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quarta-feira, outubro 25, 2023

DELMIRA AGUSTINI, ELIF SHAFAK, MASUD KHAN, GINÁSIO MUNICIPAL & PINTANDO NA PRAÇA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Tudo é inspiração, tudo tem som, cor e ritmo.

Ao som dos álbuns Attraction (1995), Night Train (Munich, 2002), Come Escape with Me (Munich, 2005), September Suite (Munich, 2005), Sketches (Munich, 2010), Twelve (In+Out, 2012), Blue Whisper (In+Out, 2015), Road to the Sun (AmFi, 2018) e Persistence (AmFi, 2020), da pianista Azerbaijani, Amina Figarova.

 

TANTO MELHOR SERÁ QUANTO MAIS OU MENOS – Para quem pelas lonjuras e latitudes abissais, tanto faz se perto ou não na direção das ventas, cipoadas de todo jeito: quem da carne à pedra bruta cant&verso noitedia luz&ar fosse a vez da voz. Reviravoltas, ah, é da vida, o que vai volta e depois se não entorta sobram as carpideiras com seus olhares indigentes sobre o sangue derramado: o imortal partiu desta para não sei qual. Quantas vezes minha cabeça rolando pelas escadarias, escondia o medo mesmo que tivesse tomado de pânico do mundo no maior pavor! Talvez hesitações, talvez: quem não cometeu um grave erro por não ter escolha, nem era possível predizer. Fiz o melhor que pude, sabia, ainda era pouco, carga pesada demais por castigo. Eis o desejo entrando pela porta com Clarice Lispector: As coisas obedecem ao sopro vital. Nasce-se para fruir. E fruir já é nascer... de repente as coisas não precisam fazer sentido. Satisfaço-me em ser... E sou como se o pudor fugisse pela janela, como quem livrasse o raio num seixo abrigo, outro seria triz e vento: como quem morresse para ressuscitar outro no mesmo instante, nem queria que me vissem assim, porque já Denise Levertov ao ouvido: Gosto de encontrar o que não se encontra imediatamente, mas está dentro de algo de outra natureza, em repouso, distinto...Quem diria não ao ódio e o amor fizesse festa das entranhas e estrelas sorrissem o prêmio da vida. Quem não Sylvia Plath: Ninguém no caminho, e nada, nada a não ser amoras... Talvez quando nos encontramos querendo tudo, é porque estamos perigosamente perto de não querer nada... Tanto melhor se bem soubesse o que de mais fosse ao menos real: o filho vale impressão de pai ou não. E era Nêmesis nua e com derrisão na janela da insônia... Suas mãos cheiravam a saudade e inventavam fragrâncias agradáveis. Sabia da excentricidade da paixão, ladra de corações e o seu revide escarlate: quem da mão promove aceno pra de si compartilhar caminhos. Também tinha a minha história de sobrevivência, segui o curso e transbordei, coração saindo pela boca cheia de palavras sem ter onde despejar e sucumbindo ao inexorável - apenas tentei trilhar meu próprio destino e me reconciliar comigo mesmo. Talvez o mundo não seja o inferno que se vê e vive, talvez. Até mais ver.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

O NÓ: O idílio deles era um longo sorriso de quatro lábios... \ No colo quente da loira primaveril \ Eles se amavam tanto que entre seus dedos sábios \ A forma divina da Quimera pulsou. \ Nos palácios luminosos das tardes calmas \ Eles falavam uma língua que parecia chorar, \ E beijaram-se profundamente até morderem a alma!... \ As horas caíram como flores douradas, \ E o Destino interpôs suas duas mãos geladas... \ Ah! Os corpos cederam, mas as almas trançaram \ Eles são o nó mais intricado que já existiu... \ Em luta com suas loucas complicações sobre-humanas \ As Fúrias da vida quebraram suas mãos \ E Ananké cansou seus dedos supremos...

