terça-feira, abril 14, 2020

RUSHDIE, ORWELL, KATHRYN BIGELOW, KATIA MESEL, ADALZIRA BITTENCOURT, PROPERZIA DE' ROSSI & BICHOS FALAM MESMO!


OS BICHOS JÁ FALAVAM E NÃO É FÁBULA DE HOJE EM DIA – Desde os mais remotos tempos que os bichos já falavam e eu que não entendia bem isso direito, achava que era lorota fantasiada de La Fontaine, dos irmãos Grimm, Andersen, Orwell, ou coisa do folclore. Mas não, desde os relatos bíblicos dos Números que se tem prova inquestionável. Não sabia? Pois lá consta que a jumenta de Balaão, além de levá-lo na cacunda de Petor até Ir-Moabe, apesar de bastante fustigada, o protegia da morte. Não aguentando mais as lapadas, aí chamou na grande e reclamou do espancamento. Imagine a cara de Balaão na hora, hem? Eu era ainda menino quando conversava com meus amigos invisíveis e, vez em quando, trocava uns papos com bois, cavalos, cachorros, carneiros e outros bichos no engenho do meu avô. De lá para cá é que me afastei um pouco, não tenho mais nenhuma intimidade com a bicharada, mas sei que ela anda por aí no maior converseiro. Assim também fizera Francis, o burro que falou calando os melhores oficiais do estado-maior do exercito estadunidense, gente, durante a segunda Grande Guerra. Foi. Verdade. Quem não viu as seis sequências duma comédia da série do Lubin, em preto-e-branco, com o tenente que foi enviado à enfermaria psiquiátrica porque insistia que a mula tinha falado com ele e o salvara com a realização de feitos. É o que se encontra relatado também em detalhes nos filhos da meia-noite de Rushdie e, também, nas Reinações de Narizinho sobre o Pó de Pirlimpimpim de Lobato, tornando-se este último, inclusive, um muar conselheiro. Não é lorota não, a vida imita a arte e vice-versa, pois já previa o provérbio que quando um bicho fala o outro abaixa a orelha ou a gente se cala, ora, e encerra a conversa causticamente, haja vista não se tirar qualquer proveito em discutir em planos desiguais. Então, não se deve ignorar coisonários e coisadas por serem tão estúpidos quanto sórdidos, vem de longa data tanto destempero. Se o jumento é nosso irmão, como dizia Gonzagão, por que outros bichos não? É certo que tem aqueles que são mais ariscos, pérfidos e ranzinzas. É só se precaver, andar prevenido. Eu mesmo já estou vacinado e nem me contamino com as aberrações deles, reconheço que tenho lá um tanto de doidice na minha conta de estupidez, afinal também sou filho de Deus, né? Perdoar não é fácil; tolerar, muito menos. Mas leve na conta do de menos, sei que precisa muita paciência e sirva-se do segredo da comédia de que as aberrações nos leva a corrigir os disparates, tomara. Não estou com isso querendo minimizar as questões abjetas da estupidologia nem deixar por menos as patetadas coisonárias, nada disso, longe de mim. Apenas que sempre existiram e agora se assumiram publicamente, a gente que não se dava conta. E vamos aprumar a conversa. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] O feminismo... É colocar a mulher no seu lugar. Levar-lhe aí os seus direitos, pois que ela deve intervir positivamente nos assuntos políticos, nas finanças, nos negócios, a fim de garantir com mais eficiência o esteio forte da família e do lar. Ela deve ensinar aos filhos o caminho reto do dever, a aplicação de patrimônios, a honestidade e a justiça... [...] Ser mãe é a mais bela, a mais nobre e a mais grandiosa missão da mulher. Ser mãe é ser deusa. É ser rainha. Quantas mulheres não se julgariam imensamente felizes se ouvissem uma boquinha rósea chamar-lhe: mamãe... [...]. A mulher deve ter o maior culto do Belo e a mais ampla noção da Estética. [...]. Trechos extraídos de Sua Excia. a presidente da República no ano de 2500 (1929 - Tempo Brasileiro/UFG, 1996), da escritora e advogada Adalzira Bittencourt (1904-1976), um romance futurista baseado nos ideais do Partido Republicano Feminino, retratando uma sociedade utópica governada por Mariângela de Albuquerque, personificada nos ideais positivista de perfeição física e moral, em que o feminismo triunfa e transforma o país. A autora defendia a educação nos moldes do Manifesto da Escola Nova e de Anísio Teixeira, tendo publicado diversas obras sobre a participação política e social das mulheres, também publico o livro de poemas Corça e Leão (Duprat Mayenca, 1929), entre outros.

SE OS BICHOS FALAVAM, COISOS & COISADAS AGORA SIM, ORA! - O relato da jumenta de Balaão está registrada no Livro dos Números, 22:28-41, na Bíblia. A revolução dos bichos (Animal Farm, 1945), romance satírico de George Orwell, narra a história de corrupção e traição para retratar as fraquezas humanas. A série Francis, o burro falante (Francis the Talking Mule), teve sua realização entre os anos de 1949 e 1956, dirigida por Arthur Lubin para a Universal-Internacional. Nas Reinações de Narizinho – O pó de pirlimpimpim (MB&Cia, 1931), aparece o Conselheiro que é um burro falante. O romance Os filhos da meia-noite (Dom Quixote, 2013), segunda obra de Salman Rushdie, foi publicado em 1981, conta a história de uma criança, Saleem Sinai que nasce exatamente à meia-noite na independência da Índia e, dotada de dons extraordinários passa a ter ligações telepática com milhares de outros filhos da meia-noite, que foi levado para o cinema com o drama épico Midnight's Children (2012), dirigido por Deepa Mehta. Afora as fábulas de La Fontaine, Andersen e dos irmãos Grimm. Prova de que sempre existiram e nós que não dávamos conta. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

O CINEMA DE KATHRYN BIGELOW
Eu sempre acreditei firmemente que cada diretor deveria ser julgado somente pelo seu trabalho e não pelo seu trabalho baseado no seu gênero. Hollywood é supostamente uma comunidade de pensamento avançado e pessoas que pensam pra frente, ainda assim, esta situação horrorosa persiste para mulheres diretoras. A discriminação de gênero estigmatiza a indústria completamente. A mudança é essencial. Contratações de gênero neutro são essenciais.
KATHRYN BIGELOW - A arte da premiada cineasta estadunidense Kathryn Bigelow, diretora de filmes como The Hurt Locker (Guerra do Terror, 2008), Point Break (1991), Strange Days (1995), K-19: The Widowmaker (2002), entre outros, que tratam todos sobre homens e temas masculinos. Veja mais aqui.

A ESCULTURA DE PROPERZIA DE' ROSSI
A arte da escultora do Renascimento italiano Properzia de' Rossi (1490–1530). Veja mais aqui.

PERNAMBUCULTURARTES
A arte da premiada cineasta e artista Katia Mesel, realizadora de mais de 300 obras audiovisuais, desde El Barato (1972) até o Mago das Artes (2014).
A Literatura de Luiz Berto aqui, aqui & aqui.
A Antologia da Poesia Popular de Pernambuco, organizada por Mario Souto Maior e Waldemar Valente aqui.
Responde a roda outra vez, reunindo cantadores populares e folclóricos de Pernambuco, entre eles, Dona Honorina, Dona Terezinha, Dona Maria Felipe, Zé Felipe, entre outros aqui.
Cordel na Escola aqui.
O papa-figo de Água Preta aqui & aqui.