INEDITORIAL: QUE
COISA! QUANDO EU IA, TODOS JÁ VOLTAVAM - Olá,
gentamiga do meu Brasilzão do Fecamepa! Vez ou outra eu me vejo um
verdadeiro Fabo: ou erro o caminho, ou chego atrasado. Nada não, aprendo
com isso. Meus erros todos são aprendizagens e adoro aprender. Cada dia uma
coisa nova, por isso de tédio sei que não morro. Com a primavera sopram bons
ventos e eu pego carona na primeira brisa solfejando as canções do álbum de Beto Guedes. E como hoje é o Dia
Internacional contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças,
nada demais apelar pro bom senso e pra consciência e reconhecimento de cada ser
humano com relação aos direitos e deveres de cada um. Ter direito não é ter
privilégios, é ter deveres a cumprir para que assim possa ser respeitado no
mesmo tanto. Ou, trocando em miúdos, vamos respeitar para que sejamos
respeitados. Não importa a orientação sexual, cada qual sua escolha. Basta ter caráter,
ser ético. A vida é pra viver; e quando dá, como naquela do deixe que falem, eu
não estou fazendo nada, você também, que tal bater um papo, chupar um sorvete e
jogar conversa fora. O indigesto é ver pose de santinho naquele que esconde
suas vilezas: traidores, golpistas, covardes, vendidos. Deus que nos livre, mas
saiba: eles rondam por todo canto, pestilências das brabas, estão por toda
parte. Prest’enção! Olho vivo! Não se pode cochilar demais. Escapando por ali e
acolá, vamos sempre juntos! Mudando de assunto que esse papo é chato demais,
vamos pras novidades: hoje a croniqueta é O Feitiço do Amor, o tema em destaque
é a gravidez precoce com um texto da assistente social Laura Maria Pedrosa de
Almeida, as estruturas sociais da economia do sociólogo Pierre
Bourdieu, os diários de Sylvia Plath, as redes e os movimentos sociais da
professora Maria Ceci Misoczky, mais um trecho da gaia
ciência de Nietzsche, o poema e arte de Luciah Lopez, a música da canadense
Coeur de Pirate e as manifestações solidárias pela Paz na Terra. Se aprocheguem
& boa viagem. Procês meu beijabração com Ikebana Sanguetsu. No mais, vamos
aprumar a conversa & Tataritaritatá. Veja mais aqui.
Veja mais sobre Nênia de Abril, Hanif Kureishi, Paul Valéry, Jacob Levy Moreno, John
Coltrane, Augusto de Campos, Joana Fomm, Tamara Karsavina, Projeto Escola de
Arte Cidadã, Carl-Henning Pedersen, Literatura Infantil & Neurociência e educação aqui.
E mais:
Sulamita, minha filha & as previsões do Doro aqui.
Goethe, Mestre Eckhart, Lúcio Cardoso, Nelson Rodrigues,
Myriam Taubkin, Leonardo Mota, Chen Kaige, Gong Li, Spencer John Derry
& Quem tem cu tem medo aqui.
Fecamepa à República aqui.
Elvira, a debutante do coronel, Agostino Carracci, Ísis
Nefelibata & as previsões do Doro aqui.
O amor mais que de repente, Cristina Kolikoviski,
Agostino Carracci, Sasha Alexander & as previsões de Doro aqui.
DESTAQUE:
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A importância
da família no contexto da vida social – explicitada no texto constitucional e
em diversas legislações específicas – não garante a proteção integral
necessária a crianças e adolescentes, sobretudo àqueles que pertencem a
famílias pauperizadas. Maus tratos, negligência, abandono, desagregação
familiar, violência/abuso sexual são, dentre outras, situações que afetam as
crianças e os adolescentes, concorrendo para o surgimento de problemas
relativos ao desenvolvimento da sexualidade, à baixa escolaridade, à gravidez
precoce. Com a mudança no comportamento reprodutivo das mulheres brasileiras,
houve um aumento da participação de mulheres mais jovens no padrão de
fecundidade do país, ampliando a proporção de crianças e adolescentes que se
tornam mães numa faixa etária que varia dos 10 aos 17 anos. A gravidez precoce,
como um fator que vulnerabiliza as mulheres, é muitas vezes indesejada, seja
por inexperiência, falta de informação, seja por negligência da família ou por
violência sexual, o que envolve abuso e exploração. [...] Considerando
as dificuldades/necessidades pelas quais passa esse grupo etário, o que se vê
na sociedade são crianças e adolescentes de todas as classes sociais,
particularmente as de classe pobre, com pouco acesso a direitos básicos e sem
condição de satisfação plena de suas necessidades.