TUA BOCA: Eu estava fazendo um trabalho divino, na rocha \ Crescente do Orgulho. \ Da vida distante, \ Alguma pétala vívida voou para mim pela manhã, \ Alguns beijos durante a noite. \ Tenaz como um louco, \ Minha obra divina na rocha secou. \ Quando sua voz derrete como um sino sagrado \ Na nota celestial a vibração humana, \ Ele estendeu seu laço dourado até a borda da sua boca; \ — Maravilhoso ninho de vertigens, sua boca! \ Duas pétalas de rosa fechando um abismo…\ — Trabalho, trabalho de glória, doloroso e leve; \ Tecido onde meu espírito se tramava! \Você permanece na orgulhosa cabeça da rocha, \ E eu caio, sem fim, no abismo sangrento!

Poemas da poeta uruguaia Delmira Agustini (1886-1914), Veja mais aqui.

 

AS QUARENTAS REGRAS DO AMOR – [...] Tente não resistir às mudanças que surgem em seu caminho. Em vez disso, deixe a vida viver através de você. E não se preocupe, pois sua vida está virando de cabeça para baixo. Como você sabe que o lado que você está acostumado é melhor do que o que está por vir? [...] O passado é um redemoinho. Se você permitir que ele domine o seu momento presente, ele o absorverá. O tempo é apenas uma ilusão. O que você precisa é viver este exato momento. Isso é tudo que importa. [...] Coisas que podem parecer maliciosas ou infelizes são muitas vezes uma bênção disfarçada, enquanto coisas que podem parecer desagradáveis podem ser prejudiciais a longo prazo. [...]. Trechos extraídos da obra The Forty Rules of Love (Penguin, 2015), da escritora turca Elif Shafak.

 

A EXPERIÊNCIA DOS SONHOS – [...] Sei o que é o domingo para um homem pobre que trabalha. Sei, principalmente, o que é a noite do domingo e se pudesse dar um sentido e uma figura àquilo que sei, poderia fazer de um domingo pobre uma obra de humanidade. [...]. Trecho extraído da obra De l’Expérience du Rêve à la Réalité Psychique - Le Soi Cachê (Gallimard, 1976), do psicanalista paquistanês Masud Khan (1924–1989).

 

GINÁSIO MUNICIPAL

[...] Aos 75 anos da História do Ginásio Municipal, recheada de eventos, a marca que criou para a educação palmarense o torna maior do que é pela capacidade de sempre abrir suas portas e janelas a quem sempre desejou aprender [...].

Trecho extraído da obra História do Ginásio Municipal de Palmares (Rascunhos, 2023), do professor e escritor Marcondes Calazans. Veja mais aqui, aqui e aqui.

&

Pintando na Praça

No próximo dia 28 de outubro, a partir das 9h, acontecerá na Praça Paulo Paranhos, centro de Palmares, mais uma edição do projeto Pintando na Praça, uma realização Instituto de Belas Artes Vale do Una (IbaValeUna), que é uma associação de caráter social, educacional, artístico e cultural, presidido pelo poeta e artista plástico Paulo Profeta, e é realizada anualmente desde 2010, tendo por objetivos principais o de formação e capacitação de artistas e arte-educadoras nas áreas de artes visuais, animação e empreendedorismo cultural; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, entre outros. O projeto além de Palmares também já contemplou diversos municípios pernambucanos, não só contando com atividades e exposições de artistas pernambucanos de renome nacional, como revelando artistas locais e da região Mata Sul de Pernambuco, entre outras regiões do estado. A instituição ainda desenvolve atividades na Escola de Belas Artes Vale do Una, dispondo de cursos e oficinas de Pintura Artística I, Desenho Artístico I, Modelagem Tridimensional em Argila, Técnica de Modelagem, Encadernação Artesanal, Serigrafia Artística através de Técnicas Artesanais, Técnica de Marcheteria com Folheado e Produtos de Resina em Poliéster, como também exposições oriundas do BarroFino, com peças artesanais em barro, entre outras atividades. SERVIÇO: Evento: Pintando na Praça em Palmares. Data & horário: 28/10, a partir das 9h. Onde: Praça Paulo Paranhos – Palmares – PE Contato: (81) 98853-0231. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

