segunda-feira, abril 13, 2020

LIUDMILA ULITSKAIA, JONI MITCHELL, A. R. PENCK, STEFÂNIA DE MACEDO, BIBLIOTECA DA ESTUPIDEZ, ESTRADA 55 & RICARDO LOUREIRO


EXPLICANDO TODO TINTIM DA ESTUPIDOLOGIA DO FECAMEPA – O Fecamepa informa e constata arrasante o que todo mundo já sabia: a estupidez é ilimitada! – será deus quadrado terraplanista e o humano “aquilo” e aos quilos (toneladas!) que não deu certo? Einstein já havia dado a certidão: a estupidez é infinita! Bauman ria, mas foi incisivo: a humanidade fracassou! Manfred Max-Neef aprofundou e foi longe demais com uma nova ciência: estupidologia! Roberto Crema deu a confirmação: é demais! Ah, mas isso vem de longe: quem não leu as Cartas Persas de Montesquieu, ou o Tolicionário de Flaubert, ou tantas outras obras da literatura universal que nos trazem tolos desaforados ou insolentes petulantes, ah, me passei, eles não leem, só tem seus juízos, palavras, crenças e mumunhas – ironia da vida para que exista a comédia e o efeito de Dunning-Krugger, que o diga a Enciclopédia de Boxsel e as Leis de Cipolla, ou o groupthink já sacado pelo Wilde. Pois bem, para coisonários e coisadas, agora a gente destampa a verdadeira cloaca (eu preferia a... aliás, qualquer uma - sou ginófago!) de Pandora: a Biblioteca da Estupidez Humana! Em definitivo, uma coisa é certa: o estúpido só se supera mesmo na estupidez. Isto é Brasilzilzilzilzilzilzil! E vamos aprumar a conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: A literatura é a melhor coisa que a humanidade tem. A poesia é o coração da literatura, a maior concentração de tudo que há de melhor no mundo e no homem. É o único verdadeiro alimento para a sua alma. Pensamento da premiada escritora russa Liudmila Ulitskaia, autora de obras como Caso Kukótski (Relógio D’água, 2011), Daniel Stein (Alba, 2013), Funeral Divertido (Relógio D’água,2009), entre outros. Veja mais aqui.

