam altura de montanhas, pelas vagas enlouquecidas de terror. Não chore, Alcíone, porque o seu nome estará sempre em meus lábios e o seu sorriso renovará meu corpo e destino. Eu voltarei e você estará sempre comigo, Alcíone, a salvo de qualquer desastre e bem guardada no meu coração. E quando eu voltar vou me guardar em suas asas de Halcyon para voarmos sobre as ondas dos dias felizes. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - E o sentimento filosófico é algo mais sutil do que pode parecer à primeira vista. É sobretudo um sentimento concreto; Não se trata apenas do espanto perante as comoções telúricas que os grandes temas provocam; é saber sentir filosoficamente tudo aquilo com que o homem tem de lidar. É também conhecê-lo intelectualmente. Não é uma sensibilidade afetiva ou trágica; é uma sensibilidade intelectual serena, ou se preferir, uma inteligência sensível às nuances filosóficas. É finalmente saber sentir tudo. Pensamento do filósofo espanhol Xavier Zubiri (1898-1983).

 

ALGUÉM FALOU: Não tenho medo nem recolhimento; Tenho visto a morte tantas vezes que não é estranha ou assustadora para mim... Não posso parar enquanto houver vidas a serem salvas... Palavras da enfermeira britânica Edith Cavell (1865-1915).

 

VIVISSECÇÃO – [...] Como o principal trabalho da civilização tem sido a reivindicação dos direitos dos fracos, não é demais, penso eu, insistir que a prática da vivissecção na qual esta tirania da força culmina é um passo retrógrado no progresso de nossa raça - um remanso no fluxo contínuo de justiça e misericórdia, não menos portentoso do que deplorável. [...] Eu não poderia suportar se não acreditasse em outra vida para as pobres vítimas inofensivas, onde seus erros serão recompensados, e posso acrescentar também em outra vida para seus perseguidores desumanos, onde todos se arrependerão em agonia moral pior do que a dor física de suas pobres vítimas. [...]. Trechos extraídos da obra The Modern Rack: papers on vivisection (1889- Nabu Press, 2010), da escritora e ativista irlandesa Frances Power Cobbe (1822-1904). Veja mais aqui.

 

CASA & EXÍLIO - [...] Eu vi colonos brancos na África que juraram que nunca se sentariam à mesa com aqueles "negros fedorentos" sentam-se muito felizes com membros seminus de tribos assim que um país alcança a independência. É o contexto de poder que muda o comportamento e transmuta a antipatia em simpatia [...] Os liberais querem criar comitês de bem-estar social para ajudar brancos e caribenhos a se amarem em Birmingham. Mas todos esses esforços estão fadados ao fracasso. Para os fortes, os fracos são uma tentação demais; e, com toda a justiça, parece-me bastante perverso que os negros tenham tentado os poderosos com tanta impotência por tanto tempo. A resposta óbvia é corrigir esse desequilíbrio de poder. [...]. Trechos extraídos da obra Home and Exile and Other Selections (Longman, 1983), do escritor sul-africano Lewis Nkosi (1936-2010).

 

FOLHAS CAIRAM - Uma rajada levantou as ondas, as / folhas voaram para a água, / as ondas eram cinza, / o céu cinza-estanho, / cinza o outono. / Foi bom para o meu coração: / lá meus sentimentos eram cinzas, / o céu cinza-estanho, / cinza-cinza o outono. / O sopro do vento trouxe um ar mais fresco, / as ondas do luto trouxeram a separação: / outono e outono / tornam-se amigos. Poema do escritor estoniano Juhan Liiv (1864-1913).


