segunda-feira, agosto 25, 2025

VERA IACONELLI, RITA DOVE, CAMILLA LÄCKBERG & DEMOROU MUITO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Tempo Mínimo (2019), Hoje (2021), Andar com Gil (2023) e Delia Fischer Beyond Bossa (2024), da pianista, cantora, compositora e arranjadora Delia Fischer. Veja mais aqui & aqui.

 

Escotoma onírico (ou o testamento que entrou pra história)... - Quem da praça da matriz, virado pra banda da metade meridional da cidade, bandeando-se pro leste, vai pro arruado da usina e passa por ali. Isso mesmo. Lá adiante mais umas léguas é o cemitério, mas basta dobrar à destra pela esquina, 3 prédios depois, ou quase, lá está sem identificação alguma. E nem precisa, não tem errada: pros lados de cá até que é bem grandinho, ocupando um terreno largo e comprido, alvenaria tomada por um imenso salão com cadeiras e mesas, muitas prateleiras pelas paredes desbotadas quase sem reboco, todas preenchidas com garrafas numeradas e ao redor dum balcão enorme envidraçado, com a oferta de produtos e divisando o ambiente um tanto anacrônico, mas é ali mesmo. Logo verá um freguês se adiantado a soar seu sincero pedido e é lá que ele mesmo está, aquela figura de gente austera, perfunctório, aboletada na porta e nem um pouco extravagante: o dono da Carne-de-Sol de ZéMago. O próprio, sujeito franzino, cabeleira rala grisalha deixando à mostra a quase calvície, os olhos desconfiados, o bigode raspado embaixo da venta, sobressaindo-lhe apenas por sobre o beiço superior, a voz de soprano com sua modesta indumentária impecável, apesar de solteirão convicto – é que tirou sentido das coisas de amor depois de já madurão e foi o que-não-sei, coisa de coração enjaulado, olhos findantes e ela a dita era o caos e nunca mais. Até debaixo d’água sofreu a dor de amor e se refez nas espumas de espremido caracol: Em casa de amorante, solidão é o fim do mundo. Triste de quem foi e de lá voltou. Era ele praquela, nunca mais. No fundo do imóvel via-se duas portas pros sanitários e uma outra, mais estreita, com um cartaz garatujado: PRIVADO – Proibida a entrada de enxeridos. É lá, cochichavam, a cozinha da bruxa de fala fina. Logo na entrada parecia o cicerone aboletado no caixa-recepção, no qual pediam, pagavam e já pegavam, ao seu comando, a comida no prato, seguindo para se aboletar em qualquer mesa. Outra advertência: não fale fiado. Isso evita pandemônio de vitupério. Todo dia, às 11 em ponto, o povo chegava de faro atiçado pelos sabores acesos, tudo figurinha carimbada de décadas e até séculos – como Zalfredim encostado num canto a berrar: Tomara que dê uma cheia pra levar os cornos daqui! A esponsal dele, Bastiana, da janela vizinha alertava: Cala boca, véio fresco, tu num sabe nem nadar! Gargalham fregueses assíduos, fidelizados pelo paladar e ronco da barriga. Eram pseudoutos e desinformados, poetastros e linguarudos, probos e lesados, fiéis e descrentes, mutreteiros e detratores, polêmicos fuxiqueiros pervertidos; agiotas, barnabés e puteiros, manipuladores e bem-mandados, cornos e aduladores - uma mundiça inconformada de chatos devoradores, gente insossa e mal-nutrida, arre égua! Todos apreciadores da graça rústica do local. Do tipo Zé Borreia que morreu um dia desse e todos lamentavam: Ah, quem mandou ele peidar na venta dum demônio, bem empregado: findou com estridente enfiado no boga! Entalado? Iapois. E a próxima vítima? Ninguém escapa, meu. Os folgados pediam: Frango assado, Zé! Vá pedir à quenga da sua mãe! E uma cerveja gelada: Vá pedir ao corno do seu pai! Bora, bora! Quero meu pedido! Vá pro fim da fila pra deixar de ser entrão! Outros gaiatos pediam conhaque, rum, vermute, gin, cerveja ou até cachaça! Quando não fígado, peixes, crustáceos. Vão tudo se lascar! Modéstia à