NA AVENIDA JATIÚCA, MACEIÓ – Imagem: Praia de Jatiúca, Maceió – AL. - Vestidas lindamente naquelas
indumentárias próprias de quem vai ou saiu da ginástica, duas distintas jovens
filhas da classe média alta da cidade, conversavam animadamente sobre as
últimas baladas que postaram no Facebook das amigas, quando uma delas, chaveiro
no mindinho, inadvertidamente retirando seu celular último modelo da bolsa,
deixou justo pelos enganchos do chaveiro, cair sua carteira no chão. Elas
estavam tão espalhafatosamente exibindo seus penteados e apetrechos no meio do
converseiro exaltado, que nem se deram conta do imprevisto. Um garoto de rua,
descalço e sem horizonte, viu o que aconteceu e foi até lá, apanhou a carteira
e disse: - Moça! Uma delas irritadamente respondeu: - Sai pra lá, trombadinha,
tenho moeda pra esmola não. O garoto insistiu: - Moça! A outra muito mais irada
virou-se pro garoto e fez um sermão. No meio da reprimenda o menino mostrou pra
ambas a carteira de uma delas que havia caído. Logo a dona gritou: - Ladrão,
quer roubar minha carteira! Trombadinha! E entrou numa histérica gritaria
tomando do menino a carteira: - Trombadinha! Socorram, trombadinha! Gritava e
conferia um a um dos cartões de crédito, das cédulas do dinheiro, dos
documentos, enquanto o menino, olhos grandes na circunstância, ficou sem saber
o que estava acontecendo. Logo alguns salvadores de plantão acorreram e
imediatamente seguraram o menino pelo braço já aos puxavanques, não ouvindo o
que ele repetia: - A carteira dela caiu, fui entregar. Moucos e cegos por
justiça, logo uma viatura da polícia militar ia passando ao que chamaram
atônitos, desceram dois soldados que tomaram ciência do ocorrido, pegaram o
menino pelas orelhas e fundilhos, sacudiram-no no porta-malas e zarparam. Nunca
mais ninguém viu nem se ouviu falar daquele garoto. Veja mais aqui e aqui.
MOEMA – Imagem: Moema (Óleo sobre tela, 129 X 190 cm, 1866), do pintor e professor catarinense Victor Meirelles (1932-1903) - Uma das índias apaixonadas pelo conquistador Diogo Álvares (Caramuru, o Filho do Trovão) que morreu afogada nadando para acompanhar o navio que o levava de volta à Europa. A pintura de Victor Meirelles retrata a pose sensual do corpo morto da jovem índia, deitado à beira do mar, com a tanga presa apenas a um dos lados dos quadris, a perna esquerda apoiada numa rocha e os cabelos soltos espalhados na areia. Veja mais aqui.
O IMPÉRIO DO EFÊMERO – O livro O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas
(Companhia das Letras, 2009), do filósofo, professor e teórico da
Hipermodernidade Gilles Lipovetsky,
trata de temas sobre o feérico das aparências, a moda consumada, a sedução das
coisas, a cultura à moda mídia e os deslizamentos progressivos do social, entre
outros assuntos. Do livro destaco: A moda não pertence a todas as épocas nem a todas
as civilizações: essa concepção está na base das análises que se seguem. Contra
uma pretensa universidade transhistórica da moda, ela é colocada aqui como
tendo um começo localizável na história. Contra a ideia de que a moda é um
fenômeno consubstancial à vida humano-social, afirmamo-la como um processo
excepcional, inseparável do nascimento e do desenvolvimento do mundo moderno
ocidental. Durante dezenas de milênios, a vida coletiva se desenvolveu sem
culto das fantasias e das novidades, sem a instabilidade e a temporalidade
efêmera da moda, o que certamente não quer dizer sem mudança nem curiosidade ou
gosto pelas realidades do exterior. Só a partir do final da Idade Média é
possível reconhecer a ordem própria da moda, a moda como sistema, com suas
metamorfoses incessantes, seus movimentos bruscos, suas extravagâncias. A
renovação das formas se torna um valor mundano, a fantasia exibe seus artifícios
e seus exageros na alta sociedade, a inconstância em matéria de formas e
ornamentações já não é exceção mas regra permanente: a moda nasceu. [...] Torrentes
de “pequenos nadas” e pequenas diferenças que fazem toda a moda, que
desclassificam ou classificam imediatamente a pessoa que os adota ou que deles
se mantém afastada, que tornam imediatamente obsoleto aquilo que os precede. Com
