QUEM VAI PRA
CHUVA É PRA SE MOLHAR – Imagem: Racing
thhougts (1983) do artista plástico da Pop Art estadunidente Jasper Johns - A ordem é competir! E no
alheio é cotovelo na venta, calcanhar na passada, bico nos possuídos, afinal do
pescoço pra baixo tudo é canela. Vale tudo: rasteira, toque da vaca, perfídia e
enrolação. Torcer pela queda dos outros e, se possível, apelar pra sorte pra
dar tudo certo e que o azar só ronde o terreno do adversário. Acima de tudo que
vença sozinho, cooperar só pro pódium e cada qual que cuide de si que o jogo é
de campeonato! Alcançar o apogeu seja de que forma for, as armas são muitas,
recursos diversos e em detrimento de todos e pro gozo da glória. Do contrário,
vai ter muito aproveitador querendo provar do repasto com seu dedo atrevido,
nada que uma boa descompostura não coloque os adiantados no seu devido lugar:
na plateia. As benesses todas que sejam suas, os derrotados que morram de
inveja. Tirar o maior proveito da ocasião que ninguém é besta, se correr tem
corra atrás; se ficar, os sabidos chegam na frente. Não há tempo a perder, é
pegar o máximo que puder e o que sobrar fica pros que vierem depois – certa dose
de generosidade faz parte da etiqueta do politicamente correto. Quando chegar o
fim do ano, depois de todos os tropeços, tabefes e celeumas, uma lembrancinha
pros desafetos e tudo volta aos conformes. Qualquer aresta, um sorriso com
aperto de mão: foi só um jogo jogado; se causou prejuízo a quem quer seja, pede-se
perdão; se sobrou intrigados, arruma uma confraternização e as maledicências
ficam pro ano que vem. O que importa é que tudo esteja resolvido, pelo menos
por enquanto. Amanhã será outro dia e se encara tudo de novo. Pros recalcados
uma brincadeira de Papai Noel, nada demais fazer uma gracinha. Pros achegados, parabéns
e tapinhas nas costas. Como é Natal tudo tem que findar feliz e em paz no verão
de capricórnio, até a virada do ano quando tudo recomeça com dentes rangindo de
raiva, mãos prontas pra estapear qualquer que atravesse o caminho, coragem em
dia pra levar tudo nos peitos e seja lá o que Deus quiser. © Luiz Alberto
Machado. Veja mais aqui.
Curtindo a arte musical do músico,
compositor, professor e ensaísta José
Miguel Wisnik.
Veja mais sobre:
Então, é natal..., João Guimarães Rosa, Filippo Marinetti, Jean Racine, Carl Friedrich Abel, Kenneth Rexroth, Marc Allégret, Shirley
Edith Hunt, Brigitte Bardot, William Etty & as previsões do Doro aqui.
E mais:
Retrato do artista quando jovem de James Joyce aqui.
Errâncias da paixão aqui.
A poesia de Enheduana, A metafísica trilógica de Norberto
Keppe, Psicologia, Meio Ambiente na Escola & Direito Empresarial aqui.
Sarah Menezes, Efetividade da norma jurídica, As
tecnologias na Educação, Psicologia & Fenomenologia, Direito Ambiental
& Sustentabilidade aqui.
Desprevenida do golpe do amor aqui.
&
DESTAQUE: FANTASIAS DA SEPARATIVIDADE
[...] Em
todos os domínios da nossa existência ocidental, assistimos a infinitos jogos
de poder, resultados de uma competição desenfreada: cascas de banana, passar a
perna, olho gordo, pular carniça, jogo de cotovelo, briga de galo são entre
outras, expressões populares da competição ou de comportamentos competitivos.
[...] No plano individual se sabe que a
competição gera a úlcera duodenal e o enfarto do miocárdio, doenças dos
executivos. É verdade também que as competições esportivas aumentam a
musculatura do corpo e podem contribuir para a saúde. Mas são elas
indispensáveis para isto já que se observa pessoas fazendo cooper sem nenhum
espírito de competição? [...] No
plano emocional, observou-se que os jogos competitivos incentivam o orgulho de
vencer, o egoísmo de ser o único a se sobrepor, e que gera o ciúme e a inveja
dos vencidos. Na escola, na vida empresarial no serviço militar e entre irmãos
em famílias que cultivam comparações fraternas, isto é um fato. A única
vantagem emocional é o prazer efêmero da vitória, prazer aliás insaciável, que
vicia as pessoas em repetir competições até o fim da vida. [...] No plano mental, a competição gera idéias de
dominar, de autocracia, sem contar o fato de criatividade se colocar a serviço
das idéias de trapaças, de espionagem, de enganar e dissimular. É verdade que a
competição escolar e universitária estimula a aprendizagem. Mas será que o
preço pago compensa os sistemas educacionais competitivos? [...] No plano cultural dos valores éticos, a
competição gera uma cultura de trapaça, jogos de poder, esperteza,
desonestidade, fraude e corrupção. [...] pelo sentimento de superioridade ela reforça ainda mais esta miragem,
esta fantasia da separatividade. [...] A
fantasia da separatividade se torna um consenso; todo mundo acredita em
separatividade e separação entre disciplinas científicas. Os partidários da
competição afirmam que ela estimula o progresso cultural e científico. Mas será
ela o único estímulo existente para este fim? [...]
Trechos do texto Da competição à cooperação: uma evolução indispensável a nossa
sobrevivência e paz (Unipaz), do educador e psicólogo francês Pierre Weil (1924-2008). Veja mais
aqui, aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Arte do pintor e escultor da
Art Pop estadunidense George Segal (1924 –2000).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.