domingo, março 22, 2015

RAJNEESH, KUNDERA, KEATS, BEN-JOR, ROSENFELD, LENA OLIN, ENDIMIÃO, DYCK, TECO SEADE, JOÃO LINS, SOCORRO CUNHA & ALVORADINHA NO DIA DA ÁGUA!!!!


AS ÁGUAS DE ALVORADINHA – Tendo em vista a Unesco haver convencionado o dia de hoje como o Dia Mundial da Água, lembrei de uma história que escrevi sob encomenda.  Foi assim: lá pelos idos de 2002 ou por aí, eu havia publicado o livro Alvoradinha: calango verde do mato bom (Nascente, 2001), quando uma amiga carioca – não consigo lembrar o nome dela nem o sítio que ela possui na rede, cabeça essa minha, hem? -, por ocasião da conclusão de seu curso de Comunicação Social numa universidade do Rio de Janeiro, de posse desse meu livro, solicitou uma história do meu personagem com relação às águas. Fiquei surpreso e atendi. Poucos dias depois enviei o texto e ela fez os quadrinhos e transformou em desenho animado, tudo isso num tempo recorde: era o seu trabalho de conclusão de curso na faculdade. Ela foi aprovada com louvor e publicou o resultado num sítio da Internet. Fiquei superfeliz! Ela até me enviou a url e eu divulguei, na época, no Boletim Nascente que eu editava na rede. Confira os detalhes aqui e aqui. E tem mais dicas de livros & artes aqui & aqui

ENDYMION – Imagem: Diana and Endymion surprised by a Satyr (1626), do pintor flamengo Anthony van Dyck (1599-1641) - Segundo a mitologia grega, Endimião era um belo jovem. Em algumas versões da lenda ele é apresentado como um rei e em outras como um simples pastor, o qual, ao dormir sobre o Monte Latmo, impressionou de tal forma o frio coração de Selene, a deusa da Lua (Diana, na mitologia romana), que ela desceu do espaço, beijou-o e recostou-se ao seu lado. Ele acordou e descobriu que ela partira, mas a impressão que Selene lhe causara fora tal, que ele pediu a Zeus que lhe concedesse a imortalidade e lhe permitisse dormir para sempre naquele monte. Outra versão diz que Selene ficou tão presa a ele pelo sortilégio do amor que descia e vinha beijá-lo todas as vezes que queria. O escritor e dramaturgo inglês John Lyly (1553-1606) baseou-se nessa lenda para escrever a sua comédia Endimion, the man in the moon (Endimião, o homem da lua) e o poeta inglês John Keats (1795-1821) se ocupou do mesmo assunto no longo poema Endimião (1, 1-33): Tudo o que é belo é uma alegria para sempre: / O seu encanto cresce; não cairá no nada; / Mas guardará continuamente, para nós, / Um sossegado abrigo, e um sono todo cheio / De doces sonhos, de saúde e calmo alento. / Toda manhã, portanto, estamos nós tecendo / Um liame floral que nos vincule à terra, / Malgrado o desespero, a carestia cruel / De nobres naturezas, os escuros dias, / E todos os sombreados e malsãos caminhos / Abertos para nossa busca: não obstante, / Alguma forma bela afasta essa mortalha / De nossa lúgubre alma. Assim são sol e lua, / As árvores lançando a dádiva da sombra / as ovelhas sem mal; e assim são os narcisos / Com o mundo verde no qual vivem, e os regatos / Que fazem para si uma coberta amena / Contra a quente estação; a moita mato a dentro, / Rica de um jorro em flor de almiscaradas rosas; / E assim também é a majestade dos destinos / Que imaginamos para os mortos poderosos; / Os lindos contos que nós lemos ou ouvimos: / Uma fonte infindável de imortal bebida / Que da fímbria dos céus a nós precipita. / Nem percebemos tão-somente os mortos essas essências / Por uma curta hora; não, tal como as árvores / Que murmuram em torno a um templo logo estão / Preciosas como o próprio templo, assim a lua, / A poesia paixão, infinitos esplendores, / Obsedam-nos até tornar-se luz que incita / Nossa alma, e unem-se a nós de modo tão estreito, / Que existam sobre nós ou trevas ou fulgor, / Devem estar sempre conosco, ou bem morremos. Veja mais aqui, aqui e aqui.

