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terça-feira, fevereiro 27, 2024

OLGA RAVN, MARIANNE VAN HIRTUM, JAMES CLEAR & BABAU DA MÃO MOLENGA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som de Der Freischütz J277: Overture (1997), da maestrina e compositora australiana Simone Young, regendo a NHK Symphony Orchestra.

 

SE DEU NÓ CEGO, VAMBORA DESATAR!... - Raiou o dia e quem saiu de casa guardou a direção do aceno. Outras são as instâncias do coração se não souber aonde vai dar o trajeto, qual lonjura de cafundó ou rincão. De uma hora pra outra perder-se é quase possível, nunca se sabe, nem sei quando, plagas outras à escolha. E a opção, mesmo muita, só uma. Voltar, refazer, outras alternativas pro tino. O que poderia ser não fazia a menor ideia: a vida nem sempre corre conforme pensa, às vezes passa sem noção. E o encontro, mais imprevisível. Assim a bela Senhora de Catuama, do alto de sua majestosa incandescência: O que é pragora não foi ontem nem amanhã, hoje se faz. A sede é grande e só resta o pó. Nó cego se desata. Trupé que seja, corre-se sempre o risco de cair na real, mesmo esvaindo-se entre golpes no perímetro da maldição ou bem-aventurança. Ainda ela Ann Leckie: A unidade implica a possibilidade de desunião. Começos implicam e exigem finais... Que cada ato seja justo, adequado e benéfico... Houvesse outro caminho, por certo, teria ido. Mas uma conversinha de pé-de-serra, clareando as ideias, não se abre facilmente a mão. Aí ela veio de Harold Pinter: Só se tem uma obrigação. Ser honesto. Não há mais nenhuma... Não existem distinções rígidas entre o que é real e o que não é, nem entre o que é verdade e o que é falso. Uma coisa não é necessariamente verdadeira ou falsa; pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo... Nunca entendi muito essas coisas, muitas vozes no pandemônio do percurso interminável, por enquanto. Sei de muita gente que peleja sem um terém sequer, com a teima de salvar o canavial que não mais prospera há tempo, como coisas que custam enterrar e soçobram à beira da cova. Muitos recorrem à possibilidade de ter um sobrenome por ostentar, malfadada toada de uma prosa de não sei quantos pungentes versos. As dissensões trôpegas levaram às piores caretas, até quem sumítico das meias palavras desse a cara à tabica da finitude. Os antes gestos medidos sacudiram todos, arregaçaram as mangas e o despudor na ponta da língua cuspiu o diabo no meio das deshoras e cada um segurou como podia as pisadas nos calos, a repugnância e o delírio - valiam-se do que sequer possuíam. Nada a fazer, porventura fosse apenas estado de ânimo. Ela assistia a tudo e de soslaio: Bem-aventurados os que guardam mapas na planta dos pés e a minúcia na raiz do sangue. Com um meio sorriso ela era Amber Dawn: Quando este parágrafo terminar, esta história será toda sua... Deu uma gargalhada e desenvultou. Antes uma fumaça de adeus, pelo menos, mas não: sumiu que nem o cheiro ficou. Ficou a pinoia. Mantive a rota e a sina: descer Valuna e todo lugar por aqui se parece Dogville, avalie! Até mais ver.

 

NOITE MATEMÁTICA

Imagem: Acervo ArtLAM.

I - Enquanto meu fogo ferve, enquanto a lua beija minha porta, \ o dia rasteja, não mais circunscrito \ pelo rastro fumegante das estrelas. \ Ali! — A caixa verde na clareira dos mundos. \ Seu rosto falava sem parar, em saltos de doçura desconhecida. \ “Chegou a hora”, diz ela, “seu vestido agora está pronto”. \ Ela aponta uma grande ponte de balança: aquela mesma \ onde as cegonhas passeavam de muletas. \ Pergunto a ela se há mais temporadas. \ “Não”, ela diz, “já que você está nu na vida dos homens”. \ Mas esses soldadinhos risonhos não me importam. \ A única coisa que conta é este corpo, cujo sangue derramei \ para descobrir um ninho de abelhas vermelhas, \ todas ocupadas bebendo no rio das mulheres bêbadas. \ Aqueles que tanto amamos! \ Aqueles que são as nacelas do ar, \ semelhantes às corujas decapitadas \ cujas cabeças giram. \ Esses são chamados de anjos \ porque são tão instruídos quanto os demônios. \ O coração deles é uma flor silvestre \ com mais pétalas do que lágrimas. \ Em lágrimas – às vezes – \ ela passeia, como num barco louro. \ Sua comida é feita de moscas mortas \ que negligenciamos, esquecidos como estamos \ do importante papel da Geometria Rainha. \ Esta flor é a palavra que minha boca está prestes a dizer. \ Ou então cale-se: \ pois a fechadura da minha boca não tem chave. \ Esta chave não tem sexo, meu coração bate \ ao vê-la chegando, \ tão azul, na grande noite colorida.

II - Os grandes animais saíram pelas portas das sombras. \ Um pouco mais tarde, eles retornaram pelo portal \ de lesa-majestade. \ Um grande leão, afogado, flutuava na água açucarada. \Que silêncio sombrio nos palácios de neve! \ Do céu caía um calor negro, \ enquanto as moscas longas e pálidas nos acompanhavam \ até a noite, às vezes pegando nossas mãos. \ A almofada azul estava perdendo sangue, \ que escorria em jatos rápidos, \ a margarida lunar casando-se com uma camada de gelo. \ Cidade atravessada por inúmeros castiçais. \ Na margem do preto-violeta, \ o querido Dinossauro se espreguiça, \ puxando o lençol até a boca.