Trecho extraído do estudo Vulnerabilidade social
(Desenvolvimento Humano no Recife – Atlas Municipal, 2003), da assistente
social Laura Maria Pedrosa de Almeida.
Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
O FEITIÇO DO
AMOR - (Imagem: arte
da poeta, artista visual e
blogueira Luciah Lopez) – Vivo e voo no meio
do redemoinho de todos os tráfegos com suas sirenes e roncos de guerra no
trânsito louco, vida solta quase louca, o desolamento nas calçadas das ruas e
avenidas com serventia apenas pra se perder qualquer ponto cardeal e à deriva
das circunstâncias, sem prumo ou sinal e sua mão fraterna me salva de ser devorado
pela diabólica indiferença dos solipsismos mais agudos de umbigos presunçosos que
não estão nem aí para o que não for de si, nem se dignam a descer do pedestal
dos seus saltos altos, invulneráveis de tudo, alheios e sombrios. E as suas
mãos amoráveis irrompem quase do nada nesse cenário para salvar minha pele da
loucura e da morte instantânea de todos os sentimentos, pra me espraiar com zis
emoções além do meu fôlego quase vencido e renascer das cinzas. Filantropa de
nascença suas mãos me agasalham no seu Sol emergente rasgando as nuvens nos
seios em plenilúnio para me guardar do desamparo na sua pele índia caingang a
me recolher caeté fugidio, sobrevivente náufrago levado pelas correntezas do
mundo agora na sua cachoeira benfazeja, para que possa provar do mais intenso
feitiço do amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
UMA MÚSICA
Curtindo o álbum Roses (Darc to Care Records, 2015), da pianista, cantora e
compositora canadense Coeur de Pirate
(Béatrice Martin).
PESQUISA: AS
ESTRUTURAS SOCIAIS DA ECONOMIA - [...] Aqueles que, para escapar à representação do
agente econômico como mônada egoísta encerrada na busca estreita de seu
interesse e como ator atomizado tomando decisões fora de qualquer pressão
social, recordam, como o faz Mark Granovetter, que a ação econômica segue
imnersa em redes de relações sociais que geram confiança e desalentam as ações
nocivas, só se separam do individualismo metodológico para cair na visão interacionista
que, ignorante da coação estrutural do campo, não querem (ou não podem)
conhecer mais que o efeito da previsão consciente e calculada que,
presumivelmente, cada agente faz sobre os efeitos de sua ação sobre os outros
agentes [...] ou o efeito, pensado
como influencia, que as redes sociais, os outros agentes ou normas sociais
supostamente exercem sobre ele. Outras tantas soluções que, ao suprimir todos
os efeitos da estrutura e todas as relações objetivas de poder, equivalem a
propor uma falsa superação da alternativa, também falsa entre o individualismo
e o holismo. Não se trata de negar a eficiência das redes (ou melhor, do
capital social) no funcionamento do campo econômico; o certo é que as práticas
econômicas dos agentes, e o poder mesmo das redes nas quais toma parte e onde
faz sentido uma noção rigorosamente definida de capital social, dependem antes
de tudo da posição que estes agentes ocupam nos microcosmos estruturados que
são os campos econômicos. [...]. Trecho extraído da obra As estruturas sociais da economia
(Instituto Piaget, 2001), do sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), tratando sobre a lógica do mercado, as
relações objetivas, a constituição dos campos de forças, a homologia de
posições, a estruturação da demanda, os esquemas de percepção e apreciação
sociais, a política da habitação, a crítica ao interacionismo e análise do
discurso como sintoma do real criticando a fenomenologia e o hiperempiricismo, a
miséria da pequena burguesia e explicitando os princípios de uma antropologia econômica,
entre outros. Veja mais aqui e aqui.
