A UTOPIA – O sonho de se viver numa comunidade em
que todos possam gozar dos mesmos direitos e das mesmas oportunidades, em paz e
harmonia, é um sonho que virou narrativa de alguns dos proeminentes pensadores
da humanidade no século XVII, a exemplo da A
Cidade do Sol (1602) de Tommaso Campanella e do Nova
Atlântida (1624) de Francis Bacon. Antes desses dois, no séc. XVI surgiu A Utopia (De Optimo Reipublicae Statu
deque Nova Insula Utopia,
1516), do advogado, escritor e diplomata inglês Thomas More ou Thomas
Morus (1478-1535), é um deles que resistem até hoje semeando esses sonhos tidos
por utópicos e no qual o autor descreveu um Estado imaginário numa ilha, cuja
situação geográfica permite o comercio marítimo e facilita a defesa contra os
inimigos. É uma Inglaterra ideal. A ordem social no livro baseia-se na família e
prevê o serviço de trabalho, de todos, exceto de um grupo de homens dedicados
aos estudos. Uma assembleia eleita governa a ilha, intervindo também nos assuntos
econômicos, de tal maneira que se evitam os desequilíbrios sociais e se garante
a igualdade dos cidadãos. O modelo da Utopia foi, evidentemente, o Estado ideal
de Platão, numa versão renascentista. A ilha é inspirada, além da posição
geográfica, pelas descobertas da época, influindo na observação das crescentes
injustiças sociais da Inglaterra. A obra é a primeira utopia dos tempos
modernos, tornando-se modelo de numerosas utopias dos séculos seguintes. Veja
detalhes aqui.
Imagem: Mulher na rede, do pintor, pesquisador, historiador e jornalista brasileiro nascido na Argentina, Carybé (1911-1997)
Ouvindo o álbum Brasil com S (Odeon, 1974) do maestro Rogério Duprat (1932-2006)
PARCEIRO DE ARTE E BIRITA – Tive a grata satisfação na vida de conhecer e privar da amizade dum sujeito bom e da melhor cepa: o poeta, artista plástico e ator catarinense Tchello D´Barros. Pense num sujeito bom! Artista dos bons, bom amigo, enfim, um cabra tão bom que se eu passasse embaixo de um arco-íris – e virasse mulher -, casava com ele. Sujeito do tipo que a gente pode dizer vamos juntos e na tuia. Tive a oportunidade de testemunhar sua arte e, mais ainda, de recolher o seu depoimento a respeito. Confira detalhes de tudo aqui.
PSICOLOGIA CULTURALISTA - O psicólogo e médico psiquiatra austríaco
Alfred Adler (1870-1937) introduziu a ideia básica da doutrina com a tendência
do indivíduo para compensar o sentimento de inferioridade, reforçada por uma
agressividade inata. A sua concepção original defende que muitos comportamentos
normais e patológicos seriam tentativas, com êxito ou inadequadas, de resolver
as frustrações desencadeadas por inferioridades físicas, que impedem os indivíduos
de alcançar as suas finalidades. De acordo com ele, a criança, seguindo os instintos
do ego, tenta impor-se e dominar. Vê malograda a sua tentativa diante das
pressões do meio familiar e social, e passa a incubar um sentimento de
inferioridade, forjando compensações, procurando um estado de equilíbrio. Se essa
situação conflitual não se resolve através do desenvolvimento, o sentimento se
cristaliza em complexo, e o indivíduo foge, refugiando-se na neurose. No esforço
constante, porem, de compensar a sua inferioridade, o indivíduo pode acabar
também ultrapassando o seu objetivo, o que levou o autor a entender que a
reação à frustração pode conduzir a resultados de alto valor. Ele relacionou
esse sentimento com o lado feminino do ser humano, qualificando a sua
compensação de protesto masculino. Passou depois a interpretar esse processo psicológico
em termos de vontade de poder, dentro do conceito de Nietzsche. Para ele, mesmo
a relação sexual seria impedida não pelo instinto sexual e sim pela
agressividade inata. Acrescenta ele que todos os valores nascem das
necessidades da vida social, e a grande tarefa do educador ou assistente é o
desenvolvimento da consciência de pertencer a uma comunidade, desde a infância,
de maneira a harmonizar as exigências individuais da sociedade – cada um
precisa reconhecer o seu dever de contribuir com os demais para o bem-estar da
comunidade. Esse conceito de interesse social, como elemento essencial no
desenvolvimento de uma personalidade sadia, constituiu a contribuição mais
importante da psicologia individual no campo da pedagogia. Em seu livro
intitulado "What Life Should Mean to You", Adler afirma: "É
o indivíduo que não está interessado no seu semelhante quem tem as maiores
dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros. É entre tais
indivíduos que se verificam todos os fracassos humanos". Veja mais detalhes a respeito aqui.
