A arte do
artista canadense Tom Thomson (1877-1917).
DITOS & DESDITOS – Não existe mal no mundo
sem remédio. O homem é apenas infeliz, na medida em que se julga. Pensamento do
poeta e humanista italiano Jacopo Sannazaro (1458-1530).
ALGUÉM FALOU: Hoje
em dia a tendência é banda cover de música ruim. Barrigudinhos de 30 anos que
não viveram adolescência, tentam recuperar tempo perdido. Adolescente difusos
pegam nostalgia emprestada - zumbis de olhar ermo, mendigando sentido.
Pensamento do economista, jornalista, cineasta, dramaturgo e crítico de arte João Paulo Cuenca.
DIÁRIO PRUDENCIAL – [...] Confesso e percebo quão
antiquado o que vou dizer, que nunca tive problemas de comunicação. Todo mundo me entendia muito bem, sempre, o que aconteceu foi que
muitas vezes eles não gostavam do que entendiam. [...] Eu gosto de me ver refletido nos olhos de
outras pessoas, no espelho das coisas, em contato direto com as mãos das
pessoas, por isso tenho uma ideia muito coletiva de intimidade, por isso,
para falar de mim mesmo, tenho que falar dos outros. [...].
Trechos extraídos da obra Dietari de prudències (La llar del libre,
1982), da escritora e dramaturga catalã Maria Aurèlia Capmany (1918-1991),
que assim se expressou: Para viver, você tem que
viver completamente; você não pode viver um pouco, porque
viver um pouco é morrer. E estávamos à beira da morte,
mas não morremos. E aqui estamos nós, prontos para exigir
todo o ar para respirar.
QUANDO PERDIDA VAGO ENTRE SOMBRIAS... - Quando perdida vago entre sombrias / pedras
sem luz e sem admiração / chego arrependida a tua mansão, / a tuas secretas,
fundas galerias / onde me espera o que me oferecias. / Ali encontro tua luz e
tua paixão, / ali compreendo sem superstição / que me enches de alegria e de
agonia. / Quem não me segue ali me perderá... / Quem não me busca ali não
arrancará / nem uma só resposta dos meus lábios. / Em teus rosais de ouro, está
o futuro, / o que venerarei, o que é mais puro / porque teus pensamentos são os
sábios. Poema da escritora argentina Silvina
Ocampo (1903-1994).
Tudo começou quando Reginaldito estava todo espragatado numa das mesas do bar de Joaquinzão.
Naquela de despojamento adiantado - que nem genro na casa de sogro -, estava o tal cliente todo pançudo de camisa desabotoada até o umbigo, buchão de biriteiro à mostra, braguilha com zíper a meio pau das virilhas, pernas zambetas descansando sobre a mesa e na maior folga, trovejando solicitação com aquela chata grosseria peculiar, a requerer cigarros para baforar desbragadamente, enquanto levantava implicâncias regadas a uma frenética cervejada com seus comparsas de sempre.
O dono do boteco com a cara enrugada de caretas, meio que com desdém pelo fiado que se afixaria como uma espada excalibur no peito da vampira cadernetinha de contas, com a maior má vontade colocou todo letárgico o requisitado em cima do balcão. E como o requerente pabulava muito com outros camaradas de sua laia, nem se dava conta do desleixe dele.
O maço de cigarros ficara no balcão um logo tempo.
Quando se deu conta, Reginaldito que sabia da remoeta do bodegueiro, exigiu atendimento cordial com presteza e dedicação praquele que seria um freguês dos bons, pois era a obrigação dele, ora, que entregasse na mão.
Joaquinzão, puto da vida, já optava que se ele quisesse que buscasse.
- E tome no cu! -, esbravejou o dono.
E ficou nisso.
- Dever de quem? -, cogitava o folgado.
Como ninguém arredara disso, nem mel, nem cabaça. Clima de tensão no ar para sacolejar a turma do deixa-disso.
