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sexta-feira, setembro 25, 2020

FAULKNER, MARIE UNDER, FELÍCIA HEMANS, CARMELA GROSS, EOS & PAULO CAVALCANTI

 


DIÁRIO DO GENOCÍDIO NO FECAMEPA (TRÍPTICO DGF) – UMA: SABE AQUELA... DA ESCALADA DA VIDA - Fui ao fundo do poço, fiz minha catábase. Sim. E com os versos de Carlos de Oliveira: pelo cascalho interno da terra, / onde o esqueleto da vida / se petrifica protestando. / Como um rio ao contrário, de águas povoadas / por alucinações mortas boiando levadas / para a alma da terra, / procuro os úberes do fogo. Dos umbrais de mim, cenas de filmes e contas nos dedos, andaços e enlevos às desoras. Quando dei por mim naquelas funduras, a perda & a desolação anoitecida. Não sabia que em toda minha vida, das idas e vindas, entre érebros e báratros. Lá nas entranhas do mundo de mim, ouvi o Auto da Alma e a barca de Gil Vicente: À barca, à barca, mortais, barca bem guarnecida, à barca, à barca da vida! Quase os mesmos efusivos alto-falantes dos protestos velados de Not about Nightingales, de Tenessee Williams. Para me proteger de não sei o quê, recitava os poemas da inocência e experiência de William Blake, sem que previsse me deparar Coleridge aos berros: Quem se vangloria de ter conquistado uma multidão de amigos nunca teve um. Vaguei na obscuridade, quis me livrar do passado, olhar para o amanhã e seguir, até ser alertado por William Faulkner: O passado nunca está morto. Nem sequer é passado. Ontem só acabará amanhã, e amanhã começou há dez mil anos. Só faltou dizer que o mundo é a Guernica de Picasso, logro da desconfiança.

 


DUAS PASSAGENS ALADAS DE UM ÚNICO AMOR - Imagem da artista multimídia Carmela GrossAonde cheguei era o último piso do fim, nada havia mais além; se epílogo ou posfácio, o derradeiro do limite. Só me restava a poemópera da anábase, como quem vai e volta, a recomeçar, tropeços na jornada, cochilos e visões. Três e tantos movimentos, pisadas e duas graças: nunca me dei por perdido, apesar de. Sucumbi ao amor, desespero da paixão: vertigens, duas ou poucas palavras, muitos textos e três passos para ascenção. Quantas inusitadas situações. Estava só no meio do caminho, muito por me sujeitar de quase não ouvir os versos de Uma canção de despedida de Felícia Hemans: Quando lágrimas repentinas caem sobre seus olhos / Ao som de uma melodia antiga; / Quando você ouve a voz de um riacho na montanha, / Quando você sente o encanto do sonho de um poeta; / Que assim seja! / Que minha memória fique com vocês, amigos! Porque ela era nua amanhecida Eos na carruagem púrpura alada dos arreios multicores para os sonhos intensos de amor infindo, até o reencontro no evento da luz.

 


