AS ÁGUAS DE ALVORADINHA – Tendo em vista a Unesco haver
convencionado o dia de hoje como o Dia
Mundial da Água, lembrei de uma história que escrevi sob encomenda. Foi assim: lá pelos idos de 2002 ou por aí,
eu havia publicado o livro Alvoradinha:
calango verde do mato bom (Nascente, 2001), quando uma amiga carioca – não
consigo lembrar o nome dela nem o sítio que ela possui na rede, cabeça essa
minha, hem? -, por ocasião da conclusão de seu curso de Comunicação Social numa
universidade do Rio de Janeiro, de posse desse meu livro, solicitou uma
história do meu personagem com relação às águas. Fiquei surpreso e atendi.
Poucos dias depois enviei o texto e ela fez os quadrinhos e transformou em desenho
animado, tudo isso num tempo recorde: era o seu trabalho de conclusão de curso
na faculdade. Ela foi aprovada com louvor e publicou o resultado num sítio da
Internet. Fiquei superfeliz! Ela até me enviou a url e eu divulguei, na época,
no Boletim Nascente que eu editava na rede. Confira os detalhes aqui e aqui. E tem mais dicas de livros & artes aqui & aqui.
ENDYMION – Imagem: Diana and Endymion surprised by a Satyr (1626), do pintor flamengo Anthony van Dyck (1599-1641) - Segundo a mitologia grega, Endimião era um belo jovem. Em algumas versões da lenda ele é apresentado como um rei e em outras como um simples pastor, o qual, ao dormir sobre o Monte Latmo, impressionou de tal forma o frio coração de Selene, a deusa da Lua (Diana, na mitologia romana), que ela desceu do espaço, beijou-o e recostou-se ao seu lado. Ele acordou e descobriu que ela partira, mas a impressão que Selene lhe causara fora tal, que ele pediu a Zeus que lhe concedesse a imortalidade e lhe permitisse dormir para sempre naquele monte. Outra versão diz que Selene ficou tão presa a ele pelo sortilégio do amor que descia e vinha beijá-lo todas as vezes que queria. O escritor e dramaturgo inglês John Lyly (1553-1606) baseou-se nessa lenda para escrever a sua comédia Endimion, the man in the moon (Endimião, o homem da lua) e o poeta inglês John Keats (1795-1821) se ocupou do mesmo assunto no longo poema Endimião (1, 1-33): Tudo o que é belo é uma alegria para sempre: / O seu encanto cresce; não cairá no nada; / Mas guardará continuamente, para nós, / Um sossegado abrigo, e um sono todo cheio / De doces sonhos, de saúde e calmo alento. / Toda manhã, portanto, estamos nós tecendo / Um liame floral que nos vincule à terra, / Malgrado o desespero, a carestia cruel / De nobres naturezas, os escuros dias, / E todos os sombreados e malsãos caminhos / Abertos para nossa busca: não obstante, / Alguma forma bela afasta essa mortalha / De nossa lúgubre alma. Assim são sol e lua, / As árvores lançando a dádiva da sombra / as ovelhas sem mal; e assim são os narcisos / Com o mundo verde no qual vivem, e os regatos / Que fazem para si uma coberta amena / Contra a quente estação; a moita mato a dentro, / Rica de um jorro em flor de almiscaradas rosas; / E assim também é a majestade dos destinos / Que imaginamos para os mortos poderosos; / Os lindos contos que nós lemos ou ouvimos: / Uma fonte infindável de imortal bebida / Que da fímbria dos céus a nós precipita. / Nem percebemos tão-somente os mortos essas essências / Por uma curta hora; não, tal como as árvores / Que murmuram em torno a um templo logo estão / Preciosas como o próprio templo, assim a lua, / A poesia paixão, infinitos esplendores, / Obsedam-nos até tornar-se luz que incita / Nossa alma, e unem-se a nós de modo tão estreito, / Que existam sobre nós ou trevas ou fulgor, / Devem estar sempre conosco, ou bem morremos. Veja mais aqui, aqui e aqui.