Aí foi que o bode, figura apaziguadora de tantas malquerenças na localidade, foi até lá buscar o pedido a quem pedira.
Este fato chamou a atenção dos presentes, a ponto de Reginaldito e seus comparsas ficarem admirados com a proeza do caprino, agradecendo-lhe com um afago na cabeça.
- Esse é o Frederiko que eu conheço! Não existe garçom melhor!
Foi aí que tudo começou.
Toda alacridade dos achegados, tornaram assim o pai de chiqueiro fedorento numa azêmola para seus interesses.
Daí nasceram entrega de recados inscritos em papel para outrem distante, compras de remédio levadas por receitas obscuras à botica, cartas com juras enamoradas às preferidas, bilhetes contendo ofensas anônimas e rixas afloradas, marcação de rinhas no mormaço do meio dia, solicitações descabidas de empréstimos por velhacos a novos credores e até depósitos bancários, em espécie, o danado efetuava.
Era mesmo, gente. Isso não só eu vi, muitos testemunharam e, ainda hoje, confirmarão nos mínimos detalhes, tudo que pensem que eu inventara.
Pois é, tudo que fosse preciso bastava enrolar na barbicha do carneiro que ele levava onde quer que o necessitado suplique e o destinatário se escondesse.
Já o usavam até como correio exclusivo da cidade. Inclusive o seu melhor amigo, o Grilo carteiro, quando assolado duma priguicite aguda, se aproveitava de tal expediente ao precisar dismilinguir-se. E saía o bode entregando as correspondências uma a uma, pela cidade toda, sem sequer receber uma só reclamação de extravio ou troca de endereço.
Virou Frederiko, então, por tal diligência, o coqueluche do momento, o roliúde da situação.
O cordeiro, nosso amigo, era da raça Moxotó, com um lombo preto, de cor creme, oriundo de uma cabra de Bodocó, cidade interiorana do sertão pernambucano. Estava ele por aquelas bandas há muitos anos. Era partícipe de todas as famílias da localidade, onde todos o alimentavam, cuidavam bem dele, tudo por causa de sua serventia.
Não era fastioso, não, só andejo, invasor de cercados ou destruidor de hortas, não só se nutrindo de forrageiras comuns, de folhas de árvores e de arbustos, de frutos, de restos e até do lixo da cidade, viciando-se a comer de tudo, até a beber e fumar.
Ôxe, quando o mesmo chegava no bar do Joaquinzão, botavam logo uma tigela com aguardente ou cerveja ou vinho ou aperitivo que fosse, para ele se esbaldar. Era a paga do reconhecimento público.
Não incomodava ninguém, exceto quando, meio lá e meio cá de orelhas empinadas, avistava uma cabra Toggenburg ou uma outra Mambrina de alguns produtores da região. Vôte! Quando uma delas passava, o bicho berrava e corria atrás da faceira desaparecendo por dias. Cadê-lo? Tá molhando o biscoito, gente!
Aí vem que um dia deram de inventar um plebiscito para que a comunidade sufragasse se aceitava ou não a reeleição do prefeito.
Fora uma sugestão do próprio gabarola público, certo de confirmar suas bazófias por mais quatro anos na prefeitura.
Era um despropósito, mas era, na vera.
Não sabia ele, o edil aproveitador, ou não queria saber que, tal desplante, seria a pedra de escândalo dali. Isso porque o povo andava mordido de anos com as administrações públicas, arrombando tudo, de eleição em eleição, com a edilidade. Era uma atrás da outra e sempre enricando o bicho sabido com sua corriola, fodendo a populaça que não saía do miserê perene.
Tantas quizílias fomentaram para impetrarem muitas ações populares, instalações de requerimento de impeachment, pedidos de cassações, vuque-vuque eleitoreiro, tudo por causa dos postulantes entrarem liso na prefeitura e saírem ricos milionários ao término do mandato, com a população cada vez mais enterrada ao deus-dará.
