QUEM VÊ CARA,
NÃO VÊ CORAÇÃO – Imagem: arte by Valmir Singh - Quantas e tantas vezes
nos deparamos com alguém simpática, amável, acolhedora, sorridente e prestimosa,
a nos encantar com sua amabilidade estonteante e, mal viramos as costas, bota
as unhas de fora e de tão sonsa se revela vilã entre os piores algozes. Não
damos mesmo conta das muitas situações agradáveis que nos fazem fascinantemente
embevecidas por estarmos ao lado de alguém educada, fala mansa, imperturbável e
comovente, quando, ao dobrarmos a primeira esquina, desvela-se daquela atraente
figura a mais insana crueldade. Quem de nós não conheceu alguém que se fez
amiga íntima e confessou-se interesseira bisbilhotando fraquezas para
mexericos. Quem entre nós não se viu no compadrio da mais alta conta que não
tenha se evidenciado depois vítima de um pernóstico enganador; que se fez
solícito para angariar recompensas escusas e se aproveitar da nossa lerdeza de
pensarmos no outro quando está sofrendo; que pra gente não se fez solidário só
para ver-nos conduzido à morte; quem não vivenciou a amizade se fez partidária
só para delatar nossos mais íntimos sentimentos pra nos expor ao ridículo; quem
não se viu diante de um falante que só tinha por propósito enganar a todos; quem
não viu gente que se fez poderoso para ter todos sob o seu mando; quem não teve
a constatação de alguém que por menos de 30 dinheiros vendeu a alma, a mãe e
todas as amizades; quem não teve a consternada compreensão sobre alguém que se
fez todo ouvidos só para nos apunhalar pelas costas nas horas da nossa
precisão; quem não teve uma experiência dessas e, na desilusão, chegou à triste
conclusão de que nem sempre as pessoas aparentam aquilo que elas realmente são,
que se mostraram o tempo todo como bondosos e não passavam de um Capitão Gancho
ou Dorian Gray, que nos faziam crer ser um craque da bola quando eram nada mais
que um perna-de-pau; que falavam pelos cotovelos elogiosamente quando escondiam
suas frustrações e inveja. Já diziam Tunay/Sérgio Natureza: as aparências
enganam aos que odeiam e aos que amam, reiterando o vetusto ditado de que
beleza não se põe à mesa e aquele de que coração é terra que ninguém vê. Vou de
Belchior: o passado é uma velha roupa colorida que não nos serve mais. Não adianta
morrer de tristeza ou decepção, a vida passa. Aprendemos a lição, coração
aberto, sorriso largo, pé na estrada e que venham falsas ou superficiais que
terão sempre um riso franco, braços abertos dispostos a experienciar o que a
tiver que nos proporcionar. Não adianta a gente ter medo do desconhecido ou
ficar pé atrás, vai ou não vai, faz ou deixa de fazer, não adianta mesmo. Afinal,
viver pode ser difícil, mas é um bocado gostoso sentir-se vivo! Por isso, venha
o que vier, sou da vida! © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Sisask: Spirale
Symphonie, op. 68 / Gavrilin: Klavierskizzen zum Ballett Anuschka (Antes, 1999), da pianista e
professora Fany Solter.
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