POESIA VITAL ABSOLUTA

Lançado recentemente durante a segunda da edição da Feira de Livros & Artes dos Palmares (FLIARP), o livro Poesia Vital Absoluta (CriaArt, 2023) já está disponível para os interessados. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 



sexta-feira, setembro 23, 2016

SYLVIA PLATH, NIETZSCHE, BOURDIEU, COEUR DE PIRATE, CECI MISOCZKY, LUCIAH & GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA


INEDITORIAL: QUE COISA! QUANDO EU IA, TODOS JÁ VOLTAVAM - Olá, gentamiga do meu Brasilzão do Fecamepa! Vez ou outra eu me vejo um verdadeiro Fabo: ou erro o caminho, ou chego atrasado. Nada não, aprendo com isso. Meus erros todos são aprendizagens e adoro aprender. Cada dia uma coisa nova, por isso de tédio sei que não morro. Com a primavera sopram bons ventos e eu pego carona na primeira brisa solfejando as canções do álbum de Beto Guedes. E como hoje é o Dia Internacional contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças, nada demais apelar pro bom senso e pra consciência e reconhecimento de cada ser humano com relação aos direitos e deveres de cada um. Ter direito não é ter privilégios, é ter deveres a cumprir para que assim possa ser respeitado no mesmo tanto. Ou, trocando em miúdos, vamos respeitar para que sejamos respeitados. Não importa a orientação sexual, cada qual sua escolha. Basta ter caráter, ser ético. A vida é pra viver; e quando dá, como naquela do deixe que falem, eu não estou fazendo nada, você também, que tal bater um papo, chupar um sorvete e jogar conversa fora. O indigesto é ver pose de santinho naquele que esconde suas vilezas: traidores, golpistas, covardes, vendidos. Deus que nos livre, mas saiba: eles rondam por todo canto, pestilências das brabas, estão por toda parte. Prest’enção! Olho vivo! Não se pode cochilar demais. Escapando por ali e acolá, vamos sempre juntos! Mudando de assunto que esse papo é chato demais, vamos pras novidades: hoje a croniqueta é O Feitiço do Amor, o tema em destaque é a gravidez precoce com um texto da assistente social Laura Maria Pedrosa de Almeida, as estruturas sociais da economia do sociólogo Pierre Bourdieu, os diários de Sylvia Plath, as redes e os movimentos sociais da professora Maria Ceci Misoczky, mais um trecho da gaia ciência de Nietzsche, o poema e arte de Luciah Lopez, a música da canadense Coeur de Pirate e as manifestações solidárias pela Paz na Terra. Se aprocheguem & boa viagem. Procês meu beijabração com Ikebana Sanguetsu. No mais, vamos aprumar a conversa & Tataritaritatá. Veja mais aqui.

Veja mais sobre Nênia de Abril, Hanif Kureishi, Paul Valéry, Jacob Levy Moreno, John Coltrane, Augusto de Campos, Joana Fomm, Tamara Karsavina, Projeto Escola de Arte Cidadã, Carl-Henning Pedersen, Literatura Infantil & Neurociência e educação aqui.

E mais:
Sulamita, minha filha & as previsões do Doro aqui.
Goethe, Mestre Eckhart, Lúcio Cardoso, Nelson Rodrigues, Myriam Taubkin, Leonardo Mota, Chen Kaige, Gong Li, Spencer John Derry & Quem tem cu tem medo aqui.
Fecamepa à República aqui.
Elvira, a debutante do coronel, Agostino Carracci, Ísis Nefelibata & as previsões do Doro aqui.
O amor mais que de repente, Cristina Kolikoviski, Agostino Carracci, Sasha Alexander & as previsões de Doro aqui.

