BIDIÃO, O PADRE
DA BIMBA SANTA – Tudo começou quando Bidião fugiu de casa e fez o maior ajeitado para
ficar de vez com as prediletas de sua afeição: as freiras do colégio. Tanto fez
de ajeitado das mil e uma utilidades que, depois de muita lenga-lenga,
finalmente, conseguiu dividir pratos, talheres e outras intimidades das
pinguins. Foi nesse internato voluntário onde conheceu seu inseparável amigo Calunga,
um que era tido por filho do falecido vigário. Na verdade, encontrado pelo
saudoso pároco quando, ainda bebê, fora abandonado numa lata de lixo. Eles
brincavam juntos desde que Bidião fora pra escola no jardim da infância,
atravessaram juntos todo primário e, agora, no ginasial, dividiam as emoções de
carne & unha nas pelejas juvenis. Mas o estreitamento da amizade deu-se
mesmo no dia que Bidião viu pela primeira vez a lindíssima Amparo dos Prazeres
com ele. Rapaz, quem é ela? Amparo não é pro seu bico, tire seu cavalo da
chuva! É muito linda! Não é pro seu bico! Vai, ajeita ela pra mim! O que ganho
com isso? Ora, você é meu amigo, ou não é? Tá, só se você for comigo pro rio!
Eu vou, mas ajeite ela pra mim. Primeiro faça a sua parte. Então, vamos. Foi
nessa hora que as religiosas aflitas os convocaram: o novo padre estava
chegando e, por causa disso, obrigados a se arrumarem logo. Foram e se
embonecaram para a recepção. Quando o sacerdote cruzou a porta da catedral,
Bidião logo não foi com a cara dele: Esse vigário não reza direito não! Cala
boca, desgraçado! Ele desmunheca na pisada! Ora! O eclesiástico foi recebido
com vivas e salves pelas irmãs em festa: Viva padre Kiba! Vivaaaaaa! Saudando
cada uma das festivas, ao se aproximar da dupla, fez uma careta e perguntou:
Quem são as alminhas sebosas? Os sacristãos, monsenhor. Hummmm! Com esgares
afastou-se de soslaio, não os perdendo de vista pelo canto do olho. Os santinhos
do pau-oco coraram diante da desconfiança do clérigo, perfilando-se como dois
anjinhos que não tinham nada a ver com aquilo tudo. E seguiram, como manda o
figurino, a comitiva de recepção do reverendo pelas dependências da catedral,
da casa paroquial, do colégio e de todo convento, culminando, já de tarde, com
o suntuoso almoço de acolhimento. Todos de bucho cheio, enfim, hora de serem
todos dispensados aos seus afazeres normais, enquanto o presbítero recolhia-se
à sesta, um merecido descanso pela longa viagem feita. Foi nessa hora que a
dupla escapuliu e, cumprindo o acertado, foram pra beira do rio. Esse rio é
fundo? É. Sabe nadar? Sei não! Vem, ensino. Ah, assim, sim! Vai, me ensina! Bidião
mergulhou e mandou que Calunga saltasse para ensiná-lo. Ele só olhando, não
saía do lugar. Assim foi passando às braçadas para lá e para cá, nada dele
aprender pois morria de medo de se afogar. Bora, frouxo! E Calunga resistia. Aí
Bidião abraçou-lo por trás e jogou-lo na água. Caiu no desespero de só se
acalmar quando o parceiro o segurava. É assim, tá vendo? Não me solte, vou
morrer afogado! Deixa de ser maricas! Só vou se você me segurar. E Bidião o
segurava para que boiasse, aprendesse a respirar para mergulhar, mexia os
braços e as pernas dele e, ao ousar afastar-se para ele fazer sozinho, entrava
em pânico de quase desmaiar, tendo de Bidião levá-lo à margem, deitá-lo de
bruços e forçar os pulmões. Calunga tossia e desesperava, a ponto de escorregar
e ficar atônito da cintura pra baixo dentro da d’água: Vou morrer! Ao tentar
sair da água seu calção caiu na água descendo pela correnteza. Socorro, Bidião!
Tentava puxá-lo pelos braços, mas parecia que mais escorregava: Minhas pernas
estão paralisadas, socorro! Bidião mergulhou e foi tentar empurrá-lo pra fora,
tanto esforçou-se a ponto de cansar-se e cair pesado sobre as costas de Calango
nu. Pronto! Foi aí que se salvaram duas almas adolescentes, quer dizer: ainda
hoje Calango alardeia que ele o salvou e tornaram-se inseparáveis pro resto da
vida! E o apelidou de Bimba Santa! Veja mais abaixo e mais aqui e aqui.
