segunda-feira, agosto 01, 2016

ESPINOZA, ANATOL ROSENFELD, EDU LOBO, CHICO NOVAES, ALBERT ARTHUR ALLEN, LYGIA PAPE, HENRI LEHMAN & BRASIS


ALÔ, ALÔ BRASIS! – Alô, gentamiga dos zis Brasis! Segunda feira na área, dia de branco! Pé na tábua! I que foi, já era; o que não foi, pode ser e será. É só arregaçar as mangas, alinha da gola à braguilha em riba da fivela e seja lá o que Deus quiser! Gente é pra ser maior que o próprio tamanho. Quinhão, cada um que mereça! Aproveite a oportunidade, tino certo e mande ver: todo mundo merece ser feliz. Não adianta resmungar nem repisar o enterro da bezerra estimada, agora é outra hora, saia do poço sem fundo, seguir em frente, serelepe, apurando o discernimento e a autocrítica. Tudo muda de lugar e se disfarça tão bem depois,  Bidu! E mesmo que saia na base do mambembe, a gente tem que saber sair das derrapagens, ritos de passagens, mazelas. É hora de dar o melhor de si e não se curvar ao arbítrio! Tem mesmo que ir naquela do equilíbrio entre a fama e infâmia, entre o fútil e o inútil, livre-se das ciladas! Cada qual os seus 15 minutos de celebridade com uma lapa de língua de fora! Não há mal algum nisso, só se deve chamar pelo nome correto. Quem sangra não se entrega! Bingô! Não se esqueça de, no final do dia, lamber as feridas expostas e as chagas abertas de décadas, prestando contas com o presente de débitos com o passado. Também saiba que você nunca estará sozinho no disparate. A propósito, como é que é, hem? A gente vai deixar o Temeroso pegar gosto mesmo é? Cada qual, cada qual: ou se admira pela ignorância ou por complexo de inferioridade. Nada daquela de que somos o que nada podemos. Lixo mental. Uma voz em off: ninguém está livre de sua própria responsabilidade, convenhamos, nossos filhos crescerão e a História será inexorável na horagá. E papapá papapá. Faça o seu bom dia melhor que uma boa tarde que sirva de boa noite! Pra quem só vive o aqui e agora, saiba: amanhã será outro dia e chega já! Vamos aprumar a conversa! PS: um abração fraterno pros poetamigos Natanael Lima & Frederico Spencer pelo Domingo com Poesia! Vamos sempre juntos aprumando a conversa & tataritaritatatá! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

LERO LERO
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder
Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero
Não tolerolero lero lero devo nada pra ninguém
Sou descasado, minha vida eu levo a muque
Do batente pro batuque faço como me convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça
Faço versos por pirraça e também por precisão
De pé quebrado, verso branco, rima rica
Negaceio, dou a dica, tenho a minha solução
Sou brasileiro, tatu-peba taturana
Bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor
Quatro vez sete vinte e oito nove fora
Ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa, não adoço, não tempero
Não remarco, marco zero, se falei não volto atrás
Por onde passo deixo rastro, deixo fama
Desarrumo toda a trama, desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra onde canta o sabiá
Desacredito no azar da minha sina
Tico-tico de rapina ninguém leva o meu fubá
(Lero lero, Edu Lobo & Cacaso)
Veja mais aqui e aqui.

PESQUISA:
[...] o homem só se torna homem graças à sua capacidade de separar-se de si mesmo e de identificar-se com o outro. [...] É preciso desdobrar-se, ter liberdade para conquistar um mundo imaginário, projetar-se além para tomar posse do reino espiritual. Em todo verdadeiro ato de comunicação, enquanto permaneço eu, preciso assumir o papel do outro, pressentindo o que o outro espera de mim e vivendo a intimidade do seu sofrimento e da suia alegria. Só através desse ato de empatia é possível o verdadeiro diálogo com o outro. [...] é preciso saber assumir papéis.
Trecho extraído do livro Texto/Contexto (Perspectiva, 1976) do crítico e teórico de teatro germano-brasileiro Anatol Rosenfeld (1912-1973). Veja mais aqui.

LEITURA
[...] Os matuto do sertão / tá ficando intristecido / vendo o cordé sem sentido / recebendo ixtrema-unção, / s[o nos resta a devoção / prú santo do Juazêro / não deixá cái no chão / o ofiço do vaquêro [...] Prú favô, prú compaxão, / não dêxim morrê a míngua / a mais brejêra das língua / que marcô a nossa glóra, / uma nasção sem memora / não tem seu voto minerva, / Brasí que não se conserva / é um Brasí sem Históra.
Fragmento do poema Salve o cordé, extraído da obra Salve o cordel (Autor, 1985), do poeta alagoano Chico Novaes. Veja mais aqui e aqui.

PENSAMENTO DO DIA:
O desejo é a própria essência do homem, enquanto concebida como determinada a fazer algo por uma afecção qualquer nela verificada... A alegria é a passagem do homem de uma perfeição menor para uma maior, a tristeza é a passagem do homem de uma perfeição maior para uma menor... O amor é a alegria acompanhada da idéia de uma causa exterior. A vontade do amante de se unir à coisa amada não exprime a essência do amor, mas uma propriedade deste.
Trechos extraídos da Ética demonstrada à maneira dos geômetras (1677 - Martin Claret, 2002), do filósofo racionalista holandês Baruch Espinoza (1632-1677). Veja mais aqui, aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
A arte do fotógrafo e cineasta estadunidense Albert Arthur Allen (1886-1962).

Veja mais sobre Primo Levi, Molière, Pyotr Tchaikovsky, Pierre Bourdieu, A mulher heróica de Allan B. Chinen, a literatura de cordel de Leandro Gomes de Barros, Jacques Demy, Charb, Sebastiano Ricci & Anouk Aimée aqui.

DESTAQUE:
A arte gravadora, escultora, pintora, professora e artista multimídia Lygia Pape. Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Study of a Female Nude (1840), do pintor e retratista franco-germânico Henri Lehman (1814 - 1882).
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra – Peace in World
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja aqui e aqui.