segunda-feira, maio 11, 2015

KRISHNAMURTI, WEIL, CELA, FONSECA, DALI, BIDU SAYÃO, COUTINHO, TEATRO, SEQUESTRO & DELAÇÃO


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? – Para quem não sabe, a vida não é só nascer, comer, crescer, foder, cagar, mijar, ganhar, passar troco e morrer. Não, não só isso. A vida vai muito mais além. Para que saibamos realmente o significado da vida precisamos inicialmente entender duas coisas. A primeira: todos os problemas e soluções que julgamos do mundo e dos outros, na verdade estão em nós mesmos; a segunda: qual a missão de cada um de nós na vida? Cada qual que se descubra e desvende. Então, como ontem foi dia das mães e da cozinheira, festejei a mãe – que Deus a tenha -, e cozinhei o que tinha: sonhos, topadas, fracassos, lembranças, afazeres e o escambau. Misturei tudo em fogo alto, caldo grosso, temperado com resiliência: deu bom cozinhado. Experimentei e constatei: o sabor de haver superado até agora um monte de óbices, deu-me um prazer inenarrável. Quero mais. E enquanto degustava fui cerzindo as reminiscências: as que deram certo, poucas, mas aprazíveis, chega botei o riso no coarador; as que deram errado, muitas, contudo, deu-me a experiência de coser direito, refazendo o trajeto, consertando e recomeçando tudo para reaprumar a condução. Assim, fui cozendo e cosendo, recomeçando, reconstruindo, corrigindo, reaprumando, uma hora dá certo, oxalá! Enchi a pança e, à sesta, o discernimento deu eureca: sabugo de milho não é vibrador, porém tem um bocado de Fabo (principalmente no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras de Vereadores e nas instituições públicas) que deveriam usá-lo enfiado no fiofó pra não aumentar o meladeiro do Fecamepa. E vamos aprumar a conversa aqui.

Imagem: O ovo cósmico, do pintor surrealista espanhol Salvador Dali (1904-1989).

Ouvindo Bachiana Brasileira nº 5 - Opera Arias & Brazilian Folksongs Label (Sony, 1996), do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), com a célebre cantora lírica soprano brasileira Bidú Sayão (1902-1999). Veja mais aqui.

A ARTE DE VIVER – Na obra Comentários sobre o viver (Nova Era, 2012), do filósofo, escritor, educador e místico indiano Jiddu Krishnamurti (1895-1986), encontro o texto A arte de viver, do qual destaco o seguinte trecho: [...] "A verdade, é uma terra sem caminhos". Os homens dela não se podem aproximar por intermédio de nenhuma organização, nenhum credo, dogma, sacerdote, ritual, ou conhecimento - seja ele filosófico, técnico ou psicológico. Têm de encontrar a verdade através do espelho das relações, por meio do percebimento do conteúdo da própria psique, pela observação e não por qualquer acto de dissecção intelectual ou analítica! O homem construiu para si próprio imagens como uma cerca de segurança - imagens religiosas, políticas e pessoais. Estas manifestam-se como símbolos, ideias e crenças. Mas a carga destas imagens domina o pensamento do homem, as suas relações e a sua vida diária. Estas imagens são a causa real dos problemas pois dividem o homem do seu semelhante. A sua percepção da vida foi "moldada" por estes conceitos estabelecidos na sua mente. Este conteúdo é comum a toda a humanidade. A "individualidade", consiste no nome, na forma e na cultura superficial que adquire por intermédio da tradição e do ambiente. A unicidade do homem não se encontra na superfície, mas sim na completa liberdade do conteúdo da sua consciência, consciência essa que é comum a toda a humanidade. Ele não é portanto, um "indivíduo". [...] A liberdade não é uma reação; a liberdade não é uma escolha. É pretensão do homem achar que é livre por poder escolher. A liberdade reside na pura observação sem direção, sem medo de castigo nem recompensa. A liberdade é isenta de motivo; a liberdade não se encontra no fim da evolução do homem, mas está presente desde o primeiro passo da sua existência. Por meio da observação, podemos aperceber- nos da falta dessa liberdade. A liberdade reside na consciência sem escolha da nossa existência e atividade diárias. O pensamento é tempo. O pensamento nasce da experiência e do conhecimento, inseparáveis que são do tempo e do passado. O tempo, é o inimigo psicológico do homem. Sendo as nossas ações baseadas no conhecimento - no tempo, portanto - o homem é sempre um escravo do passado. O pensamento é sempre limitado; daí vivermos em constante conflito e luta. Não existe evolução psicológica. Quando o homem se tornar consciente do movimento dos seus próprios pensamentos aperceber-se- á da divisão existente entre o pensador e aquilo que é pensado, entre o observador e a coisa observada, entre o experimentador e o que ele experimenta. Ele descobrirá que tal divisão não passa de uma ilusão. Então, existirá apenas pura observação interior, isenta de qualquer sombra do passado e do tempo. Este vazio temporal interior, provoca uma mutação radical profunda na mente. A negação completa, é a essência do positivo. Quando se dá a negação de todas as coisas que sobrevêm à psique- pelo pensamento- só então pode o amor existir- o que equivale à compaixão e à inteligência. [...]. Veja mais aqui.