DESTAQUE: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A importância da família no contexto da vida social – explicitada no texto constitucional e em diversas legislações específicas – não garante a proteção integral necessária a crianças e adolescentes, sobretudo àqueles que pertencem a famílias pauperizadas. Maus tratos, negligência, abandono, desagregação familiar, violência/abuso sexual são, dentre outras, situações que afetam as crianças e os adolescentes, concorrendo para o surgimento de problemas relativos ao desenvolvimento da sexualidade, à baixa escolaridade, à gravidez precoce. Com a mudança no comportamento reprodutivo das mulheres brasileiras, houve um aumento da participação de mulheres mais jovens no padrão de fecundidade do país, ampliando a proporção de crianças e adolescentes que se tornam mães numa faixa etária que varia dos 10 aos 17 anos. A gravidez precoce, como um fator que vulnerabiliza as mulheres, é muitas vezes indesejada, seja por inexperiência, falta de informação, seja por negligência da família ou por violência sexual, o que envolve abuso e exploração. [...] Considerando as dificuldades/necessidades pelas quais passa esse grupo etário, o que se vê na sociedade são crianças e adolescentes de todas as classes sociais, particularmente as de classe pobre, com pouco acesso a direitos básicos e sem condição de satisfação plena de suas necessidades.
Trecho extraído do estudo Vulnerabilidade social (Desenvolvimento Humano no Recife – Atlas Municipal, 2003), da assistente social Laura Maria Pedrosa de Almeida. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

O FEITIÇO DO AMOR - (Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez) – Vivo e voo no meio do redemoinho de todos os tráfegos com suas sirenes e roncos de guerra no trânsito louco, vida solta quase louca, o desolamento nas calçadas das ruas e avenidas com serventia apenas pra se perder qualquer ponto cardeal e à deriva das circunstâncias, sem prumo ou sinal e sua mão fraterna me salva de ser devorado pela diabólica indiferença dos solipsismos mais agudos de umbigos presunçosos que não estão nem aí para o que não for de si, nem se dignam a descer do pedestal dos seus saltos altos, invulneráveis de tudo, alheios e sombrios. E as suas mãos amoráveis irrompem quase do nada nesse cenário para salvar minha pele da loucura e da morte instantânea de todos os sentimentos, pra me espraiar com zis emoções além do meu fôlego quase vencido e renascer das cinzas. Filantropa de nascença suas mãos me agasalham no seu Sol emergente rasgando as nuvens nos seios em plenilúnio para me guardar do desamparo na sua pele índia caingang a me recolher caeté fugidio, sobrevivente náufrago levado pelas correntezas do mundo agora na sua cachoeira benfazeja, para que possa provar do mais intenso feitiço do amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

UMA MÚSICA
Curtindo o álbum Roses (Darc to Care Records, 2015), da pianista, cantora e compositora canadense Coeur de Pirate (Béatrice Martin).

PESQUISA: AS ESTRUTURAS SOCIAIS DA ECONOMIA - [...] Aqueles que, para escapar à representação do agente econômico como mônada egoísta encerrada na busca estreita de seu interesse e como ator atomizado tomando decisões fora de qualquer pressão social, recordam, como o faz Mark Granovetter, que a ação econômica segue imnersa em redes de relações sociais que geram confiança e desalentam as ações nocivas, só se separam do individualismo metodológico para cair na visão interacionista que, ignorante da coação estrutural do campo, não querem (ou não podem) conhecer mais que o efeito da previsão consciente e calculada que, presumivelmente, cada agente faz sobre os efeitos de sua ação sobre os outros agentes [...] ou o efeito, pensado como influencia, que as redes sociais, os outros agentes ou normas sociais supostamente exercem sobre ele. Outras tantas soluções que, ao suprimir todos os efeitos da estrutura e todas as relações objetivas de poder, equivalem a propor uma falsa superação da alternativa, também falsa entre o individualismo e o holismo. Não se trata de negar a eficiência das redes (ou melhor, do capital social) no funcionamento do campo econômico; o certo é que as práticas econômicas dos agentes, e o poder mesmo das redes nas quais toma parte e onde faz sentido uma noção rigorosamente definida de capital social, dependem antes de tudo da posição que estes agentes ocupam nos microcosmos estruturados que são os campos econômicos. [...]. Trecho extraído da obra As estruturas sociais da economia (Instituto Piaget, 2001), do sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), tratando sobre a lógica do mercado, as relações objetivas, a constituição dos campos de forças, a homologia de posições, a estruturação da demanda, os esquemas de percepção e apreciação sociais, a política da habitação, a crítica ao interacionismo e análise do discurso como sintoma do real criticando a fenomenologia e o hiperempiricismo, a miséria da pequena burguesia e explicitando os princípios de uma antropologia econômica, entre outros. Veja mais aqui e aqui.