GLOBALIZAÇÃO - A globalização é um processo pelo qual se deu uma revolução mundial nos planos de produção, produtividade e riqueza desde séculos atrás, hoje impondo regras aos países e seus governantes, decorrente do fortalecimento do capitalismo no formato neoliberal e o grande desenvolvimento científico e tecnológico que desembocou na Terceira Revolução Industrial ou Tecnológica. No entanto, a globalização não é um acontecimento do presente nem recente, pois, segundo estudos aprofundados, ela tem início nos sécs. XV e XVI, a partir da expansão marítima e comercial européia. Em virtude disso, tal processo é denominado de mundialização ou internacionalização pela velocidade e abrangência, internacionalização da produção e das finanças, alteração para criação de uma nova divisão de trabalho dentro das próprias empresas que passam a ser transnacionais por atuarem em vários países ao mesmo tempo, ganhando impulso cada vez maior com a expansão da informática e evolução das telecomunicações, além de promover desregulamentações e flexibilizações no arcabouço legislativo, econômico e social dos países.
Historicamente pode-se observar que antes de ter inicio a primeira fase da globalização, os continentes encontravam-se separados por intransponíveis extensões acidentadas de terra e de águas, de oceanos e mares. Cada povo, então, vivia isolado dos demais, cada cultura era auto-suficiente. E até o século XV, as economias estavam restritas à Europa, à China, à Índia, à África e as civilizações pré-colombianas dos Aztecas no México, a dos Maias no Yucatan e no istmo, e a Inca no Peru e nenhuma delas mantinham relações e nem se conheciam. A partir disso, estudos determinam a primeira fase da globalização ocorrida entre 1450 e 1850, na fase do expansionismo mercantilista; a segunda, entre 1850 e 1950, ma fase industrial-imperialista-colonialista; e, por fim, pós-1989, a terceira fase da globalização recente na fase cibernétina-tecnológica-associativa.
A primeira fase, compreendida entre 1450-1850, se caracteriza no resultado da procura de uma rota marítima para as Índias, assegurando o estabelecimento das primeiras feitorias comerciais européias na Índia, China e Japão, e, principalmente, abriu aos conquistadores europeus as terras do Novo Mundo. Feitos estes que Adam Smith, em sua visão eurocêntrica, considerou os maiores em toda a história da humanidade.  A doutrina econômica desta primeira fase foi o mercantilismo, adotado pela maioria das monarquias européias para estimular o desenvolvimento da economia dos reinos. Ele compreendia numa complexa legislação que recorria a medidas protecionistas, incentivos fiscais e doação de monopólios, para promover a prosperidade geral.
A segunda fase ocorrida entre 1850 e 1950, ocorre com a introdução da industrialização, da máquina à vapor nos transportes terrestres, formando a grande burguesia industrial e bancária e proporcionando a ampliação dos mercados e obtenção de novas e diversas fontes de matérias primas. A doutrina econômica em que se baseia é a do capitalismo laissez-faire, um liberalismo radical inspirado nos fisiocratas franceses e apoiado pelos economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo que advogavam a superação do Mercantilismo com suas políticas arcaicas. Defendem o livre-cambismo na relações externas, mas em defesa das suas industrias internas continuam em geral protecionistas, como é o caso da política Hamiltoniana nos Estados Unidos e a da Alemanha Imperial e a do Japão.            É nesse período que ocorrem as revoluções americana de 1776 e francesa de 1789, que promovem a ascensão social das massas.
Já a terceira e mais recente fase, ocorre após 1989, considerada como a americanização do mundo pelo predomínio do dólar sobre as demais economias mundiais, quando o processo produtivo mundial passa a ser formado por um conjunto de umas 400-450 grandes corporações e na a maioria delas produtora de automóveis e ligada ao petróleo e às comunicações, que têm seus investimentos espalhados pelos 5 continentes. A nacionalidade delas é majoritariamente americana, japonesa, alemã, inglesa, francesa, suíça, italiana e holandesa. 
Politicamente, chega-se a observar que a globalização recente caracteriza-se pela crescente adoção de regimes democráticos, tornando a Organização das Nações Unidas – ONU, o embrião de um governo mundial, porem, foi tolhida e paralisada pelos interesses e vetos das superpotências durante a Guerra Fria. Em conseqüência dessa debilidade, formou-se uma espécie de estado-maior informal composto pelos dirigentes do G-7, formado pelos Estados Unidos, Grã Bretanha, Alemanha, França, Canadá, Itália e Japão, por vezes alargado para dez ou vinte e cinco, cujos encontros freqüentes têm mais efeitos sobre a política e a economia do mundo em geral do que as assembléias da ONU. Mediante isso, vê-se que a globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo a partir de um ponto central da mudança que é a integração dos mercados numa "aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais. Isso porque os Estados abandonam gradativamente as barreiras tarifárias para proteger sua produção da concorrência dos produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional. Esse processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de informação - telefones, computadores e televisão. As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e à crescente popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a provocar uma certa