terça-feira, fevereiro 10, 2015

BRECHT, HAYEZ, BIGAS LUNA, PASTERNAK, VANESSA DA MATA, ABIGAIL DE SOUZA & MUITO MAIS FOLIA NO PROGRAMA TATARITARITATÁ

TRÊS POEMETOS DE AMAR OUTRA VEZ: I - PÁLIN! - Mais uma vez ela ferve. E de vez bem me serve com agonia e gula. Cangula, o rubor da sua língua arreia a mingua do meu falo galante. E vem ofegante com seus doces lábios. E com fúria tão hábil ela dá na roxura com toda quentura dos seus seios de serva. E cai sem reserva nem mede desvario, deságua o rio do seu sexo lascivo. E me faz cativo do seu regaço quando então arregaço na sua vinha. É quando se aninha com suas pernas ágeis mais irresponsáveis que me desacata. E me desataca, puxa e se espreme e me empurra que urra e geme bastante possessa como uma ré confessa pra lá de vadia. Mais me contagia, nunca vi coisa dessa, meu falo é a peça inquebrantável. Ah, malvada amável que mais me apetece porque com ela acontece de me fazer o seu dono, a me dar por abono tudo que me apraz. E cada vez mais sua carnadura animal é-me dado em ternura que me faz imortal. IILÁ –Na sua boca, o que me dera, me dará. Vem dela na minha vela o embalo, larali, laralá. Meu falo espera tudo nela, revela a vida, saravá. Atravesso à vera, mendigo dela, meu beijo verá. IIIGINOFAGIA Água na boca, Falo molhado. Ficou louca? Ah, coito arretado! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aquiaqui, aqui, aquiaqui

PROGRAMA TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação desta terça aqui. Logo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá Especial do Frevo, com muita festa e a apresentação da querida Meimei Corrêa. E com as seguintes atrações na programação ao som das Vassourinhas: Capiba, Claudionor Germano, Alceu Valença, Elba Ramalho , Banda de pau e corda, Amelinha, Clara Nunes, Moraes Moreira, Clara Redig, Almir Rouche, Coral Mocambo, Frevos de rua, Bloco da saudade & muito mais! Veja mais aqui

SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá Especial de Ano Novo
Quando? Hoje, terça, 10 de fevereiro, a partir das 21hs (horário de Brasília)
Onde? No MCLAM - blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa

Imagem: Ruth, do pintor italiano Francesco Hayez (1791-1882)

Ouvindo o álbum Multishow ao vivo (Sony Music, 2009), de Vanessa da Mata.

UNICAMENTE POR CAUSA DA DESORDEM CRESCENTE – O dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht (1898-1956), foi vítima de duas grandes guerras, exilando-se em diversos países, impedido de entrar no seu país e, por isso, teve de mudar de nacionalidade, dedicou-se aos estudos voltados para as determinantes sociais das relações inter-humanas. Eis um poema em que ele se posiciona a respeito: Unicamente por causa da desordem crescente / Nas nossas cidades com suas lutas de classes / Alguns de nós nestes anos decidimos / Não mais falar nos grandes portos, da neve nos telhados, / das muralhas, Do perfume das maçãs maduras na despensa, nas impressões da carne, / De tudo o que faz o homem redondo e humano, mas / Falar só da desordem / E portanto ser parciais, secos, enfronhados nos negócios / Da política, e no rádio e "indigno" vocabulário / De economia dialética, / Para que esta terrível pesada promiscuidade / Das quedas na neve (elas não são só frias, nos bem o sabemos), / Da exploração, da tentação da carne e da justiça de classes, / Não nos leve a aceitação deste mundo tão diverso / Nem ao prazer das contradições de uma vida tão sangrenta./ Vocês entendem. Veja mais poesias e o teatro de Brecht aqui e aqui.

