A MENSTRUAÇÃO MENTAL DO ROBIMAGAIVER PUTO DA VIDA – De
repente Robigmagaiver emputeceu-se, fúria das brabas mesmo, dele dar uma sumida
de quase ser esquecido completamente em Alagoinhanduba. Oxe, aindagora mesmo o
cara estava bonzinho da silva, mangando da cornice de um, da cagada da má sorte
de outro, do revestrés de tantos, do enterro voltando dum bocado, da dedada da
vida no furico doutros, todo nas folganças das camaradagens, pra lá de chistoso
com um caçuá de pilhéria pra cima de todos, não escapando mesmo ninguém da sua
língua sarcástica. De uma hora pra outra, o cara trancou-se na dele de zarpar
com caras de poucos amigos. Deu tempo, quem perguntasse ouvia um sei não por
resposta, dando trela pras maiores deduções: ah, invocou-se de enfiar a cara no
próprio cu! Nada, enfezou-se com ele mesmo de não querer mais nem botar a cara pro
mundo! Não, é que a primeira gaia no quengo do corno fica dando circuito, aí o
cara funde a cuca de tanto morrer de vergonha! Vixe, foi não!?! Avalie, o cara
viu que a vida dele não valia um cocô de louro de nada! Será que vai se matar?
Podexá, o chifre come devagarinho! Danou-se! Dias depois ele reaparece com uma
barba que não tem mais tamanho, todo arrepiado, cara inchada com beiço saliente
e venta empinada, bufando que só no tórax armado – parecia que ele ia pruma
briga macha mesmo -, entrando e saindo dos cantos sem dizer uma palavra sequer.
Que é que deu nesse desgraçado, hem? Quem era doido de perguntar a ele? Cismei no
canto e encarei o bicho: - Que é que tá havendo, Robi? Ele parou de repente, me
olhou dos pés à cabeça, cuspiu grosso e ronronou: - Tô invisível! Ué,
invisível? Todo mundo está lhe vendo pra cima e pra baixo todo sisudão de
raivento, ora! Tô puto da vida, meu! Qual o problema? Se abra, vá? Tenho
salvação não! Desembucha! Aí ele fez uma careta e começou o blábláblá de tanta
bunduda reboculosa se rebolando pra cima e pra baixo, ele liso com a praga sem
um centavo pra furunfar na nega, ora! Ora, ora. Melhor morrer e virar
invisível! Calma, rapaz. O fodido só serve pra se foder mesmo! Eita! Essa vida
de pobre lascado me cansou, vou arribar. Isso não tem a menor graça. Pedi
arrego, num existo mais, fui! E foi-se mesmo, ninguém sabe pra onde, nunca mais
deu as caras, nem se teve notícia da catinga dele em qualquer lugar do mundo. Sobraram
as lorotas que os caras descascam da lembrança dele. Vôte! Cada doidice que me
aparece. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
UMA
MÚSICA
Curtindo o álbum The Swan (EMI, 2011), da violoncelista e maestrina sul-coreana Han-Na Chang, com a Philarmonia
Orchestra, sob a regência de Leonard Slatkin.
PESQUISA: SOCIOLOGIA ECONÔMICA - [...] Os argumentos teóricos rejeitam por hipótese todo impacto da estrutura
social e das relações sociais sobre a produção, a distribuição e o consumo. Em mercados
competitivos, nenhum produtor ou consumidor notadamente influencia a demanda ou
a oferta agregada, e, portanto, os preços ou outros termos de troca. [...] Comentários mais recentes de economistas
sobre as influencias sociais explicam isso como processos por meio dos quais os
atores adquirem costumes, hábitos ou normas que são seguidos mecânica e
automaticamente, independente da influência da escolha racional. [...]. Trecho
do artigo Ação econômica e estrutura
social: o problema da imersão, do sociólogo e professor estadunidense Mark
Granovetter, extraído da obra Redes e sociologia econômica (EdUFSCart, 2009),
organizado por na Cristina Braga Martes, com o propósito de contribuir para que
sociólogos se debrucem sobre os fenômenos centrais da vida econômica.
UM LIVRO:
[...] Jeanne, que não se sentia nem um pouco
satisfeita com o enfoque que Tom dera a seu papel de Maria Antonieta, vista
através dos olhos de Cedric, a caminho da guilhotina. O flash-forward mostrava
Jeanne dentro da carroça, maquiada para se parecer com o desenho da rainha
desesperada feito pelo pintor David – sem peruca, o cabelo desgrenhado, no
estilo gamon, o rosto prematuramente envelhecido [...].
Trecho
da obra Realidade e sonhos (Companhia
das Letras, 2001), da escritora escocesa Muriel
Spark (1918-2006), contando a história de um diretor de cinema que, após um
acidente em uma filmagem, enfrenta uma nova realidade profissional, familiar e
afetiva, durante a convalescença forçada.
PENSAMENTO DO DIA: O MUNDO DA VIDA COTIDIANA - [...] O mundo da vida cotidiana não somente é
tomado como uma realidade certa pelos membros ordinários da sociedade na
conduta subjetivamente dotada de sentido que imprimem a suas vidas, mas é um mundo
que se oriogina no pensamento e na ação dos homens comuns, sendo afirmado como
real por eles. Antes, portanto, de empreendermos nossa principal tarefa devemos
tentar esclarecer os fundamentos do conhecimento na vida cotidiana, a saber, as
objetivações dos processos (e significações) subjetivas graças às quais é construído
o mundo intersubjetivo do senso comum [...]. Trecho extraído da obra A construção social da realidade: tratado de
sociologia do conhecimento (Vozes, 1973), dos professores estadunidenses
Peter L. Berger e Thomas Luckmann, tratando acerca dos fundamentos do conhecimento da vida cotidiana e da sua realidade, a interação social, a linguagem, a sociedade como realidade objetiva, organismo e atividade, institucionalização, entre outras outras abordagens e assuntos .
UMA IMAGEM
A arte do fotógrafo estadunidense Greg Gorman.
Veja mais sobre Theodor
Adorno, Charles Bukowski, Johann Haydn, Glauber
Rocha, Maria Kliegel, Glauce Rocha, Johan Tobias Sergel, Isaac Lázaro Israëls, Ezequias
Pessoa de Siqueira & Literatura Infantil aqui.
E mais:
Os perós do achamento e invasão de Pindorama, João
Ubaldo Ribeiro, Constança Capdeville, Alcmeón de Crotona, Eleonora Duse, Alexander
Sokurov, Ignacio Zuloaga y Zabaleta, Mariya
Kuznetsova, Caroline Corr, Fred Moore & Marco Polo Guimarães aqui.
Libambo
na Maxambeta, Stéphane Mallarmé, Érico
Veríssimo, Hegel, Jean Cohen, Terêncio, Phillip Noyce, Linda
Lepomme, Do Thi Hai Yen, Lesley-Anne Down & Steve Hanks aqui.
Bambaquerê
no elastério, Arthur Schopenhauer, Comenius, Luís da Câmara Cascudo, Brian De Palma, Malcolm Liepke, Júlia Lemmertz, Rebecca Romijn, Edward Hopper, Sandra
Duailibe & Wanderlúcia Welerson Sott Meyer aqui.
DESTAQUE:
Nude with skeleton (2011) da artista performativa sérvia
Marina Abramović, exposição Memórias da obsolescência (2015).
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Nude, do
fotógrafo estadunidense Alfred Cheney.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.