domingo, janeiro 24, 2016

A MULHER NOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE, WOOLF, ENGELS, WHARTON, POLYDOURI, SAINKHO, FECAMEPA, HANNA CANTORA & MUITO MAIS!!!!!



TODO DIA É DIA DA MULHER: A MULHER NOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE – Resultante da revisão da literatura efetuada em meus estudos, foi possível visualizar que nos primórdios da humanidade, o papel da mulher estava definido dentro de uma particularidade: elas eram consideradas como um recurso financeiro e tratada pelos homens das formas tribais mais remotas do planeta, como um animal ou pedaço de terra adquirido. Ela detinha, portanto, uma condição de submissa e subalterna desde as mais remotas eras. Contudo, identificam-se outras diferentes formas de relações entre determinados povos, como os egípcios, os gregos e os judeus. No Egito antigo, por exemplo, havia uma relação de igualdade entre homens e mulheres, tendo ela atuação no comercio, na indústria, na medicina e nas lides do campo. Entre os gregos, todavia, devida a predominância e prazer masculino, além da concorrência dos escravos, a mulher já se encontrava humilhada, escravizada, degradada, sendo, pois, considerada instrumento para simples reprodução. Exemplo disso era o tratamento dispensado pelos espartanos que entendiam a mulher apenas como responsável por uma raça forte, concebendo filhos sadios e belos, sendo obrigadas a educá-los. Já os atenienses dividiam as mulheres em classes, mantendo a esposa legítima quase em clausura e instruindo as que se destinavam às cortesãs. Entre o universo judeu, a mulher detinha uma posição de absoluta inferioridade em relação ao homem, em conformidade com a lei mosaica. Tem-se, com isso, que a opressão sofrida pela mulher é resultado das transformações ocorridas nas relações humanas desde as primeiras sociedades que se conhece, ocorrendo momentos no final da Antiguidade, em que ela era colocada em situações de superioridade e que, em muitas culturas, a mulher era vista como um ser especialmente capaz de realizar certos encantamentos e receber favores das divindades. (Luiz Alberto Machado).

                                                                   PICADINHO
Imagem: The Harem Bathing, do pintor e escultor academicista francês Jean-Léon Gérôme (1824-1904). Veja mais aqui e aqui.
Curtindo o álbum Terra (Leo Records, 2010), da cantora de Tuva na república autônoma da Federação da Rússia a norte da Mongólia, Sainkho Namtchylak.

EPÍGRAFE - COMO CONSTATADO NO FECAMEPA: TUDO NO BRASIL É UM PARTO DA MONTANHA – A expressão “parto da montanha”, foi usada inicialmente pelo filósofo e poeta lírico e satírico romano Quinto Horácio Flaco (65-8aC), em sua Arte Poética: Parturiunt montes; nascetur ridiculus mus. Foi popularidzada pela fábula do fabulista romano Caius Iulius Paedro (15 a.C. – 50 .a.C. – Caio Julio Fedro), Mons Parturiens, retomada pelo poeta e fabulista francês Jean de La Fontaine (1621-1695), no seu La Montagne qui Accouche, mencionando que: Uma montanha em trabalhos de parto fazia tão grande escarcéu, que todos acudindo ao alarido, supunham que daria à luz com certeza uma cidade maior que Paris: ela deu à luz um rato. Posteriormente, o poeta e crítico francês Nicolas Boileau-Despréaux, em sua Arte Poética expressou: Que produzirá o autor depois de tanto alarde? A montanha em trabalho de parto dará à luz um rato. A expressão, então, possui o significado de resultado ridículo que não corresponde à grande expectativa criada em torno de um acontecimento. Diz-se que são partos de montanha as iniciativas inexpressivas que resultam de longas e ruidosas convenções e tudo o mais que não tem correspondência com o esforço despendido. Por isso, reafirmo com o Fecamepa: tudo no Brasil é um parto da montanha! É ou não é? E isso não é de hoje nem de agora, vem desde 1500!!! Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

A MULHER GREGA – No livro Sobre a mulher (Global, 1981), de Karl Marx, Friedrich Engels e Vlaidmir Lenin, encontro o texto que aborda sobre a mulher grega da Antiguidade, do teórico revolucionário alemão Friedrich Engels (1820-1895), que assim se expressa: [...] nos tempos heróicos, encontramos a mulher já humilhada pela predominância do homem e pela concorrência dos escravos. [...] a mulher foi degradada, escravizada, tornou-se escrava do prazer do homem e um simples instrumento de reprodução. Essa condição humilhante para a mulher, tal qual como aparece, notadamente entre os gregos dos tempos heróicos, e mais ainda dos tempos clássicos, foi gradualmente camuflada e dissimulada e também, em certos lugares, revestida de formas mais amenas, mas não foi absoluta suprimida [...] ela não é, para o homem, mais do que a mãe dos seus herdeiros legítimos, a superintendente do seu lar e a diretora das mulheres escravas, das quais ele pode fazer, à sua vontade, concubinas [...]. Veja mais aqui.