DOCTOR ZHIVAGO – Era eu menino quando ouvia mesmos pais com certe constância fazer menção ao Doutor Jivago. Só muitos anos depois é que fui saber que era uma referência ao filme dirigido por David Lean, de 1965, estrelado por Omar Sharif e Julie Christie, que ganhou muitos prêmios como o Oscar e Globo de Ouro (1966), o Bafta, David di Donatello e o Grammy (1967), principalmente na categoria de melhor Trilha Sonora que foi composta por Maurice Jarre em 1965, proporcionando o sucesso da música popularíssima Lara´s Theme (Tema de Lara). Minha mãe mesmo insistia em conversa com amigas se elas haviam assistido ao tal filme. Tanto que, um dia lá da minha adolescência, futucando na biblioteca do meu pai, dei de cara com um volume com este título. Curioso, retirei da estante e comecei a ler. Foi aí que me dei conta de que se tratava do livro homonino de autoria do poeta russo Boris Pasternak (1890-1960) que ganhou em 1958 o Prêmio Nobel de Literatura, exatamente por causa dessa obra, mas foi impedido de recebê-lo por questões políticas. Inclusive o livro foi proibido no seu país, sendo editado na Itália e, posteriormente, tornou-se um grande sucesso mundial. Tudo isso me faz aqui destacar um trecho do livro: “[...] Aos amigos envelhecidos à janela, parecia que a liberdade interior da alma havia chegado, que exatamente naquela tarde o futuro acomodara-se palpavelmente, lá embaixo nas ruas e que eles próprios haviam entrado naquele futuro e que, dali em diante, pertenceriam a ele. Uma tranquilidade feliz e serena para aquela santa cidade, para toda a terra, para todos os personagens desta história que sobreviveram até aquela noite e para seus filhos, penetrava neles e os envolvia com a música silenciosa da felicidade, que se espalhava ao longe em redor deles. E o livro que tinham em suas mãos, como se soubesse de tudo, concedia aos seus sentimentos apoio e confirmação”. Quando cheguei no final do livro, me deparei com poemas do personagem Iúri Jivago, destacando este Aurora: “Estavas por inteiro em meu destino. / Depois veio com a guerra o malefício, / e mais de ti não soube, oh desengano!, / sequer uma palavra, uma notícia. / Passou-se muito tempo, / mas agora a tua voz abriu minha ferida. / Leio tua palavra noite afora, / e venho de um desmaio para a vida. / Quero buscar no vigor matutino a multidão: com ela confundir-me. / Estou pronto a disseminar ruínas, pôr de joelhos a todos, inermes. / Desço apressadamente as escadas e vejo ao meu redor ruas abertas, / e tanta neve cobrindo as calçadas, / como a primeira vez, nuas, desertas. / Se muitos bebem chá em salas claras, / outros seguem os bondes, apressados. / Dentro de alguns minutos, sem demora, mal se conhece o rosto da cidade. / E tece o vento norte nos portais uma teia de flocos condensada. / E, para não chegar tarde demais, / muitos deixam o chá pela metade. / Tamanho sofrimento me comove, / como se tanta dor em mim coubera, / pois também me dissolvo como a neve e movo as sobrancelhas com a aurora. / Gente sem nome está junto de mim, / são árvores, meninos, sedentários./  Sou vencido por todos, pois assim me reconheço pronto na vitória”. Veja mais aqui.


LELECO, A LAGARTIXA QUE PERDEU A CAUDA – Sempre gostei de ler, desde menino. Ainda hoje me vejo às voltas com livros, inclusive, literatura infantil – ou como insistem muitos, literatura feita para crianças. Adoro ler livros infantis, me vejo criança de novo. E entre os livros que adoro reler está o Leleco, a lagartixa que perdeu a cauda, da escritoramiga, terapeuta e professora pública Abigail de Souza. Veja detalhes aqui.


JAMÓN, JAMÓN – Sou bastante apreciador da arte cinematográfica, uma predileção que me faz constantemente apreciando e revendo filmes inesquecíveis. Entre eles, destaco hoje Jamón, Jamón (1992), do cineasta e roteirista espanhol Bigas Luna (1946-2013), vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza (1993). Destaco, entre outras coisas maravilhosas dessa película, a atriz espanhola Penélope Cruz Sanchez, por sua divinal atuação, inesquecível e meritória pra gente saudar que todo dia é dia da mulher. Veja mais aqui.

 


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