DO AMOR
E DA VIDA - Há muito tempo a dedicação de vencer na vida: posição
social, segurança, estabilidade. Para isso, havia de empreender uma jornada
insistente, perseverante, todos os dias, com o firme propósito de alcançar um
lugar ao Sol. Assim fez por longos anos, décadas à risca, determinado em se destacar
da multidão, ser alguém de respeito e em conformidade com os padrões que,
supostamente, definem uns dos outros, quem é quem na hierarquia da sociedade. Havia,
pois, perseguido seus ideais, construído suas convicções, chegado, enfim, no
auge do seu objetivo: era o que os pais sonharam e incutiram como meta vital. No
apogeu, porém, não se via satisfeito, pois, o que tinha em mente ser o ápice de
tudo, não era o suficiente. Podia ser uma personalidade de relevo, como
desejava, para as pessoas de seu convívio e para a maioria daqueles a quem
atendia. Contudo, no seu íntimo chegava a perceber que não era só isso, havia
algo mais que ainda não estava ao seu alcance. Foi aí que se deu o momento do
amor: tudo começou com um olhar, sem falas, nem apresentações. Um olhar apenas,
nada mais. Um olhar noutro olhar, um riso, uma simpatia: tudo convergente. As palavras
que surgiam eram apenas levadas pela atração; o amor, então, que conduzia do
encontro ao enlace na nudez íntima de cada um. E assim se mantiveram na
magnetização amorante, sem palavras, sem nomes, só olhares, sorrisos, gestos e
toques. E se fizeram unos no encontro dos corpos e da alma, e se realizaram
além de tudo e de todos. Amavam, se entregavam, se correspondiam nessa entrega
mútua, se davam e se recebiam um ao outro na plenitude da satisfação além de
todos os limites e chegaram ao zênite do prazer, um sonho acordado que os fez
adormecer. Quando acordaram no outro dia, ainda sob os efeitos daquele devaneio
real maravilhoso, os olhos se encontram: corpos estranhos numa intimidade. Até
então espontaneamente inominável, o confronto com a realidade cotidiana: cada
qual sua beca, nome, opinião, palavras, interesses e nunca mais se entenderam. O
amor e a vida são um só, teimaram em separá-los, cada qual. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais das aqui.
Curtindo o álbum duplo cd/DVD da ópera cômica
em três atos Dinorah ou
Le Pardon de Ploërmel (1859 - CPO, 2016), do compositor e maestro alemão Giacomo Meyerbeer (1791-1864), na
interpretação da cantora lírica Patrizia Ciofi & Mazzola & Etienne
Dupuis.
PESQUISA
[...] sexo é relativo ao fato natural,
hereditário, biológico, da diferença física entre o homem e a mulher, e da
atração de um pelo outro, para a reprodução. No mundo moderno, o significado
dominante do termo passa a ser ‘fazer sexo’, referindo-se às relações físicas para o prazer sexual. No
senso comum é: ‘relação sexual’, ‘orgasmo’, ‘órgão genital’, ‘pênis’. [...]
Como todos, o profissional da escola se
adapta às posturas novas do cotidiano sem muito espaço de critica. Passivamente
ele assiste a TV, lê revistas e jornais [...] mas na escola e esse é ponto intrigante, ele assume o papel repressor
sendo defensivo contra mudanças, omitindo-se aos fatos que pedem sua
participação como um educador sexual. [...] Há escolas que entendem que palestra sobre AIDS, sobre a menstruação e
uso de absorventes ou qualquer outro item isolado, tratando de saúde sexual, já
as definem como comprometidas com o trabalho de Educação Sexual, assim como
outras que apenas fazem um atendimento pessoal, sigiloso com os alunos tipo
‘conversa com o diretor’, ‘contato com os pais’, quando surgem acompanhamento
considerados inadequados. [...] ser
um educador sexual possibilitando dessa forma, a elaboração de uma comunicação
mais fácil sobre esse assunto.
Trecho
do livro Educação
Sexual na escola: mito e realidade
(Mercado de Letras, 1995), da professora e pesquisadora Isaura Guimarães, relatando a própria prática e a aventura de o caminho
possível para um programa de Educação Sexual, que deve ser assumido no
cotidiano da escola de forma interdisciplinar e que deve também ser
participativo, num convite ao profissional da escola para que se engaje como
educador sexual. Veja mais aqui.
LEITURA
No dia em que fui mais feliz / eu vi
um avião / se espelhar no seu olhar até sumir / de lá pra cá não sei / caminho
ao longo do canal / faço longas cartas pra ninguém / e o inverno no Leblon é
quase glacial. / Há algo que jamais se esclareceu: / onde foi exatamente que
larguei / naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei? / Lá mesmo esqueci / que
o destino / sempre me quis só / no deserto sem saudades, sem remorsos, só, / sem
amarras, barco embriagado ao mar / Não sei o que em mim / só quer me lembrar / que
um dia o céu / reuniu-se à terra um instante por nós dois / pouco antes do
ocidente se assombrar.
Inverno, poema extraído
da obra Guardar (Record, 1996), do
poeta, compositor, critico literário e
filósofo Antonio Cícero, que tive
oportunidade de entrevistar, em 1987, juntamente com Marina Lima & Leo
Gandelmann, para a seção Destaque, do
meu programa Panorama – Quilombo FM.
Veja registro abaixo & mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA:
[...] a
sexualidade se constrói não penas no biológico, mas principalmente no
imaginário: a sexualidade se coloca não apenas no palpável, mas sim no discurso
que sustenta o palpável, na ideologia subjacente aos padrões de ‘normalidade’
imposto na convivência social.
Trecho extraído da obra História da sexualidade (3 volumes - Graal, 2001), do filósofo, historiador, filólogo, teórico social e
crítico literário francês Michel Foucault
(1926-1984). Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA;
Edição do tablóide Nascente
– Ano 1, nº 11, mar/abr/1998, com destaque para a entrevista concedida pela
cantora e compositora Marina Lima. Veja mais aqui e aqui.
Veja mais sobre O quintal dos milagres, Alexander Pushkin, John Dalton,
Juvenal Galeno, Petr Bogatyrev, Sérgio Aragonés, Literatura Infantil, Caspar
David Friedrich, Clóvis Salgado, Grupo de Percussão da UFMG & Coral
Infantil da Fundação aqui.
E mais: Sêneca, Aretusa,
Reri Grist, Bernadette Peters, Ísis Nefelibata & O amor entre os animais aqui.
Augusto de Campos, Fedro, Jacques
Rivette, Olga Peretyatko, Marie
McDonald & Greg Williams aqui.
DESTAQUE
A arte do
pintor e caricaturista brasileiro Di
Cavalcanti (1897-1976). Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Girlonbed, da pintora inglesa Daphne
Todd.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.