Os sonhadores não merecem a riqueza, porque não a
desejam!
Sejam menos curiosos a respeito das pessoas, e mais
curiosos com relação às idéias.
MARIE CURIE – Manya Sklodowska, mais conhecida como Marie Curie
(1867-1934), era a filha entre três irmãos de uma família polaca triste e
empobrecida, pai professor de Física e a mãe pianista emérita, herdando assim a
cabeça do pai e as mãos da mãe, revelando aptidão precoce para a ciência
experimental. O pai havia perdido o emprego por ter a aspiração de libertar a
Polônia da tirania do czar russo, abrindo uma escola particular com resultados
medíocres. Todos os dias quando ela ia pra escola cuspia na estatua dedicada
aos infiéis da sua pátria, a pequena e valente rebelde expressava o seu
desprezo pela tirania não só ausência dos opressores, como também na presença
deles. Uma certa professora alemã, Mayer, espiã dotada de prodigiosa capacidade
para o ódio, procurava tornar sua vida insuportável, alisando seus cabelos com
mão rude para fazer-lhe uma convencional trança de Gretchen. Em vão. Os cabelos
de Manya, como o seu espírito, recusavam submeter-se às imposições tiranas,
quando a professora gritou: - Deixe de me fitar dessa maneira! Proíbo-lhe que
me olhe de alto! E Manya, que tinha estatura bastante mais elevada que a
professora, respondeu brandamente: - Não posso olhá-la de outro modo,
Mademoiselle. Contudo, apesar de sua rebeldia, ela recebeu a medalha de ouro ao
terminar o curso secundário em 1883. Decidiu-se trabalhar e disse pra irmã mais
velha: - Eu arranjo um trabalho de governanta, assim poderia ajudar-te a
estudar. Depois de alcançares o teu diploma, toca-te a vez de me ajudar. Parecia
um plano audacioso, mas deu bom resultado. Ela tornou-se criada de ensinar na família
de uma madame estúpida, vulgar e intolerante que poupava o azeita das candeias
e esbanjava o seu dinheiro em jogos de cartas. Manteve-se governanta para
ajudar a irmã nos estudos na Sorbonne, até se formar e casar, passando a
cumprir a sua parte no trato, levando a jovem governanta para estudar também na
Sorbonne. Foi quando afrancesou seu nome para Marie Sklodovska, aos 23 anos,
comentando-se dela: - Lindos cabelos, lindos olhos, lindo talhe de moça. O único
inconveniente é que ela não fala com ninguém. E por quatro anos levou uma vida
de monge: sozinha para não ser um peso pra irmã. Um dia quando desmaiou, o
cunhado descobriu que ela não se alimentava para não pesar nas despesas da
irmã. Vivia no mundo dos livros e das aulas, ignorando a pobreza e a fome.
Física, Química, Matemática, poesia, música, Astronomia, todo o âmbito da terra
e dos céus viera a ser incluído nos seus domínios intelectuais. Adorava o
laboratório e deixavam os professores encantados com sua imaginação, entusiasmo
e habilidade, demonstrando o interesse por se especializar em dois ramos:
Física (1893) e Matemática (1894). E depois de uma malograda experiência romântica,
jurara dedicar o resto da sua vida somente à paixão exclusiva pela ciência. Foi
quando conheceu Pierre Curie que também devotara sua vida apenas à ciência. Estudaram
juntos e se casaram, reunindo gênios numa parceria de amor. Como eram livres
pensadores não tiveram nem padre nem tabelião no casamento, desfrutavam do amor
aos seus modos. Desde o principio encontraram dificuldades insuperáveis e
superaram-nas. Passaram a investigar a natureza do urânio e descobriram que a
misteriosa radiação desse metal era uma propriedade atomeica. Então o lampejo
de uma grande ideia iluminou a mente de Marie: tomou todos os corpos químicos conhecidos
e submeteu-os, um por um, a uma prova rigorosa. O urânio era o único elemento
que possuía aquele misterioso poder de irradiação. Outro metal, o tório, tinha
o mesmo poder em grau mais ou menos igual. A esse poder Marie Curie deu o nome
de radioatividade – a ativa propriedade penetradora de certos tipos de raios. Ao
examinar alguns compostos de urânio e do tório, encontrara uma radioatividade
muito mais forte do que se poderia esperar da quantidade de urânio e de tório existentes
nos compostos. Procurou por um novo elemento: pechblenda, que era um minério de
alto preço, extraída na Boêmia, para obtenção dos sais de urânio empregados na
manufatura de vidro. Para resolver o problema de sua investigação, os dois
esquisitos cientistas, para espanto de toda a gente, começaram a encomendar
toneladas de lixo para o seu alpendre e jogá-los ao fogão de ferro fundido com
chaminé enferrujada por quatros anos consecutivos, descobrindo, com isso, dois
segredos: uma substancia a que deram o nome de polônio, em homenagem à pátria
de Marie e outra denominada rádio. A natureza do polônio já era assombrosa: possuía
uma radioatividade muitíssimo superior à do urânio, enquanto o rádio era a
oitava maravilha do mundo porque seu poder de radiação excedia um milhão e meio
por cento o do urânio. Ganharam o Prêmio Nobel por isso e não puderam recebê-lo
pessoalmente, estavam muito doentes. Quando se descobriu o valor terapêutico rádio,
os Curie se recusaram a tirar proveito da descoberta: - O rádio é um instrumento
de misericórdia e pertence à humanidade. Recusaram o lucro pessoal e as
honrarias, só queriam um laboratório para realizar suas experiências. Quando foram
indicados para a Legião de Honra, responderam: - Tenha a bondade de agradecer
ao ministro e informá-lo que não sinto a menor necessidade de ser condecorado,
mas que tenho extrema precisão de laboratório. Quando propuseram a Academia
para eles, responderam: - Ainda não descobri qual é a utilidade da Academia.
Quando Pierre foi habilitado para nomeação no Sorbonne, foi oferecido um
laboratório bem equipado. Eis que no dia que foi visitar o editor, Pierre fora
vítima de um acidente e morreu. Depois, Marie aceitou a cadeira do marido na
Sorbonne – a primeira vez que uma mulher na história da França ocupava um posto
no ensino superior -, continuou com suas experiências no laboratório. Em 1911
ela recebeu o Prêmio Nobel pela segunda vez, aceitou-o apenas por lhe
proporcionar uma oportunidade ampliar o âmbito das suas pesquisas: o poder
curativo do rádio. Quando rebentou a Guerra Mundial de 1914, ela organizou e
superintendeu pessoalmente a instalação de aparelhos de raios X para tratamento
dos soldados feridos. O que ela trabalhou a vida inteira para o bem da
humanidade, trouxe um resultado fatal: ela descobriu o rádio e demonstrou seu
poder curativo em certas enfermidades; morreu envenenada pelo rádio – a destruição
progressiva dos órgãos vitais uma vida de excessiva exposição às radiações. Veja
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