III - Achando-os muito secos, \ levamos em macas, \ em paletes, em carrinhos de mão. \ Em tudo que achamos mais suspeito \ de matéria queimada. \ Dispersámo-nos nos dois sentidos, \ mas sem esquecer a rosa do deserto: \ ela ainda está viva nos cais das algas moribundas \ onde estremece uma última papoula, \ sendo apenas o armistício de si mesma. \ Dark era o filho-chacal das florestas, \ sentado em seus quadrados de vento e grama. \ E sombrios os macacos, sentados em melancolia: \ mostraram-nos apenas as suas luvas cinzentas infalíveis.

IV - O pelo de sementes prateadas não estrela \com misturas arriscadas as cavernas \ onde o Ser de touca de dormir \ abre sua porta de troncos negros soprada pelo vento. \ Uma risada demente, um fogo azul circundado de raios de vespas \ seria o seu olho ali, oh reciprocidade que sempre te suspende \ no limiar das cavernas rejeitadas? \ De dia, o grande Lustucru, ciclâmen de gelo, carrega seus passos \ nas costas, o hospital mascarado para a festa. \ Se em sua testa você desenvolver \ uma inteligência lúcida de perdiz, \ ainda assim seus olhos ocultos perderão os pelos de amianto. \ Uma fonte mais cega que um surdo feito de resina. \ Persiga esses trens de miséria \ nos trilhos flamejantes de um beijo. \ A caverna é feita de tecido iridescente \ para quem não consegue pegá-la com os dedos do Padre Egito. \ Um fardo de feno ridículo surge \ onde nossos leões jovens não dormem. \ Aqui ninguém está com a cabeça virada para trás. \ O relógio anda muito devagar. \ Vamos morrer cada vez mais! \ Já sinto seu sabor maravilhoso \ em meus dentes distantes.

Poemas da escritora & artista surrealista belga Marianne Van Hirtum (1935-1988).

 

QUE TRABALHO É ESSE... – [...] Você provavelmente diria que é um mundo pequeno, mas não se precisar limpá-lo. [...] Eu pareço um humano e me sinto como os humanos. Eu consisto nas mesmas partes. Talvez tudo o que seja necessário seja que você altere meu status em seus documentos? É uma questão de nome? Eu poderia ser humano se você me chamasse assim? [...] Por que tenho todos esses pensamentos se o trabalho que faço é principalmente técnico? Por que tenho esses pensamentos se estou aqui principalmente para aumentar a produção? De que perspectiva esses pensamentos são produtivos? Houve um erro na atualização? Se houvesse, gostaria de ser reiniciado. [...] Aqui não voamos sob o céu, mas através de um infinito adormecido. [...] Você pode dizer o que quiser, mas eu sei que você não quer que nos tornemos também, bem, o quê? Muito humano? Muito vivo? Mas gosto de estar vivo. Eu olho para as profundezas infinitas do lado de fora das janelas panorâmicas. Eu vejo um sol. Eu queimo como o sol queima. Eu sei, sem dúvida, que sou real. Posso ter sido feito, mas agora estou me fazendo. [...] Sou humano ou humanóide? Eu fui sonhado em existir? [...] Você acha que alguém vai se lembrar de nós? Quem se lembra daqueles que nunca nasceram, mas ainda assim vivem? [...] Todos os dias, minhas mãos anseiam por cavar fundo no solo para que eu possa mergulhar em sua certeza, e a terra receba minha morte e me torne sua. [...] Eu sei, sem dúvida, que sou real. Posso ter sido feito, mas agora estou me fazendo. [...] É por isso que vim vê-lo hoje, na esperança de que possa haver alguma outra função na qual eu teria menos responsabilidade, sem ter que me relacionar com o fluxo de trabalho geral na mesma medida. Eu gostaria de ser designado para esse tipo de posição. Sei que as habilidades que me foram atribuídas não serão totalmente exploradas nesse caso, mas a dor que sinto não significa nada? Atrevo-me a sugerir que tal dor impacta a qualidade do meu trabalho e, além disso, pode influenciar negativamente o trabalho dos meus colegas. OK. Eu vejo. Então eu não teria o poder da fala? Não, eu entendo. Eu, por meio deste, consinto. Quando [...] Eu também tenho em mim palavras apagadas que deveria ter dito e já não sei mais o que significam. [...] Sou uma romã madura com sementes úmidas, cada semente é uma matança que irei realizar em algum momento futuro. Quando não tiver mais sementes dentro de mim, quando não houver mais nada além de carne, quero conhecer o homem que me criou. [...] Sou como uma planta onde tudo murchou, exceto um único broto verde que ainda está vivo, e esse broto é meu corpo e minha mente, e minha mente é como uma mão, ela toca em vez de pensar. [...] É fácil conversar com você. Parece que tudo o que eu digo está certo. Eu falo e você escreve o que eu digo. [...]. Trechos extraídos da obra The Employees: A Workplace Novel of the 22nd Century (Lolli, 2020), da premiada escritora dinamarquesa Olga Ravn. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

 

