domingo, março 08, 2015

SAFO, ANDRÔMACA, BLAVATSKY, SAGER, PLATH, KHÜNER, MARIA BONITA, ESQUIVEL & MULHERES NO MUNDO!!!!


CRÔNICA DE AMOR POR ELA – Tudo começou quando por volta de 1998 escrevi o poema em prosa Crônica de amor por ela, para um dos números do tabloide Nascente – Publicação Lítero-Cultural, que editei entre os anos 1997/1999. Em 2002, surgiu a ideia de criar o blog com o nome do poema. E, partir daí, no período compreendido entre 2002/2008, escrevi o livro (disponível apenas sob encomenda em edição limitada e capa dura), que foi transformado em show em 2010. Ao mesmo tempo, ao longo desses anos, realizei uma pesquisa, publicando o resultado disso no blog. Foi, então, que veio a ideia da Trajetória da Mulher na Humanidade e, junto, a campanha Todo Dia é Dia da Mulher, que ganhou a adesão da querida poeta e radialista Meimei Corrêa e incorporada ao Projeto MCLAM. Veja detalhes aqui, aqui aqui.

Imagem do pintor espanhol Antonio Maria Esquivel (1806-1857)

Ouvindo Sager sometimes late at night (1981) da compositora estadunidense Carole Bayer Sager.

A POESIA DA ILHA DE LESBOS – Imagem: Safo, do artista plástico italiano Andrea Gastaldi (1826 –1889). - A poeta grega Safo (séc. VII-VI aC), considerada a décima musa pelo respeito que sempre lhe dedicaram é autora desse poema O amor: O Amor agita meu espírito / como se fosse um vendaval / a desabar sobre os carvalhos. Também dela esse poema Ciúme: Parece-me igual aos deuses / o homem que, diante de ti e próximo, / escuta a tua doce voz e o teu / riso amorável. Isso faz-me / tumultuar o coração no peito. Na verdade,/ basta-me ver-te para que / a voz me falte, a língua / se me fenda e um repentino / fogo subtil alastre / sob a minha pele, os olhos / se me escureçam, os ouvidos / me zumbam, o suor / me inunde, um arrepio / me percorra toda. Fico / mais verde do que a erva. Sinto / que vou morrer. / Mas tudo é suportável, desde que humilde. Mais dois dos seus poemas traduzidos por Haroldo de Campos: 1 - Em torno a Silene esplêndida / os astros / recolhem sua forma lúcida / quando plena ela mais resplende / alta / argêntea / 2 - morto o doce Adônis / e agora, / Citereia, / que nos resta? / lacerai os seios, / donzelas, / dilacerais as túnicas. Veja mais aquiaqui.

ANDRÔMACA & AS TROIANAS – Imagem: Andrómaca, por José Vilches, 1853. Paseo de Recoletos. Madrid - Na peça As troianas (W. M. Jackson Inc, 1950), do poeta trágico e um dos três maiores expoentes da tragédia grega clássica Eurípedes (480aC-406aC), encontro a personagem Andrômaca. A trama mostra o destino das mulheres que estão sevadas para a Grécia como amantes ou escravas após o famoso estratagema do cavalo de Troia, invadindo e tomando a cidade e seus guerreiros, mortos ou aprisionados. Hécuba, a ex-rainha, já na velhice se verá escrava; Cassandra, tomada pelo chefe Agamenon, tem o dom da profecia e sabe que, ao chegarem a sua terra, serão ambos assassinados; Andrômaca, viúva de Heitor, guerreiro-mor de Troia, se tornará mulher de Neoptólemo, filho de Aquiles. É dela a fala a seguir: Todos os bens imagináveis que dão valor à mulher eu me empenhava em praticar no lar de Heitor. De inicio, há lugares que uma esposa, embora procedendo bem, só por frequentar merece a acusação de não se dedicar à casa. Longe de procurar lugares deste topo, eu ficava no lar e tinha mil cuidados para impedir que transpusesse suas portas a vil maledicência própria das mulheres. [...] Uma boca silenciosa e um rosto sempre sereno eis o que eu oferecia a meu esposo. Eu tinha a intuição de que quando me era licito vencê-lo, ou, ao contrário, ceder-lhe a vitória. Assim a fama de meu nome chegou aos aqueus em seu acampamento. E isto me perdeu. Quando me capturaram o filho de Aquiles mandou buscar-me para sua companheira. Serei serva até morrer na própria casa dos assassinos de meus entes queridos. Quando mal posso, por momentos, afastar do pensamento a imagem querida de Heitor como conseguirá abrir o coração ao esposo de hoje sem me sentir covarde e traidora do esposo morto? Mas se guardo intacto o amor que lhe dedicava provocarei a ira do homem que hoje me tem. Dizem que a aversão de uma mulher por outro homem em uma noite pode desfazer-se. Mas abominada para sempre deve ser a que, infiel a seu primeiro esposo, aceita um outro homem e lhe dedica amor! Veja mais aqui.

