APRENDIZADO COM OS REVESES – A vida é
a maior aprendizagem. Algumas lições são sutis, quase imperceptíveis. Eu mesmo
muitas vezes passei batido, não saquei logo, nem direito, só com o tempo. Às
vezes, muito tempo. É preciso atenção, senão, senão. Falo por mim, de tantas
perder a vez de chegar a gorar, fui aprendendo aos poucos, pacientemente: a verdade
não está na superfície, nunca esteve nem estará. Descobrir o visinvinsível ou o
que está por trás de tudo, nem sempre é fácil ou possível. Por isso, me enganei
tanto com a cor da chita: entendi muita coisa errada; noutras, já era tarde demais.
Errei que só, demais até; acertei uma vez ou outra, deu pro gasto, pois,
saberia que chegaria a minha vez. E todas as vezes que tentaram me destruir,
não temi; cabeça erguida, sorri porque sempre considerei que a morte é o
complemento da vida. Ao ser vitimado por falta de consideração ou covardia,
segui adiante: há tanta gente na face da Terra, alguém pode considerar. Diante
de uma desfeita, quase desmoronei, entristeci, quase; fiquei passado. Todavia,
me reergui e segui em frente: um enorme horizonte adiante. Ao ser tratado com
rispidez ou descortesia, fiquei surpreso, contei até dez e saí: viver é tão
maravilhoso, não valeria, jamais, perder a razão. Diante de um desapontamento,
não era bem o que queria, afinal, refiz o constrangimento e me reconstruí
diante de tantos mal entendidos, desaforos, incompreensões e miudezas. Não
mudei a face, nem ergui a voz, apenas, segui o meu caminho porque o Sol dá um
espetáculo todos os dias, desde a alvorada até o crepúsculo. Relevei tudo, me
desfiz dos rancores e mágoas, não julguei nem maldisse o mundo: a Natureza é
sábia. Tive que fechar os olhos para perceber o verdadeiro. Sabedor, fiquei em
paz. Enfim, aprendi que a vida é para ser vivida. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] Ser humano é
existir na linguagem [...] O papel
crucial da linguagem na evolução humana não foi a capacidade de trocar ideias,
mas o aumento da capacidade de cooperar. À medida que a diversidade e a riqueza
das nossas relações humanas aumentavam, nossa humanidade – nossa linguagem,
nossa arte, nosso pensamento e nossa cultura – se desenvolviam. [...] Dentre todas as espécies, somos a única que
mata seus semelhantes em nome da religião, do mercado livre, do patriotismo e
de outras ideias abstratas. [...] Para
recuperar nossa plena humanidade, temos de recuperar nossa experiência de
conexidade com toda a teia da vida. Essa conexão, ou religação, religio em
latim, é a própria essência do alicerçamento espiritual da ecologia profunda.
[...] alguns dos princípios básicos da
ecologia – interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade
e, como consequência de todos estes, sustentabilidade. [...] a sobrevivência da humanidade dependerá de
nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade de entender esses princípios
da ecologia e viver em conformidade com eles.
Trechos
extraídos do livro A teia da vida: uma nova compreensão científico dos
sistemas vivos (Cultrix, 1996), do físico e escritor austríaco Fritjof
Capra. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui,
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COYOTE DICK
[...] Era uma vez Coyote Dick, e ele era tanto a
criatura mais esperta quanto a mais tonta que jamais se podia esperar
encontrar. Ele estava sempre querendo comer alguma coisa, sempre trapaceando as
pessoas para conseguir o que queria e, em qualquer outra hora, estava dormindo.
Bem, um dia quando Coyote Dick estava dormindo, seu pênis ficou realmente
entediado e resolveu abandonar Coyote para viver sozinho uma aventura. Foi
assim que o pênis se soltou de Coyote Dick e saiu correndo pela estrada. Na
realidade, ele pulava pela estrada afora já que possuía só uma perna.E ele foi
pulando e pulando, e se divertindo até que saltou da estrada e entrou na
floresta, onde — Ah, não! — ele pulou direto numa moita de urtigas.— Ai! —
gritou ele. — Ai, ai, ai! — berrou ele. — Socorro! Socorro! O barulho dessa
gritaria toda acordou Coyote Dick e, quando ele estendeu a mão para dar partida
no coração com a manivela, como de costume, viu que ela não estava mais lá.
Coyote Dick saiu correndo pela estrada, segurando-se no meio das pernas, e
afinal encontrou seu pênis passando pela maior dificuldade que se pudesse
imaginar. Com grande delicadeza, Coyote Dick tirou seu pênis aventureiro do
meio das urtigas, acarinhou-o, tranquilizou-o e o devolveu ao seu lugar certo. Old
Red ria como um louco, com acesso de tosse, olhos saltados e tudo o mais.— Essa
é a história do velho Coyote Dick.— Você se esqueceu de contar o final —
repreendeu-o Willowdean.— Que final? Já contei o final — resmungou Old Red.—
Você se esqueceu de contar para ela o verdadeiro final da história, seu
porcaria.— Ora, se você se lembra assim tão bem, então conte você mesma. — A
campainha tocou e ele se levantou da cadeira desconjuntada. Willowdean olhou
direto para mim, e seus olhos cintilavam.— O final da história é a moral. —
Nesse instante, Baubo apoderou-se de Willowdean, pois ela começou a dar
risinhos, a rir abertamente e afinal a gargalhar tanto, e até com lágrimas, que
levou dois minutos para conseguir dizer as duas últimas frases, já que repetia
cada palavra duas ou três vezes enquanto tentava recuperar o fôlego.— A moral é
que, mesmo depois de Coyote Dick sair do meio das urtigas, elas fizeram seu pau
coçar feito louco para todo o sempre. E é por isso que os homens estão sempre
chegando perto das mulheres e querendo se esfregar nelas com aquele olhar de
"Estou com uma coceira". Pois é, aquele pau universal está coçando
desde a primeira vez que fugiu do dono. [...]
Trechos
extraídos da obra Mulheres
que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem
(Rocco, 1994), da escritora e psicóloga Clarissa Pinkola Estés.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
A ARTE
DE EMILIE SUGAI
O hábito urbano das “coisas prontas”, do imediatismo bem como da beleza
fácil pode ser criticado por meio da Arte. Este é um dos meus propósitos:
buscar comunicação e troca e tentar o acontecimento epifano – não no sentido
religioso, mas antes, como um trabalho simbolicamente revelador.
A arte
da atriz, coreógrafa, dançarina, performer e professora Emilie Sugai. Veja mais
aqui.
A OBRA DE EDUARDO GALEANO
Somos o que fazemos, principalmente o que fazemos para mudar o que somos.
A obra do
jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) aqui, aqui,
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