sábado, agosto 13, 2016

SIMONE WEIL, OLYMPE DE GOUGES, MAGDALENA ISABEL, GIORGI, HIGUERA, QUARTETO RADAMÉS, JAKOBSEN & DIREITOS DA MULHER


DIREITOS DE TODA MULHER - Ao longo dos últimos anos – na verdade, tudo começou quando publiquei o meu poema Crônica de amor por ela, em 1996 -, que venho desenvolvendo uma pesquisa acerca do papel da mulher na história da humanidade. No primeiro momento desses estudos, desenvolvi uma revisão da literatura a partir da construção histórica das relações de gênero, procurando os fundamentos para análise da opressão da mulher, definindo conceitualmente gênero, tratando acerca da desigualdade e da violência de gênero. A partir disso passei a analisar a questão de como os direitos da mulher foram se formando ao longo da história, suas lutas e conquistas desde a Antiguidade, passando pela Renascença ao Marxismo, tratando acerca da violência contra a mulher, incluindo a violência doméstica no Brasil e considerando o controle social e o Estado na sociedade de classe e no capitalismo. Num segundo momento procurei tratar acerca do papel da mulher na História e no mercado de trabalho, efetuando uma abordagem histórica até o século XX, incluindo as perspectivas para o século XXI. Observou-se nesses estudos os direitos da mulher com suas lutas e conquistas, até aferir as políticas públicas efetivadas à luz do amparo legal de combate à violência contra a mulher. Por resultado, constatou-se claramente que a mulher é vítima de um sistema patriarcal, pautado na sua desvalorização e respondendo ao estado mandonista do universo masculino, em detrimento dos seus direitos. O enfrentamento da redoma machista/patriarcal leva às reiteradas lutas pelo reconhecimento dos seus direitos, da igualdade de gênero, o respeito pelo principio da dignidade humana e ao exercício da cidadania. Mesmo com a promulgação da Constituição Federal de 1988 que concedeu espaço para desenvolvimento de afirmação da mulher, respeitando-se seus direitos e condições igualitárias na sociedade, nem mesmo tais disposições foram suficientes para coibir a violência contra a mulher, havendo necessidade da edição de uma série de instrumentos legais infraconstitucionais regulamentando as referidas previsões, a exemplo da criação das Delegacias de Defesa da Mulher, a criação do Conselho Nacional, bem como a promoção de medidas, ações e programas, como o Programa Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Sexual, as Normas Técnicas do Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), culminando com a edição da Lei Maria da Penha que visa coibir a prática nefasta da violência. Com isso tenho manifestado minha irrestrita solidariedade às suas lutas e conquistas, os seus desafios e direitos, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, não admissão de qualquer forma de agressão e no combate à impunidade nas questões de violência. Por conta disso, advogo que todo dia é dia da mulher com o mote que glosei de que todo homem que maltrata uma mulher não merece jamais qualquer perdão. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.


Curtindo o álbum Radamés toca Radamés (2016), do Quarteto Radamés Gnattali, integrado por Carla Rincón e Andreia Carizzi (violinos), Estevan Reis (viola) e Hugo Pilger (violoncelo), lançado em comemoração aos 110 anos de nascimento do compositor brasileiro Radamés Gnatalli (1906-1988). Veja mais aqui.

PESQUISA:
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma assembléia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher. Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus direitos e seus deveres; que, para gozar de confia nça, ao ser comparado com o fim de toda e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser inteiramente respeitados; e, que, para serem fundamentadas, doravante, em princípios simples e incontestáveis, as reivindicações das cidadãs devem sempre respeitar a constituição, os bons costumes e o bem estar geral. Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser Supremo , os seguintes direitos da mulher e da cidadã: Artigo 1º A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum. [...].
Trecho da Declaração dos direitos da mulher e da cidadã (França, setembro de 1791, da feminista, revolucionária, historiadora, jornalista, escritora e dramaturga Olympe de Gouges (1748-1793), documento proposto à Assembleia Nacional da França, durante a Revolução Francesa(1789-1799). Ela ao se opor abertamente a Robespierre acaba por ser guilhotinada em 1793, condenada como contrarevoluionária e denunciada como uma mulher "desnaturada”.

LEITURA
Segredos / são degredos / como pombas / são aves / não por terem / asas / nem casas / ao vento / há aves / e caves / e caves / sem aves / sentinelas / da solidão / de incógnita / dimensão / segredos / são degredos / como os amantes / são eclipses / não por terem / o sexo apunhalado / de nexo / nem por fazerem amor / ao som do jazz / na solidão dos relógios.
Hibernação II, da poeta moçambicana Magdalena Isabel Monteiro (Colectânea breve de literatura moçambicana – Identidades/Gesto, 2000). (Imagem: artistas moçambicanos). Veja mais aqui, aqui e aqui.

PENSAMENTO DO DIA:
O amor, em quem está feliz, é querer partilhar o sofrimento do amado infeliz. O amor, em quem está infeliz, é satisfazer-se  com o simples conhecimento de que o amado desfruta a alegria, sem ter parte nesta alegria, nem sequer desejar te parte nela. [...] É um erro desejar ser compreendido antes de ter elucidado a si mesmo aos próprios olhos. É buscar prazeres na amizade, e não merecidos. Você venderia sua alma pela amizade. Aprenda a repelir a amizade, ou melhor, o sonho da amizade. Desejar amizade é um grande erro. A amizade deve ser uma alegria gratuita como as que oferecer a arte, ou a vida. É preciso recusá-la para ser digno de recebê-la: ela é da ordem da graça (‘Meu Deus, afastai-vos de mim…’). É dessas coisas que são dadas por acréscimo. Todo sonho de amizade merece ser quebrado. Não é por acaso que você nunca foi amado…Desejar escapar à solidão é uma covardia. A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela se exerce (é uma virtude). [...] Devemos ter cometido crimes que nos tornaram malditos, uma vez que perdemos toda a poesia do universo.
Trecho da obra A Gravidade e a Graça (Martins Fontes, 1993), da escritora, mística e filósofa francesa Simone Weil (1909 – 1943). Veja mais aqui, aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA: 
A arte do escultor e professor Bruno Giorgi (1905-1993).

Veja mais sobre Primeira Reunião: Coágulos, coágulos, O princípio da totalidade de Stephano Sabetti, o pós-humanismo de Lucia Santaella, Lila Ripoll, Marcus Viana, Chen Kaige, Bruno Giorgi, Joseph-Nicolas Robert-Fleury & Psicodrama aqui.

DESTAQUE
A arte do arquiteto, decorador, fotógrafo e projetista dinamarquês Arne Jakobsen (1902-1971).

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Nude, arte do pintor, retratista e paisagista espanhol Jose Higuera.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.