OS MEUS TANTOS EUS – O que aprendi da solidão, nada mais que a
descoberta para conviver com meus tantos eus. Uma barra. Um a um aparecendo e
se firmando, dizendo ao que veio e impondo-se ora enraivecido, ora entediado,
ou largado ao pleno abandono, enquanto apenas eu só queria paz. Imagina. Qual nada,
assaltado entre o grito e o silêncio, demolido e esquartejado. É que Deus
deu-me nozes e eu sem dentes. Fiz o que pude, ainda faço o que posso. De primeira
o poetastro se insurgiu com seus pseudepinícios feitos madrigais e loas
vociferadas. Depois, o plumitivo, as escrituras definitivas quando imbróglios
espalhafatosos. E veio o tocador metido a lirista com pandorgas aos trololós e
charivaris de sol-e-dó; quanta ideia, nada que valha, só inventando mel-de-pau de
puro engodo ou a pólvora para incendiar-me desvalido – como se fossem originais
o que já sabido e ressabido. Um desfiado de rosário, apenas, um destampatório
de asneiras, e eu xexéu fugindo das injúrias e imundícies. O pior quando se
insinuavam todos ao mesmo tempo, explosivos, preponderantes, confusão dos
diabos. Desgraça pouca é bobagem. E todos me habitam qual rã da fábula
pretendente de se tornar robusto bovino: não cabendo na pele, inchava todo, a cantar
cigarra até a ecdise. Como se não soubesse que nunca o mel será para a boca de
asno, talvez por nunca me ter dado por achado, avalie. Coabitam-me para que
aprenda o ambíguo, o ambivalente, essa dicotomia que sou a me rasgar: voo sorridente,
você nem sabe, uma guerra troa dentro de mim. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: A civilização avança com
o pensamento livre, a liberdade de expressão, os homens livres. O Estado,
agente e escravo da Igreja, há muito tempo se une a ele na supressão da
inteligência da mulher, há tanto tempo pregando poder somente ao homem, que
criou uma tendência herdada, uma linha inata de pensamento em relação à
repressão. Pensamento da ativista abolicionista e livre pensadora estadunidense
Matilda Joslyn Gage (1826-1898), que
atuou na defesa do sufrágio universal, pelos direitos dos nativos estadunidense
e autora prolífica autointitulada “nascida com ódio pela opressão”.
KIKI MONTPARNASE - Sinto uma dor no coração
ao pensar que hoje à noite você estará sozinho em sua cama, eu te amo demais,
seria bom se eu te amasse menos porque você não foi feito para ser amado, você
é muito calmo. Às vezes eu tenho que te implorar por uma carícia, por um pouco
de amor... Mas eu tenho que te aceitar como você é, afinal você é minha amante
e eu te adoro; você vai me fazer morrer de prazer, amor e dor. Eu mordo sua
boca até que sangre e fico bêbado com seu olhar indiferente e às vezes malvado.
Tudo o que preciso é de cebola, pão e uma garrafa de vinho tinto, e sempre
haverá alguém disposto a me oferecer. Pensamento da cantora,
atriz, memorista, modelo e pintora francesa Kiki de Montparnasse, pseudônimo
adotado pela lindíssima Alice Ernestine Prin (1901-1953), a Rainha de
Montparnasse, uma das mais importantes representantes da cultura liberada de
Paris na década de 1920, cantada, decantada e retratada por artistas como Man Ray, Francis Picabia, Jean Cocteau, Alexander Calder, Ernest Hemingway, Samuel
Putnam, Chaim Soutine, Julian Mandel, Arno Breker, Per Krohg, Hermine David,
Pablo Gargallo, Mayo, Tono Salazar, Moïse Kisling, Sanyu, Tsuguhary Foujita,
Constant Detré, Fernand Léger, Mahlon Blaine, Samuel Roth, Gustav Gwozdecki, José-Louis
Bocquet e Catel Muller, entre outros, todos reunidos por seus biógrafos Bilie
Klüver e Julie Martin. Na sua filmografia constam L'Inhumaine (1923), de
Marcel L’Herbier; Le Retour à la Raison (1923), curta-metragem de Man
Ray; Ballet Mécanique (1923), curta-metragem de Fernand Léger; Entr'acte
(1923)m, curta-metragem de René Clair; La Galerie des valsa monsters (1923),
de Jaque Catelain; Emak-Bakia (1926), curta-metragem de Man Ray; L'Etoile
de mer (1928), de Man Ray; Paris express ou Lembranças de Paris
(1928), curta-metragem de Marcel Duhamel; Le Capitaine jaune (1930), de Anders
Wilhelm Sandberg; e Cette vieille canaille (1933), de Anatole Litvak.
Veja mais aqui.
O TEATRO DE SAMUEL BECKETT
A arte sempre foi isto - interrogação pura, questão retórica sem a
retórica - embora se diga que aparece pela realidade social. Os moralistas são
pessoas que coçam onde os outros têm comichão. As palavras são manchas
desnecessárias sobre o silêncio e o nada. As palavras são só o que temos.
SAMUEL BECKETT - A arte
do escritor e dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989), recebeu o
Prêmio Nobel de Literatura de 1969, é autor do Teatro do Absurdo que se tornou
minimalista, um dos escritores mais influentes do século XX, influenciado por
James Joyce e considerado um dos últimos modernistas e um dos primeiros
pós-modernistas. Veja mais aqui, aqui e aqui.
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A ARTE DE GRAÇA CARPES
Estar
vivo é acumular sóis!
GRAÇA CARPES - A arte da poeta, atriz, clown e produtora
cultural, Graça Carpes que escreve
poesias, contos, roteiros, histórias infantis e atua na pintura, escultura e
audiovisual. Veja mais aqui e aqui.
A FOTOGRAFIA DE ALINE BRANT
Me apaixonei pela prática da intervenção em fotografia impressa e passei
a utilizar linhas nesta composição. Fui usando práticas que sempre utilizei
livremente, como a costura, o macramê, o crochê e o tricô. Mais tarde encontrei
no bordado livre um formato ideal para ilustrar as fotografias e nortear um
caminho de comunicação artística.
ALINE BRANT – A arte da fotógrafa Aline Brant que trabalha com utilização
do retrato coo ferramenta para criação de obras, integrante da vertente da
intervenção analogica em fotografia, aplicando técnicas como bordado livre. Veja
mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
Minha relação com a fotografia começou dentro de casa, – não sei
exatamente em que parte da vida, se no final da infância ou no começo da
adolescência – meu avô e minha mãe sempre gostaram muito de fotografar, e os
álbuns de família, de viagens, sempre tiveram lugar garantido nos armários.
Acabei criando o hábito de (re)visitar sempre esses álbuns, sejam os que eu
fazia parte ou os que eu ainda nem sonhava em nascer. Viajava nas memórias e
nas lembranças que eu não vivi. E do hábito surgiu o apego e o prazer pela
imagem fotográfica.
A arte
da fotógrafa Fernanda Mafra.
A poesia
de Gilmar Leite aqui.
O cordel
de Caetano Cosme da Silva aqui.
A música
de Rosana Simpson aqui.
As trelas
do Doro aqui.
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