homogeneização cultural entre os países. Na medida em que a globalização encurta distâncias aumenta também a velocidade da interação social em âmbito global, de tal modo que crises e acontecimentos em partes distantes do mundo passam a ter um impacto mundial imediato. Isto quer dizer que a globalização ao mesmo tempo em que atrai e empurra as sociedades para direções diferentes, ela gera, simultaneamente, cooperação e conflito, integração e fragmentação, exclusão e inclusão, convergência e divergência, ordem e desordem. Nesse contexto, duas correntes se sobressaem, uma a favor e outra contra. Entre os defensores da globalização atual estão os globalistas que defendem o crescimento das organizações e coletividades internacionais e transnacionais alterando a forma e a dinâmica do Estado e da sociedade civil. Daí, as fronteiras geográficas são superadas à medida que os indivíduos e coletividades vivenciam acontecimentos e fenômenos muito distantes, as culturas híbridas e as empresas de comunicação transnacionais penetraram significativamente nas culturas nacionais. Na defesa de tais pressupostos, ocorre entre os globalistas a idéia de que com a liberalização crescente dos mercados de bens, serviços e capitais, elas vêm se configurando como estratégias empresariais planetárias, apoiando-se no domínio de tecnologias de ponta, em modelos informatizados de gestão, inclusive à distância; no acesso fácil aos mercados financeiro e de capitais; no apelo de marcas e nomes de prestígio, sustentadas por mídia igualmente globalizada. Isto quer dizer que de qualquer lugar, as transnacionais coordenam redes mundiais de fornecedores, plantas de montagem e cadeias de vendas, dispersas por vários países segundo critérios de localização e regionalização que livremente estabelecem, isso através da revolução científica da eletrônica. A informática, o fax, a tevê a cabo e a Internet romperam as distâncias na comunicação e os lugares mais longínquos tornaram-se muito próximos pelo simples aperto de uma tecla de computador. Com o fato do aumento da interligação econômica nas e entre as regiões, ainda que com conseqüências diversas e desiguais entre elas, outro aspecto de concordância entre eles, diz respeito ao fato de que a competição política, econômica e cultural inter-regional e global desafiando as velhas hierarquias e gerando novas desigualdades de riqueza, poder, privilégio e conhecimento. Além disso, os problemas transnacionais e transfronteiriços, como a disseminação de alimentos geneticamente modificados e a lavagem de dinheiro, têm ganho destaque cada vez maior, questionando o papel e as funções das instituições tradicionais dos governos nacionais, ao lado de transformações importantes que vêm ocorrendo na organização espacial do poder; a natureza mutável da comunicação, a difusão e a velocidade da mudança tecnológica e a disseminação do desenvolvimento econômico capitalista. Assim sendo, para os globalistas o processo de globalização é de suma importância para a humanidade, visto que ele trata de questões referentes aos princípios éticos e institucionais, que podem ou devem instrumentalizar a organização apropriada dos assuntos humanos e ajudar a formar a futura ordem mundial.
Já os contrários a esse processo, o beneficiário dessa mudança, historicamente rápida, que deixou muitas pessoas perplexas por imprevisibilidade a curto prazo, foi o sistema capitalista, que pôde expandir-se praticamente hegemônico na organização da vida social em todas as suas esferas política, econômica e cultural. Assim, o capitalismo mundializou-se, globalizou-se e universalizou-se, invadiu os espaços geográficos que até então se encontravam sob o regime de economia centralmente planificada, onde predominam a fusão de grandes empresas com ampliada concentração do poder político-econômico e aumento de sua influência cultural e que junto com os fundos de pensão, fundos mútuos de investimento e outras instituições similares, essas grandes empresas, com sede em países desenvolvidos, operam financeiramente no mundo inteiro. Isto, ainda, levando em conta que fazem investimentos especulativos nas bolsas de valores de todo o mundo, movimentando-se rapidamente em transações controladas por rede eletrônicas; ignoram fronteiras nacionais e vão em busca de espaços geográficos que lhes ofereçam rentabilidade; fogem do controle dos Estados nacionais, cujos governos se sentem impotentes em discipliná-los. Desse modo, comandam a economia mundial e influem sobremaneira no arranjo espacial ou na organização do espaço geográfico das nações, segundo seus interesses ou conveniências. No contexto de um país subdesenvolvido, os efeitos da globalização têm sido desastrosos, pois o processo de globalização proporciona o predomínio dos países mais desenvolvidos na condição de dominantes dos países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos, mudando costumes e aniquilando culturas que nortearam civilizações ao longo do tempo, promovendo desregulamentação, privatização, redução das políticas e dos programas sociais, é a estratégia que consiste em limitar o acesso a alguns programas sociais, em reduzir o total dos impostos, ou ainda, em restringir o número e a qualidade dos serviços fornecidos.
