NUNCA FUI E
QUANDO INVENTEI DE IR NÃO ERA PRA TER IDO – A gente
passa pelas turbulências, mas é tudo tão mesmo! Aqui a coisa anda, desanda,
avança, recua, fica plantado remoendo, não sai do canto nem com um tição futucando
pra seguir o movimento do planeta, porém, quando vai pro conferido, dá na gente
a sensação do ué só foi voltas!?! Quando vai pra acertar, só opta pelo erro –
tantas opções, alternativas, contudo, só dá na repetição. Ô enganchado danado. Tudo
com fórmulas repetidas e copiadas da mesmice que eu, xéxeu de fotocopias
autenticadas, nem tenho como sonhar nada de novo sob o Sol. Vixe! O que esperam
de mim? Xis repertório com as minhas várias personas, experimentando os meus
muitos eus, alter ego aos borbotões: tudo é extensão de mim e da minha vida. O
que dizer dos desencontros? O velho desejo de chegar no lugar certo, na hora
certa, e pegar a cornucópia entre as titânides. Nada, só vexame. Sempre passo
batido e me rio que só disso. Ademais, não sou artista de cinema hollywoodiano
para ser pego na maior das cruzetas, levar mais de quinhentos tiros e sair à
forra incólume, como manda o figurino. Gente, pra quem nasceu Macunaíma nunca
dá certo. Ah, desesperar? Jamais. Se der, faço da vida de todos como uma final
de campeonato de futebol: maior festaço! – se bem que a dança de uma bailarina seja
coisa muito mais bonita de se ver que qualquer jogo. No dia seguinte, a vida
prossegue pra que eu cante peito inchado Canalha
do Walter Franco e arremede, ao final, como o Pernalonga: sem bons modos somos só animais. Afinal, a gente é o resultado das
nossas escolhas. Vamos adiante, um dia a gente aprende. E vamos aprumar a
conversa. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
UMA
MÚSICA
Curtindo o álbum Quinteto Violado canta Dominguinhos (2015), do grupo
instrumental-vocal Quinteto Violado,
caracterizado pela interpretação de músicas nordestinas e pesquisas sobre o
folclore brasileiro.
PESQUISA: O
NARRATÁRIO – Em muitos textos narrativos, existe um destinatário
intratextual do discurso narrativo e, portanto, da história narrada. É a esta
instancia à qual o narrador conta a história, ou parte da história. O
narratário, como deflui da dilucidação conceptual e terminológica ao
examinarmos a problemática do destinatário, do leitor e do receptor, não deve
ser identificado, ou confundido, com o leitor implícito, com o leitor visado e
com o leitor ideal – e muito menos com o leitor empírico -, embora a sua função
no texto narrativo tenha sempre correlações importantes com o leitor implícito
e com o leitor empírico -, o narratário representa uma das articulações mediadoras
da transmissão da narrativa – e possa apresentar também correlações diversas
com o leitor visado e com o leitor ideal. [...] O narratário apresenta-se como uma
personagem, com caracterização psicológica, social, etc., variável em
minudência e em profundidade, que pode desempenhar apenas a função específica
de narratário ou acumular esta função com a de interveniente mais ou menos
importante na intriga do romance. [...] Como
acontece com o narrador, a existência e a função do narratário articulam-se com
os diversos níveis da narração que podem ocorrer no texto. Trechos
extraídos da obra Teoria da literatura
(Almedina, 1968), do professor e escritor português Vitor Manuel de Aguiar e Silva.
UM LIVRO:
[...] O rio da
Prata era melancólico, rude, manso e selvagem, e, para mim, sempre lindo. O rio
rejeitava as oferendas indesejadas e absorvia vidas asiladas. Marco, nossa
amiga Emilia e eu sempre trazíamos nossos sofrimentos e medos para arejar ao
longo de suas praias arenosas. Havia algo na mudança das cores do rio e na
música do seu movimento contra a areia e as pedras que acalmava e reconfortava.
[...]
Trecho extraído do romance A árvore das estrelas vermelhas (Record, 2001), da escritora
uruguaia Tessa Bridal, contando a
história de uma jovem da elite que renuncia aos prazeres e as regras sociais
para aderir à guerrilha dos Tupamaros.
PENSAMENTO DO
DIA: SONHAR UM SONHO POSSÍVEL DE INCLUSÃO - [...] O grande problema do educador não é discutir
se a educação pode ou não pode, mas é discutir onde pode, como pode, com quem
pode,quando pode; é reconhecer os limites que sua prática impõe. É perceber que
o seu trabalho não é individual, é social e se dá na prática de que ele faz
parte. [...] é por isto que este
desrespeito à criança e à sua identidade, este desrespeito ao mundo e ao mundo
em que a criança está se fazendo pelo fato mesmo de estar tocando neste mundo,
revela indiscutivelmente uma ideologia elitista e autoritária da escola. Quer
dizer, a escola é elitista entre outras coisas porque só aceita como válido o
saber já montado, o saber pseudamente terminado. Aí há um erro cientifico,
também um erro epistemológico. É que não há saber nenhum que esteja pronto e
completo. O saber tem historicidade pelo fato de se construir durante a
história e não antes da história nem fora dela. [...]. Trechos do livro A pedagogia dos sonhos possíveis (Unesp,
2001), do educador, pedagogista e filósofo Paulo
Freire (1921-1997). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
UMA IMAGEM
A arte do escultor
português Pedro Figueiredo.
Veja mais sobre Brincar para aprender, Ignácio Martin-Baró, Clara Schumann, Antônio Torres,
Natália Correia, Heloisa Perissé, Humberto Mauro. Temple Grandin, Domitila
Stabile de Oliveira & Literatura Infantil aqui.
E mais:
Fecamepa, Tom Zé, Tácito,
Camilo Castelo Branco, Artur Azevedo, Roberto Mauro, Ernest
Joseph Laurent, Isnelda Weise, Pena de Talião & A Lei do Amor aqui.
Fecamepa,
João Antonio, John Coltrane, Milton
Nascimento, Massaud Moisés, Sarah Bernhardt, Ana Carolina, Madonna,
Miklos Mihalovits & Vilmar Antônio Carvalho aqui.
Abundâncias
Fabísticas, Teresa Berganza, Bram Stocker, Tomás Antonio Gonzaga, Ellen Terry, Agnieszka
Holland, Jennifer Jason Leigh, Antoine-Jean Gros & Cibercultura aqui.
DESTAQUE:
Imagem: Estudo para desenho de corpo feminino
(2006), da artista plástica Marcela Tiboni para a exposição Silêncio(s) do Feminino, utilizando a
fotografia como registro de um momento, um tempo e uma experiência do próprio
corpo como principal personagem e suporte com a arte e a literatura, abordando
questões complexas da natureza feminina, relacionadas a gênero, identidade,
abuso social, entre outras, proporcionando uma visão da manifestação sensível
de suas narrativas poéticas e visuais contemporâneas.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
The
presence, da pintora estadunidense Victoria Selbach.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.