A ARTE DE VIVER EM PAZ – O livro A arte de viver em paz: por uma nova consciência, por uma nova educação (Gente, 1993), de Pierre Weil, trata de uma nova concepção de vida, a visão fragmentária da paz, a paz como fenômeno externo ao homem, a paz no espírito do homem, a visão holística da paz, a educação fragmentária, a visão holística da educação, a educação holística para a paz, a transmissão da arte de viver em paz, o paraíso perdido, o desenvolvimento da paz interior, a paz do corpo e do coração, os métodos de transformação energética e de estimulo direto da paz, as três manifestações sociais da entrega, metodologia pedagógica, por uma pedagogia ecológica, entre outros importantes assuntos. Na obra destaco o trecho: Nunca estivemos tão perto da paz. Mas, ao mesmo tempo, jamais ela nos pareceu tão distante. Já podemos curar doenças que até bem pouco tempo atrás eram terrivelmente mortais. Das pranchetas dos cientistas brotam animais e plantas que a natureza não criou. Em laboratórios que fariam inveja a filmes de ficção científica, surgem robôs capazes de executar todo tipo de serviço, da faxina doméstica à pesquisa espacial. São olhos eletrônicos que espionam os confins do universo em busca de nossos eventuais parceiros distantes na aventura da vida. Médicos ousam substituir corações, rins e membros avariados por órgãos biônicos criados em oficinas. Maravilhas. Ao olharmos em volta, porém, damos de cara com os terríveis subprodutos desse desenvolvimento: miséria, violência, medo. A humanidade atingiu o limiar de uma nova era e vive, agora, uma espécie de dor do crescimento. Deixamos de ser crianças, mas ainda não sabemos nos portar como gente grande. Acumulamos conhecimentos em quantidade. Mas, sem sabedoria para usá-los, podemos destruir-nos e ao mundo que habitamos. Felizmente, uma nova consciência está se estabelecendo no espírito de grande parte das pessoas. Ela inspira outra maneira de ver as coisas em ciência, filosofia, arte e religião. Somos os espectadores privilegiados e os atores principais de mais este ato da “comédia humana”. Trata-se de um momento de síntese, integração e globalização. Nesta fase, a humanidade é chamada a colar as partes que ela mesma separou nos cinco séculos em que se submeteu à ditadura da razão. Esse esforço começa a se fazer necessário porque a crise de fragmentação chegou a limites extremos e ameaça a sobrevivência de todas as formas de vida sobre a Terra. Dividimos arbitrariamente o mundo em territórios, pelos quais matamos e morremos. Já se produziram armas nucleares que poderiam destruir várias vezes o nosso planeta. A loucura e a competição são tão ferozes que ignoram o óbvio: não haverá uma segunda Terra para ser destruída, nem ninguém ou coisa alguma para acionar o gatilho atômico depois da primeira vez. Quebramos a unidade do conhecimento e distribuímos os pedaços entre os especialistas. Aos cientistas, demos a natureza; aos filósofos, a mente; aos artistas, o belo; aos teólogos, a alma. Não satisfeitos, fragmentamos a própria ciência, espalhando- a pelos domínios da matemática, da física, da química, da biologia, da medicina e de tantas outras disciplinas. O mesmo ocorreu com a filosofia, a arte e a religião, cada um desses ramos se subdividindo ao infinito. Como conseqüência, o mundo do saber tornou-se uma verdadeira “torre de babel”, em que os especialistas falam cada qual a sua língua e ninguém se entende. A mais ameaçadora de todas as fragmentações, no entanto, foi a que dividiu os homens em corpo, emoção, razão e intuição, porque ela nos impede de raciocinar com o coração e de sentir com o cérebro. Autor da Teoria da Relatividade, o físico Albert Einstein demonstrou no início do século passado que tudo no universo é formado pela mesma energia1, do mesmo modo que, embora vistos como diferentes, o gelo e o vapor são em último caso apenas água... Desse modo, a fragmentação só existe no pensamento humano, cuja propriedade essencial é justamente classificar, dividir e fracionar para, em seguida, estabelecer relações entre esses fragmentos. Recuperar a unidade perdida significa reconquistar a paz. Mas, desta vez, o inimigo a derrotar não é estrangeiro. Ele mora dentro de nós. É a força que isola o homem racional de suas emoções e intuições. Foi a própria ciência moderna que começou a exigir o surgimento de uma nova consciência. Incapazes de responder às questões que eles mesmos formulavam, muitos físicos saíram em busca da psicologia, da religião e das mais importantes tradições2 da humanidade. Este encontro entre a ciência moderna, os estudos transpessoais e as tradições espirituais constitui o que chamamos de visão holística. É importante que tenhamos uma clara noção dessa mudança de visão e das consequências que ela traz para a educação. [...] Veja mais aqui, aqui e aqui.

