INEDITORIAL: O
QUE DEU, DEU; O QUE NÃO DEU, PACIÊNCIA, FICA PRA OUTRA! – É segunda, gentamiga, vamos pegar no trampo que a gente
só colhe o que planta! O resto a gente manda ver correndo atrás. Se a coisa
está complicada, vou de Faisal Iskandar: Vambora! Agora, como se diz no popular,
mudando de pau pra cacete, vamos pras novidades do dia. O primeiro destaque da
edição de hoje para a reunião do Grupo de Pesquisa Neurofilosofia & Nerociência
Cognitiva com a apresentação dos resultados do projeto Relação escola, professor e aluno da escola
pública de Maceió. O segundo destaque vai para a obra do fotógrafo e
videomaker Faisal Iskandar. As
demais novidades da edição de hoje ficam por conta da croniqueta O sisifismo na segunda de outra semana,
a música de Laurence Revey, a pesquisa sobre a emoção de Jean Paul Sartre, o
livro Os ratos de Dyonélio Machado, a ideia do fim da modernidade de Gianni
Vattimo, outro trecho da gaia ciência de Nietzsche, o curso de Arteterapia da
professora Fátima Pereira, a pintura de Jonas Paim e a arte de Fernando Rosa. No
mais, uma maravilhosa semana procês, vamos aprumar a conversa &
Tataritaritatá. Veja mais aqui.
Veja mais sobre
Nascente & Ariano Suassuna, William Faulkner, Anacreonte, Dmitri Shostakovich, Lenio Luiz Streck, David Ives, Robert Bresson,
František Kupka, Dominique Sanda,
Giovanna Casotto & Literatura Infantil aqui.
E mais:
De perto ninguém é normal, Thomas Stearns Eliot, George Gershwin, Martin Heidegger, Luis Fernando
Veríssimo, Elisa Lucinda, Théodore Géricault, Clara Bow, Sérgio Valle Duarte,
Sandra Regina & Literatura Infantil aqui.
Reengenharia:
que droga é nove?, A classificação
da humanidade de Gurdjieff, Olivier Reboul, Isaias Pessotti, Gioacchino
Rossini, Nelly Miricioiu, Reinaldo Maia, Alfonso Cuarón, Ignacio Zuloaga y Zabaleta, Maribel Verdú, Milo Manara, Administração
Financeira & Edna Fialho aqui.
Realizou-se no último sábado mais uma reunião do Grupo
de Pesquisa Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva, sob a
coordenação dos professores Álvaro Queiroz & Janne Eyre Sarmento,
orientação da professora Daniela Botti e participação do neuropsicólogo Weverky
Farias e do graduando em psicologia, Darnley Tenório. Na ocasião, entre as
outras atividades, deu-se a apreciação e análise dos resultados apurados no
projeto A relação escola, professor e
aluno no Ensino Médio da Rede Pública de Maceió, envolvendo
alunos e professores do Ensino Médio e gestores de duas escolas do Centro de
Estudos e Pesquisas Aplicadas (CEPA), entre elas, a Escola Estadual Moreira e
Silva, por meio da gestora Ely Quintela Lisboa Carvalho, e a Escola Estadual
Princesa Izabel, com as gestoras Sônia Suely Araújo Ferreira e Valquíria
Balbino da Silva, resultante de uma contribuição da professora Fátima Bastos às
atividades do grupo de pesquisa. Por consequência, foi acatada pelo grupo a
sugestão apresentada pelo graduando Danrley
Tenório, relativa à realização de uma intervenção nas escolas envolvidas
com o projeto denominado provisoriamente de Relacionamento interpessoal
professor/aluno sob a perspectiva do Sociodrama, para elaboração do
respectivo projeto. Também foi apresentada a sugestão do psicólogo,
psicoterapeuta, professor e supervisor em programas de treinamento em
psicoterapia, Afonso H. Lisboa da
Fonseca, para realização de um evento denominado Maceió, Cultura e Psicologia, para apreciação do grupo. Além disso,
também a proposta do curso de Neuroendocrinofisiologia,
do professor Fábio Cunha. Efetuou-se
avaliação das atividades desenvolvidas pelo grupo, ficando marcado o dia 26/09,
a partir das 17hs, para a realização da próxima reunião do grupo. Para mais
detalhes veja mais aqui, aqui e aqui.
