TODO
DIA É DIA DA MULHER: A MULHER NOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE – Resultante da revisão da literatura
efetuada em meus estudos, foi possível visualizar que nos primórdios da
humanidade, o papel da mulher estava definido dentro de uma particularidade:
elas eram consideradas como um recurso financeiro e tratada pelos homens das
formas tribais mais remotas do planeta, como um animal ou pedaço de terra
adquirido. Ela detinha, portanto, uma condição de submissa e subalterna desde
as mais remotas eras. Contudo, identificam-se outras diferentes formas de
relações entre determinados povos, como os egípcios, os gregos e os judeus. No
Egito antigo, por exemplo, havia uma relação de igualdade entre homens e
mulheres, tendo ela atuação no comercio, na indústria, na medicina e nas lides
do campo. Entre os gregos, todavia, devida a predominância e prazer masculino,
além da concorrência dos escravos, a mulher já se encontrava humilhada,
escravizada, degradada, sendo, pois, considerada instrumento para simples
reprodução. Exemplo disso era o tratamento dispensado pelos espartanos que
entendiam a mulher apenas como responsável por uma raça forte, concebendo
filhos sadios e belos, sendo obrigadas a educá-los. Já
os atenienses dividiam as mulheres em classes, mantendo a esposa legítima quase
em clausura e instruindo as que se destinavam às cortesãs. Entre o universo
judeu, a mulher detinha uma posição de absoluta inferioridade em relação ao
homem, em conformidade com a lei mosaica. Tem-se, com isso, que a opressão
sofrida pela mulher é resultado das transformações ocorridas nas
relações humanas desde as primeiras sociedades que se conhece, ocorrendo
momentos no final da Antiguidade, em que ela era colocada em situações de
superioridade e que, em muitas culturas, a mulher era vista como um ser
especialmente capaz de realizar certos encantamentos e receber favores das
divindades. (Luiz Alberto Machado).
Imagem: The Harem Bathing, do pintor e escultor
academicista francês Jean-Léon
Gérôme (1824-1904). Veja mais aqui e aqui.
Curtindo o álbum Terra (Leo Records, 2010), da cantora de Tuva na república autônoma
da Federação da Rússia a norte da Mongólia, Sainkho
Namtchylak.
EPÍGRAFE
- COMO CONSTATADO NO FECAMEPA: TUDO NO BRASIL É UM PARTO DA MONTANHA – A expressão “parto da montanha”, foi usada inicialmente pelo filósofo e poeta
lírico e satírico romano Quinto Horácio
Flaco (65-8aC), em sua Arte Poética: Parturiunt
montes; nascetur ridiculus mus. Foi popularidzada pela fábula do fabulista romano Caius
Iulius Paedro (15 a.C. – 50 .a.C. – Caio Julio Fedro), Mons Parturiens, retomada pelo poeta e fabulista francês Jean de La
Fontaine (1621-1695), no seu La Montagne qui
Accouche, mencionando que: Uma
montanha em trabalhos de parto fazia tão grande escarcéu, que todos acudindo ao
alarido, supunham que daria à luz com certeza uma cidade maior que Paris: ela
deu à luz um rato. Posteriormente, o poeta e crítico francês Nicolas
Boileau-Despréaux, em sua Arte Poética
expressou: Que produzirá o autor depois
de tanto alarde? A montanha em trabalho de parto dará à luz um rato. A
expressão, então, possui o significado de resultado ridículo que não
corresponde à grande expectativa criada em torno de um acontecimento. Diz-se
que são partos de montanha as iniciativas inexpressivas que resultam de longas
e ruidosas convenções e tudo o mais que não tem correspondência com o esforço
despendido. Por isso, reafirmo com o Fecamepa:
tudo no Brasil é um parto da montanha! É ou não é? E isso não é de hoje nem de agora, vem desde 1500!!! Veja mais aqui, aqui, aqui,
aqui e aqui.
A MULHER GREGA – No livro Sobre a mulher (Global, 1981), de Karl Marx, Friedrich Engels e
Vlaidmir Lenin, encontro o texto que aborda sobre a mulher grega da
Antiguidade, do teórico revolucionário alemão Friedrich Engels (1820-1895), que assim se expressa: [...] nos tempos heróicos, encontramos a mulher já
humilhada pela predominância do homem e pela concorrência dos escravos.