AÇÃO CULTURAL PARA A LIBERDADE – O livro Ação cultural para a liberdade e outros escritos (Paz e Terra, 1981), do educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire (1921-1997), aborda temas como considerações em torno do ato de estudar, a alfabetização de adultos – crítica de sua visão ingênua compreensão de sua visão crítica, os camponenes e seus textos de leitura, ação cultural e reforma agrária, o papel do trabalhador social no processo de mudança, ação cultural para a libertação, o processo de alfabetização de adultos como ação cultural para a libertação, ação cultural e conscientização, o processo de alfabetização política – uma introdução, algumas notas sobre humanização e suas implicações pedagógicas, o papel educativo das Igrejas na América Latina, conscientização e libertação e algumas notas sobre conscientização. Da obra destaco o techo: [...] Numa visão crítica, as coisas se passam diferentemente. O que estuda se sente desafiado pelo texto em sua totalidade e seu objetivo é apropriar-se de sua significação profunda. Esta postura critica, fundamental, indispensável ao ato de estudar, requer de quem a ele se dedica: a) Que assuma o papel de sujeito deste ato. Isto significa que é impossível um estudo sério se o que estuda se. põe em face do texto como se estivesse magnetizado pela palavra do autor, à qual emprestasse uma força mágica. Se se comporta passivamente, “domesticadamente”, procurandoapenas memorizar as afirmações do autor. Se se deixa “invadir” pelo que afirma o autor. Se se transforma numa “vasilha” que deve ser enchida pelos conteúdos que ele retira do texto para pôr dentro de si mesmo. Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem, estudando, o escreveu. É perceber o condicionamento histórico-sociológico do conhecimento. É buscar as relações entre o conteúdo em estudo e outras dimensões afins do conhecimento. Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever – tarefa de sujeito e não de objeto. Desta maneira, não é possível a quem estuda, numa tal perspectiva, alienar-se ao texto, renunciando assim à sua atitude crítica em face dele. A atitude critica no estudo é a mesma que deve ser tomada diante do mundo, da realidade, da existência. Uma atitude de adentramento com a qual se vá alcançando a razão de ser dos fatos cada vez mais lucidamente. Um texto estará tão melhor estudado quanto, na medida em que dele se tenha uma visão global, a ele se volte, delimitando suas dimensões parciais. O retorno ao livro para esta delimitação aclara a significação de sua globalidade. Ao exercitar o ato de delimitar os núcleos centrais do texto que, em interação, constituem sua unidade, o leitor crítico irá surpreendendo todo um conjunto temático, nem sempre explicitado no índice da obra. A demarcação destes temas deve atender também ao quadro referencial de interesse do sujeito leitor. Assim é que, diante de um livro, este sujeito leitor pode ser despertado por um trecho que lhe provoca uma série de reflexões em torno de uma temática que o preocupa e que não é necessariamente a de que trata o livro em apreço. Suspeitada a possível relação entre o trecho lido e sua preocupação, é o caso, então, de fixar-se na análise do texto, buscando o nexo entre seu conteúdo e o objeto de estudo sobre que se encontra trabalhando. Impõe-se-lhe uma exigência: analisar o conteúdo do trecho em questão, em sua relação com os precedentes e com os que a ele se seguem, evitando, assim, trair o pensamento do autor em sua totalidade. Constatada a relação entre o trecho em estudo e sua preocupação, deve separá-lo de seu conjunto, transcrevendo-o em uma ficha com um título que o identifique com o objeto específico de seu estudo. Nestas circunstâncias, ora pode deter-se, imediatamente, em reflexões a propósito das possibilidades que o trecho lhe oferece, ora pode seguir a leitura geral do texto, fixando outros trechos que lhe possam aportar novas meditações. Em última análise, o estudo sério de um livro como de um artigo de revista implica não somente numa penetração crítica em seu conteúdo básico, mas também numa sensibilidade aguda, numa permanente inquietação intelectual, num estado de predisposição à busca. b) Que o ato de estudar, no fundo, é uma atitude em frente ao mundo. Esta é a razão pela qual o ato de estudar não se reduz à relação leitor-livro, ou leitortexto. Os livros em verdade refletem o enfrentamento de seus autores com o mundo. Expressam este enfrentamento. E ainda quando os autores fujam da realidade concreta estarão expressando a sua maneira deformada de enfrentá-la. Estudar étambém e sobretudo pensar a prática e pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo. Desta forma, quem estuda não deve perder nenhuma oportunidade, em suas relações com os outros, com a realidade, para assumir uma postura curiosa. A de quem pergunta, a de quem indaga, a de quem busca. [...] Quase sempre, ao se transformarem na incidência da reflexão dos que as anotam, estas idéias os remetem a leituras de textos com que podem instrumentar-se para seguir em sua reflexão. c) Que o estudo de um tema específico exige do estudante que se ponha, tanto quanto possível, a par da bibliografia que se refere ao tema ou ao objeto de sua inquietude. d) Que o ato de estudar é assumir uma relação de diálogo com o autor do texto, cuja mediação se encontra nos temas de que ele trata. Esta relação dialógica implica na percepção do condicionamento histórico-sociológico e ideológico do autor, nem sempre o mesmo do leitor. e) Que o ato de estudar demanda humildade. Se o que estuda assume realmente uma posição humilde, coerente com a atitude critica, não se sente diminuído se encontra dificuldades, às vezes grandes, para penetrar na significação mais profunda do texto. Humilde e critico, sabe que o texto, na razão mesma em que é um desafio, pode estar mais além de sua capacidade de resposta. Nem sempre o texto se dá facilmente ao leitor. [...] Não se mede o estudo pelo numero de páginas lidas numa noite ou pela quantidade de livros lidos num semestre. Estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