Ouvindo Live in Rio (Warner, 1992) do cantor e compositor Jorge Ben-Jor

A SEMENTE DA MOSTARDA – No livro A semente da mostarda: discursos sobre as palavras de Jesus segundo o Evangelho de Tomé (Tao, 1979), do filósofo místico Bhagwan Shree Rajneesh (1931-1990), encontrei no sexto discurso (26 de agosto de 1974, Poona – Índia), o seguinte trecho: [...] Seja um revolucionário! Vá além da sociedade, seja corajoso, quebre as correntes, todos os relacionamentos. Esteja só e viva como se fosse o centro do mundo! Então, Deus lançar-se-á em sua direção e nesse lançamento seu ego será perdido, a ilha desaparecerá no Oceano – de rente, você já não estará. Em primeiro lugar, a sociedade tem de ser abandonada, essa é a mecânica interior: porque o seu ego só pode existir com a sociedade. Se você continuar negando a sociedade, chegará um momento em que o ego está só porque a sociedade foi abandonada. Mas então, sem a sociedade, o ego não poderá existir, porque a sociedade reforça o ego [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

TEXTO & CONTEXTO – O livro Texto/Contexto (Perspectiva, 1976) do crítico e teórico de teatro germano-brasileiro Anatol Rosenfeld (1912-1973), trata de reflexões estéticas sobre o fenômeno teatro, o teatro agressivo, a visão grotesca, o romance moderno, a psicologia profunda e crítica, os temas históricas como Shakespeare e o pensamento renascentista, aspectos do romantismo alemão, influências estéticas de Schopenhauer, Mário e o cabotinismo, Thomans Mann: Apolo, Hermes e Dioniso; Kafla e laflianos, a costela de prata de Augusto dos Anjos. Destaco o trecho: [...] As verdades são ficções de que se esquece que o são, metáforas gastas, moedas que perderam a sua imagem. Falar a verdade significa usar as metáforas usuais, isto é, diz a verdade quem mente conforme convenções firmemente estabelecidas [...]. Veja mais aqui, aquiaqui.


A VACA AMARELA & A GALINHA BELISCONA NO TREM DO ABC – A escritora, pedagoga e orientadora educacional alagoana Socorro Cunha é autora de uma série de maravilhosos livros infantis. Algum tempo atrás ela concedeu uma entrevista pro Brincarte do Nitolino. Confira aquiaqui e aqui.


VERSOS: MARIA MULHER – O professor, advogado e poeta pernambucano João Lins (que eu conheço de longa data e que se assina João Batista Lins de Oliveira, o amigirmão João Patinhas) é autor do livro Maria Mulher (Outras Palavras, 1995), do qual destaco Versos: Faço versos soltos, / versos loucos; / versos que me fundem a cuca / e me entortam o cerebelo; / versos que ao saírem / se perdem em meus delírios / e me encaracolam os cabelos. / Faço versos que nem sei se são versos: / versos nascidos no corre-corre do dia, / perdidos na angustia da noite / e achados no silêncio da madrugada. Veja mais aqui e aqui.


VIOLA EMPRENHADA – Agora estou curtindo uma obra indescritivelmente maravilhosa do meu amigo, cantor, músico e compositor Teco Seade: Viola Emprenhada. Quer curtir e comprovar? Clique aqui. E veja mais desse excelente talento aqui e aqui.

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER – O livro A insustentável leveza do ser (Rio Gráfica, 1983), do escritor tcheco Milan Kundera, eu ganhei do meu amigo Gilberto Melo. Livro que li avidamente e do qual destaco esse trecho: O eterno retorno é uma ideia misteriosa, e Nietzsche, com essa ideia, colocou muito filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir tal como foi vivido e que essa repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que significa esse mito insensato? O mito do eterno retorno nos diz, por negação, que a vida que vai desaparecer de uma vez por todas, e que não mais voltará, é semelhante a uma sombra, que ela é sem peso, que está morta desde hoje, e que, por mais atroz, mais bela, mais esplendida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor, não têm o menor sentido. Essa vida não deve ser considerada mais importante do que uma guerra entre dois reinos africanos do século XIV, que não alterou em nada a face do mundo, embora trezentos mil negros tenham encontrado nela a morte através de indescritíveis suplícios. Será que essa guerra entre dois reinos africanos do século XIV se modifica pelo fato de se repetir um número incalculável de vezes no eterno retorno? Sim, certamente: ela se tornará um bloco que se forma e perdura, e sua tolice será sem remissão [...]. Essa extraordinária obra foi adaptado para o drama cinematográfico The undearable lightness of being (1988), pelo diretor e roteirista estadunidense Philip Kaufman, com roteiro do autor do livro e também do diretor com Jean-Claude Carrière, música de Mark Adler e um elenco maravilhoso, do qual, neste momento destaco o papel desempenhado pela linda atriz sueca Lena Olin na personagem Sabina. Veja mais aqui, aquiaqui e aqui.