[...] a mulher foi degradada,
escravizada, tornou-se escrava do prazer do homem e um simples instrumento de
reprodução. Essa condição humilhante para a mulher, tal qual como aparece,
notadamente entre os gregos dos tempos heróicos, e mais ainda dos tempos
clássicos, foi gradualmente camuflada e dissimulada e também, em certos
lugares, revestida de formas mais amenas, mas não foi absoluta suprimida
[...] ela não é, para o homem, mais do
que a mãe dos seus herdeiros legítimos, a superintendente do seu lar e a
diretora das mulheres escravas, das quais ele pode fazer, à sua vontade,
concubinas [...]. Veja mais aqui.
ÉPOCA
DA INOCÊNCIA – No livro A época da inocência (Companhia das
Letras, 2013), da escritora e designer estadunidense Edith Wharton (1862-1937), destaco o trecho: [...] Madame Nilsson,
de caxemira branca com nesgas de cetim azul‑claro, uma bolsinha pendurada numa
faixa azul e grandes tranças amarelas arrumadas cuidadosamente em ambos os
lados da blusa de musselina, ouvia com os olhos baixos o apaixonado galanteio
de M. Capoul e afetava uma ingênua incompreensão de suas intenções, sempre que,
com a palavra ou com o olhar, ele indicava a janela do andar térreo da casa de
tijolos à vista no lado direito do palco. “Que amor!”, pensou Newland Archer,
voltando a fitar a jovem com os lírios‑do‑vale. “Ela não faz ideia do que se
trata.” E contemplou‑lhe o rosto absorto com um vibrante sentimento de posse em
que o orgulho pela própria iniciação masculina se misturava a uma terna
reverência pela infinita pureza da moça. “Vamos ler Fausto juntos... à beira
dos lagos italianos...”, pensou, vagamente confundindo o cenário de sua
planejada lua de mel com as obras‑primas da literatura que, como homem, teria o
privilégio de revelar à esposa. Foi só naquela tarde que May Welland lhe disse
que “gostaria” (era assim que a donzela devia declarar‑se em Nova York), e já
sua imaginação, saltando à frente do anel de noivado, do beijo de noivado e da
marcha do Lohengrin, posicionava‑a a seu lado em algum cenário imerso na velha
magia europeia.
[...]. Veja mais aqui.
SOU
A FLOR – Entre os poemas
da poeta grega Maria Polydouri
(1902-1930), destaco o seu belíssimo Sou a flor: Sou a flor roída pouco a pouco por um verme secreto... / não me
fustiga, como as outras, a inexorável tormenta / nem da face pálida arranca-me
as pétalas o vento frio. / Tanto aos bons quanto aos maus fados mostro-me
sempre ereta e isenta; / só as borboletas à minha volta dão-me calafrios. / Sou
a flor roída pouco a pouco por um verme secreto. / Como filho legítimo,
aninha-se em meu seio o próprio mal. / Mas sou vida, alegria, destino mais
risonho não me importa. / Elevo meu corpo alto e belo como não existe outro
igual. / Quando mostra aos astros minhas chagas, eu já estarei morta. Veja
mais aqui.
DO
QUE ORLANDO ME DISSE – Tive
oportunidade assistir no ano de 2006, no Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, em
São Paulo, à montagem da peça Do que Orlando
me disse, uma adaptação do romance Orlando (1928), da escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941), com direção
de Georgette Fadel, contando a história de um personagem fantástico que
atravessa cinco séculos de existência em uma linguagem que quebra a ilusão
teatral ao inserir cenas de improvisação e com situações que se misturam às
vividas pela atriz, em uma espécie de espetáculo depoimento. O destaque da
encenação fica por conta da atriz Paula
Picarelli. Veja mais aqui e aqui.
CACHÉ – O filme Caché (2005), dirigido e roteirizado por Michael Haneke, conta a
história de um jornalista e apresentador de um programa literário de TV, que vive
tranquilamente em uma casa em Paris, com esposa e filho. Porém, esta
tranquilidade é quebrada no dia em que sua esposa recebe o primeiro vídeo
anônimo e percebe que sua família é observada de forma anônima e perturbadora.
O destaque
do longa metragem é para a lindíssima e premiadíssima e dançarina atriz
francesa Juliette Binoche. Veja
mais aqui e aqui.
Capa do primeiro romance A instrução dos amantes (Planeta, 1992),
da escritora portuguesa Inês Pedrosa,
contando a história de motoqueiros apaixonados e preocupados apenas com o
presente e com os sentimentos que começam a brotar, que estão passando da
infância para adolescência, entre as bonecas e os campeonatos de beijos
ardentes, vivendo num mesmo bairro, em prédios de classe média.
A edição de hoje é dedicada à cantora,
compositora e atriz Hanna Cantora.