TRÊS SOPAPOS NA CHEGADA - Imagem da artista multimídia Carmela Gross – Enfim, aqui estou, algum lugar dos caminhos. Eu vim de onde me fiz, a viagem de volta, tantos Brasís, quantos janeiros: trilhas desfeitas, rabiscos, recados indecifráveis, motores raivosos, céus esfumaçados, desídias, talhos, atalhos perdidos, interditos, superstições. (Dava para parafrasear Erasmo no seu Julio II excluído del reino de los cielos nos Escritos de crítica religiosa e política: Certamente não me surpreende que tão poucos cheguem aqui, se você chicotear assim eles assumem o comando da doidice. Apesar de tudo, ouso conjeturar que o país ainda tem cura de alguma forma, pois honra um esgoto tão imundo em virtude do mero título de presidente). Aqui estou e me tratam por necromante com tudo que passei, e para que transmita a verdade que querem ouvir. Apenas repito trecho dAs geórgicas de Virgílio: Não desejo abranger todas as coisas juntas em meus versos, não conseguiria, ainda que possuísse cem línguas e cem bocas, e uma voz de ferro. Prefiro invocar a Denúncia de Marie Under: Eu grito alto com a boca de todo o meu povo, / nossa terra está ferida por uma praga de medo e chumbo, / nossa terra está sombreada pela árvore da forca / nossa terra um cemitério comum, enorme de mortos. / Quem virá ajudar? Bem aqui, no presente, agora! / Porque o paciente está fraco, perdeu o controle. / Mas, como o canto dos pássaros, meu grito se desvanece / no vazio: o mundo é arrogante e frio. / O suspiro do velho, o choro do bebê - / todos correm para a areia, ilusão, falham? / Homens, mulheres gemem como cervos feridos / para aqueles que estão no poder, tudo isso é apenas um conto de fadas. /  Trevas são os olhos do mundo, seus ouvidos são surdos, / os poderosos perdidos na loucura ou na estupidez. / Compaixão só é sentida por aqueles a quem o sofrimento quebra, / e só os sofredores têm corações como você e eu. Voltei levando nos peitos, refém da viagem, vulnerável às circunstâncias, chuvas, quedas, labirintos e túneis sem fim... Quem dera fosse diferente embarque, desembarque: reificação de simulacros e sempresente. A cidade é o deserto e o difícil é chegar. Até mais ver.

 A OBRA DE PAULO CAVALCANTI

[...] O que nos conforta é a grandeza da nossa autocrítica, no reconhecimento dos nossos erros. E até dos crimes cometidos em nome do socialismo. Vão-se esses erros e esses crimes. Menos os símbolos.

A obra do escritor, advogado e jornalista Paulo Cavalcanti (1915-1995), fundador da Associação do Ministério Público de Pernambuco e da União Brasileira de Escritores (UBE-PE) e foi preso e aposentando compulsoriamente pelo AI-2, autor de obras como a trilogia O caso eu conto como o caso foi – memórias políticas (1978/1980/1984), Nos tempos de Prestes (1981/1982); A luta clandestina (1984/1985); Homens e ideias do meu tempo (1993); Vale a pena (ainda) ser comunista (1994); História de um governo popular e Os equívocos de Caio Prado Júnior. Veja mais aqui e aqui.

 


 