O ESPELHO EM QUE OS ROSTOS SE DIVIDEM – No livro Feminino/Masculino no imaginário de diferentes épocas (Bertrand Brasil, 1998), organizado pela socióloga Eloá Jacobina e pela escritora, dramaturga e pesquisadora Maria Helena Khüner. E desta última, no volume se encontra o texto O espelho em que os rostos se dividem, o qual destaco o trecho: [...] Ora, nela vê deusas doadoras, protetoras e propiciadoras, como as divindades que representam a terra fecunda e as águas fertilizantes, Cibele, Deméter, Rea, Gê, Isis, Miriam, Maya, Shing-Moo, todas as faces de Aditi, a Grande Mãe (dos Vedas) e ligadas aos simbolismos do leite, dos pomos, dos alimentos terrestres. Mas logo surge sob forma de deusas maléficas, pressionantes, dominadoras, Eríneas, Parcas, Moiras, Harpas, que o ameaçam com o extermínio ou a possível involução em seu corpo de água e terra (os frequentes mitos de engolimento). E essa natureza cifrada, misteriosa, desafia o ser humano com seus enigmas: decifra-me ou te devoro, lhe diz a Esfinge. A Esfinge – atente-se para sua imagem, já que é significativa – tem rosto de mulher, corpo de leão e asas de águia. Diante dela, sem saber como se situar/responder, ele tem medo de ser vitima da ilusão: pois iludir (iludere < in-ludere) pode ser um jogo, uma brincadeira, artimanha lúdica com que ela envolve o pequeno homem para torna-lo joguete seu; jogo, portanto, capaz de prejudicar ou danificar – sentido segundo que o próprio termo adquire. Veja mais aqui.

ÍSIS SEM VÉUS – A obra composta de quatro volumes Isis sem véus (Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology, 1877), da escritora e ocultista russa Elena Petrovna Blavatskaya, mais conhecida como Helena Blavatsky ou Madame Blavatsky (1931-1891), é uma coleção de filosofia esotérica inserido no seu movimento teosófico, tratando da natureza, filosofia oculta, filosofia perene, neoplatonismo emancipacionista cosmológico, forças elementais, fenômenos psíquicos, o homem interior e exterior, teologia, a prisca teologia, religião-sabedoria, filosofia hermética, a escritura cristã e as religiões orientais, o budismo, o hinduísmo, os Vedas, o Zoroastrismo, infalibilidade da ciência moderna, ciência oculta, forças ocultas e desconhecidas, as teorias de Darwin, entre outros interessantíssimos assuntos. Da obra destaco esse fragmento: Fiz apenas um ramalhete de flores do Oriente, e não acrescentei nada meu senão o laço que as amarra. Algum dos meus amigos poderá dizer que não paguei todo o preço por esse laço? Veja mais aqui, aquiaqui.

QUARENTA GRAUS DE FEBRE – A poeta estadunidense Sylvia Plath (1932-1963) reúne em seus poemas a dor e a morte, imagística tensa, contida e simbólica, culminando com o encantamento. Ela é autora das obras poéticas The Colossus (1962) e Ariel (1965), e do romance autobiográfico A redoma de Vidro, com o pseudônimo Victoria Lucas. Destaco o seu Quarenta graus de febre, recolhida da antologia Quigumbo (Escrita, 1980): Pura? Que vem a ser isso? / As línguas do inferno / São baças, baças como as tríplices / Línguas do apático, gordo Cérbero / Que arqueja junto à entrada. Incapaz / De lamber limpamente / O febril tendão, o pecado, o pecado. / Crepita a chama. / O indelével aroma / De espevitada vela! / Amor, amor, escassa a fumaça / Rola de mim como a echarpe de Isadora, e temo / Que uma das bandas venha a prender-se na roda. / A amarela e morosa fumaça / Faz o seu próprio elemento. Não irá alto / Mas rolará em redor do globo / A asfixiar o idoso e o humilde, / O frágil / E delicado bebê no seu berço, / A lívida orquídea / Suspensa do seu jardim suspenso no ar, / Diabólico leopardo! / A radiação faz que ela embranqueça / E a extingue em uma hora. / Engordurar os corpos dos adúlteros / Tal qual as cinzas de Hiroshima e corroê-los. / O pecado. O pecado. / Querido, a noite inteira / Eu passei oscilando, morta, viva, morta, viva. / Os lençóis opressivos como beijos de um devasso. / Três dias. Três noites. / água de limão, canja / Aguada, enjoa-me. / Sou por demais pura para ti ou para alguém. / Teu corpo / Magoa-me como o mundo magoa Deus. Sou uma lanterna - / Minha cabeça uma lua / De papel japonês, minha pele de ouro laminado / Infinitamente delicada e infinitamente dispendiosa. / Não te assombra meu coração. E minha luz. / Eu sou, toda eu, uma enorme camélia / Esbraseada e a ir e vir, em rubros jorros. / Creio que vou subir, / Creio que posso ir bem alto - / As contas de metal ardente voam, e eu, amor, eu / Sou uma virgem pura / De acetileno / Acompanhada de rosas, / De beijos, de querubins, / Do que venham a ser essas coisas rosadas. / Não tu, nem ele / Não ele, nem ele / (Eu toda a dissolver-me, anágua de puta velha) - / Ao Paraíso. Veja mais aqui, aquiaqui.

