quarta-feira, agosto 20, 2008

ALFOSINA STORNI, ONETTI, CAMILO CELA, FOX KELLER, ANA LUISA KAMINSKI & TRÂMITE DA SOLIDÃO


 
A arte da poeta e artista Ana Luisa Kaminski. Veja mais abaixo.

PRIMEIRA CANÇÃO - Minha vida em tantas páginas. Por vezes penso que todas as coisas fossem nada e se desfizessem ao menor contato, o que surpreende e atira fora, sem mira, sem razão, à toa, sou eu. Escuto a memória das palavras e excitam meu coração. É preciso ter algo a dizer, nada mais que o amor e só ele é suficiente para expressar o que há. Só o tempo exibirá a fonte, o meu corpo, a minha argamassa. Uma só palavra basta para que o poema valha a pena. Se alguém me procurar que seja amanhã e não terei mais nada para dizer. Só. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOSO homem que não conserva algo da sua infância nunca poderá ser totalmente meu amigo. Pensamento do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti (1909-1994). Veja mais aqui.

ALGUÉM FALOU: Talvez menos ambicioso do que tentar mudar o mundo, tentava só mudar a ciência. Pensamento da premiada física, escritora e ativista estadunidense Evelyn Fox Keller. Veja mais aqui.

CONFISSÃO – [...] Eu, senhor, não sou mau, embora não faltasse motivos para ser. Os mesmos couros temos todos os mortais no nascimento e, no entanto, quando estamos crescendo, o destino tem o prazer de variar conforme saímos encerar caminhos diferentes para o mesmo fim: a morte [...]. Trecho extraído da La familia de Pascual Duarte (Cátedra, 2000), do escritor e jornalista espanhol vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Camilo José Cela (1916-2002). Veja mais aqui.

SÁBADO - Levantei cedo e andei descalça / Pelos corredores; desci aos jardins / E beijei as plantas; / Absorvi os aromas limpos da terra, / Atirada sobre a grama; / Me banhei na fonte em que verdes achiras / cingiam. Mais tarde, molhados de água / Penteei meus cabelos. / Perfumei as mãos / com sumo cheiroso de jasmim. Garças / Ariscas, finas, / De minha saia roubaram douradas migalhas. / Logo coloquei um traje de gala mais leve / Que a própria malha. / Minha poltrona de palha. / De sobressalto cheguei até o vestíbulo. / Fixos na grade meus olhos ficaram, / Fixos na grade. / O relógio me disse: dez da manhã. / Dentro um barulho de louça e cristais. / Sala de jantar em sombras; mãos que alinhavam / Toalhas de mesa. / Fora, sol como jamais vi. / Sobre o mármore branco da escadaria. / Fixos na grade seguiram meus olhos / Fixos. Te esperava. Poema da poeta suíça Alfosina Storni (1892-1938).


MUSA DA SEMANA: ANA LUISA KAMINSKI
ANA LUISA KAMINSKI – Ela nasceu em Erechim, 1966, e desde cedo apaixonou-se pelas artes, especialmente a escrita e a pintura. Desde 1985 vive em Florianópolis, SC, onde cursou Letras (UFSC) e trabalha em seu atelier, colorindo a vida, tecendo sonhos e rebordando os dias.


A arte dela é encantadora: Sonhando azul...
A anja rosa...
Azul musical....
FeiteceirAlyzarim...
Nascimento da ninfa azul...
Nu feminino lilás...
Nu feminino azul
E pra comemorar, hoje é o aniversário dela!!!! Felizaniversário, AnalindaLuisa!!!!!!

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    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...