sexta-feira, dezembro 02, 2016

ADÉLIA PRADO, CHIQUINHA GONZAGA & CLARA SVERNER, LUCIAH LOPEZ & SE ESSA RUA FOSSE MINHA


SE ESSA RUA FOSSE MINHA – Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez. - Se essa rua fosse minha, não seria de mais ninguém. Seria só minha para eu dar pra ela como um presente de aniversário dela que se comemora todo dia. Aí, se essa rua fosse minha eu transformava em alameda, toda feita de seixos só pra ela poder passar dançando na sua esfuziante alegria a me saudar. Colocava um Sol com algumas nuvens para que ela pudesse mudar de um lado pra outro quando chegasse. Em cada casa um jardim florido sem muros com portas e janelas abertas e floridas com todos os versos de boas vindas feitos de pétalas dos mais variados matizes e com cantos dos pássaros a lhe seguir os passos até escolher em qual delas quisesse entrar. Quando findasse de percorrer toda extensão da minha rua, ela teria às mãos uma lua apaixonada para que pudesse dividir confidências, entre as mais inquietas estrelas, sobre como conquistar cada vez mais o coração dos seus apaixonados. Aí eu chegaria com o Sol para premiar o namoro, permitindo que uma parte da rua fosse noite e, a outra, fosse dia, e a gente pudesse viver a mais exaltada das paixões. Mas como essa rua não é minha, fiz como se fosse o meu quintal ali tão nosso, nossa rua, nosso recanto, tudo isso dentro do meu coração só pra ela todo dia. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui

 Curtindo o álbum Chiquinha Gonzaga por Clara Sverner (Ergo – Azul Music, 1998), da pianista Clara Sverner. Veja mais aqui.

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DESTAQUE: OS MANUSCRITOS DE FELIPA, ADÉLIA PRADO
[...] Quanto a mim, só tive inconsciente depois dos 40 anos,uma iluminista ridícula... trabalho pela elisão, palavra que nunca usei, estou arriscando. A julgar por elipse, só pode ser exclusão, supressão, uma limpada. Tenho sempre a ideia de que engano as pessoas que me julgam letrada... pego as palavras no palpite, nunca deu errado porque só falo do que dói e grito todo mundo entende. Quando caio na tentação, sempre acho que peco quando escrevo. Deixo Teodoro ler alguma coisa [...] Ele fica com a mesma cara de quando me pediu em casamento, então é bom, não é? [...].
Trecho da obra Os manuscritos de Felipa (Record, 2007), da poeta, professora e filósofa Adélia Prado. Veja mais aqui, aqui e aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez.
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