UM LIVRO, UMA LEITURA:
[...] Com quem posso conversar? Pedir desenhos? Ninguém. Um psiquiatra é o Deus da nossa era. Mas custa dinheiro. E não aceitarei conselhos, mesmo querendo. Vou me matar. Estou além da ajuda. Ninguém aqui tem tempo para indagar, para me ajudar a compreender minha mente... tantos estão em pior situação que eu. [...].
Trecho da obra Os diários de Sylvia Plath 1950-1962 (Globo, 2003), da poeta estadunidense Sylvia Plath (1932-1963), reunindo anotações do cotidiano com impressões poético-filos[ofica e que compreendem os registros da sua vida adulta, ano em que se preparava para deixar a casa da mãe para ir pra faculdade, para exercer as profissões de professora e escritora. Veja mais aqui, aqui, aquiaqui e aqui.

PENSAMENTO DO DIA: REDES & MOVIMENTOS SOCIAIS - [...] A recorrência do uso da expressão rede pelos ativistas de movimentos sociais indica que ela veio para ficar. Por isso é importante libertá-la das amarras de modelos que decalcam e, portanto, só permitem ver o que é idêntico à forma preconcebida. Formas estas [...] que são utilitaristas, racionalistas, empiricistas, despolitizadoras, aprisionadas na estrutura e fechadas ao inesperado, encobridoras das relações de poder e das artimanhas do seu exercício; legitimadoras da ordem estabelecida. Um caminho para a libertação da noção de redes é, portanto, o retorno à metáfora, recurso discursivo que possibilita a revelação de multiplicidades, deslocamentos e rupturas. [...] para que a noção de redes possa ser usada de modo coerente quando os objetos de estudos forem movimentos sociais de contestação à reprodução dos ordenamentos do sistema do capital é preciso que ela própria seja libertada das amarras das abordagens teóricas produzidas por esses mesmos ordenamentos e para sua perpetuação. Portanto, não se trata de abandonar seu uso, mas de fazê-lo de modo crítico do senso comum em que o modismo atual a transformou, libertando-a para que não se transforme em obstáculo á experimentação no pensamento e na ação. Trecho do artigo Abordagem de redes no estudo dos movimentos sociais: entre o modelo e a metáfora (Revista de Administração Pública, 2009), da professora da UFRGS e coordenadora do Grupo de Pesquisa Organização e Práxis Libertadora, Maria Ceci Misoczky.

A GAIA CIÊNCIA
[...] sou subitamente acordado em meio a esse sonho, mas somente para a consciência de que estou sonhando e de que tenho de continuar sonhando, para não sucumbir: assim como o sonâmbulo tem de continuar sonhando para não desabar. [...].
A consciência da aparência, trecho extraído do Livro I, da obra A gaia ciência (Companhia das Letras, 2012), do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Ah, meu coração avuadô me leva, seja pronde fô. Não quero mais sofrê desse mal que é sofrê o mal de amô. Meu coração melindroso me tira dessa agunia, me vira riso me faz fantasia quero sê alegria nesse amô gostoso. Ah, meu coração avuadô mimpresta suas asas me leva no céu azul me faz frô me faz criar raiz me faiz pousá no teu oiar de amô. Meu coração sonhado chega, de tanta sofrência num quero mais essa carência quero as tua mãos e toda paciência  quero pra sempre sê o teu amô. Só o teu amô... Só o teu amô...
Coração avuadô (Cantiguinha para Odur), poema/imagem/foto da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra!
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.