Ouvindo Live in Rio (Warner, 1992) do cantor e compositor Jorge Ben-Jor
A SEMENTE DA MOSTARDA – No livro A semente da mostarda: discursos sobre as palavras de Jesus segundo o
Evangelho de Tomé (Tao, 1979), do filósofo místico Bhagwan Shree
Rajneesh (1931-1990), encontrei no
sexto discurso (26 de agosto de 1974, Poona – Índia), o seguinte trecho: [...] Seja um revolucionário! Vá além da
sociedade, seja corajoso, quebre as correntes, todos os relacionamentos. Esteja
só e viva como se fosse o centro do mundo! Então, Deus lançar-se-á em sua
direção e nesse lançamento seu ego será perdido, a ilha desaparecerá no Oceano
– de rente, você já não estará. Em primeiro lugar, a sociedade tem de ser
abandonada, essa é a mecânica interior: porque o seu ego só pode existir com a
sociedade. Se você continuar negando a sociedade, chegará um momento em que o
ego está só porque a sociedade foi abandonada. Mas então, sem a sociedade, o
ego não poderá existir, porque a sociedade reforça o ego [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
TEXTO & CONTEXTO – O livro Texto/Contexto (Perspectiva, 1976) do crítico e teórico de teatro
germano-brasileiro Anatol Rosenfeld
(1912-1973), trata de reflexões estéticas sobre o fenômeno teatro, o teatro
agressivo, a visão grotesca, o romance moderno, a psicologia profunda e
crítica, os temas históricas como Shakespeare e o pensamento renascentista,
aspectos do romantismo alemão, influências estéticas de Schopenhauer, Mário e o
cabotinismo, Thomans Mann: Apolo, Hermes e Dioniso; Kafla e laflianos, a
costela de prata de Augusto dos Anjos. Destaco o trecho: [...] As verdades são ficções de que se esquece
que o são, metáforas gastas, moedas que perderam a sua imagem. Falar a verdade
significa usar as metáforas usuais, isto é, diz a verdade quem mente conforme
convenções firmemente estabelecidas [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.
A VACA AMARELA & A
GALINHA BELISCONA NO TREM DO ABC
– A escritora, pedagoga e orientadora educacional alagoana Socorro Cunha é autora de uma série de maravilhosos livros
infantis. Algum tempo atrás ela concedeu uma entrevista pro Brincarte do Nitolino. Confira aqui, aqui e
aqui.
VERSOS: MARIA MULHER – O professor, advogado e poeta pernambucano
João Lins (que eu conheço de longa data e que se assina João Batista Lins de
Oliveira, o amigirmão João Patinhas) é autor do livro Maria Mulher (Outras Palavras, 1995), do qual destaco Versos: Faço versos soltos, / versos loucos; /
versos que me fundem a cuca / e me entortam o cerebelo; / versos que ao saírem
/ se perdem em meus delírios / e me encaracolam os cabelos. / Faço versos que
nem sei se são versos: / versos nascidos no corre-corre do dia, / perdidos na
angustia da noite / e achados no silêncio da madrugada. Veja mais aqui e
aqui.
VIOLA EMPRENHADA – Agora estou curtindo uma obra
indescritivelmente maravilhosa do meu amigo, cantor, músico e compositor Teco Seade: Viola Emprenhada. Quer curtir e comprovar? Clique aqui. E veja mais
desse excelente talento aqui e aqui.
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO
SER – O livro A insustentável leveza do ser (Rio
Gráfica, 1983), do escritor tcheco Milan
Kundera, eu ganhei do meu amigo Gilberto Melo. Livro que li avidamente e do
qual destaco esse trecho: O eterno
retorno é uma ideia misteriosa, e Nietzsche, com essa ideia, colocou muito
filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir tal como foi
vivido e que essa repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que
significa esse mito insensato? O mito do eterno retorno nos diz, por negação,
que a vida que vai desaparecer de uma vez por todas, e que não mais voltará, é
semelhante a uma sombra, que ela é sem peso, que está morta desde hoje, e que,
por mais atroz, mais bela, mais esplendida que seja, essa beleza, esse horror,
esse esplendor, não têm o menor sentido. Essa vida não deve ser considerada
mais importante do que uma guerra entre dois reinos africanos do século XIV,
que não alterou em nada a face do mundo, embora trezentos mil negros tenham
encontrado nela a morte através de indescritíveis suplícios. Será que essa
guerra entre dois reinos africanos do século XIV se modifica pelo fato de se
repetir um número incalculável de vezes no eterno retorno? Sim, certamente: ela
se tornará um bloco que se forma e perdura, e sua tolice será sem remissão
[...]. Essa extraordinária obra foi adaptado para o drama cinematográfico The undearable lightness of being
(1988), pelo diretor e roteirista estadunidense Philip Kaufman, com roteiro do
autor do livro e também do diretor com Jean-Claude Carrière, música de Mark
Adler e um elenco maravilhoso, do qual, neste momento destaco o papel
desempenhado pela linda atriz sueca Lena
Olin na personagem Sabina. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
Veja mais sobre:
Alguma coisa assim..., a música de Ken
Burns, a pintura de Jules Joseph Lefebvre, O cinema de Esmir Filho &
poemiudinho aqui.