POR QUE FATOS NÃO MUDAM NOSSA OPINIÃO – [...] Os humanos precisam de uma visão razoavelmente precisa do mundo para sobreviver. Se o seu modelo de realidade é totalmente diferente do mundo real, então você luta para tomar medidas eficazes todos os dias. No entanto, a verdade e a precisão não são as únicas coisas que importam para a mente humana. Os humanos também parecem ter um profundo desejo de pertencer. [...] Uma vez formadas as impressões são notavelmente perseverantes. [...] Apesar de suas crenças terem sido totalmente refutadas, as pessoas não conseguem fazer as revisões apropriadas nessas crenças [...] Compreender a verdade de uma situação é importante, mas permanecer parte de uma tribo também o é. Embora esses dois desejos muitas vezes funcionem bem juntos, ocasionalmente entram em conflito. [...] Convencer alguém a mudar de ideia é, na verdade, o processo de convencê-lo a mudar de tribo. Se abandonarem as suas crenças, correm o risco de perder os laços sociais. Você não pode esperar que alguém mude de ideia se você também tirar a comunidade dele. Você tem que dar a eles um lugar para ir. Ninguém quer que sua visão de mundo seja destruída se o resultado for a solidão. A maneira de mudar a opinião das pessoas é tornar-se amigo delas, integrá-las à sua tribo, trazê-las para o seu círculo. Agora, eles podem mudar suas crenças sem correr o risco de serem abandonados socialmente. [...] Talvez não seja a diferença, mas a distância que gera o tribalismo e a hostilidade. À medida que a proximidade aumenta, também aumenta a compreensão. [...] Há outra razão pela qual as más ideias continuam a existir: as pessoas continuam a falar sobre elas. O silêncio é a morte para qualquer ideia. Uma ideia que nunca é falada ou escrita morre com quem a concebeu. As ideias só podem ser lembradas quando são repetidas. Eles só podem ser acreditados quando são repetidos. Já mencionei que as pessoas repetem ideias para sinalizar que fazem parte do mesmo grupo social. Mas aqui está um ponto crucial que a maioria das pessoas não percebe: As pessoas também repetem ideias ruins quando reclamam delas. Antes de poder criticar uma ideia, você precisa fazer referência a essa ideia. Você acaba repetindo as ideias que espera que as pessoas esqueçam – mas, é claro, as pessoas não podem esquecê-las porque você continua falando sobre elas. Quanto mais você repete uma má ideia, maior é a probabilidade de as pessoas acreditarem nela. Vamos chamar esse fenômeno de Lei da Recorrência de Clear: o número de pessoas que acreditam em uma ideia é diretamente proporcional ao número de vezes que ela foi repetida durante o último ano – mesmo que a ideia seja falsa. Cada vez que você ataca uma má ideia, você está alimentando o mesmo monstro que está tentando destruir. [...] A maioria das pessoas argumenta para vencer, não para aprender. Como diz Julia Galef com tanta propriedade: as pessoas muitas vezes agem como soldados e não como batedores. Os soldados estão no ataque intelectual, procurando derrotar as pessoas que diferem deles. A vitória é a emoção operativa. Os escoteiros, por sua vez, são como exploradores intelectuais, tentando lentamente mapear o terreno com outros. A curiosidade é a força motriz. Se quiser que as pessoas adotem suas crenças, você precisa agir mais como um batedor e menos como um soldado. No centro desta abordagem está uma questão que Tiago Forte coloca lindamente: “Você está disposto a não vencer para manter a conversa?” [...] Quando você é gentil com alguém, significa que você o está tratando como uma família. Acredito que esse seja um bom método para realmente mudar a opinião de alguém. Desenvolva uma amizade. Compartilhe uma refeição. Presenteie um livro. Seja gentil primeiro, tenha razão depois... [...]. Trechos extraídos do estudo Why Facts Don’t Change Our Minds), do escritor estadunidense James Clear, autor da obra Atomic Habits: An Easy & Proven Way to Build Good Habits & Break Bad Ones (Avery, 2018), na qual ele expressa que: [...] Os humanos são animais de rebanho. Queremos nos ajustar, nos relacionar com outras pessoas e ganhar o respeito e a aprovação de nossos colegas. Essas inclinações são essenciais para nossa sobrevivência. Durante a maior parte de nossa história evolutiva, nossos ancestrais viveram em tribos. Ficar separado da tribo - ou pior, ser expulso - era uma sentença de morte. [...]. O autor neste sentido toca em aspectos importantes que refletem sobre o fato de o porquê as pessoas não mudarem de opinião, mesmo que suas crenças contrariem os fatos, a lógica e a sensatez quando elas estão convencidas que estão certas. Explica, portanto, como dialogar com pessoas irredutíveis, especialmente que não querem ouvir, com suas crenças e certezas inabaláveis, a outra face da realidade. Ele advoga a Lei da Recorrência de Clear que significa o efeito de mera exposição, ao abordar um tema que atravessa estudos da Agnotologia e da Etupidologia. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

 

BABAU, DE CARLA DENISE

[...] Eu estou em todo lugar... E lugar de mamulengo é aqui na terra mesmo, pra fazer a alegria do povo [...].

