ALÔ, ALÔ BRASIS! – Alô,
gentamiga dos zis Brasis! Segunda feira na área, dia de branco! Pé na tábua! I que
foi, já era; o que não foi, pode ser e será. É só arregaçar as mangas, alinha
da gola à braguilha em riba da fivela e seja lá o que Deus quiser! Gente é pra
ser maior que o próprio tamanho. Quinhão, cada um que mereça! Aproveite a
oportunidade, tino certo e mande ver: todo mundo merece ser feliz. Não adianta
resmungar nem repisar o enterro da bezerra estimada, agora é outra hora, saia
do poço sem fundo, seguir em frente, serelepe, apurando o discernimento e a autocrítica.
Tudo muda de lugar e se disfarça tão bem depois, Bidu! E mesmo que saia na base do mambembe, a
gente tem que saber sair das derrapagens, ritos de passagens, mazelas. É hora
de dar o melhor de si e não se curvar ao arbítrio! Tem mesmo que ir naquela do equilíbrio
entre a fama e infâmia, entre o fútil e o inútil, livre-se das ciladas! Cada
qual os seus 15 minutos de celebridade com uma lapa de língua de fora! Não há
mal algum nisso, só se deve chamar pelo nome correto. Quem sangra não se
entrega! Bingô! Não se esqueça de, no final do dia, lamber as feridas expostas
e as chagas abertas de décadas, prestando contas com o presente de débitos com
o passado. Também saiba que você nunca estará sozinho no disparate. A propósito,
como é que é, hem? A gente vai deixar o Temeroso pegar gosto mesmo é? Cada qual,
cada qual: ou se admira pela ignorância ou por complexo de inferioridade. Nada daquela
de que somos o que nada podemos. Lixo mental. Uma voz em off: ninguém está
livre de sua própria responsabilidade, convenhamos, nossos filhos crescerão e a
História será inexorável na horagá. E papapá papapá. Faça o seu bom dia melhor
que uma boa tarde que sirva de boa noite! Pra quem só vive o aqui e agora,
saiba: amanhã será outro dia e chega já! Vamos aprumar a conversa! PS: um abração
fraterno pros poetamigos Natanael Lima & Frederico Spencer pelo Domingo com Poesia! Vamos sempre juntos aprumando a conversa & tataritaritatatá! © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
LERO LERO
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem
me quer
Porque no amor quem perde quase sempre
ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa se
puder
Não guardo mágoa, não blasfemo, não
pondero
Não tolerolero lero lero devo nada pra
ninguém
Sou descasado, minha vida eu levo a muque
Do batente pro batuque faço como me
convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça
Faço versos por pirraça e também por
precisão
De pé quebrado, verso branco, rima rica
Negaceio, dou a dica, tenho a minha
solução
Sou brasileiro, tatu-peba taturana
Bom de bola, ruim de grana, tabuada sei
de cor
Quatro vez sete vinte e oito nove fora
Ou a onça me devora ou no fim vou rir
melhor
Não entro em rifa, não adoço, não tempero
Não remarco, marco zero, se falei não
volto atrás
Por onde passo deixo rastro, deixo fama
Desarrumo toda a trama, desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem
me quer
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra onde canta
o sabiá
Desacredito no azar da minha sina
Tico-tico de rapina ninguém leva o meu
fubá
(Lero
lero, Edu Lobo & Cacaso)
PESQUISA:
[...] o homem só se torna homem graças à sua
capacidade de separar-se de si mesmo e de identificar-se com o outro. [...]
É preciso desdobrar-se, ter liberdade
para conquistar um mundo imaginário, projetar-se além para tomar posse do reino
espiritual. Em todo verdadeiro ato de comunicação, enquanto permaneço eu, preciso
assumir o papel do outro, pressentindo o que o outro espera de mim e vivendo a
intimidade do seu sofrimento e da suia alegria. Só através desse ato de empatia
é possível o verdadeiro diálogo com o outro. [...] é preciso saber assumir papéis.
Trecho extraído do livro Texto/Contexto
(Perspectiva, 1976) do crítico e teórico de teatro germano-brasileiro Anatol
Rosenfeld (1912-1973). Veja mais aqui.
LEITURA
[...] Os matuto do sertão / tá ficando intristecido
/ vendo o cordé sem sentido / recebendo ixtrema-unção, / s[o nos resta a devoção
/ prú santo do Juazêro / não deixá cái no chão / o ofiço do vaquêro [...] Prú favô, prú compaxão, / não dêxim morrê a míngua
/ a mais brejêra das língua / que marcô a nossa glóra, / uma nasção sem memora
/ não tem seu voto minerva, / Brasí que não se conserva / é um Brasí sem Históra.
Fragmento
do poema Salve o cordé, extraído da
obra Salve o cordel (Autor, 1985), do
poeta alagoano Chico Novaes. Veja
mais aqui e aqui.
PENSAMENTO DO DIA:
O desejo é a própria essência do homem, enquanto concebida como
determinada a fazer algo por uma afecção qualquer nela verificada... A alegria é
a passagem do homem de uma perfeição menor para uma maior, a tristeza é a
passagem do homem de uma perfeição maior para uma menor... O amor é a alegria
acompanhada da idéia de uma causa exterior. A vontade do amante de se unir à
coisa amada não exprime a essência do amor, mas uma propriedade deste.
Trechos
extraídos da Ética demonstrada à maneira dos geômetras
(1677 - Martin Claret, 2002), do filósofo racionalista holandês Baruch Espinoza (1632-1677). Veja mais aqui, aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
A arte do fotógrafo e cineasta estadunidense Albert Arthur
Allen
(1886-1962).
Veja mais sobre Primo Levi, Molière, Pyotr
Tchaikovsky, Pierre Bourdieu, A mulher heróica de Allan B. Chinen, a
literatura de cordel de Leandro Gomes de Barros, Jacques Demy, Charb, Sebastiano Ricci & Anouk
Aimée aqui.
DESTAQUE:
A arte
gravadora, escultora, pintora, professora e artista multimídia Lygia Pape. Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Study of a Female Nude (1840),
do pintor e retratista franco-germânico Henri
Lehman (1814
- 1882).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra – Peace in World
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.