Claro que Alagoinhanduba não seria uma exceção no Brasil, claro que não. Mas até que tentaram.
No dia aprazado o resultado explodira como uma bomba nos meios políticos.
Foi que noventa por cento da população votara pelo nome do Frederiko na condição de prefeito local na eleição vindoura.
O mais curioso de tudo é que oito por cento dos votantes se eximiram ao consignarem seus votos em branco e apenas os dois restantes se dividiram pela reeleição ou não do atual representante.
Bombástico!
Neguinho nem dormiu naquela noite com a insônia de ver seu mandato por água abaixo, mediante a preferência pelo bode na prefeitura.
Como a água estava esborrando pela borda, com certeza traria conseqüências desastrosas e com grandes animosidades, abrindo então reações as mais contrárias aos que se encontravam alojados, parece que por usucapião, no poder.
Candidatos outros da oposição ou mesmo concorrentes da situação passaram a usar o mamífero artiodáctilo ruminante como símbolo de campanha.
Frederiko nem tava aí para a puxação de saco, vez que vivia entre as comunidades mais pobres e entre os seus amigos que lhe davam o de comer dias e noites e noites e dias, regularmente.
Era fiel e isso bastava a todos.
O chefe da administração pública municipal, seus asseclas, prosélitos, claques e aproveitadores quase tiveram um colapso na hora.
Na reunião apuradora, todos ficaram de boca aberta sem piscar o olho, imobilizados com o estupendo resultado.
Estaria então toda administração comprometida.
- Isso é um vitupério! -, gritou o prefeito mais que aborrecido.
A notícia chegou à capital e as manchetes explodiram: povo prefere bode a prefeito. Bode é escolhido como candidato. Predileção popular por bode derruba prefeito.
Virou balbúrdia. Uma zona geral!
A televisão endoidou atrás dele oferecendo cachê caro para uma exclusiva, passagens aéreas, acomodações em hotel cinco estrelas, limusine e uma platéia enlouquecida no auditório. E o bode nem aí, nem se dava conta de sua popularidade, continuando, assim, ali a atender pedidos e bebericando com os seus.
Um outro desplante encolerizou o mandatário: puseram uma faixa presidencial verde-amarela no dorso dele e já o tratavam por prefeito antecipado.
Nossa, que desastre!
O escolhido que já ficava apenas em duas patas, todo garboso quando se executava o hino nacional, agora já ensaiava um bé bé bé acompanhando a letra de nossa egrégia representação musical. E seguia afinadíssimo do início ao fim, só voltando à posição de quadrúpede após o encerramento dos tons da banda marcial.
Esse fato chamou atenção até de programas televisivos nacionais, sendo inclusive convidado especial ao programa do Jô Soares para uma entrevista onde ele apresentaria sua plataforma política.
Alguns voluntários, que eram muitos, agendavam sua vida. Era uma penca de jornalistas e repórteres querendo a sua impressão sobre o fato.
Não havia programa no país inteiro que não apresentasse matéria de instante em instante sobre ele.
Até votos de solidariedade de inúmeros partidos das mais diversas regiões brasileiras abarrotavam o comitê de Frederiko.
Os animais dos zoológicos nacionais, dos parques e das reservas ecológicas do país, do Instituto Butantã, do pantanal matogrossense, da floresta amazônica e das matas sobreviventes, enviaram apoio solidário à sua candidatura.
Não foi menor a ovação quando o apresentaram como candidato a candidato para a convenção visando às eleições majoritárias de outubro e davam-no por certo unânime vencedor logo no primeiro turno em todas as pesquisas de boca de urna.