E mais:
A divina encrenca de Juó Bananére, a
Personologia de Murray, O sexo na história de Reay Tannahill, o teatrod e Borná
de Xepa, a música de Zeca Baleiro, a pintura de Adélaide Labille-Guiard, Brenda
Starr de Dale Messick, Brooke Shields & a poesia de Marcia Lailin aqui.
Gestão Tributária aqui.
Ensino Público no Brasil, Dificuldades de
aprendizagem, Teoria e técnica em Arte-Terapia, O capital intelectual, a
fotografia de Joe Wehner & a poesia de Chagas Lourenço aqui.
Falange, falanginha, falangeta, a literatura de Lou Andres-Salomé, O voto
da mulher na Nova Zelândia & Kate Wilson Sheppard, a música de Arthur
Honegger, Dafne & Chloe & a pintura de Louis Hersent, Olivia Wilde, as
crônicas de Luiz Eduardo Caminha & o Programa Tataritaritatá aqui.
Fecamepa, a literatura de Georges
Bataille, a poesia de Torquato Tasso & Viviane Mosé, a música de Ástor
Piazzolla, o cinema de Bernardo Bertolucci, & Dominique Sanda, a arte de
Wanda Gág & Mary Louise Brooks aqui.
Crença, a canção, a poesia de Gabrielle D´Annunzio, a
literatura de Jack Kerouac, a música de Al Jarreau, A princesa que amava
insetos, o desenho de Benício, Kristen Stewart, a pintura de José Antônio da
Silva & Edgar Rice Burroughs aqui.
Big Shit Bôbras, a psicanálise de Carl
Gustav Jung, a poesia de Giórgos Seféris & Cacaso, a música de Fito Páez,
Anne Rice & Dana Delany, a pintura de Alexej von Jawlensky, Antônio
Conselheiro & Canudos aqui.
Aventureiros do Una, Maurice
Merleau-Ponty, Castro Alves & Eugênia Câmara, a literatura de Carlos Heitor
Cony,a música de Sergei Rachmaninoff & Yara Bernette, a pintura de Jules
Joseph Lefebvre & a arte deDiane Kruger aqui.
O brinde do amor, Paulo Freire, A música de Vanessa da
Mata, Luciah Lopez & Havia mais que desejo na paixão feita do amor aqui.
Sexta postura, a poesia de Manuel Bandeira, a música de Al Di Meola, a
escultura de Ambrogio Borghi, a arte de Juli Cady Ryan & Quando amor premia
o sábado aqui.
Desencontros de ontem, reencontros amanhã, a música de Gonzaguinha, a poesia de
William Blake & Gleidstone Antunes, a pintura de Duarte Vitória & Alô,
Congresso Nacional, ouça quem o elegeu aqui.
O que é ser brasileiro, Hannah Arendt, a
pintura de Alex Grey, a música de Carol Saboya & Quem faz e não sabe
o que fez é o mesmo que melar na entrada e na saída e nem se lembrou de limpar,
que meladeiro aqui.
Pra quem nunca foi à luta, está na hora
de ir, a música do
Duo Graffiti, a escultura de Phillip Piperides, a
pintura de Tracey Moffatt & a arte de Tanise Carrali aqui.
A lição de cada amanhecer, a música de Anne Schneider, a lenda da
origem do Solimões, a pintura de Alice Soares, a escultura de Lorenzo Quinn, O
Lobisomem Zonzo & Edla Fonseca aqui.
O cordão dos a favor & os do contra, a música de Jorge Ben Jor, a arte de
Hélio Oiticica, Vampirella & Forrest J. Ackerman, a poesia de Eliane
Queiroz Auer & Lia Kosta aqui.
O certo & o errado no reino das
ideologias, a
poesia de Hélio Pellegrino, a música de Nobuo Uematsu, a pintura de Raoul Dufy,
a arte de Mat Collishaw & Danicleci Matias Souza aqui.
Versos à flor da pele na prosa de um
poema, o cinema
de Jean-Luc Godard, a escultura de Bertel Thorvaldsen, a música de Sharon Corr,
a poesia de Elke Lubitz & a arte de Luciah Lopez aqui.
Vivo & a vida com tudo e todos, Helena Antipoff, a música de
Dominguinhos, a pintura de Angel Otero, a escultura
de Gutzon Borglum, a fotografia de Roman Pyatkovka & Nayana
Andrade aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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