No que concerne ao trabalho, a globalização proporcionou o fenômeno de passar o trabalhador de simples artesãos a meros operadores de PC´s, tornando-se coadjuvante do processo produtivo totalmente automatizado. Por esta razão, as relações trabalhistas passaram a ter nova roupagem por força do processo de flexibilização e desregulamentação. Os combatentes contra a globalização elegem o perigo da construção de uma sociedade hedonista, ou seja o prazer pelo prazer, na construção de uma sociedade niilista com a ausência total de referencial, proporcionando uma sociedade alienada de consumo e individualista, tecnológicêntrica, amoral  e sem identidade cultural, além de tais condições dessa nova ordem mundial, desse novo modo de produzir e comercializar aparecem, também, refletidas sobre o trabalho em si, os níveis de emprego, o meio ambiente e os níveis de saúde das populações e dos trabalhadores em, particular. Desse modo, entre os impactos sobre o mundo do trabalho podem ser destacados: a introdução de tecnologias, particularmente da automação e da robótica substituindo o trabalho do homem; o declínio da atividades de manufatura e o crescimento do setor de serviços; a introdução de novos processos de produção e gestão do trabalho, gerando novos riscos para a saúde e o meio ambiente; as proliferação de pequenas unidades de produção, com maior dificuldade para sua organização; aumento da mobilidade das unidades de produção e das empresas, resultando em aumento da competição global pelo emprego; aumento dos níveis de desemprego em várias regiões do globo;- aumento da intensidade e duração do trabalho, levando ao aumento de stress e das doenças dele decorrentes; aumento do trabalho realizado no domicilio, do trabalho em tempo parcial e sazonal, levando a precarização do trabalho; e diminuição dos níveis de remuneração e pagamento pelo trabalho realizado. Segundo os críticos, a outra nota ruim da globalização está no desaparecimento das fronteiras nacionais. Os governos não conseguem mais deter os movimento do capital internacional. Por isso, seu controle sobre a política econômica interna está se esgarçando.
Como pode ser observado na introdução e no desenvolvimento do presente estudo, de pesquisa, de uma maneira geral, a globalização é um processo antigo. Na fase atual, a globalização não é trazida unicamente pelos poderes políticos e seus exércitos, mas pelos impérios privados, as corporações transnacionais (CTN). Com a revolução das comunicações, o processo de globalização tornou-se mais rápido, além de ter se tornado mais abrangente, envolvendo não só o comércio e capitais, mas também telecomunicações, finanças e serviços antes cobertos por várias formas de proteção. De agora em diante são as multinacionais, chamadas também de transnacionais, os banqueiros, os capitalistas, os especuladores ou os investidores que impõem seus direitos e que pressionam os poderes públicos para que redefinam a gestão da economia nacional. A criação de empresas gigantes transforma completamente as regras do jôgo econômico. Mas a globalização é também a dos mercados financeiros. A preponderância do capital especulativo sobre o capital investido é um fator revelador deste fenômeno. Pode-se com isso observar que uma das características principais da nova ordem mundial é a transformação do papel do Estado que privilegia, de agora em diante, o fortalecimento das empresas e não mais o desenvolvimento social. Com isso, a globalização refere-se aos padrões arraigados e duradouros de interligação mundial, como as estruturas normativas, físicas e simbólicas. Esse sistema sugere sempre o aumento crescente dos fluxos globais, enredando cada vez mais os Estados e as sociedades com o sistema mundial. E tal visão promove, portanto, uma concepção que reconhece a diferenciação, admitindo a possibilidade que a globalização avance em ritmos diferentes, com geografias distintas, em campos distintos.
Por ser um processo complexo de interações econômicas, políticas, sociais e culturais que incidem sobre as formas de vida, os valores e a existência cotidiana das pessoas, a globalização significa também intenso conjunto de mudanças, contraditórias, desiguais e plurais em seu conteúdo e sua direção, pois são transformações que ocorrem no mundo e podem ser presenciadas por várias pessoas em várias partes do mundo. E além da economia, ela pode ser vista na cultura, no meio ambiente dentre outras coisas. Chega-se a entender pelo visto no presente trabalho que a globalização não beneficia a todos de maneira uniforme, pelo contrário, ela é muito austera com os países em desenvolvimento, pois seleciona os mais aptos dificultando assim a entrada no mercado das empresas de pequenos portes.
Na cultura, a globalização não tem tantos aspectos negativos, pelo contrário, há vários positivos. O principal ponto é que a globalização ajuda, no avanço do conhecimento e na melhoria de vida para todos.
A globalização no ponto de vista do consumidor propicia um maio conforto e facilidade econômica, porque permite obter produtos de qualidade a preços diferenciados. Já do ponto de vista social, apresentam-se sinais de existir cada vez maior exclusão, aumentando a diferença entre os países de primeiro mundo e os subdesenvolvidos sendo que estes últimos levam a pior parte quanto a distribuição de emprego, renda. e riqueza. Enfim, para as empresas significa um novo desafio no qual as estratégias empresariais serão um fator determinante no jogo do poder e do sucesso. Assim sendo, o processo de globalização pela complexidade de seu envolvimento, carece de estudos mais aprofundados e de debates mais acentuados para que se esclareçam todos os fatores, sejam positivos e negativos, a ponto de contemplar não só as empresas, mas toda a população planetária.