parte: aqui só tem o que é bom! Ah, vá sentar légua no cangote, seu fi-duma-égua! Magote de sonsos das matas finadas, mesmo assim, té hoje mando de cana mesmo sem ter quem moa. E tombávamos todos, gente de peripécia própria ou de diversificadas personas, diante do dicomer sustante, gostinho daquela comida caseira, todos servidos em pratos feitos de cascos de cágados, tartarugas e tatus; em cumbucas de barro, de pedra sabão ou louça cerâmica, coités, vasilhas, panelas, potes, tigelas, terrinas, cuias, o que tivesse à mão. Os talheres tudo de pau: garfos, facas, colheres. E todos matavam a sua fome às dentadas, engolidas, abocanhadas, cada garfada, colherada, facada; todo mundo já sabia, nem precisava de cardápio, expediente bem definido, a partir das 11 saía o rango: a afamada carne-de-sol é servida acompanhada de feijão-de-corda, com arroz, vinagrete e uma lapada de cortesia da abrideira Teibei – a segunda, por conta do freguês, acende o candeeiro; a terceira, paga por antecipação, pega o jipe de sair riscando tudo até desenvultar! Basta, então, a primeira golada e a ineivada entra rasgando tudo, do de cujus estalar os dedos, alvoroçado, sentir a fisgada no osso do mucumbu, do retrato da identidade se arrepiar todo. Aí o cabra entra em combustão, baixa o santo e incorpora logo uma entidade sã fazendo vulto capaz de adivinhar o futuro e o prêmio bolada da loteira. U-hu! Me dá uma meiota dessa disgrama, vai! Nem um quartinho sequer, tá doido! Há a opção para quem corajoso queira se deliciar com a incendiária Queima Toba – uma pimenta malagueta preparada para aparentá-la àquela ardida X, mais esquentada que a Carolina Reaper, como se fosse o cruzamento das fuderosas Habanero e a Naga Bhut Jolokia. Ou melar tudo com manteiga de garrafa, outra especialidade da casa. O almoço é servido até às 15, quando todos os presentes, tendo ou não concluído o repasto, é enxotado. Porta arreada só reaberta às 17, pros achegados da sopa Esquenta Peito, também acompanhada duma modesta talagada grátis da Teibei. Dizem que o sucesso da sopa é por conta daquele misterioso Osso de Hermilo. Sabiam? E ele bota nomes de tacacá, tacapitu e buré. Tudo encerrado sumariamente às 19, arriando as portas quando a noite vai subindo pro descanso diário. A partir da meia noite começa o serão, para o qual acorrem atraídos paisanos, dados por notívagos ou desencaminhados. É a hora do milagroso Mingau de Cachorro. Ô Zé me dá logo a gosma do guenzo que eu quero dar um plantão numa frochosa de Cantochão! Quem bêbado fica sóbrio; quem doente, curado; quem mortificado, salva-se uma alma! Glória, Deus! E para quem boiou ou caiou a noite toda, doses cavalares da Teibei para levantar a crista e ferver o juízo. Uma recomendação do proprietário: Beba com moderação, senão você sai do riscado todo triscado! Da sexta pro sábado o turno encomprida e vira noite adentro por causa da feira: Ô povo morto de fome! Só arriando as portas lá por volta das 13 e só reabrindo meia noite com o Festival Corujão-pra-que-te-quero. Esse é o estopô calango! É quando emenda ao domingo de porta-arreada às 5, só a portinhola do pega-bêbo aberta. É a hora do rega-bofe domingueiro, das garrafadas e doutras gororobas encomendadas durante a semana e só entregáveis aos domingos. As garrafadas Frevo Arrepia – a que levanta defunto de 7º dia, são muito procuradas e são preparadas pros fraquejados famélicos que encomendaram durante a semana e entregues inadiavelmente na hora aprazada: Esse xarope tônico é para tomar em jejum, tiro e queda! Ô bicha boa! No cardápio dominical pros perdidos e desencontrados, ele serve para pagar, pegar e levar: sopa da cabeça de peixe (camurins, acaris, jundiás, pirambebas, piabas, traíras, tudo do seu criatório no quintal de casa – ninguém nunca viu, quem vê morre!), pituzada, buchada de bode, a farofa - farinha assada na carapaça de tartaruga; afora cuscuz, salada de legumes e verduras, cobertura de queijo de coalho banhado por manteiga de garrafa; sem contar com cuscuz, canjica, xerém, munguzá, angu; ensopado de jerimum no queijo coalho, inhame, macaxeira, batata doce; tudo colorido com saladas de pimentão gigante, sementes e casca de romã ralada, castanha de caju, caroço de abacate, amendoim, casca e coroa de abacaxi, coco ralado, cebola, alho, tomate, limão, gengibre, outras ervas silvestres para dar mais gosto, como alecrim pimenta, aroeira, macela, cumaru e quebra-pedra; mais coentro, cebolinha, tudo ralado em pós, afora a coleção de pimenteira da sua flora diversa, mais as fruteiras de encher os olhos: maracujá, cereja, jaboticaba, tamarindo, cupuaçu, jaca, pitanga, acerola, graviola, caju, umbu, mangaba, jambo, siriguela, cajá, murici, cajarana, araticum; também licores de jenipapo, berinjela, caldo de cana, bolo de rolo, passa de caju, cocada, tapioca, arroz doce, munguzá, arrumadinho, escondidinho de charque, caldinho de peixe, peixadas, coalhadas, tudo com seus temperos poderosos nas receitas de sua própria experiência gastronômica. No balcão dos pega-bêbos só a teibei e pra tira-gostos na hora são tripa de porco ou salame, ou mesmo frutas que estão por ali perdidas para adoçar o paladar do recalcitrante. Às 18 fecha tudo e só segunda reabre, que ninguém é de ferro. É quando largam, às escondidas, a cozinheira e os auxiliares – lavadoras das louças, faxineira, copeira, os sobrinhos e afilhados: acima dos 10 anos ficam muito sabidos! Roubam que só a peste! O anfitrião ali ouve tudo e de tudo sabe, mas diz que não. Besta, nada. Ao ser perguntado: Não sei nada nem tenho tempo pra fuxico: futrica é na outra esquina. Foi o que respondeu certa vez pro delegado, que, já acometido pelas dores de um fecaloma desgraçado, emputeceu-se e destampou a bronca, de quase prendê-lo incomunicável. Ôpa! Deixa disso. Caso esclarecido. Morreu de quê mesmo? Ao delongar o tempo que nunca parou e choveu de doer horas inteiras terrafora, sem remorso, o frio novo madrugava, já manhã clara, ele lá no seu tanto vivido soçobrou. Às antes matas levitavam no solúvel do seu íntimo e calaram nele ao pé da cruz. Entregou-se sabe-se lá seus motivos e queixas, como um grito lavado pela lama empoçada no barro batido da rodagem pantanosa do choro. Foi-se triturado pela moagem barulhando esmagadora na moenda e o caldo do bagaço escorreu na veia estourada, o sangue e o piripaque no peito sem estrondo, de beirar o ostracismo com a alma nas trevas. Caiu do trono com uma ideia esquisita, doida, obstruindo embaixo, veia cardíaca lá do fundo onde guardava o resto da lembrança daquela de nunca mais e quixoteou súbita glória, era tarde, a incompletude do rastro na palma da mão, não havia mais aonde ia dar. Bateu biela, genuflexo: esvaziou-se no mata-borrão, olhos rasos d’água, caligrafia borrada, sem quê reinventar-se, desconchavado incólume e agora, não temia mais seus abismos, seus desertos segredos. Absorto, suspenso pela procissão de quelônios fantasmas, ai-de-quem, à tona incôngruo, seu tumulto foi maior. Foi-se com seus ais, quando lembrou de Deus e imergiu em zilhões de coisas ao mesmo tempo, difuso, despersonalizado, uno, foi-se. Era o tranquilo morrer-se enfim. Foi-se esquecendo pra renascer no epitáfio da lápide: Aqui jaz aquele que brindou a vida e tudo o que amealhou saiu gastando a peidar, arrotar, cagar e mijar; o amigo que lembrou dos vivos safados e dos que se foram... Eu também voo. Sepultado foi com um testamento emaranhado num nó cego da peste de bem dado que, até hoje, os parentes todos tentam desengachá-lo. Até mais ver.

