OS AMORES DE
EDNEIMAR, A VIÚVA NEGRA - Imagem: Meditando con las musas, do pintor e ilustrador italiano Pino
Daen (1939-2010) - Edneimar amou.
Da primeira vez, ciumenta, possessiva, implacável. Quase morre aos prantos
adolescentes, tratada sob calmantes e prescrições médicas. Daquela vez quase
não via futuro algum, havia perdido de vez a felicidade, doía-lhe a alma e o
coração. Quando saiu do negrume dessa solidão, anos haviam passados e ela se
viu nos braços da paixão pela segunda vez. Amou além da conta aos beijos e
bocas e sexo, até ver-se arrancada de si, quase levada abismo abaixo. Safou-se
das garras da infelicidade, não poupando sofrimentos. Pegou o beco às topadas,
levou tudo nos peitos e seguiu em frente. Jurou nunca mais amar, bateu no
peito, vida afora. Quando menos se esperava, amou pela terceira vez: uma
tórrida paixão que lhe atravessava da vagina à alma coração adentro.
Entregou-se sem limites, vida escancarada. Amou profundamente de tal forma
imensamente que foi capaz de se perder de si para quase nunca mais voltar. Era
a viva outra vez, além de tudo que já pudera. Mas eis que a vida prega das suas
peças e o amor sucumbiu contra a sua vontade, negando-se a si e a tudo,
revolvendo suas carnes e implodindo seus desejos. Coração dilacerado, juntando
os trapos do que restava de amor-próprio, percebeu que homem algum é capaz de
amar. Viu-se revoltada e sem estribeiras, arrancando os cabelos, punindo a si
mesma. Não podia mais ser assim, nunca mais. Ao primeiro simpatizante deu-se
submissa para, em pleno gozo, enforcar-lhe a vida. O segundo que lhe estendeu a
mão, ela fez-se amante de todos os prazeres para emborcar-lhe roto na primeira
sepultura aberta. O terceiro que lhe sorriu, enfeitiçou-se de todas as
acrobacias libidinosas para vergar-lhe priápico no ápice do orgasmo, enterrado
na vala da estrada que deixou pra trás. O quarto que lhe acenou e outros tantos
que surgiram do nada, todos tragados pela sina de sua inexorável danação.
Muitos expiraram sob sua sanha, era pouco, nada lhe satisfazia o íntimo. Insaciável
de cio e vingança deu-se de frente entre fotos, cartas, versos e lembranças do
último amor que lhe fizera da paixão o ódio mortal. E rasgou tudo, queimou nas
brasas do corpo e esconjurou no incêndio do maior gozo a sua solidão e
desespero, apagando forçosamente todos os pensamentos e imagens que guardara no
mais recôndito do seu ser, daquele último e derradeiro amor, pra nunca mais.
Não mais amara, substituindo um e outro por sua salvação, não havia como se
satisfazer daquilo. Já condenada por si mesma, tornou-se, talqualmente todos os
homens que tivera, incapaz de amar. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo o talento e a arte da cantora e
compositora Iara Rennó.
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O drama Yi
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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