A GRANDE ARTE – O romance A grande arte (1983), do escritor e roteirista de cinema Rubem Fonseca, conta a história de Mandrake, um advogado mulherengo aspirante a detetive sobre o assassinato de uma sua amiga prostituta e resolver esse mistério. Da obra destaco o trecho: [...] Miriam já havia ido embora quando chegou Raul. Ele exibia sua cara suspicaz de tira provocador. !Então vou falar pela última vez”, eu disse, “Lima Prado se matou. Enfiou a faca na axila, como no suicídio de Ajax, que ele descreve nos Cadernos. Partiu para juntar-se a Hermes, no campo de asfódelos”. “E já viu alguém suicidar-se assim?” “O Ajax”. “Isso é mitologia. Isso é absurdo, é ilógico”. Lima Prado era um absurdo ilógico”. (Não tive coragem de dizer que ele era mitológico). “Ouça, Mandrake, essa história nunca foi contada direito. Você afirma que Lima Prado matou as massagistas. Mas eu não tenho certeza disso”. “Está nos Cadernos”. “Você interpretou assim. Ninguém consegue lher aquela merda. Eu estive com eles nas mãos, já se esqueceu? Duvido que você tenha entendido direito aquela letrinha. Você também interpretou essa historia de Rosa ter assassinado Cula. A única coisa que eu sei, com certeza, é que Lima Prado era um dos grandes do trafico de entorpecentes, mas isso jamais poderá ser provado”. “Está bem. Ad argumentandum tantum: ele foi assassinado por quem?” “Zakkai. A serviço de Gonzaga Leitão”. “O marido de Rosa?”. “Leitão corria por fora, na luta pelo poder dentro da Aquiles. Quando, com a morte de Lima Prado, conseguiu o controle da Organização. Leitão deu, ou vendeu baratinho, para Zakkai a Pleasure e as outras empresas. A Aquiles agora só se envolve com atividades legítimas”. “Sei. Agiotagem, mutretas financeiras, etc”. “Como todos os bancos”. “Quer dizer que o crime compensa, seu cínico?” “Estes anos passados na policia fizeram de mim uma coisa pior que cínico” “O que?” “Lúcido” Levantei o cálice. Olhei o precioso líquido rutilante. “Você concorda que Rafael matu Mitry e as gêmeas?” “Concordo”. “E quem matou as massagistas?” “Pode ter sido qualquer pessoa. Por ter sido você, Mandrake.” Acedndi uma Panatela, escuro, curto. “Abre outra garrafa”, eu disse, “e explica melhor como fui eu”. “Uma delas foi ao teu escritório, a outra saiu com você, na véspera de aparecerem mortas” “Você é um idiota”. “Lúcido. Wexler diz que o amor extremado que você tem pelas mulheres está muito próximo do ódio”. “Só comprei a Randall depois que elas foram mortas. Eu não sabia usar uma faca antes. E ainda não sei”. “Desenhar um P qualquer um desenha. E estrangular, a gente nasce sabendo. Você inventou que decifrou os Cadernos e pode, assim, inventar a história que quiser” “Tenho testemunhas” “Quem?” “Hermes” “Outra invenção sua” “Você está maluco, Raul” “Estou mesmo. Sabe que vou volrtar a viver com Ligia?” “Ela é uma boa mulher”. “Boa demais”. Tocaram a campanhia. “Está esperando alguém?”, perguntou Raul. “Uma amiga” Abri a porta. A moça entrou. “Bem, já vou indo. Lúcido, ouviu? Lúcido”, disse Raul. “Boa noite, senhorita”. “Quem é esse sujeito?”, perguntou a moça, depois que Raul saiu. “Um amigo”. Esperei. “Quanto tempo... você ainda se lembra de mim? Eu estou mais magra, não estou?”. Eu ri. “Está”. “Você ainda me ama?”, perguntou Bebel. “Amo”. Em 1991, a obra foi adaptada para o cinema, no suspense Exposure (A grande arte), dirigido por Walter Salles, destacando-se a atuação da belíssima atriz Amanda Pays. Veja mais aqui, aqui e aqui.