BIBLIOGRAFIA
ALVES, Giovanni. Dimensões da Globalização – O capital e suas contradições. Editora Praxis, Brasil: 2001
ALMEIDA, Marcos França de. Globalização e Avanços Tecnológicos. Folha do Estado de São Paulo, Caderno Especial, São Paulo, 2 novembro 1997, p. 1- 12. 
CORRÊA, Oscar Dias. Conseqüências da Globalização. Folha do Estado de São Paulo, São Paulo, 28 janeiro 1996, p. 184
IANNI, Octavio. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1996.
SANTOS, M. et al. - O novo mapa do mundo: fim de século e globalização. São Paulo, HUCITEC, 1994



EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO PEDAGÓGICA – [...] Os atuais cursos de formação [...] carecem de seriedade e não abordam de forma concreta a realidade escolar. [...] As debilidades e carências existentes na fase de formação dão margem ao surgimento de um nefasto ponto de vista: o de que a natureza da relação pedagógica é sempre pautada pelo inusitado, pelo imprevisível e, por isso mesmo, o curso de magistério e/ou faculdade pode (m), no máximo, dar uma visão geral e ligeira sobre os ossos do oficio. [...]. Trechos extraídos do livro Professor de 1º grau: identidade em jogo (Papirus, 1995), de Ezequiel Theodoro da Silva. Veja mais aqui e aqui.

DIREITO CONSTITUCIONAL AMBIENTAL – O livro Direito Constitucional Ambiental Brasileiro (Saraiva, 2007), organizado por José Joaquim Gomes Canotilho e José Rubens Morato Leite, aborda temas como o direito constitucional ambiental português e da União Europeia, o direito constitucional ambiental brasileiro, sociedade de risco e Estado, competências ambientais, federalismo, amianto e meio ambiente, julgado sobre competência, politicia ambiental constitucional, os instrumentos jurisdicionais ambientais na Constituição brasileira, o novo paradigma constitucional e a jurisprudência ambiental no Brasil, entre outros assuntos. Veja mais aqui.

PSICOLOGIA ESCOLAR – O livro Psicologia esc0lar: práticas críticas (Casa do Psicólogo, 2003), organizado por Marisa Eugênia Melillo Meira e Mitsuko Aparecida Makino Antunes, trata de temas como a atuação do psicólogo como expressão do pensamento crítico em psicologia e educação, os psicólogos trabalhando na escola, intervenção junto a professores da rede pública: potencializando a produção de novos sentidos, psicologia escolar na implementação de projeto político-pedagógico, construção de trabalho coletivo, entre outros assuntos. Veja mais aqui.


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