O SISIFISMO NA
SEGUNDA DE OUTRA SEMANA (Imagem: arte
do artista plástico Fernando Rosa) – Recomeçar, da estaca zero ou do que
sobrou dos disparos dados em todas as direções. Recomeço e sei: ou evoluiu, ou
involuiu. É hora de reavaliar, rever cada passo dado, estratégias, metas. Se do
passado sobrou algo perseverante, resiliência; o aversivo, descartado. Hora de
cantarolar Zé Marcolino: Santo que não me
ajuda pode cair da parede. Em pratos limpos a coragem renovada. Um riso e
simbora: o dia nasce, a semente desabrocha, os pássaros gorjeiam, a vida
acorda. Acordo de mesmo e qual será? É outra semana, na segunda. Todas as
dúvidas, nenhuma certeza: passos firmes no caminho. Tudo é possível agora, o
planejado e o imprevisível. Há sempre uma esquina, tantas curvas, todas pra
serem superadas. E vou, voo. Se paro é pra reavaliar cada passo e retomo qualquer
direção: há de dar em algum lugar. Assim seja. Se de um galho, estradinha,
viela ou beco que seja, uma nova situação: seguir em frente. Se persiste o
sinal vermelho, aguardo pacientemente; se persiste, outras direções. Tudo se
ajeita, de uma forma ou de outra. Nunca desesperar, usar da imaginação. E
persigo, senão volto e recomeço pelo que sobrou dos cacos, de cada pedadinho
dos disparos dados em todas as direções. Hoje é o dia, amanhã será esperança. ©
Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Derrière
Le Miroir (Fun Key, 1997), da atriz, cantora e compositora suíça Laurence Revey – A voz de ouro.
PESQUISA: A
EMOÇÃO, O ATO DE CRIAR & O COMPORTAMENTO - [...] Escrever é adotar uma consciência ativa das palavras,
na medida em que elas nascem da minha caneta. Não palavras, na medida em que
são escritas por mim: apreendo intuitivamente as palavras, na medida em que
elas têm essa qualidade de estrutura de sair ex nihilo e, entretanto, de não
serem criadas por si mesmas, de serem criadas passivamente. [...] O que
nos interessa, aqui, é mostrar unicamente, que a ação, como sucede com a
consciência espontânea irrefletida, constitui certa camada existencial no mundo
e que não há necessidade de se ter consciência de si mesmo como agindo para
agir — antes, pelo contrário. [...] Quando
os caminhos traçados se tornam demasiado difíceis ou quando não vemos caminho
algum, verificamos que não podemos continuar num mundo tão urgente e tão
difícil. Todas as vias são barradas e, apesar disso, é preciso agir. [...] É preciso considerar, portanto, que a emoção
não é apenas representada, que não se trata de um comportamento puro; trata-se,
antes, do comportamento de um corpo que se encontra num determinado estado: o
estado, só por si, não provocaria o comportamento, e o comportamento sem o
estado seria comédia; mas a emoção aparece num corpo perturbado que tem certo
comportamento. [...] Por outras
palavras, a consciência muda de corpo ou, se o preferem, o corpo — como ponto
de vista sobre o universo imediatamente inerente à consciência — coloca-se ao
nível dos comportamentos. [...]. Trechos extraídos da obra Esboço de uma teoria das emoções (Zahar,
1994), do filósofo, escritor e crítico de arte francês Jean-
Paul Sartre (1905-1980). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
[...] Um
rufar- um pequeno rufar- por sobre a esfera do chiado, no forro...Ratos...São
ratos! Naziazeno quer distinguir bem. Atenção. O pequeno rufar – um dedilhar
leve- perde-se para um dos cantos do forro... Ele se põe a escutar agudamente.
Um esforço para afastar aquele conjunto amorfo de ruidozinhos, aquele chiado...
Lá está, num canto, no chão, o guinchinho, feito de várias notinhas geminadas,
fininhas... São os ratos!...Vai escutar com atenção, a respiração meio parada.
Hão de ser muitos: há várias fontes daquele guinchinho, e de quando em quando,
no forro, em vários pontos, o rufar... A casa está cheia de ratos... Espera
ouvir um barulho de ratos nas panelas, nos pratos, lá na cozinha. O chiado
desapareceu. Agora, é um silêncio e os ratos... Há um roer ali perto...Que é
que estarão comendo? É um roer que começa baixinho, vai aumentando, aumentando,
...Às vezes pára, de súbito. Foi um estalo. Assustou o rato. Ele suspende-se
...Mas lá vem outra vez o roer, que começa surdo, e vem aumentando, crescendo,
absorvendo... Na cozinha, um barulho, um barulho de tampa, tampa de alumínio
que cai. O filho ali na caminha tem um prisco. Mas não acorda. São os ratos na
cozinha. Os ratos vão roer – já roeram!- todo o dinheiro!...