TEATRO NA EDUCAÇÃO – O livro O teatro na educação (Forense, 1973), de Paulo Coelho, aborda temas a criatividade, o orientador, o método didático, aquecimento, materiais acessórios, o grupo, a idade, o loca, a integração coletiva, a redescoberta do corpo, a linguagem comum, no mundo dos sentidos, as relações com o ambiente, aplicação do processo de teatro criativo, a fase preparatória, a elaboração do jogo dramático, dez exemplos de jogos dramáticos, entre outros. Destaco o trecho: [...] Todo homem é potencialmente criador, mas a pressão do meio, os aspectos culturais, os valores morais, as condições socioeconômicas e as limitações psicológicas tendem a restringir consideravelmente a critividade do individuo, chegando mesmo ao ponto de destruí-la por completo. O próprio ensino escolar – antes do advento da atual reforma – encarregava-se disto. Mas uma série de fatores, que seria irrelevante citar, forçou uma modificação profunda nos métodos tradicionais de ensino e permitiu a entrada dos processos de criatividade nas escolas. O comportamento criativo pode manifestar-se em cino níveis distintos, conforme a classificação de Calvin Taylor [...] Estes cinco níveis foram integrados em vários processos criativos; procuramos, depois de uma série de pesquisas teóricas e experimentais, relacionar estes processos com Arte Dramática, não no que se refere ao Teatro em si, mas no setor de Educação Artística. O resultado foi o processo de TC. [...] Veja mais aqui e aqui.

