A VIDA PASSA E VOU VIVENDO - UMA: APRENDENDO NO TEATRO DA VIDA – Lá em
casa tinha muitas estantes com livros, muitos. Como eu vivia entre o quintal, a
escola e o escritório do meu pai, no dia que eu saí desse trajeto numa fugida
da boa, fui parar na Biblioteca Fenelon.
Era o que eu mais queria, estava nos meus planos e lá tive a primeira sensação
de menino que ganha um castelo de brinquedos e cheio de guloseimas. Nossa! Fiquei
um tempão só correndo os olhos para muitas aventuras. Jessiva me pegou pela mão
e me revelou toda a magia fantástica de viajá-los. Nada melhor para um fujão
reincidente. Foi numa fuga desta que dei de cara pela primeira vez com a obra
de Maria Clara Machado: Aprendi que amadurecer dói, mas o fruto pode
ser bom. Na hora, ainda menino, não entendi muito esta frase. Só com o
tempo, na idade que hoje, dela constato: Verifiquei
na pele que o começo da velhice não é obrigatoriamente o abandono da
criatividade. Sou prova viva disto, atesto. DUAS: PARA QUEM VIVEU A VIDA TODA NO MUNDO DA LUA, NENHUMA REALIDADE É
DESESPERADORA – Logo que aprendi a ler estreitei o convívio com os livros,
maior viagem. Como eu disse: a minha vida era entre os meus amigos invisíveis do
quintal, os livros das estantes de painho e a adoração pela professora do primário. Adorava contar
histórias pros amigos invisíveis e pras coleguinhas da rua, inventando outras
tantas na hora e dizendo que era de um livro tal. Inventava muitas, era assim
que seduzia tias, madrinhas e vizinhas, o meu álibi. Hoje sei o que queria
dizer Charles Baudelaire: A imaginação é positivamente aparentada com
o infinito. Ainda hoje, a minha forma de mentir porque ainda não morri. TRÊS: ATÉ QUE NEM TANTO NOSTÁLGICO ASSIM
- Como falei de infância, imaginações e mentiras, uma pasta dos meus arquivos
caiu-me ao pé. Doeu. Pasta volumosa. Sabia do recheio, mas não lembrava. Fui ver:
fotos, recortes de jornais, publicações, rascunhos, cartas, coisas de ontem e
do tempo do ronca. Um bocado de fotografias. Por isso que Eadweard Muybridge sempre disse ao meu ouvido: Somente a fotografia conseguiu dividir a vida humana em
uma série de momentos, cada um com o valor de uma existência completa. É, ainda estou
vivo e nem morri mesmo, hehehehehe! © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] Muitos médicos, enfermeiras e,
sobretudo, as auxiliares daquele hospital, depois de algum tempo, começaram a
adoecer. Mais tarde morreriam. Mas na época ninguém sabia disso… [...]. Trecho
extraído da obra Vozes de Tchernóbil
(Companhia das Letras, 2016), da escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, que desabafou
após o seu lançamento: A Humanidade não
estava pronta. Eu não sou jornalista. Não permaneço no nível da informação, mas
exploro a vida das pessoas, sua compreensão da vida. Também não faço o trabalho
de um historiador, porque tudo começa, para mim, no ponto de término da tarefa
do historiador: o que se passava pela cabeça das pessoas após a batalha de
Stalingrado ou após a explosão de Chernobyl? Eu não escrevo a história dos
fatos, mas a história das almas. Veja mais aqui.
VIDA & MORTE - [...] É
assombroso entender que o lugar onde uma mulher mais está em perigo é, de fato,
sua própria casa. [...] Quase tudo o
que sabemos agora sobre como ajudar as pessoas que foram torturadas em prisões
em situações de repressão política vem do que aprendemos estudando o que é
feito com mulheres espancadas — porque no lar a situação é praticamente a mesma.
[...] Há uma ideologia para romantizar
aquilo que diz que o uso da força é uma expressão de forte sentimento a uma
mulher: quando um homem usa várias gradações de força contra ela, o que ele
está fazendo é expressar seu profundo desejo por ela. [...] O problema da liberdade humana nunca foi
considerado do ponto de vista da vida de uma mulher. [...] As mulheres nunca serão livres a menos que
não sejam mais tratadas como objetos, o que inclui objetos sexuais. [...].
Trechos extraídos da obra Life and Death
(Free Press, 1997), da escritora estadunidense Andrea Dworkin (1946-2005).
O TEATRO DE ROBERTO ARLT
O teatro
completo do dramaturgo, escritor e jornalista argentino Roberto Arlt (1900-1942). Veja mais aqui.
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A ARTE DE NANÁ SODRÉ
Nós somos ancestrais, intuição, isso é poder.
NANÁ SODRÉ - A arte da atriz, professora, diretora e
produtora cultural Naná Sodré,
fundadora do grupo e espaço cultural O Poste Soluções Luminosas. Veja mais
aqui.
A FOTOGRAFIA DE LORNA SIMPSON
A arte da fotógrafa e
artista multimídia afro-americana, Lorna
Simpson.
A ARTE DE LAÍS DOMINGUES
A arte
da artista visual Laís Domingues que
trabalha com fotografia, vídeo e bordado. Ela desenvolve o projeto Bordando o
Feminino, intercâmbio cultural com as bordadeiras de Passira, no agreste
pernambucano. Veja mais aqui.
PERNAMBUCO ART&CULTURAS
O TEATRO
DE LUIZ MARINHO
A arte do
teatrólogo Luiz Marinho (1926-2002),
com sua obra voltada para os costumes recolhendo histórias, situações e
personagens do convívio cotidiano e familiar aqui e aqui.
A
literatura de Djanira Silva do Rego Barros aqui.
A obra do
professor, advogado de formação, teatrólogo,
ator e animador cultural Miguel Jasseli (1902 - 1964) aqui.
A poesia
do poeta popular João José da Silva aqui.
Pesadelo:
rememorando uma prisão política, de José
Nivaldo aqui.
A música de Félix Porfírio aqui.
Os quadrinhos de Sandro Marcelo aqui.
A cidade, a urbanização e as enchentes aqui.
A cantiga do mamoeiro aqui.
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OFICINAS ABI – 2º SEMESTRE 2020