segunda-feira, fevereiro 03, 2025

TUNGA, ALICE WALKER, JOHAN ROCKSTRÖM, ÅSNE SEIERSTAD & SETÍGONO

 

Ao som do álbum Pacífico (YB Music, 2022), da flautista, clarinetista, arranjadora e compositora, Aline Gonçalves, que é bacharel em flauta pela UniRio, licencianda em música pela UFRJ e pós-graduada em Educação Musical pelo Conservatório Brasileiro de Música. Ela integrou o Camerata Brasilis, criou a Escritas Musicais de Mulheres Brasileira (EMMBRA) e participou da fundação do Coletivo Essa Mulher.

 

Setígonos no toitiço & na caixa do espinhaço... - Já fiz os meus, uns 3 em 23. Aí revisei, corrigi, ajeitei e agora ficaram tinindo! Acho que vou cometer uns 4 pra fechar a conta. Gostei. É muito legal. Aí você pode, então, perguntar que escambau da rotônica é esse tal de setígono!?! Pra começo de conversa pode ser néstogas! Não é conversa mole nem mijando fora do caco: dá no mesmo! Ora, ora! Reitere: que raio de coisa é essa, meu? E um triz passou de relance, vupt! Ah, então vou fincar pé pra sapecar abelhudice esmerada. Como assim? Meta bronca! Lá vai: é que pode ser a representação dos Amesha Spentas do Zaratustra, ou os escorpiões da guarda pessoal de Ísis. Nossa! Hum-hum. Afiando o chute e o pé na jaca: pode fazer referência ao símbolo da vida eterna de Osíris, ou sobre os sábios da Grécia. Como é que é? Tô enrolando não, veja: também as causas aristotélicas das ações humanas, as paixões de Descartes, as propriedades da matéria, o Plano de Fano, até mesmo a progressão geométrica do papiro de Ahmes ou Rhind! O quê? Sim, claro! Ou o desafio do puzzle do simples de Will Shortz ou, ainda, o manifesto das artes de Ricciotto Canudo! Não? Sim! Pode representar o Universo, ou a Perfeição Sagrada, os princípios teosóficos humanos, as pontes de Konigsbertg, as ilhas do Arquipélago dos Açores, as pétalas de uma rosa do deserto de Cristata ou de Tripla, ou mesmo as cabeças da Hidra de Lerna! Danou-se! Ih! Aí arreio a lenha na maior cipoada: pode guardar referência com as virtudes, os ofícios, a semana, as maravilhas do mundo, os mares, as cores do arco-íris, as notas musicais, os chakras metafísicos, as glândulas endócrinas, os hormônios, os verdadeiros sentidos, ou os anos de perdão para quem rouba ladrão! Vixe! Ou mesmo as cabeças do bicho, os pés da fuga, o quarto número primo, as chaves que fecham, os palmos abaixo da terra, a conta dos domingos pro carnaval ou da mentira, as pedras da mão! Sai pra lá!... Evidentemente como os anões da Branca de Neve, as vidas dos gatos, os fantasmas da torre, a bota das léguas, ou mesmo pintar o número ou dar aqueles pulinhos da sorte! Né, não? Era só o que faltava! Agora deu! Fui fundo, num foi? Nada. Pois é. Aí, você ainda não sabe: levei na lata um volume com teorizações feitas por Admmauro Gommes, José Durán y Durán e Cícero Felipe, mais Sylvia Beltrão, Caio Vitor Lima, Romilda Andrade, Pamella Emanuella Gomes de Lima, Wilson Santos, Kevelly Kassandra, Neilton Lins, Libene Tenório, João Constantino Gomes Ferreira, e que parece lançado nacionalmente online com Pedro Henrique, Aparecida Villas Bôas, Davi Motta, Tony Antunes, Adriano Sales, Zé Ripe e Inaldo Soares, juntando tudo pra Primeira Antologia de Setígonos, reunindo mais: Chirles Oliveira, Hanna da Hora, Carlos Onkowe, Patuska Quokka, Ivon das Aldeias, Rosa Custódia, Aureliano Gomes Simões, Renato Lemos Chagas, Adeilsonpoetapinto, Lorde Égamo, Adailton Lima e Noi Soul. Eita pau! Gente como a praga! O negócio é sério! E eu? Ah, cometi uma arte setigonal usando pigmentos naturais com acrílica num canson. Foi, ficou legal! Afora isso, dos que fiz pro que ainda vou fazer, na torcida aos aplausos pela festa geral de fevereiro & vamos aprumar a conversa! Até mais ver!