Trecho extraído da obra Babau ou a história da vida desembestada do homem que tentou engabelar a morte (Cubzac, 2012), da premiada jornalista, dramaturga, escritora, atriz e produtora cultural, Carla Denise, integrante do coletivo Mão Molenga Teatro de Bonecos. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

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quinta-feira, abril 30, 2015

WILHELM REICH, EVA IBBOTSON, LORCA & DUKE ELLINGTON

 


A SOLIDÃO DE REICH - Nascido duma família judia abastada numa pequena aldeia da Galícia, em Dobzau, havia se mudado para uma fazenda em Jujinetz, para educa-lo estritamente em alemão, onde passou toda infância e, aos onze anos, teve sua primeira experiência sexual com uma criada. Foi por este tempo que seu pai descobriu o adultério, uma tragédia familiar que levou sua mãe ao suicídio. Pouco tempo depois, seu pai falece vitimado de tuberculose. Estava ele e o irmão desamparados na fazenda que foi, logo em seguida, invadida e completamente destruída pelos russos durante a primeira guerra grande. Ele então arruinado foge para Viena, alistando-se no exercito austríaco para se tornar oficial servindo na frente italiana. Findada a guerra, volta para as dificuldades de Viena, ingressando no curso de Direito e transferindo-se imediatamente para Medicina. Aquele jovem superdotado conheceria Freud, com quem dividiu seus interesses pelas mais diversas áreas científicas. Formou-se para fazer uma pós-graduação que o integrou a Sociedade Psicanalítica de Viena, da qual se desligaria 6 anos depois. Foge da Alemanha forçado pelo nazismo, mudando-se para Oslo e, de lá, pros Estados Unidos, para criar o seu instituto de estudos e realizar muitas das suas pesquisas, criando a Orgonomia, publicando livros sobre a função do orgasmo, a biopatia do câncer, a análise do caráter, a revolução sexual, as massas do fascismo, o assassinato de Cristo, Zé Ninguém, Deus e o diabo. Por sua atuação se tornou uma personagem controversa, amado e odiado ao mesmo tempo, influenciou escritores e cientistas, violou tabus psicanalíticos, desconheceu os limites das áreas científicas, foi boicotado por provocar controvérsias e, por isso, sofreu perseguições e preconceitos, incompreendido e amaldiçoado, resultando ser investigado pela Food and Drug Administration, acusado de charlatanismo, perseguido por democratas e republicanos estadunidenses, expulso do Partido Comunista e do círculo de psicanalistas, processado e aprisionado por fraude de primeira magnitude, tendo sua obra apreendida e queimada por ordem judicial. Enfrentou a todos com o vigor do seu pensamento e independência perante as instituições repressivas do seu tempo. Condenado, ele morreu na prisão de ataque cardíaco, tomado pelos dissabores amargos de sua vida agitada. Veja mais abaixo e mais aqui & aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Somente a libertação da capacidade natural de amar nos seres humanos pode dominar sua destrutividade sádica... O direito do homem de saber, de aprender, de indagar, de cometer erros genuínos, de investigar as emoções humanas deve, por todos os meios, ser garantido, se a palavra "liberdade" for mais do que um slogan político vazio... Pensamento do psiquiatra, sexologo, psicanalista, biologo e físico austríaco Wilhelm Reich (1897-1957), que na sua obra Escute, Zé Ninguém (Martins Fontes, 2001), ele expressa que: [...] Resultou da luta interior de um cientista e médico que, durante décadas, passou pela experiência, a princípio ingênua, depois cheia de espanto e, finalmente, de horror, do que o Zé Ninguém, o homem comum, é capaz de fazer de si próprio, de como sofre e se revolta, das honras que tributa aos seus inimigos e do modo como assassina os seus amigos. Sempre que chega ao poder como “representante do povo”, aplica-o mal e transformado em qualquer coisa ainda mais cruel do que o sadismo que outrora suportava por parte dos elementos das classes anteriormente dominantes. Escuta, Zé Ninguém! representa uma resposta silenciosa à intriga e à difamação. Ao ser escrito, ninguém podia compreender que certas entidades governamentais com missão de proteger a saúde pública fossem capazes, em conluio com politiqueiros, de atacar o trabalho de investigação do Instituto Orgone. [...] Chamam-te “Zé Ninguém!” “Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a “Era do Homem Comum”. Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado. Tu és herdeiro de um passado terrível. A tua herança queima-te as mãos, e sou eu que to digo. A verdade é que todo o médico, sapateiro, mecânico ou educador que queira trabalhar e ganhar o seu pão deve conhecer as suas limitações. Há algumas décadas, tu, Zé Ninguém, começaste a penetrar no governo da Terra. O futuro da raça humana depende, à partir de agora, da maneira como pensas e ages. Porém, nem os teus mestres nem os teus senhores te dizem como realmente pensas e és, ninguém ousa dirigir-te a única crítica que te podia tornar apto a ser inabalável senhor dos teus destinos. És “livre” apenas num sentido: livre da educação que te permitiria conduzires a tua vida como te aprouvesse, acima da autocrítica. [...] És grande, Zé Ninguém, quando cantas as antigas canções do teu povo ou danças ao som do acordeão, porque os cantos do povo são pacíficos, e são-no em todos os lugares do mundo. [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Quero viver como a música soa... As sombras são lugares frescos e tranquilos para aqueles cujas mentes estão abarrotadas de tesouros... Só porque nunca fizemos isso não significa que não podemos fazer... Pensamento da escritora austríaca Eva Ibbotson, autora da obra The Secret of Platform 13 (Viking, 1999), na qual expressa: […] É verdade que aventuras são boas para as pessoas mesmo quando elas são muito jovens. Aventuras podem entrar no sangue de uma pessoa mesmo que ela não se lembre de tê-las vivido. [...]. Ján a sua obra A Countess Below Stairs (Speak, 2007), ela escreve que: […] Quando estiver triste saia de casa. É sempre melhor debaixo do céu aberto. [...]. Por fim expressa na sua obra A Company of Swans (Macmillan, 2008) que: […] A solidão ensinou que sempre havia alguém que compreendia — mas muitas vezes essa pessoa estava morta e em um livro. [...].