a moda começa o poder social dos signos ínfimos, o espantoso dispositivo de
distinção social conferido ao porte das novidades sutis. Impossível separar
essa escalada das modificações superficiais da estabilidade global do vestir: a
moda só pôde conhecer tal mutabilidade sobre fundo de ordem; foi porque as
mudanças foram módicas e preservaram a arquitetura de conjunto do vestuário que
as renovações puderam disparar e dar lugar a “furores”. Certamente, não que a
moda não conheça igualmente verdadeiras inovações, mas elas são muito mais raras
do que a sucessão das pequenas modificações de detalhe. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
HISTÓRIA DA FEIÚRA – Imagem: As tentações de Santo Antonio (1878), do pintor, desenhista, litógrafo e gravurista belga Felicien Rops (1833-1898). - O livro História da Feiúra (Record, 2007), organizado pelo escritor,
filósofo e bibliófilo italiano Umberto Eco,
sobre o feio no mundo clássico, um mundo dominado pelo belo, helenismo e
horror, a paixão e o martírio, a visão pancalista do universo, a dor de Cristo,
mártires, eremitas, penitentes, o triunfo da morte, o apocalipse: o inferno e o
diabo, monstros e portentos, o feio: o cômico e obsceno, a feiúra da mulher
entre a antiguidade e o Barroco, o diabo no mundo moderno, bruxaria, satanismo,
sadismo, physica curiosa, o resgate romântico do feio, o inquietante, torres de
ferro e de marfim, a vanguarda e o triunfo do feio, o feio dos outros, o Kitsch
e o Camp, o feio hoje, entre outros assuntos. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
UMA PIADA DO ŽIŽEK – No livro Bem-vindo ao deserto do real! - Estado de Sítio! (Boitempo, 2003),
o filósofo, professor, teórico crítico e cientista social esloveno Slavoj Žižek conta a piada A tinta que falta, com o seguinte teor: Numa antiga anedota que circulava hoje na
falecida República Democrática Alemã, um operário alemão consegue um emprego na
Sibéria; sabendo que toda correspondência será lida pelos censores, ele combina
com os amigos: “Vamos combinar um código: se uma carta estiver escrita em tinta
azul, o que ela diz é verdade; se estiver escrita em tinta vermelha, tudo é mentira”.
Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul: “Tudo aqui é
maravilhoso: as lojas vivem cheias, a comida é abundante, os apartamentos são
grandes e bem aquecidos, os cinemas exibem filmes do Ocidente, há muitas
garotas, sempre prontas para um programa – o único senão é que não se consegue
encontrar tinta vermelha”. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
AMERICANTO AMAR AMÉRICA – O excelente livro Americanto amar América e outros poemas do século XX – 40 anos de
poesia (Panamérica Nordestal, 2010), reúne os poemas e livros publicados do
poeta, editor e gestor cultural pernambucano Juareiz Correya. O livro traz desde as suas publicações no Jornal
Olho (1970), as antologias Poetas dos Palmares, os seus livros Um doido e a maldição da lucidez (1975),
Recity Recife Um (1976), O amor é uma canção proibida (1979), América Indignada (1986), entre outros
poemas e livros. Para conferir melhor clique aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui
e aqui.
THE LOOK OF LOVE – O filme The look of love (O olhar do
amor, 2013), do cineasta britânico Michael Winterbottom, roteiro de Matt
Greenhalgh e música de Antony Genn e Mark Slattery, conta a história do rei do
sexo proprietário de boates e editor de revistas pornográficas, Paul Raymond,
coroado pela imprensa em função do seu império de bilhões de libras na
Inglaterra. O destaque mesmo do filme fica a atriz britânica descendente de
irlandeses, Anna Louise Friel. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
Um dia no meio das voltas que o mundo dá, o pensamento de Alan Watts, a música de Tatiana Catanzaro, a
pintura de Joan Miró & Educação
para paternidade/maternidade aqui.
E mais:
Alvoradinha, o curumim caeté, a literatura de Lygia Fagundes Telles, a poesia de Manuel
Bandeira, o teatro de Qorpo Santo, o cinema de Tim Fywell & Ashley Judd,
Marilyn Monroe & Jayne Mansfield, a pintura de Fernando Botero, a música de
Roberto Carlos, Psicologia Social: infância, imagem & literatura aqui.