BIBLIOTECA DA ESTUPIDEZ HUMANA
Poderoso, com os músculos dos séculos, vibra sua grande enxada e ri à terra com o vigor das idades sobre a face, carregando nas costas o leve fardo do mundo. Quem fez os êxtases e os contentamentos simples desta criatura muito poderosa para tristeza ou para esperança, sólida e chã, irmã mais velha do símio? Quem desprendeu e deixou cair esse maxilar brutal? De quem foi o sopro que produziu uma breve centelha em seu cérebro? Esta é a coisa que a Natureza fez e deu pra lutar com terras e mares não conquistados, pra cavar, rachar lenha, combater por ti e por mim, que acompanhamos as estrelas, que estudamos o céu buscando poder e alimentando ilusão de eternidade. Assim sonhou a Natureza quando deu forma aos sóis e marcou seu caminho na amplidão antiga. Em todos os planetas do universo cheio de estrela não há forma mais transbordante de esperança que esta, o mais eloquente estratagema da Natureza, que se move sem pensamento e sem plano, invisível. Nenhuma forma há mais prometedora de Espíritos superiores, a cujo lado eu e tu somos símios [...] .Então olhamos e vimos, não muito distante, a terra em que habitavam os ciclopes. E vimos a fumaça subindo e ouvimos a fala de homens e o balir de carneiros e de cabras. Então veio o pôr-do-sol e a escuridão. Ali dormimos mas quando madrugou reuni meus homens e disse: — Descansai aqui, caros camaradas, enquanto, com meu navio e meus homens, verei que homens são esses. Se selvagens, cruéis e ignorantes do direito ou amáveis com os estrangeiros e tementes aos deuses. [...]
Trechos da introdução – Quanto aos objetivos deste livro -, da obra Breve introdução à história da estupidez humana (Prometeu, 1950), de W. Pitkin.
BIBLIOTECA DA ESTUPIDEZ HUMANA – Quem já leu as peças com os Falstaff e Bottom de Shakespeare, ou  as Cartas Persas (Itatiaia, 1960), de Montesquieu, ou o Tolicionário de Flaubert: Bouvard e Pecuchet, dois patetas iluminados (Scipione, 1988), que traz a façanha desastrosa de uma dupla que enriquece de uma hora para outra com uma herança; ou também O cidadão do mundo, do médico, dramaturgo, escritor e historiador irlandês, Oliver Goldsmith, que conta a história de um viajante chinês, Lien Chi, inspirado nas citadas Cartas Persas de Montesquieu, afora outras tantas obras clássicas, já se deparou com ícones da estupidez na literatura. Quem não curtiu às gargalhadas as trapalhadas de Jerry Lewis ou Norman Wisdom, as vídeocassetadas e os Jackass, noticiários com entrevistas – como a de certos ministros e fanáticos do reino coisonário (tirante os imbecis deploráveis, o que me faz fã dos estúpidos é a ministra da goiabeira, nossa! Ela é demais!). então, para coisonários e coisadas – também ShiTrumpidetes e assimilados mundo afora – apresento procês a magnânima Biblioteca: a primeira das obras, Breve introdução à história da estupidez humana (Prometeu, 1950), escrito pelo político republicano estadunidense, Fredrick Walker Pitkin (1837-1886), que é dividida em diversas partes, começando com Prolegômenos (ingresso), seguido de Caos, Pseudopateia (psicgnoia), Psique (moros e processo), Tecne (Telos) e Arcada (Ciclopes), quatrocentas e poucas páginas de avaliações acerca do tema. A segunda, Historia de la estupidez humana (Século XX, 1964), do escritor, jornalista e pesquisador psíquico húngaro-judeu, Paul Tabori (1908-1974), verdadeiro tratado que reúne a estupidez humana que é, segundo o autor, maior que todas as guerras e pragas, defendendo que a mesma pode ser originária dos códigos, leis, conformismos, legalismos e direitos, sacramentando a derrota humana. Tem mais, a terceira: Historia de la estupidez humana (Espasa Calpe, 1999), do escritor, historiador, advogado, economista e professor espanhol Pedro Voltes Bou (1926-2009), essa é boa. A quarta, a erudita e espirituosa Enciclopedia da estupidez (Estampa, 2007), do historiador holandês Matthijs van Boxsel, é composto de diversas seções, entre elas Clube dos Trapalhões, Idiotas do Inferno, Genealogia dos Idiotas e Estética do Gesto Vazio, tratando sobre a estupidez que se manifesta em todas as áreas, em todas as pessoas e em todas as épocas (O volume inclui análises etimológicas, estudos do fenômeno e da teoria, desenvolvendo um método para expor a estupidez do pensamento, com o objetivo de forjar uma teoria individual que propicie uma linha original de abordagem a fenômenos que dispensem explicação. O tema é analisado com base nos contos de fadas, cartuns, paisagismo, piadas, desculpas esfarrapadas, ficção científica, entre outros. Enfim, o autor defende que a estupidez é a base da civilização e ninguém é suficientemente inteligente para compreender a própria estupidez). A quinta, o Manifesto aberto à estupidez humana (Zamboni 2008), do psicólogo e jornalista Ezio Bazzo, que está detalhado no blog Murro das Lamentações. Já o livro Rindo da Estupidez Humana (Allprint, 2009) do jornalista Klaison Simeoni, traz questionamentos sobre o que é ser inteligente e estúpido, defendendo que: a inteligência do homem que, com sucesso, realiza grandes feitos, é inversamente proporcional para a realização de coisas simples. Também o livro El infinito de la estupidez humana (La Nación, 2017) da escritora espanhola Emma Casablanca, é uma novela sobre autoritarismo, ódio e medo, mostrando uma realidade de muitos países em que ocorre a ameaça à vida de milhões e destroem o desenvolvimento. O mais recente é o livro As leis fundamentais da estupidez humana (Planeta, 2020), do historiador econômico e medievalista italiano Carlo M. Cipolla (1922-2000), que conclui tratar-se de um estado atrapalhado da humanidade embasada nas leis fundamentais da estupidez humana, assinalando que “As cinco leis que confirmam seu maior medo: pessoas estúpidas mandam no mundo!”. A obra traz relatos desde os tempos imemoriais, como sendo uma poderosa força do mal vem prejudicando o bem-estar e a felicidade dos homens, que é mais poderosa que a milícia, o tráfico de drogas ou o exército: seus efeitos são catastróficos e globais. Veja mais aqui, aqui e aqui.