MULHERES NO MUNDO - O trabalho desenvolvido pela querida poeta e radialista Meimei Corrêa, no seu blog Baú de Ilusões: o amor leva à vida, envolve desde a sua produção literária e de difusão geral, como também a articulação de sua laboriosa atividade profissional com a sua dedicação pela busca do entendimento do papel da mulher na sociedade. Fruto disso é o seu trabalho de pesquisa e de divulgação acerca da temática Mulheres no Mundo que se encontra ligado ao desenvolvimento da campanha Todo dia é dia da mulher. Confira detalhes aqui.

MARIA BONITA & BAILE PERFUMADO – A baiana Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira – 1911-1938), foi a primeira mulher cangaceira, companheira de Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião, o Rei do Cangaço -, ambos assassinados na emboscada da Grota de Angicos, em Poço Redondo, Sergipe. Há uma considerável literatura tratando sobre o casal, merecendo, porém, destaque para o filme Baile Perfumado (1996), dirigido por Lirio Ferreira e Paulo Caldas, no qual a atriz Zuleica interpreta Maria Bonita. O filme narra a história do envolvimento do mascate libanês Benjamin Abrahão com o bando de Lampião no sertão brasileiro. Imperdível. Veja mais aqui.



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De heróis, mitos & o escambau, Alphonse Eugène Felix Lecadre & Aldemir Martins aqui.

E mais:
Literatura Infantil, Tiquê, Leviatã & Thomas Hobbes, Constantin Stanislavski, Hermann Hesse, Lee Ritenour, Krzysztof Kieslowski, Jean-Honoré Fragonard, Juliette Binoche, Bette Davis & Alexey Tarasovich Markov aqui.
Simone Weil, Simone de Beauvoir, Emma Goldman, Clara Lemlich, Alexandra Kollontai, Clara Zetkin & Tereza Costa Rego aqui.
Pablo Picasso, Fernanda Seno, Karl Jaspers, Händel, Tom Wesselmann, Eva Green, Demi Moore & Soninha Porto aqui.
Cecília Meireles, Jean-Luc Godard, Psicologia & Consciência & Pedrinho Guareschi, Pablo Milanés, Bertha Lutz & Sufrágio Feminino, Juliette Binoche e Myriem Roussel, Johan Christian Dahl, Costinha & Programa Tataritaritatá aqui.
Murilo Mendes, Renoir, George Harrison, António Damásio, Benedetto Croce, Bigas Luna, Mathilda May & Joyce Cavalccante aqui.
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Carpe diem, mutatis mutandis!, Endecha, Nikolai Roerich, Antonella Fabiani & Leon Zernitsky aqui.
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Sinfonias de bar, Vincent van Gogh, Ingmar Bergman, Annie Veitch, Kerri Blackman & Apesar dos pesares, a vida prossegue... aqui.
E se o amor fosse a vida na tarde ensolarada do quintal, Varvara Stepanova & Luciah Lopez aqui.
Errâncias de quem ama, promessas da paixão, Richard Strauss & Leonie Rysanek, A lenda Bororo de origem das estrelas, Sonia Ebling de Kermoal & Dorothy Lafriner Bucket aqui.
A ponte entre quem ama e a plenitude do amor, Murilo Rubião, Anneke van Giersbergen, Wäinö Aaltonen, Eduardo Kobra, Ramón Casas, Manuel Colombo & Fátima Jambo aqui.
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