UM LIVRO, UMA
LEITURA:
[...] Com quem
posso conversar? Pedir desenhos? Ninguém. Um psiquiatra é o Deus da nossa era. Mas
custa dinheiro. E não aceitarei conselhos, mesmo querendo. Vou me matar. Estou além
da ajuda. Ninguém aqui tem tempo para indagar, para me ajudar a compreender
minha mente... tantos estão em pior situação que eu. [...].
Trecho da obra Os diários de Sylvia Plath 1950-1962 (Globo,
2003), da poeta estadunidense Sylvia
Plath (1932-1963), reunindo anotações do cotidiano com impressões poético-filos[ofica
e que compreendem os registros da sua vida adulta, ano em que se preparava para
deixar a casa da mãe para ir pra faculdade, para exercer as profissões de
professora e escritora. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
PENSAMENTO DO
DIA: REDES & MOVIMENTOS SOCIAIS - [...] A recorrência do uso da expressão rede pelos
ativistas de movimentos sociais indica que ela veio para ficar. Por isso é
importante libertá-la das amarras de modelos que decalcam e, portanto, só
permitem ver o que é idêntico à forma preconcebida. Formas estas [...] que são utilitaristas, racionalistas,
empiricistas, despolitizadoras, aprisionadas na estrutura e fechadas ao
inesperado, encobridoras das relações de poder e das artimanhas do seu
exercício; legitimadoras da ordem estabelecida. Um caminho para a libertação da
noção de redes é, portanto, o retorno à metáfora, recurso discursivo que
possibilita a revelação de multiplicidades, deslocamentos e rupturas. [...]
para que a noção de redes possa ser usada
de modo coerente quando os objetos de estudos forem movimentos sociais de
contestação à reprodução dos ordenamentos do sistema do capital é preciso que
ela própria seja libertada das amarras das abordagens teóricas produzidas por
esses mesmos ordenamentos e para sua perpetuação. Portanto, não se trata de
abandonar seu uso, mas de fazê-lo de modo crítico do senso comum em que o
modismo atual a transformou, libertando-a para que não se transforme em
obstáculo á experimentação no pensamento e na ação. Trecho do artigo
Abordagem de redes no estudo dos movimentos sociais: entre o modelo e a
metáfora (Revista de Administração Pública, 2009), da professora da UFRGS e
coordenadora do Grupo de Pesquisa Organização e Práxis Libertadora, Maria Ceci Misoczky.
A GAIA CIÊNCIA
[...] sou
subitamente acordado em meio a esse sonho, mas somente para a consciência de
que estou sonhando e de que tenho de continuar sonhando, para não sucumbir:
assim como o sonâmbulo tem de continuar sonhando para não desabar. [...].
A consciência
da aparência, trecho extraído do Livro
I, da obra A gaia ciência (Companhia
das Letras, 2012), do filósofo alemão Friedrich
Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR
POR ELA
Ah, meu coração avuadô me leva, seja pronde fô. Não
quero mais sofrê desse mal que é sofrê o mal de amô. Meu coração melindroso me
tira dessa agunia, me vira riso me faz fantasia quero sê alegria nesse amô
gostoso. Ah, meu coração avuadô mimpresta suas asas me leva no céu azul me faz
frô me faz criar raiz me faiz pousá no teu oiar de amô. Meu coração sonhado chega,
de tanta sofrência num quero mais essa carência quero as tua mãos e toda paciência
quero pra sempre sê o teu amô. Só o teu
amô... Só o teu amô...
Coração avuadô (Cantiguinha para
Odur), poema/imagem/foto da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez
CANTARAU: VAMOS
APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra!
Recital Musical
Tataritaritatá - Fanpage.