 

Annie Ernaux: Procurei o amor da minha mãe em todos os cantos do mundo... A dor não pode ser mantida intacta, ela precisa ser “processada”, convertida em humor... Ela me ensina que o mundo foi feito para ser aproveitado e aproveitado, e que não há absolutamente nenhuma razão para se conter... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Coco Chanel: Não gaste tempo batendo em uma parede, na esperança de transformá-la em uma porta... O ato mais corajoso é ainda pensar por si mesmo... Como tudo está em nossas cabeças, é melhor não perdê-las... Veja mais aqui & aqui.

Dorothy Parker: Se você quer saber o que Deus pensa sobre o dinheiro, basta olhar para as pessoas que ele deu... A cura para o tédio é a curiosidade. Não há cura para a curiosidade... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

APOLOGIA ACONCHEGANTE

Imagem: Acervo ArtLAM.

Eu poderia escolher qualquer coisa e pensar em você \ — Esta luminária, a chuva parada pelo vento, o azul brilhante \ Minha caneta exala, secando fosca, sobre a página. \ Eu poderia escolher qualquer herói, qualquer causa ou época \ E, tão certo quanto atirar flechas no coração, \ Montado em uma égua malhada, pernas tão afastadas \ Quanto ficar em estribos de prata permitir \ — Lá estará você, com a testa franzida \ E a cota de malha brilhando, para me libertar: \ Um olho sorrindo, o outro firme no inimigo. \ Esta era pós-pós-moderna é só negócios: \ CDs e faxes, um evento do tipo "faça agora e não corra riscos". \ Hoje, um furacão está se aproximando da costa, \ Estranhamente masculino: o Grande Floyd Mau, que traz uma horda \ De devaneios: reminiscências constrangedoras \ De paixões adolescentes por garotos inúteis \ Cujo único talento era beijá-la até deixá-la sem sentido. \ Todos tinham nomes de maricas — Marcel, Percy, Dewey; \ Eram finos como alcaçuz e tão mastigáveis, \ Doces com um centro escuro e oco. \ Floyd Xingando sem parar. \ Você está enclausurado no seu Aerie, eu estou empoleirado no meu \ (Mesas gêmeas, computadores, pisos de madeira): \ Estamos contentes, mas ficamos aquém do Divino. \ Ainda assim, é constrangedor, essa felicidade \ — Quem se satisfaz simplesmente com o que é bom para nós, \ Quando o comum já foi notícia? \ E, no entanto, porque nada mais serve \ Para me livrar da melancolia (chame de tristeza), \ Preencho este tempo roubado com você.

Poema da premiada poeta e ensaista estadunidense Rita Dove (Rita Frances Dove), autora da obra On the Bus With Rosa Parks (1999).

 