Por isso, confeccionaram bótons, crachás, bonés, camisetas, flâmulas, santinhos, folhetos, cartazes, faixas, out doors, out bus, inserções, vinhetas, impressões várias, e material fartíssimo de apoio propagandístico ao seu pleito. E mais que um chavão: o bode é a solução! Não fique com a cara de priquito, vote para prefeito no bode Frederiko. Não faça do seu voto um defeito, vote no bode para prefeito! Chega de tanto roubo, vote no bode, este é probo! Abaixo ladrão, o bode é povão! E a coisa pegou fogo, era nego arrotando CPI para apurar corrupção passiva, ativa e ineivada na prefeitura, se danando a remexer em tudo, vasculhar meandros, levantar lebre, pulga nas orelhas alheias, dúvidas, desconfianças, apontando improbidades, apropriações indébitas, malversações no erário público, averiguando abastecimento de água, inquirindo critérios no fornecimento de energia elétrica, na distribuição de lotes foreiros, nas sentenças jurídicas absolvendo facínoras, nas multas de trânsito dos guardas municipais, nos medicamentos das farmácias, nos combustíveis dos postos de gasolina, nas remarcações dos supermercados, na admissão de bóias-frias para colheita das usinas de cana-de-açúcar, nos concursos públicos para provimento de cargos, nos atendimentos das urgências hospitalares, na venda do açúcar para o exterior, na extração da Petrobrás, nas entradas e saídas dos motéis, nos buracos das vias de acesso da cidade, nas vendas de pneus e peças de veículos, na poluição do rio, no tráfico de animais e drogas e influências, na derrubada das árvores pelos dendroclastas gratuitos, na câmara de vereadores, na assistência da previdência social, no peleguismo do sindicato rural, na colônia de pescadores, na creche da Casa da Criança, no escritório da LBA, nas ligações telefônicas, no flerte de ricos sobre as virgens pobres coitadas, no Lions, no Rotary, na venda de armas indiscriminadas, nos lucros sucroalcooleiros, nas secretarias da prefeitura, na regulamentação de táxis e perueiros, nos apadrinhamentos políticos, nas contas bancárias, nas despesas do vigário, nas comissões de desenvolvimento municipal, nos reclamos populares, nas contratações de empreiteiras e construtoras, nas cirurgias médicas equivocadas, no abuso do poder dos policiais, nas dependências do Detran, nas escrituras públicas do cartório de registro de imóveis, nas contrafações públicas, na vida dos fiscais e exatores da coletoria estadual, no pente fino da Receita Federal, na concessão de emissoras de rádio, na lavagem de dinheiro em factorings escusas, nas rendas dos clássicos esportivos, nas verbas do fundo de amparo ao trabalhador, nos programas de saúde pública, na penhora de bens pela justiça do trabalho, na fuga de bandidos da delegacia, nos prêmios da loteria federal, nos fuxicos das mulheres quando vão à manicura ou cabeleireiro, na usura dos agiotas, nos cafundós de Judas, na cabeça pra baixo seis metros de inferno a dentro, nas riquezas do subsolo e lençóis freáticos, nas nuvens carregadas, nos testamentos dos defuntos enterrados, nas certidões de óbitos do cartório de Registro Civil, no cadastramento do CIC, no recenseamento do IBGE, nas contas bancárias dos fantasmas da corrupção nacional, nas máquinas registradoras dos mercadinhos, na História do Brasil, no Planalto Central, se puseram por debaixo das camas dos munícipes, pelos lençóis, pelas bicas, pelas caieiras, pelas calhas, pelos esgotos, pelas canaletas, pelos combongós, pelas infiltrações, pelas manilhas, pelas escorredeiras, pelas chaminés, fossas, brechas, frestas, canais, - ui! - buracos, furicos, - êpa! - etc, etc, etc...
- Nessa aqui não!
- O quê quié, qué encobrir safadeza, é?
- Tem boi na linha, besta!
- Quer levantar lebre? Vá pra casa da mãe, seu fidumaputa!!!
- Tudo tem que ser apurado em nome da honra de Frederiko! Vamos entregar a ele um município e um país limpos!
- Temos que limpar essa sujeira toda, né? Vixe! Num vai ter vassoura que dê vencimento!
- Deus é grande, mas o mato é maior!
- Ostente menos e faça mais!