 

Maruja Torres: A maioria das pessoas tende a repensar sua trajetória de vida todo dia 1º de janeiro, mas essa vestimenta treme com o bom tempo... Veja mais aqui & aqui.

Tawakel Karman: Paz não significa apenas acabar com as guerras, mas também acabar com a opressão e a injustiça... Veja mais aqui & aqui.

Amy Lowell: O ódio é como bicos de abutres vorazes descendo sobre um lugar de crânios... O estigma da estranheza é o preço que um mundo míope sempre cobra da genialidade... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

DESEJO - Meu desejo \ é sempre o mesmo; onde quer que a Vida \ me deposite: \ quero enfiar meu dedo do pé \ e logo meu corpo inteiro \ na água. \ Quero sacudir uma vassoura grossa \ e varrer folhas secas, \ flores machucadas, \ insetos mortos \ e poeira. \ Quero cultivar \ algo. \ Parece impossível que o desejo \ às vezes possa se transformar em devoção; \ mas isso aconteceu. \ E é assim que sobrevivi: \ como o buraco \ que cuidei cuidadosamente \ no jardim do meu coração \ criou um coração \ para preenchê-lo.

ELA - Ela é quem \ vai notar \ que o primeiro boca-de-leão \ da primavera \ está \ florescendo; \ Ela é quem \ vai contar a piada mais \ engraçada \ e \ complicada. Ela é quem vai te surpreender \ ao saber a diferença entre nabos e couve; \ e entre biscoitos e scones. \ Ela é quem sabe onde te levar para dançar \ ou onde a comida e a decoração \ do restaurante não podem ser perdidas. \ Ela é quem é santa. \ Ela é quem se reserva o direito \ de se vestir como uma vagabunda. \ Ela é quem te leva para fazer compras; \ Ela é quem sabe onde as melhores roupas são compradas baratas. \ Ela é quem aquece sua casa com sua fragrância; \ aquela que traz música, magia e alegria. \ Ela é quem fala a verdade do seu coração. \ Ela é quem está na cabeceira do casamento, \ funerais ou divórcio de todas as melhores pessoas \ que você ama profundamente. \ Ela é quem tem coragem. \ Ela é quem fala sua mente brilhante; \ Ela é quem encoraja jovens e velhos a fazerem o mesmo. \ Ela é a que está na linha de piquete, na barricada, \ na prisão, na cadeia; \ Ela é a que está lá. \ Se eles vierem atrás de mim \ e eu estiver na casa dela, \ sei que ela vai me esconder. \ Se eu contar a ela onde escondi meu coração, \ ela vai ficar.

Poemas da premiada escritora e ativista estadunidense Alice Walker. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

DUAS IRMÃS – [...] ponderou sobre a natureza da guerra. Todos tinham certeza de que tinham direito à terra e os outros deveriam ser forçados a sair. Que eles tinham Deus do seu lado enquanto os outros estavam em conluio com o diabo. Todos acreditavam que possuíam a verdade, e todos pareciam sedentos por sangue. [...]. Trecho extraído da obra Two Sisters: A Father, His Daughters, and Their Journey into the Syrian Jihad (Farrar, Straus and Giroux, 2019), da escritora e jornalista norueguesa Åsne Seierstad, que na sua obra One of Us: The Story of a Massacre in Norway—and Its Aftermath (Farrar, Straus and Giroux, 2016), ela expressou que: […] Queremos ser amados; na falta disso, admirados; na falta disso, temidos; na falta disso, odiados e desprezados. A todo custo, queremos despertar algum tipo de sentimento nos outros. Nossa alma abomina o vácuo. A todo custo, ela anseia por contato. [...] Nossa resposta é mais democracia, mais abertura e mais humanidade. Mas nunca ingenuidade. [...]. Ela também é autora da frase: Não dizer nada significa dar o seu consentimento... Veja mais aqui.

