terça-feira, março 10, 2015

LOU SALOMÉ, HONEGGER, HERSENT, SHEPPARD, CAMINHA, THIRD PERSON, OS FALANGINHAS & MUITO MAIS NO PROGRAMA TATARITARITATÁ.


FALANGE, FALANGINHA, FALANGETA – Em 1995, inaugurando o meu selo editorial Nascente, eu publiquei o meu segundo livro infantil: Falange, falanginha, falangeta. Contava a história dos meninos Mindinho, Seu Vizinho, Maior de Todos, Fura-bolos e Cata-Piolho que viviam muito felizes num sítio e que um dia de inverno esbarram na dificuldade de não ter como brincar. Entristecidos pro se encontrarem aprisionados dentro de casa sem recursos para brincadeiras, eles foram salvos pelas fadinhas Mira tintin, Sira tlintlin, Sora tonton, Rena tantan, Lara tonton e Mira bordão tuntum que ensinaram a cantar e brincar ao embalo da música, mostrando um outro sentido de vida para eles. O livro teve uma acolhida substancial das escolas alagoanas, sendo adotado como paradidático em diversos educandários, tornando a minha empreitada exitosa. Edição esgotada, ainda hoje recebo cobranças para uma segunda edição, principalmente de professores e educadores. Estou organizando as finanças para ver se consigo lançá-la em breve, aguarde. Enquanto isso veja mais aquiaqui.

DAPHNE AND CHLOE – Imagem: Dáphne and Chloe, do pintor francês Louis Hersent (1777-1860) - Famosos amantes mitológicos. Segundo a lenda grega, Dáphne era um jovem pastor siciliano, filho de Mercúrio com uma ninfa da Sicília, protegida de Diana. Inspirado pelo amor que dedicava a Chloe, teria ele inventado a poesia pastoral ou idílica. Ela era a linda e amorosa pastora a quem dera o seu coração. Os amores de ambos foram celebrados no romance pastoral do escritor grego Longus, que se supõe ter vivido entre os séculos II e IV da era cristã. Essa obra serviu de inspiração a um dos mais famosos romances idílicos da literatura mundial, Paulo e Virginia, do escritor francês  Jacques-Henri Benardin de Saint-Pierre (1737-1814). Veja mais aqui e aqui.

Ouvindo Symphonies 1-5 Pacific 231 do compositor suíço Arthur Honegger (1892-1955), Orchestre du Capitole de Toulouse, regente Michel Plasson.


O PIONEIRO VOTO DA MULHER NA NOVA ZELÂNDIA – Foi na Nova Zelândia, exatamente no dia 19 de setembro de 1893, que o voto feminino foi consagrado legal pela primeira vez na história da humanidade. Isso graças à voz ativa da líder política e feminista neozelandesa, Kate Wilson Sheppard (1847-1934) foi o maior destaque do movimento pelo sufrágio feminino no país. Ela foi fundadora da Woman’s Christian Temperation Union, uma instituição que começou sua luta em 1885, na conquista por leis que garantissem o bem-estar e o respeito das mulheres e crianças, bem como na luta pelos direitos de igualdade. Ela simboliza, portanto, a perseverança, a determinação e a luta pelos difusos direitos das mulheres e de todo ser humano. Veja mais aquiaqui.