ÉPOCA DA INOCÊNCIA – No livro A época da inocência (Companhia das Letras, 2013), da escritora e designer estadunidense Edith Wharton (1862-1937), destaco o trecho: [...] Madame Nilsson, de caxemira branca com nesgas de cetim azul‑claro, uma bolsinha pendurada numa faixa azul e grandes tranças amarelas arrumadas cuidadosamente em ambos os lados da blusa de musselina, ouvia com os olhos baixos o apaixonado galanteio de M. Capoul e afetava uma ingênua incompreensão de suas intenções, sempre que, com a palavra ou com o olhar, ele indicava a janela do andar térreo da casa de tijolos à vista no lado direito do palco. “Que amor!”, pensou Newland Archer, voltando a fitar a jovem com os lírios‑do‑vale. “Ela não faz ideia do que se trata.” E contemplou‑lhe o rosto absorto com um vibrante sentimento de posse em que o orgulho pela própria iniciação masculina se misturava a uma terna reverência pela infinita pureza da moça. “Vamos ler Fausto juntos... à beira dos lagos italianos...”, pensou, vagamente confundindo o cenário de sua planejada lua de mel com as obras‑primas da literatura que, como homem, teria o privilégio de revelar à esposa. Foi só naquela tarde que May Welland lhe disse que “gostaria” (era assim que a donzela devia declarar‑se em Nova York), e já sua imaginação, saltando à frente do anel de noivado, do beijo de noivado e da marcha do Lohengrin, posicionava‑a a seu lado em algum cenário imerso na velha magia europeia. [...]. Veja mais aqui.

SOU A FLOR – Entre os poemas da poeta grega Maria Polydouri (1902-1930), destaco o seu belíssimo Sou a flor: Sou a flor roída pouco a pouco por um verme secreto... / não me fustiga, como as outras, a inexorável tormenta / nem da face pálida arranca-me as pétalas o vento frio. / Tanto aos bons quanto aos maus fados mostro-me sempre ereta e isenta; / só as borboletas à minha volta dão-me calafrios. / Sou a flor roída pouco a pouco por um verme secreto. / Como filho legítimo, aninha-se em meu seio o próprio mal. / Mas sou vida, alegria, destino mais risonho não me importa. / Elevo meu corpo alto e belo como não existe outro igual. / Quando mostra aos astros minhas chagas, eu já estarei morta. Veja mais aqui.

DO QUE ORLANDO ME DISSE – Tive oportunidade assistir no ano de 2006, no Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, em São Paulo, à montagem da peça Do que Orlando me disse, uma adaptação do romance Orlando (1928), da escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941), com direção de Georgette Fadel, contando a história de um personagem fantástico que atravessa cinco séculos de existência em uma linguagem que quebra a ilusão teatral ao inserir cenas de improvisação e com situações que se misturam às vividas pela atriz, em uma espécie de espetáculo depoimento. O destaque da encenação fica por conta da atriz Paula Picarelli. Veja mais aqui e aqui.

CACHÉ – O filme Caché (2005), dirigido e roteirizado por Michael Haneke, conta a história de um jornalista e apresentador de um programa literário de TV, que vive tranquilamente em uma casa em Paris, com esposa e filho. Porém, esta tranquilidade é quebrada no dia em que sua esposa recebe o primeiro vídeo anônimo e percebe que sua família é observada de forma anônima e perturbadora. O destaque do longa metragem é para a lindíssima e premiadíssima e dançarina atriz francesa Juliette Binoche. Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Capa do primeiro romance A instrução dos amantes (Planeta, 1992), da escritora portuguesa Inês Pedrosa, contando a história de motoqueiros apaixonados e preocupados apenas com o presente e com os sentimentos que começam a brotar, que estão passando da infância para adolescência, entre as bonecas e os campeonatos de beijos ardentes, vivendo num mesmo bairro, em prédios de classe média.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à cantora, compositora e atriz Hanna Cantora.


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