segunda-feira, fevereiro 22, 2016

PSICANÁLISE & ROGER CRUZ


ROGER CRUZ – A arte do desenhista de história em banda-desenhada, Roger Cruz, em três momentos distintos. Veja mais aquiaquiaqui e aqui.





PSICANÁLISE – O termo psicanálise, segundo Roudinesco (1998) é oriundo de Psychoanalyse, termo criado por Sigmund Freud, em 1896, para nomear um método particular de psicoterapia (ou tratamento pela fala) proveniente do processo catártico (catarse*), de Josef Breuer e pautado na exploração do inconsciente, com a ajuda da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por parte do psicanalista. Por extensão, dá-se o nome de psicanálise: ao tratamento conduzido de acordo com esse método; à disciplina fundada por Freud (e somente a ela), na medida em que abrange um método terapêutico, uma organização clínica, uma técnica psicanalítica, um sistema de pensamento e uma modalidade de transmissão do saber (análise didática, supervisão) que se apoia na transferência e permite formar praticantes do inconsciente; ao movimento psicanalítico, isto é, a uma escola de pensamento que engloba todas as correntes do freudismo. No plano clínico, ela é também a única a situar a transferência como fazendo parte dessa mesma universalidade e a propor que ela seja analisada no próprio interior do tratamento, como protótipo de qualquer relação de poder entre o terapeuta e o paciente e, em caráter mais genérico, entre um mestre e um discípulo. Sob esse aspecto, a psicanálise remete à tradição socrática e platônica da filosofia. Por isso é que empregou o princípio iniciático da análise didática, exigindo que se submeta à análise qualquer um que deseje tornar-se psicanalista. Freud foi o iniciador de uma inversão do olhar médico que consistiu em levar em conta, no discurso da ciência, as teorias elaboradas pelos próprios doentes a respeito de seus sintomas e seu malestar. Mediante essa reviravolta, a psicanálise esteve na origem dos grandes trabalhos históricos do século XX sobre a loucura e a sexualidade. Foi num artigo de 1896, redigido em francês e intitulado “A hereditariedade e a etiologia das neuroses”, que Freud empregou pela primeira vez a palavra psico-análise. Após muitas hesitações, cuja evolução pode-se acompanhar na correspondência entre Freud e Carl Gustav Jung, a palavra psicanálise se imporia em francês em 1919 (em lugar de psico-análise), ao lado de Psychoanalyse, já aceita no alemão em 1909 (em vez de Psychanalyse) e de psychoanalysis, em inglês (muitas vezes grafada como Psycho-analysis ou Psycho-Analysis). Em 1910, em “As perspectivas futuras da terapia psicanalítica”, Freud delimitou um enquadre “técnico” para a análise, afirmando que esta tinha por objetivo vencer as resistências. Essa tese seria discutida muitas vezes, e os problemas da técnica seriam objeto de diversos outros artigos, além de debates e cisões na história do movimento psicanalítico, desde Sandor Ferenczi até Jacques Lacan. Inspirando-se no modelo darwinista, Freud quis incluir a psicanálise entre as ciências da natureza, ou, pelo menos, conferir-lhe um estatuto de ciência dita “natural”. E por causa da dupla pertença da psicanálise (ao campo das ciências da natureza e ao das artes da interpretação) que sua chamada refutação “científica” produziu-se no campo da terapêutica. A história da psicanálise mostra que as resistências erguidas contra ela, bem como seus conflitos internos, sempre foram o sintoma de seu progresso atuante, de sua propensão a fabricar dogmas e de sua capacidade de refutá-los. Essa postagem, portanto, é o pontapé inicial para uma série de outras postagens a respeito da temática. Para tanto, segue abaixo uma bibliografia suplementar para melhor conhecimento a respeito do tema. Veja mais aqui, aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
ALBERTI, S.; FIGUEREDO, C. (Orgs.). Psicanálise e saúde mental: uma aposta. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2006.
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
BOCK, A.M et al.  Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
ETCHEGOYEN, R. Horacio. Fundamentos da técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2004.
FADIMAN, James; ROBERT, Frag. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
LAPLANCHE; Jonh; PONTALIS, J. B. Vocabulário de psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MEZAN, Renato. Interfaces da psicanálise. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2002.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
ROUDINESCO, Elisabeth. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
ZIMERMAN, David. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artemd, 2008.
______. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica, clínica – uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 2007.
______. Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2004.


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