A DOAÇÃO DOS MEUS ÓRGÃOS - No livro Poesía completa (1996), do escritor e jornalista espanhol vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Camilo José Cela (1916-2002), encontro os poemas surrealistas do autor, destacando especialmente o seu A doação dos meus órgãos: Eu quero que o dia que eu morrer / para doar meu rim, / meus olhos e pulmões. / Esse é o dar a ninguém. / Se um paciente espera / então eu ofereço aqui / Espero que eles façam bem / para salvar uma vida. / Se eu não posso respirar, / outra respira para mim. / Eu doarei meu coração / para alguns peitos cansados / que querem ser restaurados / e voltar à ação. / Estou firmemente doação / é cumprida e confiança / antes de eu sentir frio, / quebrada, podre e ferido / você pode de outra mama / se não bater o meu. / Picar a doar / e que é o dar para uma caída / e elevador possuído / Eu gastei vigor. / Mas peço-vos mais tarde / é um piloto colocá-lo, / aqueles que gostam da calha. / Isso seria uma grande coisa / Eu descanso na sepultura / e meu pau dando forte. / Outras doações / Recuso-me a doar a boca. / Porque há algo que me impressiona / por razões imperiosas. / Eu sei que às vezes  / Ela está falando muito absurdo; / mama coisa errada  / e eu prefiro perder / antes que algum idiota / Mame com a minha boca./ O burro não doar / pois há sempre um confuso / eu posso dar mau uso / o burro que eu doado. / Muitos anos eu cuidei / lavando-me muitas vezes. / Para um cirurgião pimpão / em tais transplante / colocá-lo para um viado / e morreu para me dar a bunda. Veja mais aqui.


AS CANÇÕES – O documentário As canções (2011), do cineasta brasileiro Eduardo Coutinho (1933-2014), contando a história de pessoas comuns que relataram casos particulares relacionados a determinadas músicas, registrada na região do Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro, em busca de personagens, envolvendo quarenta e dois depoimentos, todos sozinhos e sentados diante da câmera, com idades entre vinte e dois e oitenta e dois anos. Veja mais aqui e  aqui.






