O TERMÔMETRO DA DESGRAÇA SUBINDO E A GENTE SÓ
DE MUTUCA – DE PRIMEIRA: Ih, algo deu
errado (Grande novidade no Brasil de hoje, hem). Mas, aí é só sacar a tuia de palavra, palavrinha e palavrão e
pronto! Resolvido. Não? Ora, qualquer que seja o aperto, o sopapo ou topada,
derrapagem na maionese ou ingresiento trinca-colhão, bug ou desconfiguração
geral, camisa de força que seja, não dá outra, meu. Nessa hora a Eneida de Moraes dá o exemplo e solta o
verbo: Eu só sei quatro palavrões,
e quando vem a dor eu emprego esses quatro palavrões o dia todo. Já pedi aos
meus amigos para me ensinarem outros, mas eles não me ensinam, então eu uso os
quatro. Ninguém vai me dizer que o palavrão não alivia, porque alivia sim. Ora,
ora. Qualquer um pode se valer do Grito de Munch ou os Uivos de Ginsberg, do esparro na cena de Plinio ou a sacanagem de Lucinda, Shout de Tears for Fears
ou o Fuck you da Lily Allen, um soneto de Mattoso ou Comer o coração de Mantero, os
grafites de Bansky ou os murais de Kate DeCiccio, seja o que for, dá
tudo no mesmo! Quer melhor ajuda que a do D.H. Lawrence: Para o
puritano tudo é impuro. Principalmente nesses tempos em que a
mentira é repetida e motorizada massivamente só para acobertar a hipocrisia.
Como não faço distinções, digo logo: quando não dá mais para segurar o
insuportável, não adianta maquear nem dar um banho de loja. Simplesmente, desça
do tamanco e aperte o pitoco, nada mais aliviante que um foda-se bem dado. Ufa!
Estava mais do que na hora! DE SEGUNDA,
SÓ QUE HOJE JÁ É TERÇA – Ah, claro, tem quem viva às mil maravilhas, oxe!
Conheço gente do bem (e muitas, por sinal) que está sempre com um riso largo
acima de qualquer circunstância, encaram tudo com naturalidade, compreensivas,
amáveis, afetuosas. Tive a sorte de ter por parte da minha mãe, gente dessa
natureza. Esses familiares me deram a compreensão do olhar para sacar a do Yves Klein: O mundo é azul. E o melhor dele foi
poetizar: O espaço está esperando nosso
amor, como eu estou desejando por você; vá comigo, viajando pelo espaço...
Vou nessa sempre, vamos? DE TERCEIRA
PORQUE TERIA MAIS, MAS JÁ ESTÁ BOM DEMAIS - É com o tempo que a gente
aprende a agir do melhor modo e maneira. Pode não ser de primeira, mas da
segunda em diante, tirante o que ronda de fortuito, leva-se na maior.
Experiência calejada prevê um bocado de coisa. Já dizia Ralph Waldo Emerson: Os anos ensinam muitas coisas que os dias desconhecem. Mas,
em cima da bucha, ele adverte: O bom
senso é tão raro quanto o gênio. Aí, sim. Isso porque têm uns poucos que se
banham com a sabedoria, outros não possuem a mesma sorte: quanto mais
envelhecem, mais ranzinzas e retrógrados. Eu mesmo pensava que depois de 1988,
o Brasil havia evoluído. Ledo engano, menos de 20 anos depois isso foi por
terra e jogou na cara o que dizia Maquiavel:
Um povo corrompido que atinge a liberdade
tem maior dificuldade em mantê-la. Sou forçado, mesmo que a contragosto, a
ter que considerar isso nesse tempo de estupidez coisonária. Vamos aprumar a
conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] Você só
consegue entender uma pessoa de verdade quando vê as coisas do ponto de vista dela. [...] –
Se não era, deve ter ficado. Nunca
sabemos como realmente vivem as pessoas. O que acontece por trás das portas
fechadas, os segredos. [...] mas às
vezes temos que encarar as coisas da melhor maneira possível e saber como nos
comportar quando as coisas vão mal… [...] Queria que você a conhecesse um pouco, soubesse o que é a verdadeira
coragem, em vez de pensar que coragem é um homem com uma arma na mão. Coragem é
fazer uma coisa mesmo estando derrotado antes de começar [...] E mesmo assim ir até o fim, apesar de tudo.
Você raramente vai vencer, mas às vezes vai conseguir. [...] a gente pode escolher os amigos, mas não
nossa família, que nossos parentes continuam sendo parentes, quer a gente
queira reconhecê-los quer não. E que não aceitar isso nos faz parecer todos.
[...] Se só existe um tipo de gente, por
que as pessoas não se entendem? Se são todos iguais, por que se esforçam para
desprezar uns aos outros? [...]. Trechos extraídos da obra O sol é para todos (José Olympio, 2006), da
premiada escritora estadunidense Harper
Lee (1926-2016), reunindo as memórias familiares e que, transformado para o
cinema, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 1962.
O CINEMA DE NICOLE GARCIA
Não sou romântica, gosto é do romanesco, não é a mesma coisa. É que o
romanesco pode ser áspero, violento e duro.
NICOLE GARCIA – A arte da cineasta, atriz, roteirista e diretora francesa
Nicole Garcia, diretora de filmes como Mal de Pierres (2016)
Un Beau Dimanche (2013), Selon Charlie (2006), L’Adversaire (2002), Place
Vendôme (1998), Le Fils préféré (1994), Um week-end sur deux (1990) e 15 août (1986),
entre outros em que atuou como atriz ou roteirista. Veja mais aqui.
A ESCULTURA DE WANDA STANG
Sonhos e desejos caracterizar o humano. Todo mundo tem
uma força motriz dentro. É preciso reconhecer e entender que é capaz de seguir
seu próprio caminho.
WANDA STANG - A arte da artista visual e escultora alemã Wanda Stang, cuja obra
reflete suas ideias, seja no desenho, seja na escultura ou na pintura,
experimentando uma diversidade de sensações, explorações e invenção, ao abordar
questões de observação, distância, compartilhamento e as fronteiras entre as
esferas pública e privada. Veja mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
Minha mãe pensava que eu ia todo dia ao liceu, mas, na verdade, eu ia
desenhar num lugar chamado La Grande-Chaumière. Ficava o dia inteiro lá. Depois
de um momento, naturalmente, ela percebeu e achou que eu fosse repetir o ano…
Uns amigos diziam, ‘deixa ela desenhar, fazer como ela quer’. Eles me salvaram.
A arte
da artista Marianne Peretti, a mais
importante vitralista do Brasil e a única mulher a integrar a equipe de
artistas da construção de Brasília.
A música
de Luiz Bandeira aqui.
A poesia
de Telma Brilhante aqui.
Quadrinhos:
a nona arte aqui.
Das
quedas, perdas e danos aqui.