Trecho extraído da obra Os ratos (Planeta, 2010), do escritor, jornalista, psiquiatra e
comunista Dyonélio
Machado (1895-1985), contando a história de um
funcionário público cidadão comum envolvido em dívidas com o leiteiro, levado a
recorrer a empréstimos e agiotas, suas perspectivas, angustias, esperanças e
desilusões.
PENSAMENTO DO
DIA: O FIM DA MODERNIDADE - [...] Já
agora, na sociedade de consumo, a contínua renovação (das roupas, dos utensílios,
dos edifícios) é fisiologicamente requerida para a pura e simples sobrevivência do sistema; a novidade nada tem de ‘revolucionário’ e perturbador, ela é o que permite as coisas prosseguirem
do mesmo modo [...] a
reificação geral, a redução de tudo a valor de troca, é precisamente o mundo
transformado em fábula. Esforçar-se para reestabelecer um ‘próprio’ contra essa dissolução é sempre ainda niilismo reativo, esforço para derrubar o
domínio do objeto, estabelecendo um domínio do sujeito que, no entanto, se
configura reativamente com as mesmas características de força coercitiva
próprias da objetividade [...] A consumação do ser em valor
de troca, o devir fábula do mundo verdadeiro, também é niilismo na medida em que comporta um debilitamento
da força coercitiva da ‘realidade’. No mundo do valor de troca generalizado tudo é dado – como sempre, mas de maneira mais evidente e exagerada – como narração, relato (da mídia, essencialmente, que se entrelaça de maneira inextrincável com a tradição de
mensagens que a linguagem nos traz do passado e de outras
culturas. A mídia, portanto, não é apenas perversão ideológica, mas antes uma
declinação vertiginosa dessa mesma tradição). [...]. Trecho extraído da obra O fim da modernidade (Martins Fontes, 2000), do filósofo italiano Gianni Vattimo, analisando sob a perspectiva da hermenêutica,
pragmatismo e tendências niilistas o problema de uma definição conceitual da
modernidade e do seu fim, e até a possibilidade de uma cultura pós-moderna. Veja
mais aqui.
UMA IMAGEM:
CORES DO INCONSCIENTE
A arte do fotógrafo e videomaker Faisal Iskandar, na série Cores do Inconsciente, integrante da coletiva Abstractus (Memorial de Curitiba/Museu Guido Viaro, 2014).
A arte do fotógrafo e videomaker Faisal Iskandar, na série Cores do Inconsciente, integrante da coletiva Abstractus (Memorial de Curitiba/Museu Guido Viaro, 2014).
AGENDA: ARTETERAPIA
– Acontecerá no próximo dia 29 de setembro, o
início das aulas do curso de Arteterapia no Centro Universitário Cesmac,
voltado para profissionais com graduação nas diversas áreas da saúde, educação,
artes, assistência social e áreas afins, com carga horária de 530 h/a, 45
vagas. Veja detalhes aqui e mais aqui e aqui.
[...] um olhar à
via láctea faz emergir dúvidas, se não
há ali movimentos muito mais rudimentares e contraditórios, e igualmente
estrelas com eternas trajetórias candentes em linha reta e coisas semelhantes.
[...] Mas como poderíamos censurar ou louvar
o todo! Guardemo-nos de lhe imputar falta de coração e irrazão ou seus
contrários: ele não é perfeito, nem belo, nem nobre, e não quer tornar-se nada
disso, nem sequer se esforça no sentido de imitar o homem! Também não tem um
impulso de autoconservação nem em geral qualquer impulso; também não conhece
nenhuma lei. Guardemo-nos de dizer que há leis na natureza. Há somente
necessidades: nela não há ninguém que mande, ninguém que obedeça, ninguém que
transgrida. [...] Guardemo-nos de
dizer que a morte é oposta à vida. [...]
Trechos extraídos do Livro III, da obra A gaia ciência (Companhia das Letras,
2012), do filósofo alemão Friedrich
Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR
POR ELA
CANTARAU: VAMOS
APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical
Tataritaritatá - Fanpage.