quarta-feira, fevereiro 17, 2016

SYLVIA PLATH & FILOSOFIA DA MISÉRIA DE PROUDHON



SYLVIA PLATH – Entre os poemas do livro Ariel (1965), da poeta estadunidense Sylvia Plath (1932-1963), destaco o poema homônimo, traduzido por Ana Cândida Perez e Ana Cristina César: Estancamento no escuro / E então o fluir azul e insubstancial / De montanha e distância. / Leoa do Senhor como nos unimos / Eixo de calcanhares e joelhos!... O sulco / Afunda e passa, irmão / Do arco tenso /Do pescoço que não consigo dobrar. / Sementes / De olhos negros lançam escuros / Anzóis... / Negro, doce sangue na boca, / Sombra, / Um outro voo / Me arrasta pelo ar... / Coxas, pêlos; / Escamas e calcanhares. / Branca / Godiva, descasco / Mãos mortas, asperezas mortas. / E então / Ondulo como trigo, um brilho de mares. / O grito da criança / Escorre pela parede. / E eu / Sou a flecha, / O orvalho que voa, / Suicida, unido com o impulso /Dentro do olho / Vermelho, caldeirão da manhã. Veja mais aqui.

FILOSOFIA DA MISÉRIA, DE PIERRE PROUDHON - [...] Ó povo dos trabalhadores, povo deserdado, vexado e proscrito! Povo que é aprisionado, que é julgado e que é morto! Povo ultrajado, povo marcado! Não sabes que mesmo para a paciência, mesmo para a dedicação, há um limite? Não deixar de dar ouvidos a estes oradores do misticismo que te dizem para rezar e esperar, pregando a salvação pela religião ou pelo poder e cuja palavra veemente e sonora te cativa? Teu destino é um enigma que nem a força física, nem a coragem da alma, nem as iluminações e o entusiasmo, nem a exaltação de nenhum sentimento podem resolver. Aqueles que te dizem o contrário enganam-te e seus discursos servem apenas para retardar a hora de tua liberação, que está prestes a soar. O que são o entusiasmo e o sentimento, o que é uma poesia vã diante da necessidade? Para vencer a necessidade há apenas a necessidade, razão última da natureza, pura essência da matéria e do espírito. Assim, a contradição do valor, nascida da necessidade do livre arbítrio, deveria ser vencida pela proporcionalidade do valor que é outra necessidade e ambas produzem-no por sua união a liberdade e a inteligência. Mas, para que esta vitória do trabalho inteligente e livre produzisse todas as consequências, seria necessário que a sociedade atravessasse uma longa peripécia de tormentos. Haveria necessidade de que o trabalho, para que aumentasse seu poder, se dividisse; e, pelo fato desta divisão, há necessidade de degradação e empobrecimento do trabalhador.  Haveria a necessidade de que esta divisão primordial se reconstituísse em instrumentos e combinações científicas e necessidade de que, por esta reconstrução, o trabalhador subalternizado perdesse, juntamente com o salário legítimo, até o próprio exercício da indústria que o alimentava. Haveria necessidade de que a concorrência viesse então emancipar a liberdade prestes a perecer; e necessidade de que esta libertação conduzisse a uma vasta eliminação dos trabalhadores. Haveria a necessidade de que o produtor, enobrecido por sua arte como outrora o guerreiro o era por suas armas, erguesse bem alto a sua bandeira, para que a coragem do homem fosse honrada tanto no trabalho quanto na guerra e haveria necessidade de que do privilegiado logo nascesse o proletário. Haveria necessidade de que a sociedade tomasse então sob sua proteção o plebeu vencido, mendigo e sem asilo e necessidade de que esta proteção se convertesse em uma nova série de suplícios. Encontraremos em nosso caminho outras necessidades ainda, que desaparecerão, como as primeiras, sob necessidades maiores, até que por fim chegue a equação geral, a necessidade suprema, o fato triunfador que deve estabelecer para sempre o reino do trabalho. Mas esta solução não pode sair nem de um golpe de mão e nem de uma transação vã. É tão impossível associar o trabalho e o capital quanto produzir sem capital e sem trabalho; é tão impossível criar a igualdade pelo poder quanto suprimir o poder e a igualdade e fazer uma sociedade sem povo e sem polícia.  É preciso, eu repito, que uma fORÇA MAIOR invertesse as fórmulas atuais da sociedade; que seja o TRABALHO do povo e não a sua bravura ou os seus sufrágios quem, por uma combinação científica, legal, imortal e inelutável submeta o capital ao povo e lhe entregue o poder. FILOSOFIA DA MISÉRIA – A obra Sistemas das contradições econômicas ou filosofia da miséria, do filósofo político, economista e anarquista francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), trata a respeito de temas como ciências econômicas, oposição do fato e do direito na economia das sociedades, insuficiência das teorias e da crítica, constituição do valor e definição da riqueza, oposição do valor de utilidade e do valor da troca, aplicação da lei da proporcionalidade dos valores, primeira época das evoluções econômicas, a divisão do trabalho, efeitos antagonistas do princípio de divisão, importância dos paliativos, as máquinas, do papel das máquinas na sua relação com a liberdade, origem do capital e do assalariado, preservativos contra a influência desastrosa das máquinas, a concorrência, efeitos subversivos da concorrência e a destruição da liberdade por ela, remédios contra a concorrência, a necessidade do monopólio, desastres no trabalho e perversão nas ideias causadas pelo monopólio, a polícia ou o imposto, antinomia do imposto e consequências desastrosas e inevitáveis do imposto. Veja mais aqui.