DITOS &
DESDITOS - Eu sempre amei teatro, enquanto crescia, e eu sempre
pensava, 'Uau, seria tão divertido ser ator.' Mas meu próximo pensamento foi, tipo, 'Eu
sou de lugar nenhum, Maine.' Você sabe, ninguém é do Maine!... Meu pai cresceu muito conservador, e ele realmente tinha expectativas sobre
como meninos e meninas deveriam ser. Então, quando eu me assumi para ele, isso não se encaixava em seu plano de
como seria criar meninos gêmeos... Tentamos o nosso melhor para trabalhar com a
escola e com as outras famílias no sistema escolar, e fizemos uma transição
gradual. Comecei a
transição quando estava na primeira série, e a cada ano nós meio que
acrescentamos uma coisa nova a isso... Atores cisgênero não assumem papéis
trans por maldade. Acho que é apenas uma falha em perceber o contexto por trás de pessoas
cisgênero interpretando personagens transgêneros porque não vemos o mesmo
problema com a sexualidade. Pensamento da atriz,
escritora e atistivista estadunidense Nicole Maines,
que demandou no Supremo Tribunal Judicial o caso Maine Doe v. Unidade Escolar
Regional 26, pelo qual ficou decidido em 2014 que proibir estudantes
transgêneros de irem à casa de banho da escola de acordo com a sua identidade
de gênero é ilegal, a primeira decisão deste tipo por parte de um tribunal
estatal.
ALGUÉM FALOU: Não quero ter medo da velhice. Quero
esperar ansiosamente por isso e saborear cada ano. Isso é normal; sentir-se esgotada
aos 30 é anormal. Era difícil como uma "sexpot", como eu
era rotulada nos anos 60 e 70, ter pessoas me levando a sério como produtora ou
diretora. Elas preferiam me ver sem roupa. Sinto-me como a garota na noite de
núpcias cujo marido distraído vai para casa da mãe para jantar. Dirigir é o
desejo do meu coração desde que comecei a fazer filmes . Dirigi dois filmes nos
anos 70 e 80. Um era um documentário de longa-metragem. Mas ainda não fiz minha
estreia com um grande filme. Minha vida foi estragada cedo ao engravidar aos 15
e me casar, depois ter um bebê aos 16, depois me divorciar aos 17. Mas, apesar
desse começo, me saí bem. Depoimento da atriz, produtora, cineasta e
pin-up estadunidense Stella Stevens (Estelle Caro Eggleston – 1938-2023).
O LUGAR AZUL - [...] A madeira é um material infinitamente adaptável. Você pode aplainar, cinzelar, serrar,
esculpir, lixar e dobrar, e quando as peças estiverem no formato que você quer,
você pode usar juntas de cauda de andorinha, pregos de dez centavos, pinos ou
cola; você pode usar
laminação ou incrustação ou marchetaria; e então você pode embelezá-la com polimento francês ou óleo de linhaça
simples ou manchas sutis. E quando você for jantar na casa de um amigo, a luz de velas destacará os
contornos dos grãos e linhas, e quando você se sentar, será lembrado de que
aquilo em que você está sentado cresceu da terra, se esticou em direção ao sol,
resistiu à chuva e ao vento e abrigou animais; não foi extrudado por máquinas sem rosto
alinhadas em um piso de cimento frio e alimentadas por cubas de metal. A madeira nos lembra de onde viemos. [...].
Trecho extraído da obra The Blue Place (Harper Perennial, 1999), da escritora e
professora inglesa Nicola Griffith, que em sua outra obra Slow River
(Random
House, 1996), expressou que: […] Ela poderia se
tornar quem ela quisesse. Mas como ela saberá que ainda é ela mesma? [...] se você esperar pelo momento certo, você esperará para sempre.
[...]. Veja mais aqui e aqui.
GAVIÃO ARQUEIRO V4 - Ela deixa os sapatos na porta \ vestidos em
azul \ e expõe sua veia \ para o traçador radioativo \ que, inerentemente
instável, \ quase certamente entrará \ em colapso \ e começará a se decompor. \
Acima, o nome inesquecível \ da máquina.\ À sua esquerda, um painel \ de
cobalto, carmesim e dourado: \ um espetáculo à parte caso \ o fornecimento de
energia falhe.\ À sua direita, instruções codificadas \ caso o computador \ e a
química irresistível \ desenvolvam gagueira \ ou gosto pela aventura. \ Com os
pés primeiro, ela desliza \ em direção ao zumbido giratório \ da câmera —\ sol
num minuto, \ estrelas no outro —\ e, cortesia da sala de controle, \ a Rádio
Nacional com \ os testes experimentais de gases tóxicos,\ menos compras \ na
cesta familiar\ e as manchetes das notícias às 12h, \ contando os dias \ até o
aviso da Microsoft \ sobre uma falha crítica \ em seu software. Poema da escritora neozelandesa Stephanie
de Montall, que já atuou como enfermeira, documentarista e é autora de
obras como Animals Indoors (2001), The Scientific Evidence of Dr Wang
(2003), Cover Stories (2005) e Unquiet World: the Life of Count
Geoffrey Potocki de Montalk (2002), entre outros.
A GERAL DO PADRE
BIDIÃO, ATÉ AGORA...
As notícias da
FRB & extraterrestres: reforços na área!
Extraterrestres & novo Messias
A pobreza...
A violência...
Graviola, o perfume dos peidos...
A Igreja Bidiônica de Todos os Tempos
Amparo Prazeres do céu & a salvação bidiônica...
O padre soltando os cachorros...
A foda em cadeia– introdução ao evangelho...
O retiro & o séquito de vestais
A política no Reino do Fecamepa
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