IMAGEM DO DIA














Imagem: escultura The Triumph of Flora, do pintor e escultor francês Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875).
CONVITE AO SEQUESTRO E A DELAÇÃO PREMIADA - Eis meu convite: quero sequestrar você. Quer queira ou não, vou sequestrar você. Está sem saída porque minha arma é o meu sexo rijo em riste capturando todas as suas ações e intenções de fuga. Meus braços invencíveis o seu esconderijo, inescapáveis. Meu corpo incendiado de tesão o seu cativeiro, a sua prisão perpétua de segurança máxima, inexorável. Ao seu dispor, o meu querer por cela, as minhas mãos ternas e pedintes plenas de afagos, delas jamais fugirá, rendida aos carinhos ao manusear seu corpo inteiro. Este o convite e o sequestro é certo, como o resgate. Na verdade muitos e todos os resgates serão do tamanho de sua inadimplência ao meu querer: pra sempre. Poderá ser amortizável diariamente com deliciosas picadas a todo momento, todo dia e o dia todo, até sempre: sua dívida é líquida e certa, a sua insolvência a faz escrava, sem nome nem iniciativa, acorrentada e submetida ao ritual da ginofagia. Aprisionada ao meu desejo e a me servir, o primeiro castigo será meus lábios nos seus lábios cálidos e ferventes do batom vermelho, enquanto minha mão apalpa o seio nu embaixo da blusinha de alça e seda, e a outra calma e furtivamente envolve a calcinha estufada para removê-la e à palma o seu sexo maduro e inchado que ao tato examino como quem está prestes a desvelar os segredos do mundo e da vida, e ao senti-la minando fonte viva e água jorrando entre os dedos brincantes que me leva a beijar carinhosamente seu pinguelo e lambê-lo como quem oscula a paixão desenfreada dos desejos, enquanto minhas buliçosas mãos se ocupam em acariciar sua pele aveludada sexo, rego, montes e precipícios das ancas macias pro aclive das corcovas glúteas que meu sexo escala escorregando em festa o seu tobogã até a mina anal que se ajeitará para abrigar minha invasão de intrépido bandeirante à caça insaciável do ouro mais valioso, fincando minha bandeira para prear toda sua riqueza e me apropriar para chupá-la a vulva escancarando a caverna como quem tal Julio Verne descobre o caminho pra viagem ao centro da Terra e invadi-la como quem descobre o sabor do manjar dos deuses de todas as delícias do universo, a sorver de sua água de rios e mares a matar minha sede de milênios, e mergulhar no seu gozo a se desmanchar como a comida mais saborosa ao paladar e sabê-la à loucura do gozo de todos os orgasmos de noites e dias em reclusão. E enlouquecida e escancarada, pernas do leste ao oeste, desorientada, enfiarei lenta e autoritariamente meu sexo no seu, conhecendo cada polegada, cada milímetro de sua gruta vaginal para alcançar seu mais profundo poço e de lá dar-me o direito de ir e vir, a todo momento e a qualquer hora, no entra e sai às pressas e aos bocados e mais indo e vindo até vê-la explodir arreganhada, completamente conquistada por minha mais bruta selvageria de gozo dentro dela. Fodida e seviciada, com seu riso grato me vejo sujeito à chuva dos seus beijos no meu sexo incisivo, abocanhado pelas travessuras de sua língua cigana a me levar pro céu da sua boca na constelação maravilhosa da felação mais que aprazível da sua delação premiada, como se fosse o confessionário dos pecados, o altar de suas preces devotadas, a hóstia de sua salvação e eu a castigá-la esfregando-o às suas faces, a lavá-la com a seiva viscosa em sua pele sedosa como um látego que inflige ao suplício da pena máxima de condenada serva da minha posse irrefreável e subjugá-la a garganta puxando pelos cabelos sedosos para vencê-la égua tesuda a me oferecer a garupa empinada e servil ao meu sexo que baba para lambuzá-la e abrir a porta acertada do ânus penetrando às suas reboladas loucas na dança do dorso no paroxismo das labaredas do meu gozo e a me rebentar pesado e vitorioso sobre o seu corpo espalmado, estendida, indefesa, e a rabiscar meus sentimentos e prazeres e cometer todos os meus poemas e canções na sua carne. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.


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Em mim a vida & o estouro dos confins de tudo, Corpus Hermeticum de Hermes Trismegistus, Ísis sem véus de Helena Blavatsky, O jardineiro do amor de Rabindranath Tagore, a música de Kitaro, a arte de Ewa Kienko Gawlik, a fotografia de Jovana Rikalo & Tataritaritatá no Encontro dos Palmarenses aqui.

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E num é que a Vera toda-tuda virou a bruxa das pancs na boca do povo, Iluminações de Walter Benjamin, Os bruzundangas de Lima Barreto, Marxismo & literatura de Cliff Slaughter, a música de Guiomar Novaes, a pintura de Pedro Sanz & Sara Vieira, a arte de Paolo Serpieri & Tataritaritatá na Gazeta de Alagoas aqui.
Vamos aprumar a conversa: responsabilidade dos pais & da família, O amor e o ocidente de Denis de Rougemont, As recordações de Isaías Caminhas de Lima Barreto, a música de Stevie Wonder, a poesia de Murilo Mendes & Raimundo Correia, o teatro de Friedrich Schiller, o cinema de Nelson Pereira dos Santos, a coreografia de Martha Graham & a pintura de Georges Braque aqui.
Vamos aprumar a conversa, O homem, a mulher & a natureza de Allan Watts, Amar, verbo intransitivo de Mário de Andrade, a poesia de Pedro Kilkerry & Augusto de Campos, Amor de novo de Doris Lessing, a música de Christoph Willibald Gluck, o teatro de Machado de Assis, Eurídice, o cinema de Walter Hugo Khouri & Vera Fischer, a escultura de Joseph Edgar Boehm, a pintura de Jean-Baptiste Camille Corot & a arte de Patrick Nicholas aqui.
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