Eu & ela na festa do céu, Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores (AVSPE),
Umbigocentrismo, Doro & a embromação do banco aqui.
Itinerância, O segredo das mulheres de Albertus Magnus, a literatura de
Bruce Chatwin & Eça de Queiroz, o teatro de Elias Canetti, a pintura de
Henri Rousseau, a música de Samantha Fox, Políticas Públicas, a
arte de Ana Claudia Talancón & Nobuo Mitsunashi aqui.
Maceió, uma elegia para os que ousam
sonhar, a literatura
de Mario Vargas Llosa & Autran Dourado, o teatro de Máximo Gorki, a música
de Sarah Vaughan, o cinema de Suzana Amaral, a pintura de Carl Barks, o
folclore de Luís da Câmara Cascudo, a arte de Dianne Wiest, a fotografia de
Jannyne Barbosa & A burrinha de padre aqui.
Pra tudo tem jeito, menos pro que não
pode ou não quer, A
consciência fragmentada de Renato Ortiz, A teoria e a prática de Adalberto
Marson, o teatro de Rubens Rewald, o cinema de Wayne Wang & Gong Li, a
pintura de Geraldo de Barros & Katia Almeida, a música de Paula
Morelembaum, a escultura de Émile Antoine Bourdelle, a coreografia de Eugenio
Scigliano, a entrevista de Ulisses Tavares, a arte de Lisa Yuskavage & Wanda Pepi, Baghavad Gita, Neuroeducação & Até tu, Zé
Corninho aqui.
Tudo tem seu lado bom & ruim &
vice-versa, a obra secreta de Hermes Trismegistus, A
linguagem de Ludwig Wittgenstein, O homem criador e sensato de Alan Watts, a
música de Mozart & Alicia De Larroch, a poesia de Mariana Ianelli, a
coreografia de Merce Cunningham, o teatro de Maria Adelaide Amaral &
Marília Pêra, o cinema de Don Ross & Christina
Ricci, a escultura de Aristide Maillol, a pintura de Johfra Bosschart
& Sharon Sieben, a fotografia de Luiz Cunha, a ilustração de Ana Starling,
Flor do Una de Juarez Carlos, a entrevista de Valquiria Lins, a arte de Rodrigo
Branco, A criança: Vygotsky e o Teatro & O evangelho segundo Padre Bidião aqui.
Precisamos discutir sobre os próximos 20
anos, As vitórias e
derrotas de Zygmunt Bauman, A vida íntima e privada de Fernanda Bruno, a
coreografia de Janice Garrett, a poesia de Carolina de Jesus, o teatro de
Tennessee William, o cinema de Jules Dassin &
Melina Mercouri, a entrevista de Rejane Souza, a arte de Arlinda Fernandes & Alessandra Tomazi,
a música de Irina Costa, Brincarte & Literatura Infantil, Luciah
Lopez & Canção de quem ama além da conta aqui.
Aprendi a voar nas páginas de um livro, o pensamento de Carl Gustav Jung, O homem e a sociedade de
Wilfred Ruprecht Bion, A atualidade de Georg Simmel, a escultura de Wilhelm Lehmbruck,
a literatura de Eduardo Caballero Calderón, o teatro de Oduvaldo Vianna Filho
& Helena Varvaki, a arte de Tracey Emin & Samuel
Szpigel, a entrevista de Katia Velo, a música de
Tarita de Souza, a fotografia de Rebeka Barbosa, a arte de Karen Robinson &
Luiz Paulo Baravelli, Cidadania nas Escolas, Por mais que a gente faça nunca
será demais & Do que fui e o que não sou mais aqui.
O que deu, deu; o que não deu, só na
outra, Platão, O
afeto e o apego de Edward John Bowlby, Nascente & a entrevista de Geraldo Azevedo, Sociedade sem escolas de Ivan Illich,
o teatro de Nelson Rodrigues, a pintura de Cândido Portinari, a música de Zap
Mama & Marie Daulne, a coreografia de Katherine Lawrence,
a fotografia de Ryan Galbrath & Mario Testino, a
poesia de Bastinha Job, o cinema de Shohei
Imamura & Misa Shimizu, A Notícia & Jamilton
Barbosa Correia, a arte de Rachel Howard, Depois das eleições & De
cara pro futuro, levando tudo nos peitos, munheca em dia & pé na tábua aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.