segunda-feira, fevereiro 17, 2020

ESPIDO FREIRE, KAZUO ISHIGURO, MARVEL MORENO, KRISHNAMURTI, ADRIANA FARIAS &PEDRO CABRAL



ESTÁ TUDO MUITO LOUCO, GENTE! UMA & OUTRA: Nunca me vi engomadinho, nem achegado a engravatados e ourinadas, grifados ou posudas. Nunca fui de andar na linha – tem cada trem, ó, trubufus e cagarraios! -, nem andar de patota. Sempre andei só e levando todo mundo comigo no coração e estradas. Nunca me enquadrei em fôrmas ou moldes, doutrinas pro beleléu; teorias, maior confusão. Sempre soube que evolução não é decadência, nem nunca me empanturrei com modismos ou arrotando o politicamente correto. Só corto o cabelo e faço a barba por conta do calor, o Nordeste é quente! (E para não parecer um bicho, embora reconheça que sou o bitcho muito feioso). Nesses tempos de felicidade urgente, açougues de glamour, algoritmos, cápsulas, drágeas de tudo, cédulas e moedas, fantoches e simulacros, todo mundo quer berrar pelo umbigo. Quem quiser que meta a cabeça contra muro, arraste seus grilhões, couraças, redomas e interditos – nada mais épico de tão notável, ou patético de tão desagradável -, já dei cabeçadas demais. Sei que sou muito doido, valho-me do Erasmo: A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos. E eu sei que sou muito doido, incoerente, quem não? Estou com a lição de Krishnamurti: Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente. DUAS DE OUTRA: Nesses tempos obscuros de censura, nada de novo. A gente só faz repetir, por exemplo, o que se passou com Giordano Bruno, que excomungado por calvinistas e luteranos, rejeitado por todas as igrejas cristãs e foi acusado de insubordinação ao papa, tido como herege pela santíssima inquisição e acabou queimado vivo na fogueira do Campo dei Fiori, em Roma. Isso porque ele não deu uma de Galileu: defendeu o copernicanismo e confirmou Kepler e o seu heliocentrismo que já era tema de Aristarco na Grécia Antiga. Pois é, a história se repete desde não sei quando de tão antes de antigamente. A melhor dele: Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte. TRÊS PARA FECHAR: Uma treta da boa foi aquela da semana que virou três dias em 1922, reunindo a saparia do Bandeira com os Andrades e outros encasacados da Arte Moderna. A coisa empenou entre apupos, quando Lobato arreou a lenha nos modernos financiados pela oligarquia paulista. O negócio esquentou! O evento assim passou por desimportante, só muito depois que foi se tornou  um marco na história das artes brasileiras. Coisas de Brasil, essa de saber das coisas muito depois, quase esquecidas. Aqui tudo tarda, mas parece que não falha, tomara mesmo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] Fora da ilusão, os ruídos se tornaram vulneráveis, eles poderiam ser exorcizados. Maria ensaiou truques, senti feitiços, pensei que um dia respirando no momento de ouvi-los iria empurrar para trás. E eles se afastaram. Eles eram soluções momentâneas: ruídos sempre foram ressuscitados e seu breve devaneio aprendeu a contornar o exorcismo. [...] Maria pegou com as pontas dos dedos e jogou para o mar, e o cheiro do mar era então todo o dia na sua mão: mais áspero, mais denso que o de chuvas e caracóis pretos que ressoavam no seu bolso do avental enquanto caminhava lentamente para siga o passo da tia, ouvindo-a falar sobre os velhos vezes, quando criança, andava com Sergio ao longo da mesma praia e nas noites de luar a areia brilhava como se cada grão escondesse um alfinete de cristal. Eles não eram cristais, mas algas fosforescentes, Tia Oriane explicou sorrindo. Mas durante anos Sergio e ela acreditavam na existência de um tesouro escondido no outro extremo da praia, sob a rocha onde o mar estava mexendo, explodindo em ondas espumas e apareciam ocasionalmente, aparadas contra a primeira clareza do dia, a figura do desconhecido. Isso assustou Fidelia. [...] Eles nunca foram para o rock. Sua tia não suportava o brilho do sol nos olhos e voltou a meio caminho. Depois, marcharam às pressas, porque tia Oriane insistia em tomar o café da manhã às oito da manhã. Mesmo que ele não entendesse os caprichos deles, Maria se adaptaria a eles com certa cumplicidade. [...]. Trechos extraídos da obra Oriane, tía Oriane y otros cuentos (Universidad del Norte, 2016), da escritora colombiana Marvel Moreno (1939-1995).

 

CHAME ALEJANDRA, DE ESPIDO FREIRE

[...] A moda foi feita para aqueles sem gosto, a etiqueta para aqueles sem educação e as igrejas para aqueles sem fé. [...] Se você vive de acordo com sua consciência, a fé não é tão importante. [...] Em tempos de paz, vemos as barrigas das mulheres. Em tempos de guerra, vemos os movimentos dos poderosos. [...] O amor cantava dentro de nós, e era para sempre. A realidade tomou conta. [...] Às vezes, as lembranças me salvam da dor. Outras vezes, é muito difícil para mim lembrar da nossa vida passada, que nunca foi fácil, mas certamente mais confortável. [...].

Trechos extraídos da obra Llamadme Alejandra (Booket, 2018), da escritora espanhola Espido Freire (Laura Espido Freire). Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

QUANDO ÉRAMOS ÓRFÃOS, DE KAZUO ISHIGURO

[...] esta cidade o derrota. Cada um trai o seu amigo. Você confia em alguém, e ele se revela a soldo de um gângster. O governo são gângsters também. [...] Esses chefes militares na verdade não passavam de bandidos glorificados, mas tinham exércitos, tinham o poder de zelar pelos carregamentos. [...] Pleiteamos junto aos chefes militares. Apelamos para seu orgulho racial. Fizemos notar que estava na mão deles pôr termo à lucratividade do tráfico de ópio, reverter o único grande obstáculo para os chineses assumirem o controle de seu próprio destino, de sua própria terra. [...] Hoje é uma sombra fantasmagórica da cidade que foi um dia. [...] Nada resta senão tentar levar a cabo nossas missões o melhor que pudermos, pois até o fazermos, calma alguma nos será permitida. [...] Esta cidade, em outras palavras, tornou-se o meu lar, e não me importa se tiver de viver o resto de meus dias aqui. Contudo, há instantes em que uma espécie de vazio me preenche as horas [...].