- Quem faz mal, mal espere.
Queriam mesmo, os acochados, passar tudo a limpo, preto no branco, ou vai ou racha, ou quebra o pau ou entroncha ou lasca a pica, e usavam o Frederiko como testa de ferro, o laranja da salvação nacional.
As ameaças chegavam montadas no cavalo de Átila, devastadoras.
I-hi! É fogo na roupa, meu nego!
A cidade se tornara insone, isso devido intenções investigativas dos munícipes. E o bode angariava cada vez mais a acolhida popular.
Numa nova pesquisa realizada e ele alcançava noventa e oito por cento da preferência do eleitorado.
O município que possuía quinze mil il habitantes, segundo o senso divulgado pelo IBGE de 1975, com dois mil eleitores, já viu a proporção, né? Apenas poucos apaniguados estavam fora dessa adesão, isto é, justamente os alvos investigatórios que puxavam uma corda de siri interminável, queimando a bunda até de quem se achava absoluto inocente.
A febre tomou conta. Atocha, macacada!
A maioria avassaladora queria participar da CPI, até os trambiqueiros fizeram lobby.
Foi a maior esculhambação.
A cidade virando notícia diária nos jornais.
O prefeito foi buscar uma saída quando escarrou com raiva e se aproveitou da ocasião do aniversário do padre para entregar-lhe uma vultosa côngrua, antes que o sacerdote lhe chamasse a atenção e debandasse para as bandas dos 007s de plantão. Generosidade de usurário.
Quanta tramóia nascia então.
Até os castiçais da matriz tremiam como num terremoto.
As autoridades estavam corridas de vergonha. Quanta ignomínia? Quantos infratores? Surdos e cínicos com seus subterfúgios sofriam agora transidos de medo, totalmente desfigurados.
Os pérfidos tapiaram armando conspiração contra aquele símbolo da refrega popular.
Olhe só o tamanho da fedentina.
Às vésperas do dia da viagem de Frederiko ao sul para entrevistas em cadeia de rede nacional, reuniram todas as catrevagens e os basculhos dele num escaninho, esconderam-no assim na capital, longe, poupando-lhe qualquer atentado. Foi em vão.
Na hora de seguir para o aeroporto, a população maciça com banda de música e tudo às portas do avião, recebeu a notícia decepcionante: Frederiko fora crivado de balas numa via expressa enquanto era ovacionado na capital.
Esticou as canelas ali mesmo, na hora.
Um carro popular branco com cinco ocupantes não identificados desferiram tiros de metralhadora contra a esperança de todos.
- Salvou-se uma alma!
- O Brasil se lava com sangue de pobre inocente!
Foi um reboliço medonho acompanhado do maior chororô! Fora, então, a maior tragédia daquelas paragens. Ninguém se contentava e jurava vingança.
Meses depois fizeram construir na praça principal, apesar dos protestos dos maiorais do lugar, uma estátua em homenagem a Frederiko.
Aí o enterro voltou e a coisa cresceu mais, quanto mais gente chegava que tocasse numa das partes do bode se curava das mais diversas chagas e doenças.
A parte mais tocada era a peia, tocasse nela, tava curado. Um escândalo! Uma peia que salvava o povo do sofrimento, das doenças e dos vigaristas.
Uma romaria enorme, quantos pedinchões oriundos de norte a sul do país ali se penitenciavam buscando solução para os seus problemas, milagres até de última hora.
Já tinha nego reclamando do tanto pega-pega no cacete da imagem.
- Vão terminar gastando os milagres do caralho dele, ora!
Uma flâmula enorme fora hasteada, drapejando solta ao vento com a insígnia dele clamando por justiça.
Não faltou quem pleiteasse a canonização do bode o que gerou uma grande briga com o Vaticano.
- Ué, de que lado está a igreja católica afinal?
Não fora canonizado oficialmente, mas o povo do país inteiro trata até hoje por Santo Bode Frederiko.© Luiz Alberto
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