 

COMO VEIO A PRIMEIRA CHUVA – Na reunião de histórias denominadas O gênese africano (Cultrix, 1962), encontrei a lenda Como veio a primeira chuva: Uma vez, há muito tempo, nasceu uma filha a Obassi Osaw e um filho a Obasi Nsi. Quando ambos chegaram à idade de casar, Nsi mandou uma mensagem e disse: - Troquemos os filhos. Eu te mandarei meu filho para que despose uma das tuas jovbens e tu manda-me tua filha para que seja minha mulher. Obasi Osaw aceitou. Assim o filho de Nsi foi para o céu, levando consigo muitos e belos presentes e Ara, a jovem do céu, veio ficar cá embaixo, na terra. Com ela viera sete escravos e sete escravas, que o pai lhe deu, para que trabalhassem para ela, e assim ela não fosse obrigada a fazer nada. Um dia, de manhã cedo, Obasse Nsi disse à nova esposa: - Vai trabalhar na minha fazenda! Ela respondeu: - Meu pai deu-me os escravos para trabalharem por mim. Por isso manda-os a eles. Obassi Nsi se irritou e disse: - Não ouviste eu dar-te as minhas ordens? Tu mesma tens de trabalhar na minha fazenda. Quanto aos escravos, eu lhes direi o que eles têm de fazer. A moça foi, se bem que de má vontade e quando voltou à noite, mal se aguentando em pé, Nsi disse-lhe: - Vai imediatamente ao rio e traz água para todos. Ela respondeu: - O trabalho na fazenda me deixou exausta. Os meus escravos não poderão, pelo menos, fazer isso, enquanto eu descanso? Nsi recusou novamente e a empurrou para fora e ela andou muitas vezes de um lado para outro com as bilhas pesadas. Quando caiu a noite, não tinha ainda acabado. Na manhã seguinte, Nsi mandou-a fazer serviços ainda mais humildes e durante o dia inteiro a fez trabalhar, cozinhar, ir buscar água, acender o fogo. Também naquela noite ela estava cansadíssima, quando finalmente pôde dormir. Na madrugada do terceiro dia, Nsi disse-lhe: - Vai cortar lenha e traz-me um feixe grande. – Ora, a moça era hovem e não estava acostumada a trabalhar, por isso, enquanto caminhava chorava e chorava ainda quentes lágrimas, quando voltou com o seu pesado fardo. Apenas Nsi a viu entrar chorando, a chamou: - Vem aqui e deita-te a meus pés... Quero envergonhar-te na presença de toda a minha gente... Então a moça chorou ainda mais amargamente. Não lhe deram de comer até ao meio-dia do dia seguinte e mesmo então não lhe deram o bastante. Quando ela acabou de comer, Nsi lhe disse: - Vai e traz-me um grande punhado de erva para estontear os peixes. A moça foi para o bosque a procurar a planta, mas quando entrava na mata, um espinho lhe entrou no pé. E ela ficou caída por terra, sozinha. Durante todo o dia ali ficou sofrendo, mas depois do pôr do sol começou a sentir-se melhor. Levantou-se e conseguiu arrastar-se, coxeando, até casa. [...] Dali a pouco um dos escravos desceu até ao rio. Perguntou-lhe: - Mandaram-te esta madrugada buscar água. Por que não voltaste para casa? A jovem respondeu: - Não voltarei. [...] Pôs-se então, a procurar a estrada por onde Obassi Osaw a mandara para a terra. Chegou a uma árvore muito alte e viu que dela pendia uma longa corda. Disse para si mesma: “É esta a estrada por onde meu pai me mandou”. Agarrou a corda e começou a trepar nela. Não chegara ainda à metade do caminho e já se sentia muito cansada e seus suspiros e suas lágrimas subiam até ao reino de Obassi Osaw. Parou a meio do caminho e descansou um pouco. Depois recomeçou a subir.Depois de muito tempo, chegou ao cimo da corda e encontrou-se nos limites do país de seu pai. Chorando sempre, sentou-se aqui, quase morta de cansaço. [...] Obasse ouviu, mas não podia crer, contudo disse: - Toma dez escravos e, se por acaso, como dizes, encontrares minha filha, trá-la para casa. [...] Quando os membros da associação Angbu deceparam as orelhas do filho de Obassi Nsi, levaram-nas a Obassi Osaw e abandonaram o rapaz na estrada que conduz à terra, como fora condenado. [...] O rapaz avançava, meio cego pela chuva e, enquanto caminhava, pensava: “Obasi Isaw pode fazer-me o que quiser. Até agora nunca fez nada de mal. Somente por culpa da crueldade do meu pai, tenho de suportar tudo isto”. Assim as suas lágrimas se juntaram às de Ara e caíram sobre a terra, sob a forma de chuva. Até aquele momento nunca, sobre a terra, havia caído chuva. Caiu a primeira vez, quando Obassi Osaw fez desencadear aquele vento forte que arrastou o filho do seu inimigo. Veja mais aqui, aquiaqui.