REFLEXÕES SOBRE O PROBLEMA DO AMOR E O EROTISMO – Figura emblemática da feminilidade narcísica, a poeta e intelectual alemã nascida na Rússia, Lou Andres-Salomé (1851-1937) concebia o amor sexual como uma paixão física que se apoiava logo que o desejo fosse saciado, defendendo que só o amor intelectual, fundado na mais absoluta fidelidade, era capaz de resistir ao tempo. No seu livro Reflexões sobre o problema do amor e o erotismo: ensaios (Landey, 2005), ela comentou sobre um dos grandes temas da literatura- Madame Bovary e Ana Karenina – segundo o qual o conflito entre loucura amorosa e a quietude conjugal quase sempre impossível de superar, deve ser plenamente vivo: [...] Apenas um homem sabe que a felicidade e tormento são a mesma coisa, em todas as experiências mais intensas e em todos os momentos fecundos da vida: é o criador. Entre as suas paixões, envolveu-se com o filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), com o poeta alemão Rainer Maria Rilke (1875-1926), o escritor e filósofo alemão Paul Rée (1849-1901), o neurologista e psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) deslumbrou-se com ela e a amou, inclusive, sendo ela responsável pela revolução da sua vida, entre tantos outros. Ela deixou jovem a Rússia após recusar um casamento, instalando-se em Zurique para se ligar à teologia, a arte e a religião, áreas essas que se tornaria o meio para realizar seu sonho intelectual. O envolvimento com o filósofo Nietzsche foi rumoroso por ele considerá-la como a única mulher capaz de compreendê-lo, o que o fez pedi-la em casamento. Ela recusou e como havia ao redor o amigo do filósofo e também apaixonado por ela, Paul Rée, formando uma trindade intelectual que causou escândalo na época (foto acima). Depois, ela se casou com o orientalista alemão Friedrich-Carl Andreas e, como não se consumou, tornou-se amante do fundador do Partido Social Democrata, Georg Ledebourg. Já em seu livro, Minha Vida, ela declara o seu amor por Rilke. Em seguida, apaixonou-se por Vikton Tausk. Ela buscava um Eros cosmogônico, capaz de compensar a perda irreparável do sentimento de Deus. Destaco o seu poema Oração à vida: Tão certo quanto o amigo ama o amigo, / Também te amo, vida-enigma / Mesmo que em ti tenha exultado ou chorado, /mesmo que me tenhas dado prazer ou dor. / Eu te amo junto com teus pesares, / E mesmo que me devas destruir, / Desprender-me-ei de teus braços / Como o amigo se desprende do peito amigo. / Com toda força te abraço! / Deixa tuas chamas me inflamarem, / Deixa-me ainda no ardor da luta / Sondar mais fundo teu enigma. / Ser! Pensar milênios! / Fecha-me em teus braços: / Se já não tens felicidade a me dar / Vamos, ainda tens tua dor. Considerada pelos burgueses de Gottingen como feiticeira, ela escreveu: Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida! Lou Salomé era uma bela mulher que escandalizou a sociedade e quebrou regras morais. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

NERVO DE MOCOTÓ – Alguns anos atrás fui premiado com uma viagem para participar de um Congresso Lusófono na belíssima cidade de Blumenau, no Estado de Santa Catarina. Fui pra lá levado pelo poetamigo Tchelo D´Barros. Lá tive a oportunidade de conhecer, entre tantas outras pessoas, o anfitrião da festa, o escritor e médico Luiz Eduardo Caminha, de quem me sinto premiado pela amizade e, além do mais, por ter sido agraciado com o seu Saboreando Crônicas (Nova Letra, 2008), do qual destaco um fragmento do Nervo de Mocotó: Era uma destas quintas feiras de rodada do campeonato citado de bocha de Blumenau. O palco: o complexo de bocha do Bela Vista Country Club. Presente os habituês daquele agradável ambiente, sócios do clube, alguns membro do Stammtisch Teça a Todo Vapor (Diestag mit allen dampf), toda a galera de aficcionados da bocha, além dos inveterados frequentadores da sauna. Aquele começara cedo para o Paulo Mafroni (Cachorrão) e o Toninho, ecônomo daquele complexo de bocha. Desde as oito horas, já tinham ido para a fervura (foram mais de dez só para tirar o cheiro) as bengalas de cerca de setenta centímetro do mais puro órgão genital externo bovino, que o próprio Cachorrão trouxera de Pelotas [...] A primeira porção, para despertar os curiosos e bicões, foi servida à moda de aperitivo, com farinha, palitos e tudo mais. Aprovação geral!!!! – O que é isto? – perguntou um afoito curioso. – Nervo de mocotó -, foi a melhor resposta que o Cachorrão encontrara. Foram muitos os pratos, com arroz, no pão, na farinha, só sobrou o fundo da panela. Ao final da comilança, beiços lambidos, a notícia: - Bem minha gente, o que vocês comeram foi... bilau de boi. Entre aqueles que confessaram ter admirado o prato (aliás, muito comum nos pampas), outros que ficaram furiosos com a brincadeira e alguns nauseabundos, sobrou para o Cachorrão. Até no conselho do clube o assunto entrou na pauta de uma reunião. Resultado: Cachorrão ficou suspenso de cozinhar, por noventa dias, qualquer tipo de prato no Bela Vista, ainda mais porque ante tanto tititi, o gaúcho velho já vinha prometendo outra: - Se gostaram tanto dos órgãos do boi, imagina só quando eu trouxer os das vacas!. E, aí, aconteceu o inesperado: descoberta a trama do Cachorrão, quando quatorze belos espécimes do mais puro órgão genital feminino de vacas girolândia chegaram aos freezers do complexo da bocha, o presidente do conselho deu uma ordem: - Toninho, joga tudo isto fora! Foi daí que, no Clube do Marreta, um café muito popular do centro, espécie de senadinho, onde tudo se comenta da cidade, começou um zum-zum-zum, um buchicho, que correu toda Blumenau: - Tem uma turma, lá no Bela Vista, desse pessoal da bocha, que comeu a se regalar bilau de touro, mas quando foi pra comer as pererecas das vacas, jogou tudo fora. Antes, mesmo, de serem cozinhadas. [...]. Veja mais aqui e aqui.

