terça-feira, setembro 06, 2016

FOUCAULT, MEYERBEER, DI CAVALCANTI, MARINA LIMA & ANTÔNIO CICERO, ISAURA GUIMARÃES & DAPHNE TODD


DO AMOR E DA VIDA - Há muito tempo a dedicação de vencer na vida: posição social, segurança, estabilidade. Para isso, havia de empreender uma jornada insistente, perseverante, todos os dias, com o firme propósito de alcançar um lugar ao Sol. Assim fez por longos anos, décadas à risca, determinado em se destacar da multidão, ser alguém de respeito e em conformidade com os padrões que, supostamente, definem uns dos outros, quem é quem na hierarquia da sociedade. Havia, pois, perseguido seus ideais, construído suas convicções, chegado, enfim, no auge do seu objetivo: era o que os pais sonharam e incutiram como meta vital. No apogeu, porém, não se via satisfeito, pois, o que tinha em mente ser o ápice de tudo, não era o suficiente. Podia ser uma personalidade de relevo, como desejava, para as pessoas de seu convívio e para a maioria daqueles a quem atendia. Contudo, no seu íntimo chegava a perceber que não era só isso, havia algo mais que ainda não estava ao seu alcance. Foi aí que se deu o momento do amor: tudo começou com um olhar, sem falas, nem apresentações. Um olhar apenas, nada mais. Um olhar noutro olhar, um riso, uma simpatia: tudo convergente. As palavras que surgiam eram apenas levadas pela atração; o amor, então, que conduzia do encontro ao enlace na nudez íntima de cada um. E assim se mantiveram na magnetização amorante, sem palavras, sem nomes, só olhares, sorrisos, gestos e toques. E se fizeram unos no encontro dos corpos e da alma, e se realizaram além de tudo e de todos. Amavam, se entregavam, se correspondiam nessa entrega mútua, se davam e se recebiam um ao outro na plenitude da satisfação além de todos os limites e chegaram ao zênite do prazer, um sonho acordado que os fez adormecer. Quando acordaram no outro dia, ainda sob os efeitos daquele devaneio real maravilhoso, os olhos se encontram: corpos estranhos numa intimidade. Até então espontaneamente inominável, o confronto com a realidade cotidiana: cada qual sua beca, nome, opinião, palavras, interesses e nunca mais se entenderam. O amor e a vida são um só, teimaram em separá-los, cada qual. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais das aqui.

Curtindo o álbum duplo cd/DVD da ópera cômica em três atos Dinorah ou Le Pardon de Ploërmel (1859 - CPO, 2016), do compositor e maestro alemão Giacomo Meyerbeer (1791-1864), na interpretação da cantora lírica Patrizia Ciofi & Mazzola & Etienne Dupuis.

PESQUISA
 [...] sexo é relativo ao fato natural, hereditário, biológico, da diferença física entre o homem e a mulher, e da atração de um pelo outro, para a reprodução. No mundo moderno, o significado dominante do termo passa a ser ‘fazer sexo’, referindo-se  às relações físicas para o prazer sexual. No senso comum é: ‘relação sexual’, ‘orgasmo’, ‘órgão genital’, ‘pênis’. [...] Como todos, o profissional da escola se adapta às posturas novas do cotidiano sem muito espaço de critica. Passivamente ele assiste a TV, lê revistas e jornais [...] mas na escola e esse é ponto intrigante, ele assume o papel repressor sendo defensivo contra mudanças, omitindo-se aos fatos que pedem sua participação como um educador sexual. [...] Há escolas que entendem que palestra sobre AIDS, sobre a menstruação e uso de absorventes ou qualquer outro item isolado, tratando de saúde sexual, já as definem como comprometidas com o trabalho de Educação Sexual, assim como outras que apenas fazem um atendimento pessoal, sigiloso com os alunos tipo ‘conversa com o diretor’, ‘contato com os pais’, quando surgem acompanhamento considerados inadequados. [...] ser um educador sexual possibilitando dessa forma, a elaboração de uma comunicação mais fácil sobre esse  assunto.
Trecho do livro Educação Sexual na escola: mito e realidade (Mercado de Letras, 1995), da professora e pesquisadora Isaura Guimarães, relatando a própria prática e a aventura de o caminho possível para um programa de Educação Sexual, que deve ser assumido no cotidiano da escola de forma interdisciplinar e que deve também ser participativo, num convite ao profissional da escola para que se engaje como educador sexual. Veja mais aqui.

LEITURA 
No dia em que fui mais feliz / eu vi um avião / se espelhar no seu olhar até sumir /  de lá pra cá não sei / caminho ao longo do canal / faço longas cartas pra ninguém / e o inverno no Leblon é quase glacial. / Há algo que jamais se esclareceu: / onde foi exatamente que larguei / naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei? / Lá mesmo esqueci / que o destino / sempre me quis só / no deserto sem saudades, sem remorsos, só, / sem amarras, barco embriagado ao mar / Não sei o que em mim / só quer me lembrar / que um dia o céu / reuniu-se à terra um instante por nós dois / pouco antes do ocidente se assombrar.
Inverno, poema extraído da obra Guardar (Record, 1996), do poeta, compositor, critico literário  e filósofo Antonio Cícero, que tive oportunidade de entrevistar, em 1987, juntamente com Marina Lima & Leo Gandelmann, para a seção Destaque, do meu programa Panorama – Quilombo FM. Veja registro abaixo & mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA: 
[...] a sexualidade se constrói não penas no biológico, mas principalmente no imaginário: a sexualidade se coloca não apenas no palpável, mas sim no discurso que sustenta o palpável, na ideologia subjacente aos padrões de ‘normalidade’ imposto na convivência social.
Trecho extraído da obra História da sexualidade (3 volumes - Graal, 2001), do filósofo, historiador, filólogo, teórico social e crítico literário francês Michel Foucault (1926-1984). Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA; 
Edição do tablóide Nascente – Ano 1, nº 11, mar/abr/1998, com destaque para a entrevista concedida pela cantora e compositora Marina Lima. Veja mais aqui e aqui.

Veja mais sobre O quintal dos milagres, Alexander Pushkin, John Dalton, Juvenal Galeno, Petr Bogatyrev, Sérgio Aragonés, Literatura Infantil, Caspar David Friedrich, Clóvis Salgado, Grupo de Percussão da UFMG & Coral Infantil da Fundação aqui.

E mais: Sêneca, Aretusa, Reri Grist, Bernadette Peters, Ísis Nefelibata & O amor entre os animais aqui.
Augusto de Campos, Mário Palmério, Fedro, Gioachino Rossini, Dalinha Catunda, Rachel Félix, Jacques Rivette, Ártemis, Olga Peretyatko, Marie McDonald & Greg Williams aqui.

DESTAQUE
A arte do pintor e caricaturista brasileiro Di Cavalcanti (1897-1976). Veja mais aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Girlonbed, da pintora inglesa Daphne Todd.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.