 

QUEBRANDO LIMITES - […] A energia nuclear, por exemplo, já foi vista como uma tecnologia essencial para um futuro limpo, mas agora seu próprio futuro está em dúvida. [...]. Trecho extraído da obra Breaking Boundaries: The Science Behind our Planet (DK, 2021), do cientista sueco Johan Rockström, defendendo que: O valor da biodiversidade é que ela torna nossos ecossistemas mais resilientes, o que é um pré-requisito para sociedades estáveis; sua destruição arbitrária é semelhante a incendiar nosso bote salva-vidas. Para reduzir o risco de uma catástrofe ambiental global e evitar reverter o curso do progresso humano, o mundo deve dobrar urgentemente a curva das emissões globais dos combustíveis fósseis. Emissões de gases de efeito estufa aquecem o planeta, alterando os ciclos de carbono e água. Um oceano mais quente armazena mais calor, fornecendo mais combustível para furacões. Uma atmosfera mais quente contém mais água, trazendo dilúvios perigosos. O aumento do nível do mar ameaça as zonas costeiras. Fundamentalmente, precisamos de uma mudança mental que reconecte nosso desenvolvimento à biosfera para garantir uma vida boa e segura para todos no futuro. Assim como exigimos que nossos governos abordem os riscos associados ao terrorismo ou às epidemias, devemos colocar uma pressão concertada sobre eles para agir agora para preservar nosso ambiente natural e conter as mudanças climáticas. Proteger o nosso planeta é um imperativo moral. Vivemos em um planeta dominado por humanos, colocando uma pressão sem precedentes sobre os sistemas na Terra. No seu livro Big World, Small Planet: Abundance Within Planetary Boundaries (Yale University Press, 2015), ele expressou que: […] Os líderes políticos reunidos em Copenaghen finalmente reconheceram que a mudança climática não é apenas uma questão ambiental, mas também social e econômica. Conseqüentemente, qualquer solução para o problema do clima enriqueceu também as mudanças fundamentais [...].

 

TUNGANDO A VIDA!

[...] Um artista que se aplica à sua prática, sua personalidade, suas questões mais íntimas, é simplesmente uma em uma longa linhagem de artistas que ele é ou pode se tornar. Poderíamos dizer que ele é apenas um entre a multidão, em meio a uma multidão de pessoas, onde todos podem ser ele, embora com um rosto diferente. [...] Portanto, devemos nos colocar nessa ascensão, o modo de viver em dúvida, questionando o que nos parecem as coisas mais seguras e seguras em nossa existência. A disciplina do artista consiste nesta ascese. Tentar entender como um sim e um não pode viver juntos, ou como Sim E um Sim, a Não E um Não, pode viver juntos. [...] Eu acho que uma pessoa pode viver sem a ideia de arte, sem a ideia de amor, mas não sem arte, e não sem amor. [...] São momentos humanos de viver simbolicamente, ou poeticamente. Viver amorosamente é viver na realização deste universo simbólico. [...] A tarefa do artista é não se especializar e comprometer-se a tentar transformar as coisas de maneira não especializada. [...] No entanto, no fundo da coisa moderna, há um problema sério, o de encontrar o heterogêneo no fundo do poço. E essa pergunta permanece a mesma. Precisamos formular e reformular novas estratégias para encontrar o assunto perdido que é o assunto moderno, que ainda não encontrou um lar. [...].

Trecho da entrevista concedida pelo escultor, desenhista e artista performático Tunga (Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão – 1952-2016), ao escritor e performer Simon Lane, para a revista Bomb Magazine (Winter 2002 Issue). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

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