Trecho extraído da obra Quando éramos órfãos (Companhia das Letras, 2000),  do escritor japonês Kazuo Ishiguro. Veja mais aqui & aqui.

 

LIÇÕES DE SEMPRE – Os ensinamentos são importantes por si mesmos e intérpretes ou comentadores apenas os distorcem, sendo aconselhável ir diretamente à fonte, os próprios ensinamentos, e não valer-se de nenhuma autoridade. A verdade não pode ser trazida para baixo; é o individuo que deve fazer o esforço de ascender até ela. O autoconhecimento é o começo da sabedoria, em cuja tranquilidade e silêncio encontra o imensurável. Sabedoria não se aprende de outros, nem nos livros. Pensamento do filósofo, escritor e educador indiano Jiddu Krishnamurti (1895-1986). Veja mais aqui.

A MÚSICA ADRIANA FARIAS
Curtindo a beleza e o talento da cantora, violonista, compositora e violeira Adriana Farias. Veja mais aqui.

A ARTE DE PEDRO CABRAL
A arte do escritor, arquiteto, professor e artista plástico Pedro Cabral. Veja mais aqui, aqui & aqui.

A ARTE PERNAMBUCANA
A arte de Naná Vasconcelos (Juvenal de Holanda Vasconcelos - 1944-2016) aqui e aqui.
A parnaso-simbolista & a modernista poesia de Ascenso Ferreira aqui.
A arte de Silvio Hansen aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
A poesia de Admmauro Gommes aqui & aqui
O Lobisomem Zonzo aqui.
O Município de Venturosa aqui & aqui
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Oficinas ABI aqui & aqui.


sábado, maio 21, 2011

CAMUS, GARRET HARDIN, DIDERROT, ERASMO & HE GASSEN, O PEIDO & TATARITARITATÁ NO PALCO ABERTO


 

DITOS & DESDITOS - Qualquer que seja o ponto que tocamos, provocamos múltiplos e amplos efeitos, a maioria dos quais somos incapazes de predizer. Nunca podemos fazer apenas uma coisa, e o dano causado por efeitos imprevistos de nossas pancadas na teia da vida pode superar de muito as vantagens obtidas com os efeitos previstos desesjados. Pensamento do ecologista estadunidense Garret Hardin (1915-2003). Veja mais aqui, aqui e aqui.

CIÊNCIA – [...] A pessoa que ensina a ciência não é a mesma que entende dela e a realiza com seriedade, pois, a esta não sobra tempo para ensinar. [...]. trecho extraído da obra O sobrinho de Rameau (Escala, 2006), do filosofo e escritor francês Denis Diderrot (1713-1784). Veja mais aqui e aqui.

O AVESSO & O DIREITO – [...] Bela verdade. Uma mulher que se abandona para ir ao cinema, um velho que não é mais ouvido, uma morte que nada resgata, e, então, do outro lado, toda a luz do mundo. Que diferença faz isso, se tudo se aceita? Trata-se de três destinos semelhantes e, contudo, diferentes. A morte para todos, mas a cada um a sua morte. [...] E eis que a cortina dos hábitos, o tecido confortável dos gestos e das palavras, em que o coração se acalma, soergue-se lentamente para, enfim, tirar o véu que revela a face macilenta da inquietação. O homem está cara a cara consigo [...]. Trechos extraídos da obra O Avesso e o Direito (Record, 2003), do escritor, dramaturgo e filósofo francês Albert Camus (1913-1960). Veja mais aqui.


HE GASSEN – É um pergaminho japonês do século 19, He Gassen, que quer dizer Batalha de Flatulência, desenhado por volta de 1840, durante o Período Edo (1603-1868), isso por conta da desconfiança com os estrangeiros, permitindo-se, apenas, entrar no país os chineses, alguns ingleses e a holandesa Companhia das Índias Ocidentais. O propósito do pergamento era resistir à invasão cultural, mostrando várias cenas com uma característica peculiar recorrente, a qual mostra ao menos um personagem realizando um ataque de flatulência diretamente contra outros personagens.