Imagem: Cartografia íntima, nº 35, da artista visual mexicana Tatiana Parcero.

Ouvindo no Dia Internacional do Jazz o álbum Such Sweet Thunder (Columbia/Legado, 1957), do compositor, pianista de jazz e líder de orquestra estadunidense Duke Ellington – The Duke (1899-1974), inspirado na obra de William Shakespeare.

O VOO DA MULHER & MULHERES NO MUNDO – o Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março; o Dia Nacional da Mulher é comemorado hoje, todo dia 30 de abril. Para mim, já há alguns anos, adotei o pensamento e ação de que, no final das contas, não são apenas dois dias para se comemorar a trajetória da mulher na história da humanidade e, sim, advogo a ideia de que Todo dia é dia da mulher. E assim faço, afinal, todo dia é dia de reconhecer a importância da mulher na construção da humanidade. E aproveito o ensejo dessa data comemorativa para, ao mesmo tempo, homenagear a todas as mulheres de forma ampla e generalizada e, por tabela, dedicar este espaço, também, ao reconhecimento do trabalho determinado, da dedicação, da parceria, da persistência e perseverança, da comunhão de sonhos e desejos desempenhados pela querida Meimei Corrêa ao longo dos últimos anos, seja na convivência diária, nas campanhas e promoções, no trabalho desenvolvido na programação do Projeto MCLAM, na atualização do seu sensacional Baú de Ilusões – o amor leva à vida, com a sua disposição em divulgar novos e consagrados talentos e em difundir além da arte, o amor e a valorização do ser humano. Aqui a minha homenagem e minha eterna gratidão. Veja mais aquiaquiaqui e aqui.

TERRA DOS ADORADORES DE CABRAS – No Dicionário de lugares imaginários (Tinta-da-China, 2013), do historiador e escritor italiano Gianni Guadalupi (1943-2007) e do escritor argentino Alberto Manguel, trata de lugares tais como O País das Maravilhas, de Lewis Carrol e a Eudoxia, de Ítalo Calvino, tornando-se uma pequena enciclopédia de cidades, reinos e referencias geográficas que só existem na imaginação. Nela encontrei a Terra dos adoradores de cabras, a qual trata de uma: vasta planície delimitada por uma cordilheira de montanhas no sudeste da Rússia. É parcialmente coberta de pinhais e de cabanas primitivas feitas de ramos e juncos, algumas agrupadas em aldeias rudimentares, outras disseminadas entre os pinheiros. O único mobiliário das cabanas são esteiras de juncos. Os Adoradores de Cabras são primitivos e vestem‑se com peles de cabra. No entanto, usam lanças com pontas de ferro e machados de metal, que sugerem ter estado em contacto com raças mais sofisticadas. São afáveis e hospitaleiros, sempre dispostos a partilhar com os visitantes a sua parca dieta de leite, carne seca e queijo. Quando chegam desconhecidos, os chefes de família tiram à sorte com seixos pretos e brancos. Aqueles que tiram seixos pretos do toucado do chefe dão aos desconhecidos uma cabra que lhes fornecerá leite e mandarão as mulheres dormir com eles. Recusar esse favor é um insulto grave e tanto as mulheres como os maridos ficarão profundamente ofendidos. Se os visitantes permanecerem durante um período longo, outras mulheres casadas substituirão as primeiras. A língua dos Adoradores de Cabras é áspera e gutural, semelhante ao coaxar das rãs. A felicidade manifesta‑se emitindo gritos e uivos penetrantes e são usados gritos semelhantes para expressar encorajamento e gratidão. Quando os desconhecidos levam as mulheres para as cabanas, os homens reúnem‑se no exterior e emitem brados de encorajamento e de felicidade. Como resposta a uma manifestação de gratidão, cospem no rosto do seu interlocutor reconhecido e depois limpam‑lhe a cara com as barbas. De vez em quando, os Adoradores de Cabras desfilam até à floresta, conduzidos por homens armados e seguidos de quatro mulheres que levam ao colo filhos pequenos. As crianças são coroadas com folhas. Depois, pintam‑lhes os corpos e esventram‑nas ritualmente em frente de um grande carneiro, enquanto o povo observa, ajoelhado com devoção. Veja mais aquiaqui.

