OS BICHOS JÁ FALAVAM E NÃO É FÁBULA DE HOJE EM DIA – Desde os
mais remotos tempos que os bichos já falavam e eu que não entendia bem isso
direito, achava que era lorota fantasiada de La Fontaine, dos irmãos Grimm,
Andersen, Orwell, ou coisa do folclore. Mas não, desde os relatos bíblicos dos
Números que se tem prova inquestionável. Não sabia? Pois lá consta que a
jumenta de Balaão, além de levá-lo na cacunda de Petor até Ir-Moabe, apesar de bastante
fustigada, o protegia da morte. Não aguentando mais as lapadas, aí chamou na
grande e reclamou do espancamento. Imagine a cara de Balaão na hora, hem? Eu era
ainda menino quando conversava com meus amigos invisíveis e, vez em quando,
trocava uns papos com bois, cavalos, cachorros, carneiros e outros bichos no
engenho do meu avô. De lá para cá é que me afastei um pouco, não tenho mais
nenhuma intimidade com a bicharada, mas sei que ela anda por aí no maior
converseiro. Assim também fizera Francis, o burro que falou calando os melhores
oficiais do estado-maior do exercito estadunidense, gente, durante a segunda
Grande Guerra. Foi. Verdade. Quem não viu as seis sequências duma comédia da
série do Lubin, em preto-e-branco, com o tenente que foi enviado à enfermaria psiquiátrica
porque insistia que a mula tinha falado com ele e o salvara com a realização de
feitos. É o que se encontra relatado também em detalhes nos filhos da
meia-noite de Rushdie e, também, nas Reinações de Narizinho sobre o Pó de
Pirlimpimpim de Lobato, tornando-se este último, inclusive, um muar conselheiro.
Não é lorota não, a vida imita a arte e vice-versa, pois já previa o provérbio que quando um bicho fala o outro
abaixa a orelha ou a gente se cala, ora, e encerra a conversa causticamente, haja
vista não se tirar qualquer proveito em discutir em planos desiguais. Então, não
se deve ignorar coisonários e coisadas por serem tão estúpidos quanto sórdidos, vem
de longa data tanto destempero. Se o jumento é nosso irmão, como dizia
Gonzagão, por que outros bichos não? É certo que tem aqueles que são mais
ariscos, pérfidos e ranzinzas. É só se precaver, andar prevenido. Eu mesmo já
estou vacinado e nem me contamino com as aberrações deles, reconheço que tenho lá
um tanto de doidice na minha conta de estupidez, afinal também sou filho de
Deus, né? Perdoar não é fácil; tolerar, muito menos. Mas leve na conta do de menos, sei que precisa muita paciência e sirva-se do segredo da comédia de que as aberrações nos leva a corrigir os disparates, tomara. Não estou com isso querendo minimizar as
questões abjetas da estupidologia nem
deixar por menos as patetadas coisonárias, nada disso, longe de mim. Apenas que
sempre existiram e agora se assumiram publicamente, a gente que não se dava
conta. E vamos aprumar a conversa. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: [...]
O feminismo... É colocar a mulher no seu
lugar. Levar-lhe aí os seus direitos, pois que ela deve intervir positivamente
nos assuntos políticos, nas finanças, nos negócios, a fim de garantir com mais
eficiência o esteio forte da família e do lar. Ela deve ensinar aos filhos o
caminho reto do dever, a aplicação de patrimônios, a honestidade e a justiça...
[...] Ser mãe é a mais bela, a mais nobre
e a mais grandiosa missão da mulher. Ser mãe é ser deusa. É ser rainha. Quantas
mulheres não se julgariam imensamente felizes se ouvissem uma boquinha rósea
chamar-lhe: mamãe... [...]. A mulher deve
ter o maior culto do Belo e a mais ampla noção da Estética. [...]. Trechos
extraídos de Sua Excia. a presidente da
República no ano de 2500 (1929 - Tempo Brasileiro/UFG, 1996), da escritora e
advogada Adalzira Bittencourt
(1904-1976), um romance futurista baseado nos ideais do Partido Republicano
Feminino, retratando uma sociedade utópica governada por Mariângela de
Albuquerque, personificada nos ideais positivista de perfeição física e moral,
em que o feminismo triunfa e transforma o país. A autora defendia a educação
nos moldes do Manifesto da Escola Nova e de Anísio Teixeira, tendo publicado diversas
obras sobre a participação política e social das mulheres, também publico o livro
de poemas Corça e Leão (Duprat
Mayenca, 1929), entre outros.
SE OS BICHOS FALAVAM, COISOS & COISADAS AGORA SIM, ORA! - O relato
da jumenta de Balaão está registrada no Livro dos Números, 22:28-41, na Bíblia.
A revolução dos bichos (Animal Farm,
1945), romance satírico de George Orwell, narra a história de corrupção e
traição para retratar as fraquezas humanas. A série Francis, o burro falante (Francis the Talking Mule), teve
sua realização entre os anos de 1949 e 1956, dirigida por Arthur Lubin para a
Universal-Internacional. Nas Reinações de
Narizinho – O pó de pirlimpimpim (MB&Cia, 1931), aparece o Conselheiro
que é um burro falante. O romance Os
filhos da meia-noite (Dom Quixote, 2013), segunda obra de Salman Rushdie, foi publicado em 1981, conta a história de uma criança, Saleem Sinai
que nasce exatamente à meia-noite na independência da Índia e, dotada de dons
extraordinários passa a ter ligações telepática com milhares de outros filhos
da meia-noite, que foi levado para o cinema com o drama épico Midnight's Children (2012),
dirigido por Deepa Mehta. Afora as fábulas de La Fontaine, Andersen e dos
irmãos Grimm. Prova de que sempre existiram e nós que não dávamos conta. Veja
mais aqui, aqui, aqui & aqui.
O CINEMA DE KATHRYN BIGELOW
Eu sempre acreditei firmemente que cada diretor deveria ser julgado
somente pelo seu trabalho e não pelo seu trabalho baseado no seu gênero.
Hollywood é supostamente uma comunidade de pensamento avançado e pessoas que
pensam pra frente, ainda assim, esta situação horrorosa persiste para mulheres
diretoras. A discriminação de gênero estigmatiza a indústria completamente. A
mudança é essencial. Contratações de gênero neutro são essenciais.
KATHRYN BIGELOW - A arte da premiada cineasta estadunidense
Kathryn Bigelow, diretora
de filmes como The Hurt Locker (Guerra do Terror, 2008), Point Break (1991),
Strange Days (1995), K-19: The Widowmaker (2002), entre outros, que tratam
todos sobre homens e temas masculinos. Veja mais aqui.
A ESCULTURA DE PROPERZIA
DE' ROSSI
A arte
da escultora do Renascimento italiano Properzia de' Rossi (1490–1530).
Veja mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
A arte
da premiada cineasta e artista Katia
Mesel, realizadora de mais de 300 obras audiovisuais, desde El Barato (1972) até o Mago das Artes (2014).
A Antologia da Poesia Popular de Pernambuco, organizada por Mario Souto Maior e Waldemar Valente
aqui.
Responde a roda outra vez, reunindo cantadores
populares e folclóricos de Pernambuco, entre eles, Dona Honorina, Dona
Terezinha, Dona Maria Felipe, Zé Felipe, entre outros aqui.
Cordel
na Escola aqui.