DIREITOS DE TODA MULHER - Ao longo
dos últimos anos – na verdade, tudo começou quando publiquei o meu poema Crônica
de amor por ela, em 1996 -, que venho desenvolvendo uma pesquisa acerca
do papel da mulher na história da humanidade. No primeiro momento desses
estudos, desenvolvi uma revisão da literatura a partir da construção histórica
das relações de gênero, procurando os fundamentos para análise da opressão da
mulher, definindo conceitualmente gênero, tratando acerca da desigualdade e da
violência de gênero. A partir disso passei a analisar a questão de como os direitos
da mulher foram se formando ao longo da história, suas lutas e conquistas desde
a Antiguidade, passando pela Renascença ao Marxismo, tratando acerca da
violência contra a mulher, incluindo a violência doméstica no Brasil e
considerando o controle social e o Estado na sociedade de classe e no
capitalismo. Num segundo momento procurei tratar acerca do papel da mulher na
História e no mercado de trabalho, efetuando uma abordagem histórica até o
século XX, incluindo as perspectivas para o século XXI. Observou-se nesses
estudos os direitos da mulher com suas lutas e conquistas, até aferir as
políticas públicas efetivadas à luz do amparo legal de combate à violência
contra a mulher. Por resultado, constatou-se claramente que a mulher é vítima
de um sistema patriarcal, pautado na sua desvalorização e respondendo ao estado
mandonista do universo masculino, em detrimento dos seus direitos. O
enfrentamento da redoma machista/patriarcal leva às reiteradas lutas pelo
reconhecimento dos seus direitos, da igualdade de gênero, o respeito pelo
principio da dignidade humana e ao exercício da cidadania. Mesmo com a promulgação
da Constituição Federal de 1988 que concedeu espaço para desenvolvimento de
afirmação da mulher, respeitando-se seus direitos e condições igualitárias na
sociedade, nem mesmo tais disposições foram suficientes para coibir a violência
contra a mulher, havendo necessidade da edição de uma série de instrumentos legais
infraconstitucionais regulamentando as referidas previsões, a exemplo da
criação das Delegacias de Defesa da Mulher, a criação do Conselho Nacional, bem
como a promoção de medidas, ações e programas, como o Programa Nacional de
Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Sexual, as Normas Técnicas do
Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM),
culminando com a edição da Lei Maria da Penha que visa coibir a prática nefasta
da violência. Com isso tenho manifestado minha irrestrita solidariedade às suas
lutas e conquistas, os seus desafios e direitos, em respeito ao princípio da dignidade
da pessoa humana, não admissão de qualquer forma de agressão e no combate à impunidade
nas questões de violência. Por conta disso, advogo que todo dia é dia da mulher
com o mote que glosei de que todo homem que maltrata uma mulher não merece
jamais qualquer perdão. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui,
aqui, aqui, aqui e aqui.
Curtindo
o álbum Radamés toca
Radamés (2016), do Quarteto
Radamés Gnattali, integrado por Carla Rincón e Andreia Carizzi
(violinos), Estevan Reis
(viola) e Hugo Pilger
(violoncelo), lançado em comemoração aos 110 anos de nascimento do compositor brasileiro
Radamés Gnatalli (1906-1988). Veja
mais aqui.
PESQUISA:
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes
da nação reivindicam constituir-se em uma assembléia nacional. Considerando que
a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas
causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma
declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.
Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social
seus direitos e seus deveres; que, para gozar de confia nça, ao ser comparado
com o fim de toda e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e
de mulheres devem ser inteiramente respeitados; e, que, para serem
fundamentadas, doravante, em princípios simples e incontestáveis, as
reivindicações das cidadãs devem sempre respeitar a constituição, os bons
costumes e o bem estar geral. Em consequência, o sexo que é superior em beleza,
como em coragem, em meio aos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em
presença, e sob os auspícios do Ser Supremo , os seguintes direitos da mulher e
da cidadã: Artigo 1º A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As
distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum. [...].
Trecho
da Declaração dos direitos da mulher e da
cidadã (França, setembro de 1791, da feminista, revolucionária,
historiadora, jornalista, escritora e dramaturga Olympe de Gouges (1748-1793), documento proposto à Assembleia Nacional da França, durante a Revolução
Francesa(1789-1799). Ela ao se opor abertamente a Robespierre acaba por ser
guilhotinada em 1793, condenada como contrarevoluionária e denunciada como uma mulher
"desnaturada”.
LEITURA
Segredos / são degredos / como pombas / são aves / não por terem / asas
/ nem casas / ao vento / há aves / e caves / e caves / sem aves / sentinelas /
da solidão / de incógnita / dimensão / segredos / são degredos / como os
amantes / são eclipses / não por terem / o sexo apunhalado / de nexo / nem por
fazerem amor / ao som do jazz / na solidão dos relógios.
Hibernação II, da poeta moçambicana Magdalena Isabel Monteiro (Colectânea breve de literatura
moçambicana – Identidades/Gesto, 2000). (Imagem: artistas moçambicanos). Veja
mais aqui, aqui e aqui.
PENSAMENTO DO DIA:
O amor, em quem está feliz, é querer partilhar o
sofrimento do amado infeliz. O amor, em quem está infeliz, é
satisfazer-se com o simples conhecimento de que o amado desfruta a
alegria, sem ter parte nesta alegria, nem sequer desejar te parte nela. [...] É um
erro desejar ser compreendido antes de ter elucidado a si mesmo aos próprios
olhos. É buscar prazeres na amizade, e não merecidos. Você venderia sua alma
pela amizade. Aprenda a repelir a amizade, ou melhor, o sonho da amizade.
Desejar amizade é um grande erro. A amizade deve ser uma alegria gratuita como
as que oferecer a arte, ou a vida. É preciso recusá-la para ser digno de
recebê-la: ela é da ordem da graça (‘Meu Deus, afastai-vos de mim…’). É dessas
coisas que são dadas por acréscimo. Todo sonho de amizade merece ser quebrado.
Não é por acaso que você nunca foi amado…Desejar escapar à solidão é uma
covardia. A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela se exerce (é
uma virtude). [...]
Devemos ter cometido crimes que nos tornaram malditos, uma
vez que perdemos toda a poesia do universo.
Trecho
da obra A Gravidade e a Graça
(Martins Fontes, 1993), da escritora, mística e filósofa
francesa Simone Weil (1909 – 1943).
Veja mais aqui, aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA:
A arte do escultor e professor Bruno Giorgi (1905-1993).
Veja mais sobre Primeira
Reunião: Coágulos, coágulos, O
princípio da totalidade de Stephano Sabetti, o pós-humanismo de Lucia Santaella, Lila Ripoll, Marcus
Viana, Chen
Kaige, Bruno Giorgi, Joseph-Nicolas Robert-Fleury & Psicodrama aqui.
DESTAQUE
A arte do arquiteto, decorador, fotógrafo e
projetista dinamarquês Arne Jakobsen (1902-1971).
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Nude, arte do pintor, retratista e paisagista
espanhol Jose Higuera.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.