A CASA DE BERNARDA ALBA – O drama de três atos A casa de Bernarda Alba (1936), que juntamente com os textos Bodas de Sangue (1933) e Yerma (1934), é a terceira peça teatral da trilogia de dramas folclóricos do escritor e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936). A peça se passa no interior da casa da matriarca dominadora com suas cinco filhas em um povoado no interior da Espanha, sob pesado luto de oito anos, submetendo-se a todos à reclusão de janelas fechadas. Dela destaco o trecho do segundo ato: (A Criada limpa. Soam os sinos.) CRIADA (Elevando o canto.) – Blim, blim, blão. Blim, blim, blão. Que Deus lhe tenha perdoado! MENDIGA (Com uma meninazinha.) – Louvado seja Deus! CRIADA Blim, blim, blão. Que espere por nós muitos anos! Blim, blim, blão. MENDIGA (Forte e com certa irritação.) – Louvada seja Deus! CRIADA (Irritada.) – Para sempre! MENDIGA Venho para levar as sobras. (Cessam os sinos.) CRIADA Pois podes ir. As de hoje são para mim. MENDIGA Tu tens quem ganhe para dar-te, mulher. Eu e minha filha estamos sós! CRIADA Também os cães estão sós, e vivem. MENDIGA Sempre me dão as sobras. CRIADA Fora daqui! Quem lhes disse que entrassem? Já me deixaram as marcas dos pés no chão. (Vão-se. Põe-se a limpar.) Chão polido com azeite, armários, pedestais, camas de ferro, para que bebamos fel as que como nós vivemos em choupanas, com um prato e uma colher. Espero em Deus que nem um só de nós fique para semente. (Voltam a soar os sinos.) – Sim, sim, venham clamores! Venha o caixão com fios dourados e coberto com enfeites de luto para o levar! Como estás agora, estarei eu um dia! Amofina-te, Antônio Maria Benavides, esticado na tua roupa nova, com as tuas botas perfeitas! Amofina-te! Já não voltarás a me levantar as saias atrás da porta do curral! (Pelo fundo, de duas em duas, começam a entrar Mulheres de Luto, com grandes lenços, vestidos de cauda e leques pretos. Entram lentamente até encher a cena. A Criada rompe os gritos.) – Ai! Antônio Maria Benavides, que já não verás estas paredes, nem comerás o pão desta casa! Fui a que mais te quis bem entre aquelas que te serviram. (Desgrenhando-se.) – E hei de viver depois de teres partido? Hei de viver? (Acabam de entrar as duzentas Mulheres e aparecem Bernarda e suas cinco Filhas.) BERNARDA (Para a Criada.) – Silêncio! CRIADA (Chorando.) – Bernarda! BERNARDA Menos gritos e mais obras. Devias ter procurado limpar mais tudo isto para receber o cortejo. Vai-te. Não é este o teu lugar. (A Criada se vai chorando.) – Os pobres são como os animais; parecem feitos de outras substâncias. 1 ª MULHER Os pobres também têm seus sofrimentos. BERNARDA Mas logo esquecem diante de um prato de grãos-de-bico. MOÇA (Com timidez.) – Comer é preciso para viver. BERNARDA Na tua idade não se fala diante das pessoas mais velhas 1 ª MULHER Cala-te, menina. BERNARDA Nunca deixei que ninguém me desse lições. Sentem-se. (Sentam-se. Pausa. Forte.) – Não chores. Madalena. Se queres chorar, vai para debaixo da cama. Ouviste? 2 ª MULHER (A Bernarda.) – Já iniciaste os trabalhos na eira? BERNARDA Ontem. 3 ª MULHER O sol está que nem chumbo. 1 ª MULHER Faz anos não sinto um calor igual. (Pausa. Todas se abanam) [...].Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui e aqui.

PÉTALAS DO SILÊNCIO - A poeta, advogada e administradora pública e de empresas – especializada em Administração Pública, Rosângela Lopes Bezerra – ou simplesmente Rô Lopes, é também especialista em direito civil, processual civil, direito eleitoral e direito do consumidor. Ela é membro da Academia Itapirense de Letras e Artes (AILA), tem textos publicados na antologia Alimento da Alma e reúne seus trabalhos literários no Recanto das Letras e no blog Art Pop. Entre seus versos, destaco inicialmente Pétalas do silêncio: Como o despetalar das flores ao vento / As horas passam lentas... Silenciosas... / Meu quarto – um mundo! / Um céu de estrelas / espargindo luz cor de rosa / As plumas se perderam na imensidão / As brumas emudeceram / O sol tornou-se frio de repente / A lua se escondeu na nuvem de algodão / Os vaga-lumes comandam a noite / Tem espasmos de prata no chão / Há um lago onde os cisnes repousam / Dentro do meu céu! / Eu na cama entre cetim rubro / Exalo perfume como rosas ao léu / Os pássaros não cantam... Dormitam / A volúpia tomou conta do ambiente / um vulto surge na penumbra / Silhueta misteriosa que mal conheço / Aconchego-me na brisa carinhosa / a espera do beijo desejado / O silêncio cada vez mais lento / Nem ouço meu respirar... / Foi ele quem chegou... / Faceiro... / Como flocos de neve / A me beijar./ Eu... Uma chama viva / Uma felina... Com jeito de menina / Serpenteando como quem fascina / Começamos a delirar... / Silêncio! / Deixe nosso corpo expressar... / Ah! Também o seu Divagando Ternura merece destaque: Elevei meus olhos / Que divagaram pelo infinito / Tentando inspirar de / Uma única vez / Toda ternura das estrelas / Fui tocada por sublime / Brisa com perfume de / Alecrim / E envolta no clarão da lua / Entreguei-me ao momento / Que eternizou em / Minutos sem fim / Tão amada senti... / Que a solidão que / Tanto atormenta / Junto ao pássaro / Do amor que acalenta / Desfrutou deste / Carinho junto a mim. Por fim, o seu Vem: Eu / Solto / O grito / O desejo / Conquista-me / Aperta-me entre lábios / Beija-me com tuas mãos / Saboreia-me com os olhos / Ama-me com o pensamento / Possui-me com o teu corpo! / Ansiosa espera esta menina por ti / Ela precisa se sentir mulher... Espero... / Vem! Veja mais aqui e aqui.