GAIOLA DOURADA - […] Parece haver algum tipo de tristeza em você. Acho isso atraente. Desconfio de pessoas que andam por aí achando que a vida é só risadas o tempo todo. Pessoas que estão sempre felizes me entediam. Não deveríamos estar felizes o tempo todo, senão o mundo pararia. [...] O maior problema das pessoas, percebi, é que elas projetam sua própria tristeza nos outros. Tente compartilhá-la. Elas imaginam que, por compartilharmos o mesmo DNA, automaticamente nos sentiremos tristes com as mesmas situações. A tristeza não fica mais fácil de lidar simplesmente porque você a compartilha. Pelo contrário, ela se torna mais pesada. [...] A libertação de se encontrar no fundo do poço. Sem risco de cair ainda mais na merda. [...]. Trechos extraídos da obra Golden Cage ( Vintage Crime/Black Lizard, 2021), da escritora sueca Camilla Läckberg, que na sua obra The Cuckoo (Hemlock Press,2024), ela expressou que: […] Literatura é vida e morte. Pessoas vêm e vão. Nós vivemos. Nós morremos. Mas a literatura que criamos continua viva. [...]. Já no seu livro El espejismo - Planeta Internacional nº 3 (2024), ela registra que: […] Conceda-me serenidade para aceitar o que não posso mudar, coragem para mudar o que posso e sabedoria para saber a diferença. [...]. Também é autora de obras como: Women without mercy (2018), Buried Angels (2014), The Angel Maker's Wife (2011), The Ice Princess (2011), The Preacher (2011), Las hijas del frío (2011), The Hidden Child (2007), entre outros, sendo atrabuida a ela a frase: Se você não se permitir amar, correria o risco de perder tudo... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ANÁLISE - [...] Muitos são os caminhos que nos levam a procurar a ajuda de um psicanalista, e todos passam por um certo caldo de cultura que entende que a psicanálise seria uma resposta para o sofrimento. Calhou de eu sentir uma tristeza enorme aos dezessete anos, e de conhecer uma psicóloga que conhecia uma psicanalista. Daí para cair de costas num divã foram dois palitos. Já o percurso que me levou a precisar de ajuda é bem mais custoso de descrever. Resisto o quanto posso. Essa história tem infinitas versões possíveis, e qualquer coisa que eu disser a partir daqui será mais uma delas, ou seja, construções e improvisos sobre um vazio original. Nasci a quinta filha em uma prole de seis — ou deveria dizer oito, uma vez que meu pai teve dois filhos fora do casamento, cuja existência só descobri na adolescência? [...] Freud diz que o trauma é precedido pela calmaria para a qual sonhamos voltar, na expectativa impossível de recolocar a pasta de dentes no tubo espremido. Buscamos refúgio nas cenas que antecedem o acontecimento trágico, recriando um momento idílico antes do mal súbito. É como se, no meio de uma guerra, sonhássemos com o tempo anterior ao fatídico bombardeio no qual perdemos um ente querido, sob a condição de esquecermos convenientemente que já estávamos em guerra. Mas há outras formas de lidar com a intensidade traumática. Uma paciente pode contar uma cena de abuso da qual só se lembra das cores do lustre que tinha ao alcance dos olhos. É como se, para suportar o insuportável, só lhe restasse reduzir-se a um olho que vê um lustre, deixando o corpo ausente de si enquanto o algoz desfruta dele. Os relatos de tortura dizem muito dos subterfúgios que usamos para preservar a alma frente ao horror. [...]. Trechos extraídos de Análise (Zahar, 2025), da psicanalista e psicóloga Vera Iaconelli, atuando como membro do Instituto Sedes Sapientiae e da Escola do Fórum do Campo Lacaniano, autora dos livros Mal-estar na maternidade: do infanticídio à função materna (Zagodoni, 2020) e Criar filhos no século XXI (Contextoi, 2020).

 

DEMOROU MUITO, DE ADMMAURO GOMMES

Imagem: Acervo ArtLAM.

[...] Ninguém me avisou que eu teria \ que passar por lugares tão estreitos \ e íngremes e escorregadios \ e enfrentar perigos inúteis. \ Tudo era para ter o aroma da felicidade \ e beijos e flores e cores e afagos \ mas nada de fantasmas medievais \ nem internéticas assombrações. \ Era para ser o filme do ano \ a conquista sempre e inevitável \ e o renascer da esplendorosa manhã \ onde os campeões dão a volta olímpica \ com a taça na mão. [...].

Trecho do poema Demorou muito, do poeta, professor e revisor Admmauro Gommes, poema este que recebeu modestas considerações minhas e uma resenha crítica do poeta Vital Corrêa de Araújo. Veja o texto completo aqui & mais aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

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VERA IACONELLI, RITA DOVE, CAMILLA LÄCKBERG & DEMOROU MUITO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Tempo Mínimo (2019), Hoje (2021), Andar com Gil (2023) e Delia Fischer Beyond Bossa (202...