Veja mais sobre:
Alguma coisa assim..., a música de Ken Burns, a pintura de Jules Joseph Lefebvre, O cinema de Esmir Filho & poemiudinho aqui.

E mais:
A divina encrenca de Juó Bananére, a Personologia de Murray, O sexo na história de Reay Tannahill, o teatrod e Borná de Xepa, a música de Zeca Baleiro, a pintura de Adélaide Labille-Guiard, Brenda Starr de Dale Messick, Brooke Shields & a poesia de Marcia Lailin aqui.
Gestão Tributária aqui.
Ensino Público no Brasil, Dificuldades de aprendizagem, Teoria e técnica em Arte-Terapia, O capital intelectual, a fotografia de Joe Wehner & a poesia de Chagas Lourenço aqui.
Falange, falanginha, falangeta, a literatura de Lou Andres-Salomé, O voto da mulher na Nova Zelândia & Kate Wilson Sheppard, a música de Arthur Honegger, Dafne & Chloe & a pintura de Louis Hersent, Olivia Wilde, as crônicas de Luiz Eduardo Caminha & o Programa Tataritaritatá aqui.
Fecamepa, a literatura de Georges Bataille, a poesia de Torquato Tasso & Viviane Mosé, a música de Ástor Piazzolla, o cinema de Bernardo Bertolucci, & Dominique Sanda, a arte de Wanda Gág & Mary Louise Brooks aqui.
Crença, a canção, a poesia de Gabrielle D´Annunzio, a literatura de Jack Kerouac, a música de Al Jarreau, A princesa que amava insetos, o desenho de Benício, Kristen Stewart, a pintura de José Antônio da Silva & Edgar Rice Burroughs aqui.
Big Shit Bôbras, a psicanálise de Carl Gustav Jung, a poesia de Giórgos Seféris & Cacaso, a música de Fito Páez, Anne Rice & Dana Delany, a pintura de Alexej von Jawlensky, Antônio Conselheiro & Canudos aqui.
Aventureiros do Una, Maurice Merleau-Ponty, Castro Alves & Eugênia Câmara, a literatura de Carlos Heitor Cony,a música de Sergei Rachmaninoff & Yara Bernette, a pintura de Jules Joseph Lefebvre & a arte deDiane Kruger aqui.
O brinde do amor, Paulo Freire, A música de Vanessa da Mata, Luciah Lopez & Havia mais que desejo na paixão feita do amor aqui.
Sexta postura, a poesia de Manuel Bandeira, a música de Al Di Meola, a escultura de Ambrogio Borghi, a arte de Juli Cady Ryan & Quando amor premia o sábado aqui.
Desencontros de ontem, reencontros amanhã, a música de Gonzaguinha, a poesia de William Blake & Gleidstone Antunes, a pintura de Duarte Vitória & Alô, Congresso Nacional, ouça quem o elegeu aqui.
O que é ser brasileiro, Hannah Arendt, a pintura de Alex Grey, a música de Carol Saboya & Quem faz e não sabe o que fez é o mesmo que melar na entrada e na saída e nem se lembrou de limpar, que meladeiro aqui.
Pra quem nunca foi à luta, está na hora de ir, a música do Duo Graffiti, a escultura de Phillip Piperides, a pintura de Tracey Moffatt & a arte de Tanise Carrali aqui.
A lição de cada amanhecer, a música de Anne Schneider, a lenda da origem do Solimões, a pintura de Alice Soares, a escultura de Lorenzo Quinn, O Lobisomem Zonzo & Edla Fonseca aqui.
O cordão dos a favor & os do contra, a música de Jorge Ben Jor, a arte de Hélio Oiticica, Vampirella & Forrest J. Ackerman, a poesia de Eliane Queiroz Auer & Lia Kosta aqui.
O certo & o errado no reino das ideologias, a poesia de Hélio Pellegrino, a música de Nobuo Uematsu, a pintura de Raoul Dufy, a arte de Mat Collishaw & Danicleci Matias Souza aqui.
Versos à flor da pele na prosa de um poema, o cinema de Jean-Luc Godard, a escultura de Bertel Thorvaldsen, a música de Sharon Corr, a poesia de Elke Lubitz & a arte de Luciah Lopez aqui.
Vivo & a vida com tudo e todos, Helena Antipoff, a música de Dominguinhos, a pintura de Angel Otero, a escultura de Gutzon Borglum, a fotografia de Roman Pyatkovka & Nayana Andrade aqui.
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