THIRD PERSON – Não vou me passar por Sílvio Santos: - Não vi, mas minha empregada assistiu e disse que o filme era maravilhoso. Não vou fazer isso. É que fui pra sessão e findei naquela: vi, mas não prestei atenção. Na verdade, só apreciei de mesmo nas cenas que a atriz estadunidense Olivia Wilde aparecia. Ela só não, Caroline Goodall, Daniela Virgilio, Kim Basinger, Mila Kunis, Moran Atias e Maria Bello. Todas desfilaram nos meus olhares, mas a Olivia é que ficou marcante e marcada. No outro dia me perguntaram: - Como foi o filme? -, vixe, que vexame. Fiz um esforço medonho para me lembrar de algo, passei batido e desconversei. Dias depois foi que vi que se tratava do filme Terceira Pessoa (Third person, 2013), dirigido pelo roteirista, produtor e cineasta canadense Paul Haggis com música composta por Dario Marianelli. Só me lembrava que eram três histórias de amor interligadas e que envolviam casais em cidades diferentes, como Roma, Paris e Nova York. Veja mais aqui.


PROGRAMA TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação desta terça aquiLogo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá, com muita festa e a apresentação da querida Meimei Corrêa. Na programação: Arthur Honegger, Egberto Gismonti, Edson Natale, Milton Nascimento, Ivan Lins, Geraldo Azevedo, Duofel, Leila Pinheiro, Belchior, Ednardo, Natiruts, Fagner, Amelinha, Troupe da Gaita & Tavares da Gaita, Theo de Barros, Pessoal do Ceará, Ricardo Machado, Sonia Mello, Cikó Macedo, Katya Chamma, Zé Ripe, Elisete Retter, Zé Linaldo, Paulynho Duarte, Adriana Mezzadri, Ângela Linhares, Kid Vinil & Os Heróis do Brasil, Neneh Cherry, Brad Fiedel, Bix Beiderbecke, Classical Praise, Sara Montiel & muito mais! Veja mais aqui.
SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 10 de março, a partir das 21hs
Onde? No MCLAM - blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa


Veja mais sobre:
Pablo Neruda, Modigliani, Björk, Teixeira Coelho, Zinaida Evgenievna Serebriakova, Elsa Zylberstein, Rubens da Cunha & Uma mulher por cem cabeças de gado aqui.

E mais:
Com quantos desaforos se faz uma eleição, Howard Chandler & Luciah Lopez aqui.
A poesia de Valéria Tarelho aqui.
Primeira Reunião, Patativa do Assaré, Heitor Villa-Lobos & Turíbio Santos, Cicero Dias, Rosa Luxemburg, Pier Paolo Pasolini, Bárbara Sukowa, Rubem Braga & José Geraldo Batista aqui.
Lev Vygotsky, Gabriel García Marquez, Flora Purim, Elizabeth Barrett Browning, Cyrano de Bergerac, Andrzej Wajda, Michelangelo & Anna Mucha aqui.
É pra ela – Crônica de amor por ela, Carlos Gomes & Silviane Bellato, Neila Tavares, Heloneida Studart, Giuseppe Tornatore, Piet Mondrian, Edwin Landseer, Maria Esther Maciel, Monica Bellucci & A lenda Mundurucu Quando mandavam as mulheres aqui.
Crônica de amor por ela, Sylvia Plath, Safo, Helena Blavatsky, Maria Bonita, Eurípedes, Carole Bayer Sager, Andrômaca & As troianas, Antonio Maria Esquivel, Mulheres no Mundo & O espelho em que os rostos se dividem aqui.
Crônica de amor por ela – poemas & canções, Juana de Ibarbourou, Camille Claudel, A Literatura Ocidental de Otto Maria Carpeaux, Ornette Coleman, Juliette Binoche, Johann Kaspar Füssli & Iacyr Anderson Freitas aqui.
Mil sonhos na cabeça e o amanhã nas mãos, João Cabral de Melo Neto, Omar Ortiz, Sean Seal& Gary Jackson aqui.
A vida em risco e o veneno à mesa, Amartya Kumar Sem, Roberto Fernandez Balbuena & Kadee Glass aqui.
Aos quatro cantos e ventos minha vida, Jacob Boehme, Esther Scliar, Tamara de Lempicka, Jo Ansell, Jonathan Charles & Dene Ramos aqui.
Solilóquio na viagem noturna do sol, Educação no Brasil, Maria Esther Pallares, Paula Águas, Sêneca, Terry Miura & Amenaide Lima aqui.
Lasciva da Ginofagia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
Veja mais aquiaqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja os vídeos aqui & mais aqui e aqui.



PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

  Imagem: Foto AcervoLAM . Ao som do show Transmutando pássaros (2020), da flautista Tayhná Oliveira .   Lua de Maceió ... - Não era ...