quinta-feira, dezembro 01, 2016

IARA RENNÓ, EDWARD YANG & ELAINE JIN, NORMAN LINDSAY, PINO DAEN & OS AMORES DE EDNEIMAR


OS AMORES DE EDNEIMAR, A VIÚVA NEGRA - Imagem: Meditando con las musas, do pintor e ilustrador italiano Pino Daen (1939-2010) - Edneimar amou. Da primeira vez, ciumenta, possessiva, implacável. Quase morre aos prantos adolescentes, tratada sob calmantes e prescrições médicas. Daquela vez quase não via futuro algum, havia perdido de vez a felicidade, doía-lhe a alma e o coração. Quando saiu do negrume dessa solidão, anos haviam passados e ela se viu nos braços da paixão pela segunda vez. Amou além da conta aos beijos e bocas e sexo, até ver-se arrancada de si, quase levada abismo abaixo. Safou-se das garras da infelicidade, não poupando sofrimentos. Pegou o beco às topadas, levou tudo nos peitos e seguiu em frente. Jurou nunca mais amar, bateu no peito, vida afora. Quando menos se esperava, amou pela terceira vez: uma tórrida paixão que lhe atravessava da vagina à alma coração adentro. Entregou-se sem limites, vida escancarada. Amou profundamente de tal forma imensamente que foi capaz de se perder de si para quase nunca mais voltar. Era a viva outra vez, além de tudo que já pudera. Mas eis que a vida prega das suas peças e o amor sucumbiu contra a sua vontade, negando-se a si e a tudo, revolvendo suas carnes e implodindo seus desejos. Coração dilacerado, juntando os trapos do que restava de amor-próprio, percebeu que homem algum é capaz de amar. Viu-se revoltada e sem estribeiras, arrancando os cabelos, punindo a si mesma. Não podia mais ser assim, nunca mais. Ao primeiro simpatizante deu-se submissa para, em pleno gozo, enforcar-lhe a vida. O segundo que lhe estendeu a mão, ela fez-se amante de todos os prazeres para emborcar-lhe roto na primeira sepultura aberta. O terceiro que lhe sorriu, enfeitiçou-se de todas as acrobacias libidinosas para vergar-lhe priápico no ápice do orgasmo, enterrado na vala da estrada que deixou pra trás. O quarto que lhe acenou e outros tantos que surgiram do nada, todos tragados pela sina de sua inexorável danação. Muitos expiraram sob sua sanha, era pouco, nada lhe satisfazia o íntimo. Insaciável de cio e vingança deu-se de frente entre fotos, cartas, versos e lembranças do último amor que lhe fizera da paixão o ódio mortal. E rasgou tudo, queimou nas brasas do corpo e esconjurou no incêndio do maior gozo a sua solidão e desespero, apagando forçosamente todos os pensamentos e imagens que guardara no mais recôndito do seu ser, daquele último e derradeiro amor, pra nunca mais. Não mais amara, substituindo um e outro por sua salvação, não havia como se satisfazer daquilo. Já condenada por si mesma, tornou-se, talqualmente todos os homens que tivera, incapaz de amar. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Curtindo o talento e a arte da cantora e compositora Iara Rennó.

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DESTAQUE: YI YI
O drama Yi Yi (As coisas simples da vida, 2000), do diretor Edward Yang, conta a história que se passa entre um casamento e um enterro, o cotidiano de uma família da classe média de Taipei, visto pelos olhos do filho mais moço, um menino tímido e pensativo. O filme foi premiado em Cannes 2000 e o destaque fica por conta da atriz Elaine Jin.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do pintor australiano Norman Lindsay (1879-1969).
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    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...