DE CIVILITATE MORUM PUERILIUM – [...] É indelicado cumprimentar alguém que esteja urinando ou defecando. A pessoa bem-educada sempre deve evitar expor, sem necessidade, as partes às quais a natureza atribuiu pudor. Se a necessidade a compele, isto deve ser feito com decência e reserva, mesmo que ninguém mais esteja presente. Isto porque os anjos estão sempre presentes e nada mais lhe agrada em um menino do que pudor, o companheiro e guardião da decência. Se produz vergonha mostrá-las aos olhos dos demais, ainda menos devem ser elas expostas pelo toque. Prender a urina é prejudicial à saúde e urinar em segredo diz bem do pudor. Há aqueles que ensinam que o menino deve prender os gases, comprimindo-os no intestino. Mas não é conveniente, esforçando-se para parecer educado, contrair uma doença. Se for possível retirar-se do ambiente, que isto seja feito a sós. Mas, em caso contrário, de acordo com o antigo provérbio, que a tosse esconda o som. Além do mais, por que esses mesmos trabalhos não ensinam que meninos não devem defecar, uma vez que é mais perigoso prender os gases do que conter os intestinos? Para contrair uma doença: escute a velha máxima sobre o som do vento. Se ele puder ser solto sem ruído, isto será melhor. Mas, ainda assim, melhor ser solto com ruído do que contido. A esta altura, porém, teria sido útil suprimir a sensação do embaraço de modo ou a acalmar o corpo ou, seguindo o conselho de todos os médicos, apertar bem juntas as nádegas e agir de acordo com as sugestões do epigrama de Aethon: fazia de tudo para não peidar explosivamente em lugar sagrado, e orou a Zeus, embora com as nádegas comprimidas. O som do peido, especialmente das pessoas que se encontram em lugar elevado, é horrível. Sacrifícios devem ser feitos, com as nádegas fortemente comprimidas. Tossir para ocultar o som explosivo: aqueles que, porque estão embaraçados, não querem que o vento explosivo seja escutado, simulam um ataque de tosse. Siga a regra das Quilíades: substitua os peidos por acessos de tosse. [...]. Trecho da De civilitate morum puerilium (1530), um manual escrito pelo teólogo e filósofo holandês Erasmo de Roterdã (1466-1536), é considerado o primeiro tratado na Europa Ocidental sobre a educação moral e prática das crianças. Veja mais aqui e aqui.

O PEIDO – A antropóloga Kirsten Bell, da University of Western Ontario (UWO), tem estudado o valor cultural do peido, observando completo desinteresse por parte de estudiosos na realização de pesquisa sobre o assunto. No livro Aroma: the Cultural History of Smell, de Constance Classen, David Howe e Anthony Synott, encontra-se registros de que no Marrocos quem soltar um flato dentro de uma mesquita ficará cego ou morrerá, uma vez que a prática está associada aos maus espíritos. O músico francês Serge Gainsbourg escreveu Evguenie Sokolov (1980), contando a história de um jovem artista que usa seus gases intestinais como meio escandaloso de expressão artística, transformando o problema barulhento e fedorento que afetava negativamente a sua vida social e sexual em uma receita de sucesso no mundo das artes do início da década 1980. Já o escritor Colin Schultz escreveu um artigo na Revista do Instituto Smithsonian, tratando sobre o assunto, apoiando a iniciativa dos antropólogos na pesquisa. Veja mais aqui, aqui e aqui.


Fotos: Patrícia Machado & Luiz De Nigris Junior

Susie Cysneiros – BoiBumbarte, Projeto Palco Aberto.

Abertura do Show Tataritaritatá (Stand up)

Banda Cianônima Ilimitada

Jarbinhas Barros, guitarra

Felipe Barros, baixo

Ninja do Sax, sopros

Rangel Levi, teclados

Marquinhos Batera, bateria

Veja mais Palco Aberto e BoiBumbarte. E no YouTube.




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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
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