A MÚSICA DE JONI MITCHELL
Você está em meu sangue como vinho divino / Você parece tão doce e tão amargo / Oh eu poderia beber um barril de você, querido / E eu ainda estaria em pé / Eu lembro da época que você me dizia / Amor é tocar almas / Seguramente você tocou a minha / Pois parte de você flui de mim / De vez em quando, nestas linhas / Eu encontrei uma mulher / Ela tinha a boca como a sua / Ela sabia sua vida / Sabia de seus males e façanhas / E ela disse / Vá até ele, fique com ele, se puder / Mas esteja preparada para sangrar.
JONI MITCHELL – A arte da premiada cantora, compositora, artista plástica e poeta canadense Joni Mitchell, com suas composições que refletem temas sociais e ambientais: Nós não podemos retornar, nós só podemos olhar para trás de onde viemos, e girar e girar e girar no carrossel.
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RICARDO LOUREIRO & RÁDIO ESTRADA 55
O Estrada 55 é um projeto realizado pelo jornalista e produtor cultural Ricardo Loureiro, para divulgação da cena independente autoral desde 2004. O projeto conta um site e blog com noticias, programação, vídeo, fotos e muito mais da música autoral. Veja mais aqui.

A ARTE DE A. R. PENCK
A arte do pintor, escultor e músico de jazz alemão A. R. Penck, pseudônimo de Ralf Winkler (1939-2017), um dos principais nomes do neo-expressionismo. Veja mais aqui.

PERNAMBUCULTURARTES
Era o meu lindo jangadeiro / De olhos da cor verde do mar / Também como ele traiçoeiro / Mentiu-me tanto o seu olhar / Ele passava o dia inteiro / Longe nas águas a pescar / E eu intranquila, o seu veleiro / Lá no horizonte a procurar / Mas quando a tarde escurecia / Um sino ouvia a repicar / A badalar a Ave Maria / Vi uma vela sobre o mar / Era o meu lindo jangadeiro / Em seu veleiro a regressar / E à praia o seu olhar primeiro / Buscava ansioso o seu olhar / Quando ditosa eu me sentia / Passava os dias a cantar / A ver se em breve escurecia / A hora feliz do seu voltar / Mas há na vida sempre um dia / Dia de sonho se acabar / Este me veio em que não via / O seu veleiro regressar / Não mais voltou o seu veleiro / Não mais o vi por sobre o mar / O seu olhar lindo e traiçoeiro / Não buscou mais o meu olhar / Por uma tarde alvissareira / O sino ouvi a repicar / Era o meu lindo jangadeiro / Que ia com outra se casar.
História triste de uma praieira, música da cantora, compositora e pesquisadora do folclore musical, Stefânia de Macedo (1903-1975).
O cordel do poeta cantador e repentista Serrador - Manoel Leopoldino de Mendonça aqui.
A poesia de Nadjânia Gomes aqui.
História do Pina, do pesquisador e arte-educador Oswaldo Pereira aqui.
Deu com a pleura de Gustavo Arruda aqui
Oração da cabra preta aqui
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Dicionário Tataritaritatá aqui, aqui & aqui.