DOGVILLE – O filme Dogville (2003), escrito e dirigido pelo cineasta dinamarquês Lars von Trier, faz parte da trilogia EUA Terra de Oportunidades, com sequencia Manderlay e Washington. Dividido em dez partes por um prólogo e nove capítulos, desenvolve sua trama em pequena cidade estadunidense Dogville, na época da grande depressão, contando a história de um escritor que protela a escrita do seu livro, passar a pregar sermões sobre o rearmamento moral, quando conhece a bela jovem Grace que é fugitiva de gangsters. Surge então um romance escondido entre ambos, até que a polícia aparece com cartazes com o retrato dela como procurada. A população não a entrega, mas passa a escravizá-la, retratando pessoas cruéis, egoístas, mesquinhas e arrogantes. Destaque para o papel desempenhado pela premiada e belíssima atriz e produtora de cinema australiana Nicole Kidman. Veja mais aqui, aqui, aquiaqui e aqui.


IMAGEM DO DIA
Sex-shop (2003), do cartunista Caco Galhardo.


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O direito à informação e qual informação, A formação social da mente de Lev Vygotsky, O retrato do Dorian Gray de Oscar Wilde, a poesia de Manuel Bandeira, a pintura de Vincent van Gogh & a música de Gonzaguinha aqui.

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O desditoso amor de Tomé & Vitalina aqui, aqui, aqui e aqui.
As funduras profundas do coração de uma mulher, A arte de amar de Erich Fromm, a música de Claude Debussy & Isao Tomita, a poesia de Paul Verlaine & Ledo Ivo, a pintura de Fabius Lorenzi, a arte de Cornelia Schleime & Lula Queiroga aqui.
Fonte, Mal-estar na civilização de Sigmund Freud, O jardineiro do amor de Rabindranath Tagore, O homem que calculava de Malba Tahan, Escritos loucos de Antonin Artaud, Amem de Costa-Gavras, a música de Fátima Guedes, a pintura de Vincent van Gogh, Cia de Dança Lia Rodrigues & Brincarte do Nitolino aqui.
Mulheres de Charles Bukowski, a poesia de Konstantínos Kaváfis, O entendimento humano de David Hume, O sentido e a máscara de Gerd Bornheim, a literatura de Gonzalo Torrente Ballester, a música de Brahms & Viktoria Mullova, o cinema de Imanol Uribe, a pintura de Monica Fernandez, Academia Palmarense de Letras (APLE), Velta & Emir Ribeiro aqui.
A paixão avassaladora quando ela é a terrina do amor & a pintura de Julio Pomar aqui.
A síndica dos seios oníricos, a fotografia de Luis Mendonça & Tataritaritatá no Palco Aberto aqui.
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Fecamepa: quando a coisa se desarruma, até na descida é um deus nos acuda aqui.
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Aurora Nascente de Jacob Boehme, A teoria quântica de Max Planck, A megera domada de William Shakespeare, a música de Pixinguinha, a pintura de Marcel René Herrfeldt, Bowling for Columbine de Michael Moore, a arte de Brigitte Bardot, a Biopoesia de Silvia Mota & PEAPAZ aqui.
Infância, Imagem e Literatura: uma experiência psicossocial na comunidade do Jacaré – AL, A trilha dos ninhos de aranha de Ítalo Calvino, Mademoiselle Fifi de Guy de Maupassant, A mandrágora de Nicolau Maquiavel, A paixão selvagem de Serge Gainsbourg & Jane Birkin, a arte de Maria de Medeiros, a música de Cole Porter, a pintura de Odilon Redon, Quasar Cia de Dança & Sopa no Mel de Ivo Korytowski aqui.
A lenda do açúcar e do álcool, História da Filosofia de Wil Durant, Educação não é privilégio de Anísio Teixeira, Não há estrelas no céu de r João Clímaco Bezerra, a música de Yasushi Akutagawa, a pintura de Madison Moore, o teatro da lenda da Cumade Fulôsinha & o espetáculo de dança Bem vinda Maria Flor aqui.
Cruzetas, os mandacarus de fogo, Concepção dialética da História de Antonio Gramsci, O escritor e seu fantasma de Ernesto Sábato, Sob o céu dos trópicos de Olavo Dantas, a pintura de Eliseo Visconti, a fotografia de Rita-Barreto, a ilustração de Benício & a música de Rosana Sabença aqui.
O passado escreveu o presente; o futuro, agora, Estudos sobre Teatro de Bertolt Brecht, A sociolingüística de Dino Preti, Nunca houve guerrilha em Palmares de Luiz Berto, a música de Adriana Hölszky, a escultura de Antonio Frilli, a arte de Thomas Rowlandson, a pintura de Dimitra Milan & Vera Donskaya-Khilko aqui.
O feitiço da naja, Sistema de comunicação popular de Joseph Luyten, Palmares e o coração de Hermilo Borba Filho, a poesia de Mário Quintana, o teatro de Liz Duffy Adams, a música de Vanessa Lann, a fotografia de Joerg Warda & Luciah Lopez aqui.
A rodagem de Badalejo, a bodega de Água Preta, O analista de Bagé de Luis Fernando Veríssimo, O enredo de Samira Nahid Mesquita, O teatro de Sábato Magaldi, a música de Meredith Monk, Pixote de Hector Babenco, a arte de Vanice Zimerman, a pintura de Robert Luciano & Vlaho Bukovac aqui.
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