REFERÊNCIA
PROUDHON, Pierre-Joseph. Sistemas das contradições econômicas ou filosofia da miséria. São Paulo: Ícone, 2003.


Veja mais sobre:
Cecília Meireles, Gregório de Matos Guerra, Camargo Guarnieri, Heitor Shalia, Albert Marquet, Violência Doméstica, Argemiro Corrêa, Sarah Siddons, Guta Stresser, Graciela Rodrigues, Priscila Almeida & Folia Caeté aqui.

E mais:
Esclarmonde de Foix & Todo dia é dia da mulher aqui.
Denise Levertov, Johan Huizinga, Philippe Ariés, Camargo Guarnieri, Lauri Blank, Emil Nolde, Kim Thomson & o umbigo no cultuo da avareza aqui.
A pegação buliçosa do prazer aqui.
Direitos humanos aqui.
História do cinema aqui.
Os assassinos do frevo aqui.
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Alvoradinha, o curumim caeté, Manuel Bandeira, Fernando Botero, Qorpo Santo, Lygia Fagundes Teles, Psicologia Social, Jayne Mansfield, Marilyn Monroe & Roberto Carlos aqui.
Fecamepa: os caetés, Sardinha & a cana aqui.
Os aborígenes: das sociedades primitivas de Pindorama aos caetés, Monserrat Figueiras, Plauto, Miklos Mihalovits, Acmeísmo, Jennifer Lopez, Débora Novaes de Castro, Paulo & Virgínia aqui.
Poetas do Brasil aqui, aqui e aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA;
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
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Veja os vídeos aqui& maisaqui e aqui.


TODO DIA É DIA DA MULHER
Imagem: arte de Luciah Lopez
Veja as homenageadas aqui.


VERA IACONELLI, RITA DOVE, CAMILLA LÄCKBERG & DEMOROU MUITO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Tempo Mínimo (2019), Hoje (2021), Andar com Gil (2023) e Delia Fischer Beyond Bossa (202...