quinta-feira, janeiro 07, 2016

MARGUERITE DURAS & TODO DIA É DIA DA MULHER


Minha vida, minha biografia, meus filmes são tudo uma coisa só; não há momento em que eu não escreva; escrevo o tempo todo, mesmo quando durmo. Fazer uma distinção entre todos esses estados me parece completamente fora de propósito no meu caso.

MARGUERITE DURAS – A romancista, novelista, roteirista, poeta, diretora de cinema e dramaturga francesa Marguerite Duras (1914-1996), nasceu na Indochina, filha de pais professores primários franceses. Seu sobrenome real é Donadieu, criando o pseudônimo Duras tirado do nome de uma aldeia do norte da França, próxima do local onde nasceu seu pai. Diplomou-se em Direito e Ciências Políticas, casou-se e perdeu um filho, integrou a Resistência francesa, quando seu marido foi preso e só encontrado depois num capo de concentração em Dachau, na Alemanha. Num diário dessa época, incluindo o livro A Dor, de 1985, ela narra a expectativa do retorno do marido. Divorciada em seguida, casou-se novamente, inscreveu-se depois da Guerra, no Partido Comunista que abandonaria mais tarde, tornou-se alcoólatra o que a fez realizar uma série de tratamentos para desintoxicação. Teve sua trajetória artística associada ao movimento nouveau romance e ao existencialismo e estreou na literatura em 1943, com o romance Os impudentes. Apesar de haver começado a se firmar logo após a II Guerra Mundial, o novo romance só recebeu a atenção da crítica no final dos anos 1950, um grupo heterogêneo de romancistas que não estavam unidos por nenhum programa comum, mas cujas afinidades na maneira de conceber o romance levaram os críticos a designá-los como tal a posteriori. Entre aquelas peculiaridades formais compartilhadas pelos novos romancistas, incluem-se o desrespeito à linearidade temporal, em prol de uma narrativa que se permite ir e vir livbremente no tempo; a apresentação ao leitor de várias possibilidades paralelas para um único fato, entre os quais o autor se recusa a optar; a redução do enredo a muito pouco, o que leva à exploração exaustiva ou à repetição de certas cenas ou situações; a desatenção ao interior, à psicologia das personagens, resultante de uma descrição minuciosa, objetiva, de seres e coisas – daí a designação que lhe foi aplicada de escola do olhar. Foi sobretudo esta última característica que fez com que a critica falasse em desumanização a propósito dos exemplares mais representativos do novo romance. O Amante é a sua obra mais conhecida, criado a partir de reflexões sobre as marcas do envelhecimento precoce em seu rosto, obra autobiográfica que ganhou o premio Goncourt de 1984, contando a adolescência na Indochina, descrevendo o seu primeiro caso amoroso, aos quinze anos, com um milionário chinês doze anos mais velho. Veja mais aqui.


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