A ESTRANHA HISTÓRIA DE OLIVER
TWIST – Na minha segunda
infância chegou às minhas mãos o livro A
estranha história de Oliver Twist, do escritor inglês Charles Dickens
(1812-1870), livro que tenho até hoje, sem capas e as primeiras folhas arrancadas,
dando pra ver somente se tratar de uma edição Romano Torres duma coleção Obras escolhidas de autores escolhidos
que meu pai me deu de presente na época. Um romance que relata as aventuras e
desventuras do jovem órfão, Oliver Twist que perdeu sua mãe durante o parto
numa casa de correção. Quando menino ele foi vítima de tratamento cruel
profundo, envolveu-se ingenuamente com parceiros na criminalidade, foi
capturado e suspeito de ser ladrão, tornando-se refém de um malfeitor que
posteriormente é preso e condenado. Livrando-se dele, Oliver finalmente é
adotado por Mr. Brownlow. A história toda aborda sobre a temática do fenômeno
da delinquência. Esse livro foi adaptado para o cinema por David Lean, em 1948,
e, depois, por Roman Polanski, em 2005. Um trecho do romance: A sorte de cada um dos personagens desta
história está agora definida, e algumas linhas bastam ao narrador para acabar
de contar o que se lhes refere. [...] E,
agora, este que escreve estas linhas lamenta chegar ao termo da sua tarefa e
desejaria continuar ainda o fio dessa história [...] se as almas dos mortos descem à terra para visitar os lugares
consagrados pela afeição, a afeição que sobrevive à morte, a afeição daqueles
que conheceram neste mundo, estou em crer que a sombra desta pobre rapariga vem
muitas vezes pairar por sobre aquele recanto solene; estou convencido de que
não é menos abençoado aquele canto por estar ali numa igreja e de que a pobre
Agnes não passou de uma ovelha tresmalhada. Veja mais aqui.
O BEIJO DA MULHER-ARANHA – Oriundo do romance homônimo do
escritor argentino Manuel Puig (1932-1990), o filme O beijo da mulher-aranha (Kiss of the
Spider Woman,
1985), adaptado por Leonard Schrader e dirigido pelo cineasta brasileiro
nascido na Argentina, Hector Babenco, conta a história do prisioneiro
politico de esquerda Valentin Arregui, interpretado por Raul Julia, e o
homossexual Luís Molina, vivido pelo ator ingles William Hunt que ganhou o
Oscar de melhor ator de 1985, vivendo numa sela na prisão brasileira. No elenco
desse ótimo filme, também está, entre outros grandes atores, a sempre
maravilhosa Sônia Braga, que interpreta a Leni Lamaison/Marta, a própria
mulher-aranha. Nada mais justo que homenageá-la aqui na nossa campanha Todo dia
é dia da mulher. Veja mais aqui.
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Cantarau, Thiago de Mello, Paul Verlaine, Tracy
Chapman, Melanie Klein, Francisco de Goya, José Celso Martinez Corrêa, Vincent
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A poesia de Paul Verlaine, Denise
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Festa do dia 8 de dezembro, lavando a
jega, Florbela
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